História The Mega Walking Dead - Interativa - Capitulo 3.5 - Rebelião

Quando fiz 21 anos meu pai me tratou de arranjar um emprego na penitenciária mais próxima de nossa casa. No início não quis trabalhar, pois, achava o ambiente pesado e o trabalho muito duro, entretanto, com o passar dos meses fui me acostumando com o local e por fim aceitei que aquele era o lugar onde eu poderia ser útil de alguma forma trazendo uma renda extra para minha família. Quando os boatos sobre os primeiros ataques de zumbis começaram, fui correndo ficar com meus pais, mas a prisão estava um caos e os prisioneiros começaram a fazer revoltas para fugir. Por fim, decidi honrar meu dever e retornei para a prisão afim de conter os revoltosos. Quando voltei, após algumas semanas, para a minha casa, meus pais já não estavam mais lá. Se morreram ou se fugiram o importante é que emoções eles deixaram no meu coração e hoje graças a eles sou um excelente carcereiro. 

Tudo ia perfeitamente bem quando alguns dias atrás 13 novas pessoas chegaram aqui. Todos me pareciam ser legais e corretos merecendo, assim, permanecer na prisão, entretanto, uma garota em especial me chamou atenção. A Laura era diferente das outras meninas, era esperta, sabia rastrear e ela me encantava cada dia mais. Não sabia exatamente se estava gostando dela ou se era apenas um fogo de palha, mas, fato é que há muito tempo eu não me sentia assim. Precisava tomar coragem e chegar nela, nesse mundo apocalíptico de zumbis eu não queria que aconteça comigo o que houve com o Beardo e a Katiúcia. 

 A prisão possuía uma área central onde o líder Omaro e a Claire ficavam junto com o pessoal novo que chegou, além é claro, das alas ao redor chamadas de Norte, Sul, Leste e Oeste onde ficavam os prisioneiros. Agora estava aqui no pátio da ala Leste vigiando os prisioneiros que estavam tomando seus respectivos banhos de sol quando avistei a Laura chegando com um uniforme de guarda da prisão. 

-Laura? - Disse. 

-Oi, Matheo! 

-Agora você é uma guarda? 

-Sim. Não aguentava mais ficar aqui sem fazer nada então decidi pedir ao Omaro que me desse um cargo mais importante. 

-Mais importante? 

-Ajudar a minha irmã, Sandra, na cozinha é legal e importante, mas eu gosto mesmo é da ação e do confronto. Sabe como é né? 

-Ah sim, claro que sei. Então parece que vamos trabalhar juntos aqui. Eu sendo subalterno da Diana e você sendo subalterna à mim – Brinquei. 

Além de todas as qualidades antes citadas, agora a Laura queria ficar na linha de frente dos vigias e ainda iria trabalhar comigo. Estava muito emocionado e sentia que agora iria ser a minha chance de dizer o que vinha sentindo. Enquanto isso, ela estava lá, toda imponente com o fuzil na mão esperando sua ronda diária começar. Seu olhar estava longe e eu só queria saber em que ela estava pensando. 

"Estou chocada com o que meu irmão, Joshua, nos disse ontem na enfermaria. O líder da prisão, Omaro, está batendo na própria mulher. Além de tudo ele está sendo autoritário e mantendo medidas consideradas inadequadas para um líder. Nós 11 então, decidimos ontem, que vamos investigar o que mais pode estar ocorrendo de errado nesse local e eu já sei exatamente como fazer isso. Parece que esse guarda, Matheo, está afim de mim, irei me aproveitar disso para tirar algumas informações dele. Não gosto nem um pouco de me aproveitar das pessoas e ele me parece ser uma pessoa legal, mas situações difíceis pedem medidas desesperadas" - Pensou Laura. 

Na ala central... 

Dérick estava retornando de sua ronda ao redor da prisão para matar zumbis quando novamente avistou Luciana escondida vigiando os guardas. 

"De novo a Luciana escondida vigiando os guardas? O que ela quer? Será que ela está querendo tentar fugir outra vez? Como nós estamos pretendendo conseguir pistas sobre o Omaro, eu já tomei minha decisão sobre o que fazer. Vou seguir a Luciana até a famosa ala Oeste sem lei." - Pensou Dérick. 

Dessa forma, Dérick começou a seguir Luciana sorrateiramente pelas tubulações de ar. É claro que a detenta percebeu que tinha uma companhia atrás dela, mas ainda assim ela permitiu que Dérick continuasse a seguindo, pois, provavelmente ela o esperava com uma armadilha. 

Na ala Leste... 

Como parte do meu plano decidi investir na Laura, aproveitei que ela estava vigiando o corredor sozinha e puxei assunto com ela:

-Gostando do trabalho? 

-Ah, é claro. Meu primeiro dia aqui na ronda está sendo bem legal. 

-Eu fico feliz que você esteja gostando – Disse tentando forçar um leve sorriso. 

"Ai caraca, meu assunto acabou" - Pensei.  

"Ai meu Deus, ele sorri muito mal. E ainda por cima não tem assunto. Como vou arrancar informações de um cara desses?" - Pensou Laura. 

-Eu te acho tão legal, Matheo. 

-Sério? Nossa, nenhuma garota me disse isso antes. 

A fala da Laura me soou tão repentina, porém tinha sido maravilhosamente bem-vinda. Significava que estava no caminho certo para conquista-la. 

"O Matheo não faz meu tipo e eu odeio enganar as pessoas, mas se a Claire realmente estiver apanhando e os guardas forem coniventes com isso, preciso dar um basta. Portanto, tenho que fazer isso. Aí vai" - Pensou Laura. 

-Matheo, eu tenho uma coisa para te contar. 

-O que foi, Laura?  - Disse ansioso. 

-Eu... estou...afim.... de você. 

"Não acredito que disse isso, nossa, que vergonha." - Pensou Laura. 

Eu não acredito que ela disse isso. Nossa, que vergonha. Ela tomou a iniciativa e foi mais rápida do que eu. Não sabia onde enfiar a minha cara. Na verdade sabia sim.  

Juntando o que restava da minha dignidade, no mais sincero dos respeitos, segurei a mão da Laura e a puxei para perto de mim. Nossos rostos ficaram próximos e a vontade de beijá-la naquele momento foi grande. 

"Ai, eu não quero beijar ele. Essa história já foi longe demais. Pensando bem, ele não é tão feio. Espera, é feio sim. Aí, socorro eu não sei o que faço, alguém me ajuda" - Pensou Laura vendo seu rosto se aproximar do meu. 

No momento em que nossas bocas iriam se encontrar Lucas e minha zeladora Chefe, Diana chegaram. 

-EU POSSO SABER O QUE ESTÁ ACONTECENDO AQUI, SENHOR MATHEO? - Falou Diana. 

Na ala Oeste... 

Após alguns minutos seguindo Luciana pelas tubulações de ar, Dérick chegou na ala oeste. 

"Foi muito fácil seguir ela até aqui. Parece até que tem alguma coisa errada" - Pensou o rapaz. 

-Você caiu direitinho no meu plano, Dérick - Disse Luciana. 

Dérick desceu da tubulação de ar, se virou e percebeu que estava diante de cerca de 1000 prisioneiros. 

-Mas, o que é isso? - Perguntou o rapaz. 

-Eu deixei você me seguir de propósito. Veio me prender? Pois bem, aqui você encontra seu fim. Vou terminar o que comecei no dia em que te sequestrei. 

-NÃO! ESPERA, POR FAVOR! - Gritou o rapaz. 

-O que foi? - Perguntou Luciana. 

-Você está errada. Não vim aqui te prender, muito pelo contrário. Eu te segui porque queria te dizer, na verdade queria dizer para todos vocês que estão presos, que eu sou contra a política que o Omaro mantém aqui na prisão. Eu estou do lado de vocês nessa revolta. 

-Essa é boa. Eu não acredito nem um pouco em você - Disse Luciana apontando uma faca para Dérick. 

-Mas é verdade, acredite em mim. Eu sei que você não é nenhum tipo de monstro. Poderia ter me matado antes, mas não o fez. Não será agora que vai fazer. 

-Você é muito audacioso mesmo. Não me diga o que não sou capaz de fazer. 

-Espera, Luciana – Disse Gárcia, intervindo – Ele pode estar falando a verdade. 

-A Garcia tem razão, Luciana – Falou Olávio. 

-Vocês vão confiar nele, é sério mesmo?  

-Por que vocês todos estão reunidos aqui com facas e madeiras nas mãos? - Perguntou Dérick.

-Não vamos te dizer. 

-Melhor, vamos dizer sim – Falou Gárcia. 

-Como? Perguntou Luciana contrariada. 

-Dérick, você está do nosso lado? Prove – Disse Gárcia - Nos reunimos aqui porque vamos nos rebelar hoje. Nós 1000 da ala Oeste vamos enfrentar os guardas e sair pelos muros da prisão de uma vez por todas. Se você está realmente do nosso lado, fique conosco nessa batalha. 

-Boa, Gárcia. Gostei – Falou Luciana rindo – E aí, Dérick? Aceita ou rejeita? 

-Gente, não me entendam mal. Estou com vocês, mas não posso participar da batalha armada. Meus amigos estão na ala central, não quero machucá-los. E outra, vocês não têm chance com facas e madeiras. Eles possuem armas de verdade. Serão massacrados. 

-Então sinto muito Dérick, não confiamos em você - Falou Luciana. 

-Dérick - Disse Olávio - Nos ajude então na parte técnica. Tire os guardas dos corredores. Dê seu jeito e limpe nosso caminho para que possamos fugir. 

Dérick pensou por uns segundos, abaixou a cabeça, refletiu mais um pouco e a levantou novamente. 

-Tudo bem. Fechado. Vou ajudar vocês. 

Com isso, Dérick convenceu os guardas à irem para a ala central devido á uma falsa reunião com Omaro e deixou o caminho livre para os detentos. Em seguida, os 1000 revoltosos começaram a correr pelos corredores em direção a saída, matando quem estivesse em seu caminho. 

Na ala Leste 

No momento em que ia beijar Laura, Diana e Lucas apareceram e eu quase soquei os dois. 

-POSSO SABER O QUE ESTÁ ACONTECENDO AQUI? - Perguntou Diana. 

-A gente só estava conversando – Disse Laura. 

"Que mico" - Pensou a menina. 

-Sim, só estávamos conversando.   

-Safadinho você ein, Matheo? - Brincou Lucas. 

-Cala a boca Lucas!! - Disse irritado, envergonhado e triste. 

-Bom, pouco me importa vocês dois de caso agora. Só que a ala Oeste está em fuga, uma alta rebelião está ocorrendo lá, todos os guardas estão sendo chamados, portanto, vamos lá! - Disse Diana. 

Fiquei surpreso com tamanha revolta acontecendo hoje. Como dito, todos os guardas foram em direção a ala oeste e as ordens do líder Omaro foram as piores possíveis. 

-Omaro, os presos estão quase fugindo. Não conseguirei detê-los – Falou Diana. 

-Como não? Você é a zeladora chefe. 

-Me desculpe, mas eles são muitos. A ala Oeste é a que mais tem prisioneiros. 

-Então Diana, fuzile todos eles. Não me importa mais pega-los com vida. Eles são bandidos, uma escória para a humanidade e não merecem mais viver lá fora. MATEM TODOS ELES!!!! 

Todos que possuíam rádio transmissor de sinal ouviram naquele momento as ordens de Omaro que falava seguro, da ala central, pelo alto-falante. Em poucos momentos os guardas começaram a massacrar fuzilando todos os fugitivos que encontrassem. Eu tentei me manter perto da Laura para poder protegê-la. Tudo estava um caos, havia muita fumaça nos corredores e em breve os mortos virariam zumbis, precisávamos recuar e isolar a ala Oeste. 

-Zeladora Diana, quais são as ordens? - Perguntou meu amigo e também guarda, Lucas. 

Diana, entretanto, estava em estado de choque vendo os guardas atirando nos detentos que nem arma de fogo possuíam. 

-Eu não posso acreditar nisso que o Omaro fez. Essa ordem que ele deu, isso não existe. Se não isolarmos a ala Oeste agora, todos vão sucumbir. - Falou a zeladora.

-Diana? 

-Omaro enlouqueceu gente. Ontem ele me pediu para fuzilar dois prisioneiros que tentavam escapar. Eu fui muito burra e o fiz. Por isso essa revolta de hoje. 

-Sim Diana, Omaro está perdendo a linha como líder da prisão - Disse Laura se recordando da reunião que tivera com seus amigos na enfermaria. 

-Precisamos sair daqui rápido, encontrem o máximo de soldados vivos e tranquem a ala Oeste. - Ordenou a zeladora. 

Nessa altura os mortos já estavam sendo revividos e atacando uns aos outros. A ala Oeste acabara de sucumbir ao caos e mais da metade dos detentos haviam falecido. Dérick que por sua vez ajudou na fuga, não conseguiu fugir a tempo do caos se instaurar, pois tentou voltar para ajudar Luciana. Agora, ele estava perdido no meio de muita fumaça, escombros e zumbis.  

"Isso aqui, está um caos. A ala Oeste acabou. Eu não sei se vou conseguir sair com vida daqui" - Pensou o rapaz. 

Quando foi cercado por 3 andarilhos e iria ser devorado, Luciana, Garcia e Olávio aparecerem e salvaram o rapaz.  

-Por aqui Dérick. Entre nas tubulações de ar – Disse Luciana. 

-É seguro aí em cima? 

-É o único lugar que tem pra ir – Falou Gárcia. 

Gárcia, Olavio e Luciana ajudaram Dérick a subir. 

-Onde estão os outros prisioneiros? - Perguntou Dérick. 

-Sínico. Foi você. Você nos disse que era seguro. Que tinha se livrado dos guardas. Foi tudo mentira. Nossos amigos foram massacrados, não sobreviveu ninguém. Tudo culpa sua – Disse Luciana chorando. 

-Não gente. Eu tentei avisar, sinto muito. Eu disse que vocês não estavam preparados para lutar. Eu estou tão ferrado quanto vocês. Estou preso aqui porque voltei para ajudar, mas agora nada disso mais importa. Estamos fadados a morrer. 

Assim, Dérick, Luciana, Garcia e Olávio ficaram presos dentro das tubulações de ar enquanto em baixo deles haviam mais de 800 pessoas mortas virando zumbis. 

Enquanto isso... 

Enquanto isso, na fronteira da ala Oeste-Sul, o portão estava se fechando e todos que não atravessassem em 2 minutos iriam ficar presos com os zumbis. Lucas e Diana conseguiram chegar a tempo, mas Laura virou o pé e caiu no meio do corredor, alguns detentos puxaram seu pé e a impediram de prosseguir. 

-LAURA!!! - Gritei. 

-Socorro, me ajudem. 

-Matheo, o portão vai fechar. Se você não vier vai ficar preso aí. Estão tacando fogo para matar os zumbis, precisamos isolar a ala oeste. Venha!!! - Disse Lucas. 

-Não, não posso deixar a Laura aqui, EU AMO ELA.  

"Quando ouvi aquelas palavras saindo da boca do Matheo meu coração gelou. O garoto realmente estava gostando de mim e estava disposto a se sacrificar para me salvar" - Pensou Laura. 

-Matheo, vai embora. Se salva e me deixa aqui. 

-Não, Laura. Que se foda o portão. Eu vou te salvar. 

Nisso, Diana segurou o portão e começou a atirar nos extintores lançando grandes fumaças pelos corredores. Por conseguinte, consegui soltar Laura dos detentos, matei um zumbi que vinha em nossa direção e consiegui, por fim, chegar ao portão carregando Laura em meus braços. Em seguida o portão foi lacrado e a ala oeste isolada. 

Foi uma verdadeira chacina. Todos os prisioneiros da ala oeste estavam mortos, nenhum conseguiu fugir. Perdemos cerca de 200 guardas e todos estavam muito abalados. Por fim, em uma sala isolada na área central, Laura estava cuidando do ferimento em seu pé e eu fui vê-la. 

-Muito obrigada, Matheo. Você salvou a minha vida – Disse Laura. 

-Eu faria de novo se fosse possível. Eu gosto muito de você. 

Nesse momento, ficamos encarando o rosto um do outro. A vontade que eu tinha era de beijá-la, mas eu não sabia se podia fazer isso no momento. Quando ia me levantar e me virar para ir embora, Laura segurou minha mão e me puxou para perto dela. Em seguida ela me beijou. 

-Mas, o que foi isso? - Perguntei surpreso. 

-Não gostou? - Disse Laura. 

-Não é isso, é só que... Na verdade eu adorei. Sabe Laura, eu gosto muito de você. 

-Eu sei Matheo. Eu realmente sei disso. Ninguém arriscaria a própria vida para salvar alguém que não se importasse, isso foi muito importante para mim, saiba disso. 

"Sim, eu queria usá-lo para conseguir informações. Mas, não. Descobri que ele é muito mais do que um guarda qualquer que posso manipular. O Matheo é sensível, educado, valente e me mostrou que realmente gosta de mim. Tentar tirar proveito disso seria horrível. Vou ter que mudar meus planos e achar outra pessoa para me dizer o que acontece entre o Omaro e a Claire." - Pensou Laura.  

-O líder Omaro hoje perdeu totalmente a noção. Ele não podia ter dado aquela ordem de fuzilar todos os detentos – Disse. 

-Sim, Matheo. O Omaro está surtando.  

-Laura, eu preciso te dizer uma coisa muito importante. 

-O que foi, Matheo? 

-Eu deveria ter te contado isso antes, mas era proibido e eu não aguento mais guardar esse segredo. 

-Você está me deixando assustada,  Matheo. 

-Laura, a prisão não é apenas isso que vocês veem. Ela é uma fachada para algo muito maior que está acontecendo.