----- ♦ -----
Meu corpo todo doía. Tentei levantar mas parecia que todas minhas articulações latejavam, ainda por cima sentia um mal-estar, parecendo que todos meus órgãos ardiam muito.
Eu estava em um lugar muito escuro e não conseguia ver nada a minha volta. O cheiro também não era nada agradável, parecia de mofo. Estava deitada no chão e minhas mãos e cabelos estavam repletas de poeira. Estava provavelmente em um porão.
Minha cabeça doía muito com a lembrança da noite de ontem...
- Pergunta – O palhaço se vira para mim na beira daqueles enormes tanques de ácido. Se estava com medo? Nada me dava medo enquanto ele estava ali... – Você morreria por mim?
- Sim. – Digo sem pensar
- Oh isto é muito fácil... – Ele olha para cima pensando em algo – Você viveria por mim?
- Sim.
- Tenha cuidado. – Ele diz sério – Depois não diga, que isso foi impensado.
Ele coloca a mão com o sorriso tatuado em meu rosto e continua a falar:
- Desejo torna-se rendição, e a rendição se torna poder. – Ele desliza seu dedo pelos meus lábios – Você quer isto?
- Eu quero.
Me viro à beira da passarela que estávamos, pronta para cair no ácido. Minha consciência dizia: “No que você está pensando Harleen?!”, e para ela eu tinha uma resposta... “Nele”
----- ♦ -----
O máximo que consigo fazer é me sentar encostando na parede. Após alguns minutos escuto vozes e passos, assim que chegam na porta escuto uma risada alta, a risada dele...
Joker abre a porta com dois capangas o acompanhando.
- Harley, querida, seja bem-vinda meu amor!
Por mais dolorida que estava foi inevitável abrir um sorriso.
- Mr. J eu não consigo me levantar... – Digo e percebo o quão minha voz estava mais aguda...
Ele ajoelhou apoiado em seu bastão ficando bem próximo de mim.
- Não? – Ele diz e ri – Oh Harley... O que espera que eu faça com um brinquedo que não funciona? – Sua gargalhada preenche o salão e o eco só faz com que fique mais assustadora, mas eu adorava...
- Levante-se... – O seu sorriso se fecha em uma expressão séria.
Junto forças, mas sem resultado. Joker parece ficar irritado com minha falha e estende seu bastão. Com esforço o seguro e o mesmo me puxa.
Assim que me levanto o palhaço segura minhas bochechas as apertando.
- Ela não é uma graça rapazes? – Os dois capangas assentem, mas não expressam emoção, apenas concordavam com o que Joker falava.
- Mostrem para ela seu quarto, ela está toda suja... – Diz limpando a poeira no casaco de um capanga – Te vejo mais tarde querida. – Ele abre um enorme sorriso e me beija.
Naquele momento meu coração deu pulos de alegria enquanto a voz irritante da minha cabeça comemorava.
Assim que ele sai, meus lábios formaram um sorriso, maior do que o palhaço jamais dera...
----- ♦ -----
Os capangas dele me deixaram em um enorme quarto e foram embora, fechei as portas e me joguei na cama pensando em tudo que acabou de acontecer.
“Ele me beijou...” meu coração estava disparado e eu nem me importava mais com as dores, comecei a dar pulinhos pelo quarto. Meu palhacinho havia me beijado, meu pudinzinho!
Meu... Pudinzinho...
Muitos usuários deixam de postar por falta de comentários, estimule o trabalho deles, deixando um comentário.
Para comentar e incentivar o autor, Cadastre-se ou Acesse sua Conta.