Eu respirei fundo, tentei acalmar o pânico, minha respiração estava descontrolada. Eu apertei as mãos em punho e senti as unhas afiadas cortarem a palma da minha mão. A visão mais aguçada da meia transformação apareçendo. Eu estava perdendo o controle. Perdendo o controle sobre mim mesma.
Eu tentei me acalmar mais uma vez sem sucesso. Começou a ventar muito forte, nuvens cubriram a lua. Eu realmente estava perdendo o controle e isso é horrivel. Não de novo.
--Pare de lutar, deixe vir, não suprima. Controle. Você não é dele. Ele e seu.-- Disse a Líder.
-- Eu não consigo, por favor! Me ajude!-- Eu pedi dessesperada. As pessoas começaram a olhar em volta. Elas estvam assutadas. Isso não era normal para elas.
-- Não posso fazer nada. Isso tem que vir de você. Se você tem a capacidade de conte-lo você tem a capacidade de controla-lo. Acalme sua respiração de vagar e permaneça na meia transformação. E se não controlar sua raiva vamos atacar.-- Ela disse isso e do meio da multidão surgiram alguns lobisomens que saíram da roda para ficar um pouco mais a frente. Elas tinham a roupas mais firmes e escuras, com facas ou arcos nas mãos.
Eu respirei, ou me controlo ou morro. Tinha duas opções. Seria tão fácil deixar a raiva me consumir. Seria tão fácil.
Mas a vida nunca e fácil. Ou você aprende isso, ou você cai. E eu ja caí demais
Eu Respirei fundo. Senti cheiro de medo, curiosidade, compaixão. Eu começei a sentir todos os cheiros, estava me sufocando.
Mas eu olhei para o lado, e vi um garotinho de olhos verdes, ele estava assustado, estava na frente de sua mãe, como se com aquela idade pudesse proteje-la. Não, sua mãe não. Sua tutora. Ele não tinha pais. Lágrimas escorriam de seus rosto, mas ele se recusava a sair de seu lugar afrente da mulher. Eu me foquei so no garotinho, no seu cheiro de pavor, tristeza e determinação. Ele não estava com medo de mim, ele estava com medo de perder a única família que lhe restou e estava determinado a proteje-la. Foi nesse pensamento que me foquei. No garotinho de no máximo 9 anos, que pensava em protejer sua família. Ignorando o medo e a dor. A tristeza. Esquecendo tudo e so se focando em um pensamento. No de proteção.
--Pietro-- saiu da minha boca. Os ventos começaram a se acalmar. A lua voltou a brilhar. Todos olharam para o menino, que ficou vermelho.
--você sabe o nome dele?-- perguntou Morhina. Eu olhei nos olhos dele. Naqueles olhos verdes escuros.
--Seu nome não é Pietro?-- Eu perguntei. Ele me olhou nos olhos. Naquele momento eu vi sua alma.
--Ele não fa...-- mas ela foi cortada. Por uma linda voz de criança.
-- Sim.-- todos olharam incredulos para o menino. Como se ele tivesse dito que vai matar todo mundo e comer seus órgãos.--Meu nome e Pietro. Como você sabe? Eu nunca disse pra ninguém.-- Ele disse. Me olhava como se tentasse descobrir se eu era um espiã ou não.
-- Eu... Vi em você-- Eu não entendo como aconteu. O nome apenas apareceu na minha mente. Como um Flash, as letras estavam na minha cabeça.
Ele começou olhar em si mesmo, como a procurasse um lugar escrito. Eu sorri. Ele era tão inocente.
--Por que você nunca disse seu nome para ninguém?-- Eu perguntei. As poucas crianças de sua idade que eu conheçi falavam muito e mais rápido que locutor de futebol.
--Por que ele não "conseguia" falar.-- Respondeu a líder para mim.
-- Como assim?-- Ele era mudo? Não fazia sentido.
--Ele era mudo, suas cordas vocais não funcionavam. Ele nunca disse uma palavra. Os curanderos disseram que ele nunca falaria.-- Ela olhava diretamente nos meus olhos, tentando ver se eu me fazia de sonsa ou realmente não fazia ideia.-- Mas ele falou depois que você disse o nome dele não é mesmo?-- Ela sorriu.
Eu olhei para mim mesma. Era primeira vez que ficava na meia transformação controlando a raiva. Eu nao tenho boas lembranças dessa transformação.
--Ashley, Precisamos conversar a sós.-- Disse denovo Merida. Esse era o nome dela.
--Claro...Merida-- A única expressão que vi foi um arregalar de sutil que logo desapareceu. Dando lugar a um sorriso.
--Bom saber que consegue controlar eles-- Ela disse -- Será mais facil--
-- Não consigo-- Eu disse a verdade, eu não consigo controlar meus poderes. Eles praticamente me controlam.
--Abaixem isso rapazes não veem que não ha mais perigo a qui? Ela não vai nos atacar. Não é mesmo Ashley?-- Ela olhou pra mim, acho que esperava uma resposta, provavelmente um sim. Mas recebeu um nada.
Os guardas abaixaram a guarda, mas um em particular demorou mais, parecia decidir entre relaxar ou acertar a flecha em seu arco no meu olho.
Ele abaixou o arco. Decisão errada.
Assim que sua flecha se abaixou e seu músculos relaxaram eu rompi as cordas e me transformei completamente. A visão, o olfato, os reflexos e rapidez ainda mais aguçadas me permitiram presentir as flechas vindo, desvio de uma e outra, sempre os confundindo mais. Quando estava preste a sair e clareira e adentrar na floresta, uma adaga atinge minhas costelas. A dor no momento de adrenalina e quase irrevelante, mas sei que vou ter que cuidar desse ferimento mais tarde.
Olho para trás e vejo quem atirou. Era o guarda hesitante. Ele me direcionava um olhar frio e firme, e com um sorriso sarcástico meio de lado. Filho da mãe.
Estava quase voltando para ver se arrancava a cabeça daquele sujeito, quando vi o rosto de Pietro mais uma vez. As bochechas inchadas e vermelhas como seus olhos mostravam que ele tinha acabado de chorar, mas não impedia de ver a adimiraçao em seus olhos. Admiração voltada para mim. Seus olhos brilhavam de curiosidade e desejo, desejo de poder ser tão forte e ágil. Mal sabe ele que isso tem um preço.
Me virei e corri em direção a escola, amanheçeria em algumas horas e eu tinha que tomar um banho me limpar e limpar a ferida ainda com a adaga.
*****
Olho para o Relógio, São 6:45 a minha primeira aula do dia começa em alguns minutos. Eu não dormi ontem a noite. Cheguei em meu quarto e corri para o banheiro. A adrenalina tinha passado completamente, eu tinha perdido muito sangue e a dor que sentia nas costas cada vez que me mexia erra inacreditável.
Eu não tinha os materiais para fazer um curativo exepicional mas com o que tinha conseguia me virar, só que qualquer coisinha que batesse ia sair um rio de sangue.
Assim que terminei de limpar a bagunça eu olhei pela janela e vi que o sol ja tinha nascido. Hoje teria que ir pra escola como um zumbi.
Quando estava abrindo a porta ela foi escancarada e Morhina me olhava pelo outro lado.
-- Bom dia.-- Ela me comprimentou sorridente. Nem parece que seus amigos tentaram me matar a menos de 3 horas.
Eu abaixei o olhar e segui em frente.
Entrei na sala do laboratório onde seria a aula e biologia hoje. As mesas eram divididas em duplas. Procurei uma mesa onde eu poderia sentar sozinha. Ou pelo menos pensei que sim.
Nem 5 minutos sentada na mesa e aparece uma menina ruiva de olhos azuis, sua roupa era impecável; uma calça jeans clara uma sapatilha Branca, um sweter rosa choque. Deus lábios estavam pintados de um glos incrivelmente rosa e sua pele estava impecável, assim como seu cabelo e suas unhas. Ela usava um óculos e grau com a lente grossa mostrando o quanto necessitado ele era. O cheiro vindo dela era insurpotavel; tão doce que eu poderia morrer de diabete naquele instante.
Ao contrário do que pensei ela não me mandou sair, simplesmente se sentou ao meu lado e abriu o livro para dar uma folheada.
-- Meu nome e Helena prazer em conhece-la.-- Disse a garota. Ajeitou os oculos, colocou o cabelo atrás da orelha e olhou para mim estendendo a mão.
-- Ashley-- Disse estendendo a Mim também. Sua mão era macia o que era um contraste com as minhas ásperas.-- Você sempre passa tanto perfume? Nada contra mas juro que vou morrer sufocada-- Disse sorrindo mostrando ser brincadeira.
-- Desculpa está demais?-- Ela disse rindo, eu concordei com a cabeça.-- e que as aulas de biologia me deixam nervosa, e eu sempre exagero no perfume quando estou nervosa, e as vezes tambem falo muito coisa rápido de mais. Meus pais dizem que e por eu ser muito elétrica e ansiosa. Mas as pessoas não
Gostam muito, eu tento parar, mas a muito automático quando percebo...--
Eu olhava para ela com um sorriso, ela era legal, e estava tentando ser legal comigo, isso era bom. Eu acho.
-- Desculpa, eu fiz denovo.-- Ela disse e abaixou o olhar para sua carteira.
-- Você não precisa pedir desculpa por tudo. Apenas esqueça.-- Eu disse rindo.
Ela abriu um Grande sorriso. Grande mesmo.
-- Sabe, qual e das roupas? Cosplay da Barbie?-- Eu disse rindo.
-- Não é so que, eu exagero em tudo quando estou nervosa.-- Ela disse com as bochechas coradas, ela era fofa.
-- Pera ai então.-- Eu tirei minha jaqueta jeans e fiquei apenas com a minha regata Branca.
-- Tira o Sweter rosa e vista isso.-- Disse -- Assim não vai parecer tão estranho.
-- Ha obrigada-- Ela disse e tirou o Sweter, e estendeu pra mim
-- Oque? Não obrigada! Não me dou bem com casacos fechados, principalmente rosa choque.-- Ela deu de ombros e colocou em cima de seu colo.
Ela ficava bonita assim, com um ar mais descontraído.
*****
O sinal do final da última aula tinha acabado de bater, eu arrumei minhas coisas rapidamente e sai de sala.
O corredor estava um caos, todos animados para fazer o que tivesses que fazer o resto da tarde. Ninguém se importava se derrubava alguém ou não. Eles so queriam chegar em algum lugar, talvez lugar nenhum no meu caso.
Assim que dei dois passos para fora da sala, começou o empurra-empurra. Vários esbarroes, vários chingamentos.
Foi aí que senti minha cintura úmida, em um momento de distração para olhar o oque era fui derrubada no chão, mas ninguém ligou e acabei recebendo também um chutes nas costelas.
Depois de sentir uma dor angustiante me lembrei da ferida, que agora provavelmente estava aberta e sangrando mais do que nunca.
Minhas suposições estavam certas, olhei para baixo e o chão ao redor da minha cintura começa a ficar escarlate.
As pessoas agora paravam para olhar, mas nenhuma ajudava.
Depois disso começou o problema. Quando me machuco muito ou perco muito sangue não consigo controlar minha transformação. Os caninos faziam menção de sair, as garras cortavam as palmas da minha mão. A visão aumentava, os cheiros se intensificavam. Tudo era muito forte.
Eu me levantei rapidamente tentando ignorar a dor em meu tórax.
Saí correndo em direção ao meu quarto, precisava ir sair daquele mar de pessoas.
Eu não prestei atenção no caminho, me arrastei entre as paredes quase caindo para chegar ao quarto, mas consegui. Mal entrei e cai no chão. A última coisa que vi Foi pés grandes com botinas de treinamento.
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