História The Girl Who Screamed Wolf - Capítulo 2

Ficar parada no meio do jardim com muitos rostos conhecidos e desconhecidos não era o começo da manhã que Athena imaginou. Tudo iniciou quando seu pai entrou pelo quarto gritando sobre Bella estar desaparecida; depois disso ocorreu uma onda enorme de pânico na casa Swan.

Por um bilhete encontrado por Charlie, sua irmã saiu para passear com Edward pela floresta e, após ligar para os Cullens — ninguém havia atendido —, Athena e Charlie se desesperaram. Ligaram para o Hospital, para amigos, e até mesmo, para Billy Black em La Push; eram pedidos de socorro.

— Pai, temos que entrar lá — Athena implorou para seu pai. Eles estavam na entrada da floresta, com muitos cidadãos de Forks e até mesmo alguns de La Push, que Billy recomendou para Charlie como ajuda.

— Athena — Charlie disse suavemente. Ele forçara sua filha mais nova a colocar casacos enormes de seu armário se ela quisesse ficar lá fora junto a ele e o grupo, e mesmo com dois casacões de frio ela sentiu o aperto reconfortante em seus ombros. — Sam e seus amigos estão agora mesmo procurando Bella. Não irá adiantar se mais pessoas se perderam lá.

— Mais é Bella! — Athena não queria gritar, mas, infelizmente, sua mente não estava tão equilibrada agora. — Minha irmã e sua filha! E ela está sozinha naquela floresta assustadora com uma enorme chance de pegar uma hipotermia, ou pior... — Athena olhou ao redor para sussurrar a última parte. — Ela pode encontrá-lo.

Era ai que ela não queria chegar, no monstro da floresta. Mesmo tendo passado um bom tempo desde seu acidente, ela ainda se lembrava dos terrores que habitam ali. Pela expressão de Charlie, ele entendeu o que a garota quis dizer.

— A única coisa que sua irmã poderá encontrar é um urso bem bravo — uma voz calorosa e fria ao mesmo tempo pronunciou. Era Billy Black, um dos amigos mais próximos de Charlie; sua cadeira de rodas estava parada bem ao lado deles. — Não precisa ficar preocupada menina, Sam conhece aquele ninho de árvores melhor do que nós todos juntos.

Mais Athena não estava mais ouvindo as palavras do senhor Black. Não, ela estava olhando para a entrada entre duas árvores, onde Sam Uley emergiu com uma forma pálida e molhada em seus braços — Bella.

Todos correram para os dois no momento que notaram o homem da reserva carregando a menina desaparecida. A Swan mais nova olhou para o céu em um agradecimento claro, e logo se colocou em uma pequena corrida até sua casa, logo atrás da massa de adultos e seu pai.

Bella parecia horrível deitada no sofá, e todos só tiveram noção de que estava ficando mais consciente quando ela reclamou sobre sujar o sofá. Athena correu para a cozinha, ela encheu uma jarra com água, logo pegando uma bolsa térmica para colocar o líquido agora quente nela; entregaria mais tarde para Bella.

Athena permaneceu na cozinha por mais alguns instantes, sua única distração era brincar com seus cabelos castanhos. Ela poderia ir até a sala e abraçar Bella, mas não gostava muito da ideia de fazer uma demonstração na frente de todos.

Porém, em meio a todo barulho das pessoas deixando a casa, Athena não conseguia raciocinar uma coisa: por quê Bella estava na floresta sozinha?

***

— Ela ainda não saiu do quarto? — Charlie anunciou no momento que adentrou a sala.

Athena desviou a atenção do jogo na televisão: — Nem um pé.

Eles estavam tendo a mesma conversa todo dia, de hora em hora. Bella era uma grande bagunça na manhã seguinte a saída dos Cullens. Ela não comia direito, não falava nada com nenhum deles, nem desviar o olhar da janela ela fazia. Era um estado sério de coma vegetativo, como Athena falou para Charlie.

A mudança da família deve ter sido um choque para sua irmã mais do que a garota pensou. Pela informação de um ex-colega de trabalho do Dr. Carlisle, eles se mudaram para a Califórnia no mesmo dia em que Bella desapareceu na floresta(duas semanas atrás). Athena sentia que Edward não deve ter avisado sua irmã de antemão. Não, a menina sentia que ele esperara o último minuto para informar sua viagem sem retorno aparente.

E desde sua saída da cidade, a rotina dos Swans ficou esquisita. Todo dia Athena acordava, fazia o café e levava para Bella, e todo dia sua irmã apenas encarava o prato até tomar uma minúscula mordida das panquecas. O mais preocupado com isso era Charlie, já que o mesmo ameaçava sua filha catatônica sobre ligar para a mãe. Porém, Bella não fazia nada além de encarar a janela e se perder em pensamentos.

O sr. Fitz já tentou ajudar, todavia, suas opções sobre tirar Bella de casa eram desde colocar um rato no quarto à tacar fogo na casa. O que os dois membros preocupados não fariam de jeito nenhum.

Tudo o que eles podiam fazer era esperar e esperar.

***

OUTUBRO, NOVEMBRO E DEZEMBRO

***

Meses vieram e partiram como folhas de uma árvore no Outono. Muitas coisas mudaram para Athena e sua família. Bella não saiu do quarto tem três meses, apenas para necessidades especiais; Charlie estava a ponto de arrancar o bigode do rosto de preocupação com sua filha, quase adulta, depressiva no quarto e Athena estava cada vez mais louca de tanto jogar a culpa em Edward Cullen.

Após o segundo mês desde o começo do estado de sua irmã, a mais nova fez uma pequena lista enquanto assistia Bella — e a conclusão que o início de tudo isso é de Edward e seu cabelo bagunçado. Claro, Athena poderia culpar a família do garoto, mas sabia que eles não tinham nada haver com as decisões do ex-namorado de sua irmã. Já que Edward não se preocupou em ligar para Bella, nem e-mails, até mesmo um fax serviria.

Athena agora estava na cozinha tentando assar biscoitos de Natal sem se distrair e acabar esquecendo dos deliciosos doces de chocolate. Hoje era o dia antes da véspera de Natal, seu aniversário. Porém só ganharia seus presentes no dia 25, essa era a regra de Charlie e Renée desde que tinha idade suficiente para saber o que era um aniversário. Antigamente para os dois pais era uma coisa boa sua filha fazer aniversário perto de uma data festiva, porque na linguagem dos pais quer dizer: menos dinheiro para gastar.

A sorte deles era que Athena não era exigente, ela se contentava com qualquer coisa. Todavia, o sr. Fitz foi com um pequeno sorriso até a casa dos Swans nesta mesma manhã e deu um presente que nenhum jovem de dezesseis anos deveria ganhar, um canivete. Segundo o homem idoso, era um dos utensílios que ele ganhara após sua saída do exército e, depois dela ter tentado devolver, ele explicou que era uma forma de proteção que deveria guardar como sua vida.

No momento que abriu a pequena caixa, imaginando ser uma caneta ou algo desse tipo, ela se chocou ao ver um o objeto perigoso, que logo escondeu de Charlie — não queria que ele confiscasse dela. Por isso, ele estava na caixa de fitas, escondido bem no fundo.

Mais Athena não conseguia ficar tão feliz naquele dia. Bella ainda não desistiu de ficar no quarto e nem demonstrou lembrar que dia era aquele quando sua irmã foi até o quarto levar o café. Isso entristeceu seu pai, já que ele vira a face decepcionada de sua caçula e logo essa tristeza foi substituída por descrença a ponto de Charlie ameaçar subir até o quarto e gritar com Bella para parar com isso. Porque, diferente de Bella, Athena adorava seu aniversário.

Então, para distraí-la Charlie ligou para um dos únicos amigos que ele sabia que Athena gostava, Jacob Black. O filho de Billy brincava desde pequeno com as irmãs Swans quando sua mãe ainda as levava para Forks, por muitos motivos desde a volta da mais nova, ela aprecia muito as horas que passava com Jacob — e um desses motivos era o fato de que Jack não parou sua amizade com base no acidente da floresta.

— Fitz é maluco por me dar um canivete. — A garota pronunciou enquanto Jake e ela andavam pela rua juntos. A felicidade de Athena era enorme agora, já que fazia muito tempo desde a última vez que conversou com o garoto Black. — Ele está convicto que vou me proteger melhor com ele. Mais acho que se eu quisesse me sentir protegida eu teria pego a arma do meu pai.

— Acho que está na hora de levarem ele para uma casa de repouso — Jacob riu. — Então, como está se sentindo com dezesseis?

— O mesmo que tinha com quinze — Athena juntou seu braço com o de Jake para desviar de uma poça de água. Sua pele pálida destacava-se contra a bronzeada, tudo graças a descendência Quileute da reserva. — Jacob, pergunte logo. — Ela tem observado as expressões dele desde que saíram da soleira de sua casa.

— Como ela está? — Bella.

Athena amava a companhia de Jacob e tanto quanto ela idolatrava sua irmã, não gostava do quanto o garoto era um tanto quanto obcecado com ela. Um segredo da Swan, quando tinha a tenra idade para gostar de garotos e não achá-los nojentos, ela desenvolveu uma paixonite pelo Black. Todavia, essa paixão se extinguiu após ser rejeitada — mesmo ele não tendo percebido. Mais mesmo não gostando desse jeito dele, não mais, Athena gostaria de um pouco de tempo com seu amigo sem ele querer falar sobre Bella.

— Igual a todos os dias. — Mais ela teria que respondê-lo. — Não sai do quarto, não fala uma palavra quando vou lá, não reage, não desconta sua raiva; ela apenas senta na frente da janela e pensa sobre o Cullen.

— Como sabe que é sobre ele? — A face de Jacob havia se transformado em uma carranca.

— Sou a irmã dela — Athena parou de andar. Ela virou para Jake e ergueu um dedo. — Edward havia sido a pessoa que ela mais passou tempo desde que chegou, até mais que eu — outro dedo. — E ela ficou nesse estado desde o dia da floresta. Por culpa de quem? — A garota abaixou os, agora, três dedos. Ela começou a caminhar de volta para casa.

— Já tentaram sentar e forçar-la a falar?

— Jacob, — Athena virou-se para ele, com a expressão séria — vou fingir que você não disse isso. Agora, será que poderíamos voltar para a minha casa?

O menino da reserva deu de ombros, logo deixando Athena na porta de casa. Athena correu imediatamente para seu quarto, ela tinha uma ideia e era graças ao Black(mesmo ela não admitindo).

***

Athena entrou silenciosamente no quarto de Bella. Ainda era seu aniversário, por mais uma hora, e a jovem correu para finalizar seu pequeno projeto que ela esperava que sua irmã aceita-se.

Essa ideia era o presente que Bella ganharia no Natal, que Athena levou muito de sua vontade para não dar no aniversário da mesma; porém com o ocorrido que a Swan mais velha sofreu, sua irmã mais nova adiou tudo. E agora, a castanha clara estava parada no meio do quarto, com um expressão temerosa em sua face e um embrulho médio atrás das costas.

— Bella? — Ela tentou chamar a atenção da garota catatônica. — Sei que pode me ouvir — ela molhou os lábios em nervosismo e correu os olhos pelo quadro pequeno e estático da outra. — Também sei que deve estar pensando o quê quero e por quê ainda não fui embora.

Athena ficou mais um minuto olhando para sua irmã, esperando que por algum motivo ela iria se mexer, levantar da cadeira e prestar a devida atenção. A garota em pé suspirou e, pensando em passar pela porta e fugir daquela situação, ela andou até a janela — bloqueando a vista de Bella.

— Ok, Isabella — ela estava muito irritada agora. Em hipótese alguma ela chamava sua irmã pelo nome de nascimento, apenas quando estava no limite da paciência(o que nunca acontecia) — É melhor você escutar, porque só direi uma vez e não ligo que apenas olhe feito uma mosca morta para mim. Edward pode ter ido embora, e ele pode ser um babaca por não ligar, mais isso não é motivo para você estar assim! — Ela agora levantava a voz e não ligava para se Charlie aparece-se. — Garotos vem e vão, Bella, mais família fica e luta até o fim.

A Swan olhou para os olhos escuros de sua irmã, e pensou ter visto alguma emoção neles. Athena sentiu o embrulho atrás de si, respirou fundo e estendeu-o para a outra em sua frente.

— É um presente de Natal adiantado — explicou. Quando Bella não fez movimentos para pegá-lo, ela colocou em seu colo. — Hoje é dia 23 de Dezembro, meu aniversário. E tudo o que desejava era passar esse dia com você. — Athena começou a colocar um pé na frente do outro, fazendo seu caminho com lágrimas nas bordas dos olhos, até ser parada por um pequeno soluço. Não era dela, e sim de Bella. A aniversariante virou nos calcanhares e viu sua irmã debulhando-se em lágrimas grossas e soluços que causavam enormes solavancos, daqueles que tremiam o corpo todo.

A menina deixou a água escorrer pela face avermelhada e logo correu para cobrir sua irmã com os braços magros. As duas irmãs não falaram nada, apenas ficaram à noite toda uma nos braços da outra. E na manhã seguinte Athena deixou Bella no quarto, com o peito menos apertado e o coração mais leve. Afinal, ela falara tudo o que queria dizer sobre o momento que iniciara quase três meses atrás.