História The Mega Walking Dead - Interativa - Capítulo 3.3 - Sequestro

Enquanto todos estavam no refeitório da ala principal da prisão, Dérick estava sendo sequestrado e levado por alguém a algum lugar. 

"O que está acontecendo aqui? Tamparam a minha boca com essa mordaça, amarraram minhas mãos com essas cordas e ainda me botaram essa venda em meus olhos. O que querem comigo?" -  Pensou Dérick. 

Ele estava sendo levado para a ala Oeste e possuía seus olhos vendados e mãos amarradas impossibilitando qualquer tentativa de fuga. Por fim, foi jogado contra a parede e posto sentado no chão. Suas mordaças foram arrancadas:

-Quem são vocês? O que querem comigo? - Gritou o rapaz. 

-Relaxa, não vamos te fazer mal. 

A mulher que o havia sequestrado removeu sua venda e ele olhou pela primeira vez o rosto dela.  

-Uma mulher? - Perguntou.

-Qual o problema? - Respondeu a moça. - Uma mulher não possui força o suficiente para sequestrar um cara? 

-Não é isso, mas... 

-Mas o quê? 

-Por que vocês fizeram isso? Quem são vocês? 

-Olha para nossas roupas – disse um cara que estava no recinto - Não reconhece essas marcas? 

-Vocês...são...prisioneiros? 

-Exatamente, e nós te sequestramos para te usar como moeda de troca para fugir daqui. 

Enquanto isso no refeitório... 

Todos sentamos ao redor da grande mesa que Omaro e Claire armaram no refeitório. O jantar, preparado por Sandra, foi colocado sobre a mesa e todos esperavam ansiosamente para saboreá-lo.  

-Sandra, mais uma vez muito obrigada por ter preparado a comida – Disse Claire. 

-Que isso. Eu amo preparar refeições e antes de tudo eu tinha um sonho de me tornar cozinheira. 

-Quem sabe agora você não realiza esse sonho e cozinha para nós da prisão - Falou Omaro abrindo um sorriso. 

-A propósito gente, como vocês alimentam os 2 mil presos e ainda todos os funcionários que devem somar mais umas 500 pessoas? – Perguntou Michele curiosa. 

-Sim, somos em torno de 500 funcionários cuidando de 2 mil presos. Mas, em cada ala da prisão existe uma cozinha com vários cozinheiros e eles cuidam dessa parte alimentar. 

Mona interrompeu a conversa e se levantou da mesa. 

-Com licença gente, vou chamar o Dérick no quarto dele, já volto. - Disse se retirando.

-Bom, mas da onde vem a comida que alimenta toda essa gente? - Perguntou Joe. 

-Ah, é claro a comida. Bom, antes do surto começar fomos abastecidos com muitos mantimentos e esses mantimentos nos mantém até hoje. Ainda há muito nas dispensas e devem durar mais alguns meses. Como agora estamos plantando nossos estoques vão aumentar – Disse Omaro. 

-Mas, vocês pretendem continuar mantendo os presos aqui? - Perguntou Travis. 

-Como? - Perguntou Omaro surpreso. 

-Digo, os detentos são uma despesa a mais. O mundo lá fora acabou e ninguém mais se importa com os crimes cometidos antes do apocalipse. A regra agora é outra. 

-E o que você propõe pequeno garotinho? - Falou Omaro em tom de deboche – Quer que soltemos eles? 

-Até as pessoas que antes do surto eram boas agora ficam loucas ao ver como as coisas estão. Eu vi isso de perto. As regras que tínhamos para designar pessoas boas de más mudou. Acho que deveriam sim dar uma nova chance a eles – Disse Travis, sério e encarando Omaro. 

-Você é apenas uma criança, não sabe o que fala direito, pois não tem experiência - Omaro falou em tom de Sarcasmo e desdenhou do menino. 

Joe percebendo o clima que se estava instaurando na mesa decidiu intervir chamando o adolescente para uma conversa. 

-Travis, pega leve, cara. Somos convidados aqui. 

-Eu sei Joe, mas esse cara tem uma noção um pouco errada das coisas. Será que ele não percebe que manter quase 3 mil pessoas nunca vai dá certo nessas condições que vivemos hoje? 

-Tudo bem, Travis, concordo contigo, mas vamos com calma. Com o tempo vamos mudando a cabeça dele. Não adianta ser precipitado agora. 

Em seguida, Beardo começou a sentir calafrios na mesa e decidiu se levantar. 

-Beardo tudo bem? - Perguntou Noah ao amigo. 

-Não. Você sabe que não.  

-O que você pretende fazer? - Perguntou Noah. 

-Vou contar tudo para ela. Vem comigo que eu te explico. 

Noah e Beardo se retiraram da mesa e eu fiquei os olhando de longe. As meninas sempre me disseram que o Beardo era afim de mim mas eu nunca acreditei já que ele nunca me disse nada. Na verdade tanto ele quanto eu somos tímidos então pode ser que ele sinta o mesmo que eu, porém não tenha coragem de contar nada. Mas, agora ele estava estranho parecia soado e cansado, será que algo ocorreu?  

Nesse momento Mona chegou assustada no refeitório e contou a todos que Dérick não estava no quarto. 

-As vezes ele saiu para dar uma volta – Falou a zeladora Diana. 

-Não, o quarto estava bagunçado e eu encontrei esse bilhete. Olhem só. 

Claire pegou o bilhete e o leu em voz alta: 

"Estamos com o rapaz, se o quiserem de volta terão que aceitar as nossas condições e nos libertar. Ass: Luciana" 

-Quem é Luciana? - Perguntou Mona. 

-É uma de nossas detentas – Respondeu Diana. 

-Como? Uma de suas detentas saiu da cela e anda por aí na prisão? - Perguntou Mona. 

-Ele anda pelas saídas de ar, porém não foge da prisão por conta dos guardas que ficam nas cercas lá fora – Disse a vice-líder, Claire. 

-Ela lidera um movimento de rebelião que exige que todos os presos sejam libertos – Falou Omaro. 

-E agora ela pegou o meu namorado e está fazendo ele de refém para que vocês libertem todos os prisioneiros? - Perguntou Mona. 

-Calma, nós vamos resolver isso. Diana, leve seus subalternos Lucas e Matheo e tragam o Dérick de volta. 

-Certo, chefe. Matheo, Lucas venham comigo – Ordenou Diana. 

-Eu vou com vocês - Falou Laura. 

-Você, Laura? - Perguntou, Joshua, seu irmão, surpreso. 

-Eu sou boa em rastreamento, posso procurar pistas do Dérick. 

-Mas pode ser perigoso. São prisioneiros. - Ressaltou o menino. 

-Irmão, eu já sou bem grandinha. Relaxa que eu sei me cuidar. 

-Tudo bem, cuidado, Laura. 

-Eu vou com vocês também, não vou aguentar ficar aqui sem notícias - Disse Mona. 

Assim, Mona, Laura, Diana, Lucas e Matheo partiram em busca de Dérick. 

Na ala Oeste 

Dérick continuava amarrado e começava a sentir fome. 

-Isso foi sua barriga roncando? - Perguntou Luciana. 

-Sim, por favor gente, me deem comida. 

-Isso é o que vai acontecer com nós, detentos, se não nos rebelarmos. A comida vai acabar e nós, presos, seremos deixados para morrer sem nenhuma chance de nos defender.  

-Mas o que eu tenho a ver com isso? Vocês pegaram uma pessoa inocente para reivindicar os direitos de vocês.  

-Fazer o que, se ninguém nos ouve, nós temos que fazer um barulho mais alto. Mas como eu já disse, não vamos te fazer mal. Eu me chamo Luciana e sou a líder do movimento que luta para a libertação dos detentos da prisão. Esses dois aqui comigo são o Olávio e a Gárcia. 

Olávio e Gárcia entregaram um pacote de salgadinho para Dérick que estava reclamando de fome. 

-Como nós dissemos, não queremos o mal de ninguém, apenas almejamos sair daqui vivos – Disse Olávio. 

-Você parece um cara legal, desculpa por tudo isso – Falou Gárcia. 

-Obrigado pela comida. Vocês também parecem ser sensatos. Será que não há uma outra forma de resolvermos isso? Uma conversa? 

-Já tentamos falar com o Omaro, mas ele não aceita opinião - Disse Olávio. 

-A única forma é essa Dérick e dessa vez tem que dar certo. Ou ele nos liberta ou, infelizmente, teremos que ...matar... você - Falou Luciana. 

No quarto de Noah... 

Beardo contou a Noah seu plano para se declarar para mim. 

-Eu quero que você, Noah, fale para a Katiúcia ir ao meu quarto. Lá eu preparei umas velas e umas flores que peguei lá fora. Irei contar tudo à ela. 

-E depois, Beardo?  

-Depois eu quero que você me mate. Não quero que a Katiúcia tenha que me ver transformado. 

-Você tem certeza, Beardo? 

-Sim, só confio em você para isso. 

-Tudo bem então - Falou Noah em tom triste. 

-Agora estou indo para meu quarto ajeitar os preparativos finais para a surpresa. Te vejo mais tarde, Noah. 

Beardo saiu do quarto de Noah se desequilibrou e caiu no corredor da prisão, já muito fraco. Com muita força ele se arrastou para seu quarto, fechou a porta, mas não conseguiu levantar para ligar a luz. O quarto ficou aceso apenas com as luzes das velas. Em seguida ele ajeitou algumas flores e começou a delirar pensando em mim. Depois de um tempo, ele desmaiou. 

Na ala Oeste 

-Chegamos, o rastro do Dérick veio parar aqui – Disse Laura. 

-Você é muito boa em rastreamento mesmo – Disse Matheo olhando fixamente para a menina. 

-Obrigada, eu fiz um curso de vivência na mata e rastreamento urbano. 

-Você é demais mesmo – Falou o rapaz. 

-Vocês dois, parem de chaveco e prestem atenção à sua frente – Disse Diana. 

Nesse momento Luciana apareceu trazendo Dérick amarrado e Garcia e Olávio apontaram uma arma para o rapaz. 

-Queremos ser libertos, apenas isso – Falou Luciana. 

-Os 3 estão livres. Agora deixem o Dérick ir – Disse Diana. 

-Você sabe muito bem, Diana, que não iríamos embora deixando nossos amigos prisioneiros para trás. Queremos todos os detentos livres – Disse Gárcia, uma das detentas.  

-Infelizmente isso vocês não terão.  

-Então o Dérick morre – Falou Luciana com a arma apontada para a cabeça do rapaz. 

-Então o mate – Disse Diana confrontando a prisioneira. 

-Espera, não mate ele – Falou Mona assustada. 

Luciana mantinha sua arma aponta para a cabeça de Dérick. Ela olhou para o rapaz nos olhos e ficou o encarando por alguns segundos. 

-Mate-o se for capaz – Continuou Diana. 

Luciana pensou bastante, mas, em seguida, hesitou e não conseguiu puxar o gatilho.  

-Desculpa gente, eu não tenho esse sangue frio – Disse Luciana abaixando a arma. 

-Tudo bem amiga, isso só ressalta a diferença entre nós e eles – Falou Gárcia defendendo a amiga. 

-Vai embora Dérick, nós falhamos de novo – Disse Olávio. 

Com isso, Dérick foi desamarrado e correu na direção de sua namorada, Mona. Em contrapartida, Luciana, Olávio e Garcia fugiram para dentro da ala Oeste e sumiram. 

-Amor, que bom que você está bem – Falou Mona abraçando seu namorado. 

-Deu tudo certo, estou bem sim. 

-Bom, trabalho concluído com sucesso, reprimimos a revolta – Falou Lucas. 

-Vamos embora daqui, pois a ala oeste é um território quase sem lei. Ficar aqui é um risco – Disse Diana. 

Sendo assim, todos retornaram para a ala central da prisão em segurança. 

Enquanto isso, eu estava deitada no meu quarto pensando em como o Beardo saiu da mesa mais cedo, soado e nervoso. Neste momento, o Noah bateu na porta e pediu para falar comigo: 

-Oi katiúcia - Disse Noah. 

-Oi. Algum problema? 

-É o Beardo. 

-O que houve com ele? - Disse preocupada. 

-Ele quer falar com você, no quarto dele. 

-Agora? Aconteceu alguma coisa? 

-Apenas vá lá. Ele vai te contar. 

-Tudo bem então. 

Quando eu estava saindo do meu quarto Noah me chamou novamente. 

-Espere, Katiúcia. 

-O que foi? 

-Eu não devia te falar isso, mas... O Beardo foi mordido. 

-O QUE? 

Quando o Noah me disse que o Beardo havia sido mordido e infectado por um zumbi meu chão instantaneamente se abriu por de baixo dos meus pés. Meu mundo desabou. 

-Beardo foi infectado? É isso que ele quer me contar? - Disse chorando. 

-Não, Katiúcia. Ele quer fazer algo muito bonito antes de morrer. Quer se declarar para você. Ele gosta de ti a muito tempo e sempre vem te observando. Por favor, mesmo que você não sinta o mesmo por ele, não seja rude com o rapaz. Ele está morrendo. 

-Não, Noah. Você está enganado. Eu também gosto do Beardo – Disse desatando em um choro profundo. 

-Gosta? - Falou Noah surpreso. 

-Sim, só que fui tímida assim como ele e acabamos que perdemos todo o tempo do mundo. Agora é tarde para nós dois. 

-Não. Não é tarde. Vai lá e se acerta com ele. Aproveitem o pouco tempo que vocês ainda têm. Antes que acabe de uma vez por todas.   

-Eu não quero vê-lo desse jeito. Mas eu preciso ir lá. Muito obrigada Noah, você está sendo um grande amigo para o Beardo. 

-Vocês precisavam desse empurrão há muito tempo. 

Com isso, saí do meu quarto e fui em direção ao quarto do Beardo me encontrar com ele. 

Enquanto isso... 

-E aí Laura, deu tudo certo no resgate do Dérick né? - Perguntou Joshua à irmã. 

-Deu sim. Os prisioneiros fugiram com medo. Joshua, me faz um favor? Vai lá no refeitório onde a Sandra está e pega um copo de água para mim, por favor? 

-Ah Laura, lá no refeitório?  

-Por favor, irmaozinho!! 

-Tudo bem, mas você fica me devendo essa. 

Joshua, então, saiu na calada da noite em direção ao refeitório. Estava tudo muito quieto e escuro e ele acabou errando o caminho, pois ainda não estava muito ambientado com o lugar. 

"Acho que o refeitório não é por aqui. Está tudo muito deserto e escuro" - Pensou o rapaz. 

Em seguida, ele ouviu um barulho atrás de uma porta e se aproximou:

"O que está acontecendo aqui?" - Pensou. 

Joshua percebeu então que Omaro e Claire, os líderes da prisão, estavam atrás da porta e uma discussão séria estava rolando entre o casal. Sem querer atrapalhar, ele rapidamente voltou por onde veio e conseguiu achar o refeitório que tanto procurava. 

No quarto de Beardo... 

Finalmente cheguei no quarto de Beardo. Bati na porta, mas ninguém respondeu. Então, resolvi abrir e estava tudo escuro apenas à luz das velas. Havia flores no chão e tudo estava maravilhosamente lindo. 

-Beardo? Você está aí? - Perguntei. 

Nesse momento escutei um barulho e me virei para ver o que era. 

Na enfermaria... 

Damião estava na enfermaria com Liam, que ainda não estava se sentindo bem. Nesse momento, Joe e Michele chegaram para visitar o amigo. 

-Damião, o Liam não melhorou? - Perguntou Joe. 

-Eu não sei gente. Os médicos dizem que ele não tem nada, mas o Liam não quer sair da enfermaria de forma alguma. Parece que ele está com medo de alguma coisa. 

-Medo? Você acha mesmo? - Perguntou Michele. 

-Sim. O Liam está muito estranho – Disse Damião. 

-O Liam sempre foi um pouco diferente, mas agora ele está estranho demais mesmo. O que será que está acontecendo com ele? 

-Eu não sei, mas isso não está me cheirando a coisa boa – Falou Damião. 

Enquanto isso, Liam estava sentado na cama, olhando fixamente para a parede e em seguida, uma lágrima caiu de seu olho direito.