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História The Legendary Dragons. - Desvendando coisas do passado


Escrita por: Jessie_Sunshine

Notas do Autor


Oii! Então, demorei um pouco, mas aqui estou. Tive um pequeno problema chamado "Sai para comer por dois minutos e não salvei o capitulo, quando voltei minha irmã tinha fechado sem nenhuma copia salva." Então foi um pouco corrido, me desculpem por isso, espero que dessa vez eu lembre de salvar pelo menos. Espero que mesmo assim gostem e que tenham ficado curiosos com esse final. BOA LEITURA! Obrigada por ler, comentar e favoritar! Amo vocês <3 Bjss de chocolate!

Capítulo 9 - Desvendando coisas do passado


9. Desvendando coisas do passado.

  Bem, vocês não fazem ideia de como eu queria colocar “Deu a louca no Kyoya” de título, mas, coitado. Como isso vai ser mais sério, então vou ser boazinha por enquanto, só por hoje, e vou deixar desse jeito mesmo.

  Como todos sabem, cada um tem seu passado e cada um tem seu jeito de encara-lo. Alguns aprendem lições com ele, outros fogem e outros tentam enterra-lo. Alguns reagem bem, outros nem tanto. Relembrar de uma coisa triste nunca é fácil. Mas, as vezes, coisas acontecem e pessoas te fazem relembrar de cada momento de sua vida, mesmo sendo proposicional ou não.

  - Tenho um comunicado a fazer! – Ela gritou e todos olharam para os dois. – Eu só queria dizer que... Eu te amo, Kyoya Tategami.

  E assim ela roubou-lhe um beijo. No começo, o esverdeado ficou surpreso, mas logo beijou-a de volta. Ele não tentou empurra-la, nem nada, apenas beijou-a como se fossem namorados até que o ar deles acabaram. Todos ali presentes estavam de queixos caídos e não pareciam acreditar no que viam, como eu. Kyoya havia caído em seus truques e eu estava por um fio naquela casa.

  - Estamos namorando! – Fernanda anunciou alegre.

  - O quê? O que está acontecendo? O que eu perdi? – Gingka estava atordoado.

  - Nós conversamos bastante sobre o assunto e resolvemos contar para vocês. – Fernanda respondeu.

  - Mas... Ele não queria que você entrasse na casa! Não estou entendendo mais nada. – Gingka comentou.

  - Ele tem razão. – Nile concordou.

  - É que ele não se lembrava de mim, mas, fiz ele se lembrar. – Fernanda respondeu alegre.

  - Espera... Vocês já se conheciam? – Madoka perguntou.

  - Podemos dizer que tivemos meio que um caso no passado. – A garota respondeu.

  - Mas... o Kyoya? Não parece ser o estilo dele ficar com alguém tão rápido. – Madoka comentou.

  - Não dizem que o amor muda as pessoas? – Perguntou.

  Kyoya continuava quieto na dele, não dando a mínima para os olhares dos outros.

  - O Yoyo está namorando? O quê? Noxy, unicórnios existem? – Yu me perguntou.

  - Olha, pelo que sei, não. – Respondi.

  - Não é possível. – Ouvi Gingka falar. – Eu te falei que ele tinha sido abduzido por alienígenas, não falei, Madoka?

  - Realmente... Tem alguma coisa estranha acontecendo. Então, de onde vocês se conhecem? – Madoka perguntou.

  - Teve uma época que o Kyoya foi para os Estados Unidos treinar e nos encontramos em uma competição. Na época, ele também era arrogante e dizia que todos os competidores eram fracos, até chegar a minha vez. Eu quase ganhei dele, no entanto, não pude suportar sua jogada especial e acabei perdendo, mas ele me aceitou como uma adversaria digna. Depois disso, fiquei desafiando-o diversas vezes até que ele voltou para o Japão.

  - Querem parar de cuidar da minha vida? – Kyoya parecia um pouco nervoso.

  - Eles tem o direito de saber, Kyoya. – Fernanda tentou acalma-lo.

  - Vamos. – Ele pegou sua mão e puxou-a em direção ao hall de entrada.

  “- Se eu tiver sorte, eles não vão ficar no meu quarto.” – Pensei um pouco preocupada com a probabilidade de ver minha inimiga todo dia.

Algumas horas depois...

  - Dá para você calar essa boca?

  - Não, Kyoya. Como você é tão burro? Como se já não bastasse ser um garoto arrogante, que se faz de durão mas é um cachorrinho abandonado, ainda é burro? Acha mesmo que pode mandar em mim? – Perguntei na nossa nona discussão no mesmo dia.

  - Sim, eu posso. Você é apenas uma garota metida que fica se achando sendo que nem tem esse direito. Estou aqui a mais tempo garota, você não pode mandar aqui. Além disso, o burro ou, no caso, a burra, aqui é você. – Me encarou.

  - Você acha mesmo que pode falar assim comigo? E daí que você está aqui a mais tempo? É o proprietário dessa casa, por acaso? Eu sou metida, tem certeza? Kyoya, sou muitas coisas, mas isso não. Talvez, esteja se referindo a si mesmo, não?

  - Olha, eu não estou afim de discutir com você de novo. Não gosta de mim e não aceita o que eu faço? Mude de quarto, então. Se não se importa, vou ficar com a minha NAMORADA.

  - Sua namorada? Mas é idiota mesmo, viu? Quer dizer que aquele beijo não era só fingimento? Aposto que ela abre as pernas para qualquer um que aparecer.

  - O que você falou? – Seus olhos estavam exalando raiva.

  - Pelo que eu me lembre, eu não gaguejei. Você sabe muito bem o que ela é.

  - Como se você soubesse algo dela. – Revirou os olhos.

  - Conheço muito bem esse tipo de gente, você é que não sabe nada sobre ela. Por incrível que pareça, eu estou te avisando para o seu bem.

  - Eu já sou grande o bastante para saber me cuidar, não preciso que você fique me dizendo sobre o que é certo ou errado, o que eu tenho que fazer ou não. A vida é minha e as escolhas também.

  - Quem avisa amigo é. Se não fosse, não estaria aqui me preocupando com o que faz ou deixa de fazer. Para mim, se ela acabasse com sua vida não faria diferença nenhuma, mas não gosto de ver as pessoas sofrendo. – Me lembrei de mim mesma enquanto falava.

  - Não preciso que se preocupe comigo. Como você mesma falou, se ela acabasse com a minha vida, não faria diferença alguma para você, Lennox.

  - Eu não quero te ver sofrer, mas, se você quer que seja assim, siga em frente. Vai lá com aquela piranha, anda, vai para a cama com ela e depois, quando a garota “inocente” te abandonar e te deixar com o coração em pedaços, quando dar de cara no chão, não diga que não te avisei e nem pense em vir procurar um ombro amigo em mim. – Minha voz estava se alterando em graus surreais.

  - Não a chame assim. Eu gosto dela de verdade e não será você com essas mentiras que irá mudar isso. Por que não vai lá ficar com o Nile? Por acaso eu te impedi de ficar com ele? Não, então, por que não me deixa sair com a Fernanda e dar uma chance para ela? Me deixar tentar ser feliz? Se continuar assim, vou fazer Gingka te mudar de quarto ou até mesmo te expulsar dessa casa e dessa vez tenho uma razão mais forte.

  - O que o Nile tem a ver com isso? Ele não fez nada.

  - Fernanda também não. A discussão é entre nós. Pare de traze-la no meio disso tudo.

  - Kyoya, abra seus olhos. Ela não é santa. Você sabe muito bem que esse namoro não vai rolar. Você está apenas se enganando enquanto ela te envenena. Você vai trocar sua vida por um namoro mentiroso que não irá durar um misero mês? Que seja assim, então. Vai lá dar em cima daquela puti... – Fui interrompida com um tapa na cara.

  Passei a mão pelo local que ardia e latejava. Podia jurar que havia ficado uma marca vermelha dos dedos do garoto a minha frente.

  - Não ouse dar uma palavra sequer a mais sobre ela. Tudo que dizer, significará que é o dobro. Se tocar em um fio de cabelo da minha namorada, irei te caçar em qualquer lugar que for, não ouse machuca-la, nem fisicamente, nem mentalmente. Se tentar fazer joguinhos psicológicos, então, eu jogarei o meu jogo. Realmente, não sei como te aguento. Fica brava por qualquer coisa, só porque não gosta dela, fica xingando-a sem motivo algum, já basta. Tentei te dar uma chance, mas você não muda, eu cansei. Eu gosto dela, entenda isso. Você não conseguirá mudar isso, então, cale essa merda que você chama de boca e aceita.

  - Sem motivo algum, Kyoya? Eu já passei várias coisas com ela e acreditava nessa garota, mas ela me traiu de um jeito que machucou mais do que pode imaginar e essa cicatriz nunca se curou. Entendi seu recado, prefere criar uma ilusão do que aceitar a verdade de que você nunca amou-a e nunca amará, por isso me bateu. Não quer que seus olhos sejam abertos.

  - Você não sabe nada da minha vida, está aqui a uma semana e alguns dias e já acha que sabe de tudo. Eu faço as minhas escolhas e, se fiz burrada ou não, o problema é meu. Eu que arcarei com as consequências depois, não você.

  - Está bem, Kyoya. Já que é assim, não venha se arrepender depois. Espero que ela te traia da pior maneira possível, que você volte rastejando me dizendo que eu tinha razão e que você foi um idiota. Tomara que você sofra o dobro do que sofri nas mãos dela e que ela acabe com tudo de mais importante que possui em sua vida. – Praguejei.

  - Acredite isso não vai acontecer. Além disso, como ela vai acabar com algo que já foi completamente destruído? – Ele estava indo em direção a porta, quase saindo quando chamei-o.

  - Você não está com ela porque quer, não é? Sei que não é do tipo que ficaria com qualquer uma sem razões. O que ela inventou dessa vez? Ela está te pagando? Te chantageando? Te ameaçando? Me diga o que está acontecendo e só assim poderei te ajudar. Acredito que tenha seus motivos para estar com ela. Eu posso acertar as contas com ela, faz tempo que quero fazer isso mesmo.

  - Sim, Lennox. Eu estou com ela porque quero, sim. Eu tive o direito de escolha e resolvi aceitar. Entenda, ela não está fazendo nada contra mim, foi por livre e espontânea escolha, não fui obrigado a nada. Não preciso de sua ajuda. E, como falei antes, se encostar em um fio de cabelo da Fernanda, eu irei te caçar, estamos entendidos? – Ele parou, mas logo recomeçou falando em uma voz mais baixa. – Achei que fosse diferente, mas estava enganado. Parece que realmente não posso confiar em você. Adeus, Lennox.

  - Tudo o que você faz voltará. – Avisei.

  Ele saiu pela porta sem falar mais nenhuma palavra. Me deitei na cama e me pus a pensar um pouco. As coisas estavam ficando cada vez mais difíceis e não podia contar com ninguém, nem mesmo com Sam ou ela correria perigo. Me virei de um lado para o outro, até que olhei para um local que havia despertado minha curiosidade. Era uma cômoda preta ao lado da cama que pertencia ao Kyoya. Alguns dias atrás, quando havia visto-o mexendo por lá, ele havia me ameaçado caso eu resolvesse xeretar. Não tinha dado a mínima até aquele dia. Até aquele dia.

  Abri a pequena gaveta com cuidado para ver se não havia nenhuma armadilha. Em minha defesa, digo que a culpa é toda do Tategami. Se ele quisesse esconder algo, devia esconder direito. Além disso, me deixar brava e curiosa não são o melhor jeito de me fazer ficar longe de algo.

    Claro que, se fosse da Fernanda, seria muito melhor fuçar. Seria muito mais prazeroso acabar com sua vida, sua reputação, espalhar todos os seus piores segredos... Mas o Kyoya já servia.

  Talvez fosse apenas uma gaveta normal que ele não queria que eu mexesse só para não estragar suas coisas ou fazer algumas pegadinhas do estilo jogar cola nas roupas, esconder objetos importantes e que vai precisar urgentemente ou fazer uma torta voar em direção a sua cara (longa história.). Ou talvez fosse algo mais profundo...

  Examinei a gaveta, (N.A: É médica de gavetas, por acaso?) (N.L: Vou nem falar nada.) ela possuía uma fechadura e parecia estar trancada. Aonde podia estar essa droga de chave? Tentei me lembrar para ver se conseguia visualizar onde Kyoya havia posto ela. Procurei no quarto inteiro inutilmente. Deixei uma bagunça para trás, mas precisava encontrar aquela chave, depois arrumava tudo, a chave era mais importante.

  Algumas horas se passaram e já estava quase desistindo quando vi algo brilhar com a luz do sol. Estava na parte de madeira da cama, abaixo do colchão.

  - Ah... Mentira que você estava aí o tempo todo. – Comecei a falar com a chave como se fosse um ser vivo. – Por que não me avisou? (N.A: Porque... talvez ele não tenha vida?)

  Coloquei a chave na fechadura que logo se destrancou ao vira-la. Abri como se fosse um tesouro, com muito cuidado e bem devagar. Ao olha-la de perto, percebi que estava um pouco mais arrumada do que eu imaginava. Dentro havia algumas peças de beys, uma corrente com beyblades quebrados e destruídos, (N.A: Para quem não sabe, no mangá, ele pegava os beys que destruía e colocava nessa corrente e usava ela.) fones de ouvido e uma caixa azul marinha com mais uma fechadura. Ele deve ser apaixonado por fechaduras, só pode.

  Essa chave eu sabia onde estava. Estava com o próprio Kyoya, mas, pensou que eu iria desistir por causa de um misero detalhe? É claro que não.

  - Olha aqui, sua idiota, você vai fazer isso. Só tome cuidado para não se matar no caminho. – Me encorajei. – Isso é muito importante para você estragar e não, não pode esperar até a hora de dormir.

  Sai do meu quarto e fiquei esperando na porta mesmo, infelizmente, o quarto de minha querida inimiga ficava ao meu lado, justamente do meu lado. Depois de muita espera, o Kyoya saiu, indo em direção as escadas, sem nem me perceber.

  - Ei, vai mesmo me deixar aqui? – Perguntei.

  - Já conversamos tudo o que temos para conversar. – Respondeu grossamente.

  - Vocês não... fizeram, não é? – Perguntei ao ver seu cabelo bagunçado.

  - E se eu fiz? Qual o problema? – Revirou os olhos e esperou alguns minutos antes de continuar. – Não, não fizemos. Aquele quarto não é só dela, ele pertence ao Nile também. Não acho que seria justo com ele.

  - Sabe, na verdade eu vim aqui para me desculpar... – Abaixei a cabeça e comecei a fazer desenhos com meu pé.

  - Quem disse que quero suas desculpas? Tudo que quero é que fique longe de mim e da Fernanda. Agora vai, pode voltar para seu quarto. – “Eu não vou matar ele, eu não vou matar ele.”

  - Não posso. Não até você ouvir minhas desculpas.

  - Está bem, está bem. Já ouvi, agora dê o fora. Não quero que a Fernanda me veja conversando com você. – Começou a me irritar um pouquinho demais...

  - A Fernanda? Por quê? Ela tem ciúmes de mim por acaso? – Perguntei curiosa e me sentindo um pouco vitoriosa por esse ponto.

  - É lógico que não. Quem se importaria com uma cadela como você? Ainda mais ciúmes. Não me faça rir. – “A hora da vingança vai chegar Kyoya, só espere...”

  - Kyoya, só peço que não me xingue. Pode ficar com ela o quanto quiser, mas não desonre o meu nome. – Respondi séria.

  - Desonra? Como posso desonrar algo que não possui honra? – Me irritou.

  - Olha, não vim aqui para começar outra briga, na verdade, vim aqui justamente para me desculpar sobre a outra. Sei que você gosta da Fernanda é que, na hora, eu estava com a cabeça muito quente.

  - Isso não é desculpa para tratar alguém assim. – Mandou indireta para si mesmo.

  - Ótimo, mas e você? Que exemplo está dando? Está vendo o jeito que está me tratando agora?

  - Tchau, Lennox. – Me cortou.

  Mas, antes que pudesse se mexer, pus meu plano em ação. Tropecei em meu próprio pé e cai em cima de Kyoya. Ele me segurou para que nenhum de nós dois caíssemos no chão.

  - Ai ai, e ainda é desastrada... Anda, sai de cima antes que meus braços não aguentem mais tanto peso.

  Enquanto ele se distraiu por esse breve momento, procurei a chave em seu bolso esquerdo, infelizmente, não estava lá, então fui para o direito. Tomei o máximo de cuidado para que não percebesse que eu estava procurando a chave e ele não pareceu notar. A chave estava no fundo do direito, me abaixei tanto para pega-lo que quase cai realmente em cima do Kyoya.

  “- Como ele não sentiu isso?” – Me perguntei.

  Coloquei minha mão ao lado de meu corpo sem que ele percebesse e, rapidamente, enfiei no meu bolso.

  - Quer saber, Kyoya? – Comecei. – Engula essas desculpas. Eu não vou me redimir por causa de você e aquele lixo com nome de Fernanda. Eu quero mais é que os dois caiam dessa escada e quebrem o pescoço. Agora, se me der licença, preciso ir. Tenho coisas muito mais importantes do que ficar ouvindo um idiota feito você. Tentar discutir só fará eu baixar meu nível de inteligência para o seu nível.

  Sai com um sorriso no rosto, sem dar chances para que ele respondesse, mas ainda consegui ouvir ele falando uma única frase:

  - Essa garota é louca, será que tem bipolaridade?

  Cara, era tão obvio o que eu estava fazendo, se fosse alguém treinado, certamente teria percebido antes mesmo que eu caísse em cima da pessoa, na verdade, acho que até uma pessoa normal que seja um pouco atenta teria percebido uma mão no seu bolso.

  Voltando ao meu quarto, fui direto a aquela caixinha. Testei-a e me perguntei se dessa vez eu teria sorte ou não, se eu caísse no Kyoya de novo, ele desconfiaria, então precisava ser aquela chave. Felizmente, o mundo cooperou comigo dessa vez e a caixinha se abriu, revelando papeis, fotografias antigas e alguns desenhos.

  - O que é isso? – Perguntei para mim mesma.

  Peguei um papel qualquer e como a minha curiosidade é enorme, resolvi ler.

17 de Outubro 2015, Japão

  “Sam,

  Como pode ver, eu falhei. Continuo olhando para o passado, mesmo que tenha prometido seguir em frente. Sinto muito, mas essa promessa não conseguirei cumprir tão cedo, talvez eu apenas precise de mais tempo. Parece que não conseguirei me esquecer de você tão facilmente, não é?

  Para ser sincero, acho que de tudo que passei, a mais difícil de superar foi você. Sua ausência mudou tudo, meu jeito de agir, de ver o mundo, de pensar, minhas razões, tudo mudou. Se soubesse tudo o que aconteceu desde que foi embora, ficaria surpresa. Ainda espero minhas explicações de ter sumido por todos esses anos. Todos me falaram que estava morta, mas te conheço muito bem e sei que é forte. Me recuso a aceitar, a perder o pouco de esperança que ainda me resta. Caso eu perca isso, acredito que perderei minha humanidade.

  Caso algum dia nos encontremos novamente, você verá o quanto mudei, provavelmente não me reconhecerá, bem, é isso o que o passado faz, ele molda o seu presente. Não sou mais aquele garotinho medroso que conheceu, me tornei forte e, digamos que, talvez, parte da culpa seja sua. Sinto muito por tudo o que te fiz passar. Queria que tudo fosse diferente, que você não tivesse que ter passado por todas essas frustrações por minha causa, se não tivesse me conhecido, sua vida não teria sido tão dura. Não me admiro se realmente tiver ido embora por minha causa, para fugir de mim, acredite, não vou ficar bravo por isso.

  Agora, vamos para o motivo de eu estar escrevendo aqui mais uma vez. Sabe aquelas conversas estranhas que as vezes temos que enfrentar? Não estou falando sobre aquelas que tomos com nossos pais sobre a vida adulta, (Como, por exemplo, os bebês nascem.) na verdade, estou falando de conversas com pessoas que nem conhecemos, mas que sabe muita coisa sobre você. Alguns dias atrás foi exatamente o que aconteceu, no dia 21 de Setembro. Uma garota começou a conversar comigo, no início, achei que estava bêbada, pois não falava nada com nada e também não conseguia vê-la. Por algum motivo, ela queria que eu me juntasse com o Gingka e os outros bladers e, para me convencer, começou a me falar sobre algumas coisas, incluindo sobre você. Depois que ela foi embora, um cara me atacou e tentou me matar, mas ela me salvou e me levou para uma casa minúscula onde me contou apenas uma coisa sobre você: Que, na verdade, você havia sido ameaçada. Escrevi isso para tirar essa história a limpo, isso é verdade?

  Queria te deixar despreocupada, mas ainda tenho muitos problemas. Queria apenas voltar a infância e passar o máxima de tempo com nosso grupo, brigar com a minha irmã e, ter coragem de te dizer que gosto de você mais do que como uma amiga, sem carregar tantos fardos, sem me arrepender de tantas coisas, sem cicatrizes que doem até a alma. É meio constrangedor te dizer isso, principalmente por meio de uma carta, mas eu te amo. Tentei de tudo para me convencer de que eu não gosto de você, que é apenas coisa da minha mente que confundiu as coisa, tentei de tudo para te esquecer e seguir em frente, tentei te esquecer nos lábios de outras garotas, mas não deu certo. Eu nunca senti algo tão forte por alguém como senti por você.

  Talvez algum dia eu te diga isso pessoalmente. Eu juro que tento te esquecer, mas não consigo. Tudo me lembra de você, seu cheiro, seus olhos, seu sorriso, sua voz, tudo, por mais que eu tente, não consigo tirar da minha cabeça, não consigo fingir que nada aconteceu. Por favor, volte para mim. Me prove que eu estava certo em ter esperanças, acreditar que ainda está viva. Eu preciso de você e aquela garota que me ameaçou e depois me salvou fez eu me lembrar disso. Por mais que eu tenha mudado, que tenha ficado bem mais frio do que costumava ser, mesmo que eu não me importe mais com as pessoas, tenho a cara de pau de dizer que sinto sua falta e me importo demais com você.

  Não posso mais prometer se vou ou não escrever mais cartas. Só quero que saiba que, independentemente de onde estiver, nunca irei te esquecer e vou te amar pelo resto da minha vida, mesmo que eu encontre alguém. Para me distrair um pouco, continuarei tentando te esquecer com outras garotas e, se encontrar alguma com uma personalidade parecida com a sua, pensarei em namorar sério com ela.

  Só para que não precise se preocupar à toa, estou bem. Tem uma cicatriz enorme em minha barriga e mal consigo me mexer para escrever, mas vou ficar bem, um dos motivos para estar escrevendo sem uma “estrutura”, como você dizia.

  Ainda não peguei o jeito de escrever cartas e expressar meus sentimentos, talvez esse texto tenha ficado meio desarrumado e confuso, mas você sabe muito bem que não sou bom para escrever cartas. Seria tão mais fácil te mandar mensagens de texto ao invés de ficar guardando todos esses papeis comigo, tomando cuidado para que não estraguem e não amassem, nem que ninguém os encontre, mas, como é o único jeito, para não ficar longe de você, eu escrevo, (Ei, desde pequeno eu te falei que sou péssimo em escrita, sou bem melhor em exatas do que humanas, não me culpe.) mas eu te amo e não aguentava mais segurar isso dentro de mim, você merecia saber.

  Desculpa por não ter sido honesto com você antes,

  Kyoya.”

  - Uau... O que foi isso que acabei de ler? – Me perguntei pensativa.

  Peguei uma foto de dentro da caixa, havia algumas crianças sorrindo para a câmera, Kyoya estava no canto, ainda sem as cicatrizes. Havia mais alguns garotos e garotas, mas uma me chamou a atenção. Ela tinha cabelos negros não muito compridos e um sorriso de orelha a orelha.

  Levei um choque da realidade ao observar aquela imagem por mais tempo. Eu conhecia aquela garota. Estive procurando-a por muito tempo, não conseguia me lembrar de seu nome por estar tão nervosa na hora, mas era muito parecida com a garota que estava desaparecida a alguns anos, a filha da pessoa que me “adotou”. E, de algum modo, Kyoya estava ligado a isso também. Do lado dessa garota, havia outra que eu também me lembrava de já ter conhecido-a, mas a lembrança era vaga, eu ainda era uma criança, mas... O que uma garota dos Estados Unidos estaria fazendo no Japão? Será que ela era mesmo a minha irmã adotiva? Meu colega de quarto conhecia minha irmã e era apaixonado por ela...

  Meu coração começou a bater mais rápido, minhas mãos ficaram tremulas. Kyoya e ela já haviam se encontrado e eu nunca fiquei sabendo disso.

  - Onde você achou isso? – Levei um susto e quase derrubei a caixinha, que havia posto em meu colo, no chão.

  Me virei para ver um Kyoya com muita raiva, seus olhos realmente pareciam estar pegando fogo e, acho que ele nunca havia ficado tão nervoso, nem mesmo quando joguei uma torta na cara dele ou quando xinguei a Fernanda, como estava naquela hora.


Notas Finais


Então, espero que tenham gostado. Desculpem a demora, mas não se preocupem, só desistam se passar de 00:00 e eu ainda não tiver postado. Espero que tenham se surpreendido com esse final e que tenha compensado o tempo de espera, por mais que tenha sido corrido, eu gostei do resultado e espero que vocês também. Obrigada por ler! Obrigada pelos comentários, pelos favoritos e por continuarem me acompanhando, sério, amo vocês <3 Mesmo que tenha poucos leitores, vocês compensam muito <3 Bjss de algodão doce!
(N.A: Sobre o motivo do Kyoya estar namorando com a Fernanda, calma, as coisas serão explicadas aos poucos e sim, eu sei o que estou fazendo.)


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