História The Mysterious Killer - Conversas e Discussões

Ariana P.O.V

Justin veio até mim e analisou-me por inteira antes de respirar fundo. Parecia que estava pensando, pois um silêncio extremamente constrangedor tinha se instalado e Nathaniel continuava no chão, como que se ainda não tivesse forças para mexer algum músculo.

De repente, Bieber olhou para a porta onde a festa acontecia e caminhou até lá.

Arregalei os olhos e tentei correr até ele, mas travei por medo do que o mesmo pudesse fazer. Deu-me um branco na cabeça e não consegui raciocinar direito.

Depois de alguns segundos vejo Joseph e Justin conversando seriamente e quando olhei para eles, franzi o cenho estranhando o que estava a minha frente. Como assim? Olhei para onde eles agora olhavam e vi Nathaniel sentado no banco da varanda.

Joseph foi até seu filho e ambos conversaram por um tempo até meu ex olhar para mim, suspirar e assentir antes de se levantar e voltar para dentro. Meu chefe nos encarou antes dar batidas leves no ombro do Justin e me encarar.

- Está tudo bem com vocês? - perguntou fazendo-me franzir o cenho.

- Sim... - falei desconfiada.

- Não se preocupe, eu vou conversar com Nathaniel - assentimos juntos - aproveitem a festa - sorriu e também voltou para dentro deixando eu e Bieber a sós. 

Virei-me para ele, de braços cruzados enquanto Justin tinha um sorriso no rosto como que se tivesse vencido alguma coisa.

- O que foi? - arqueei uma sobrancelha, fazendo-o continuar - acha que eu não o conhecia?

- Eu tinha a absoluta certeza de que vocês não se conheciam pessoalmente - argumentei vendo-o rir sarcasticamente.

- Nós nos conhecemos há anos. Acho que se duvidar nos conhecemos no primeiro dia em que meu pai me internou no manicômio - disse simplesmente.

- Hum... Entendi... - de repente eu já não sabia mais o que dizer.

- Não sei como você conseguiu namorar por tanto tempo um cara como aquele idiota - comentou fazendo com que eu ficasse mais confusa.

Bieber gargalhou de minha confusão e negou com a cabeça.

- Como você sabia que eu namorei o Nathaniel?

- Ariana, a partir do momento em que eu havia decidido abrir mão de ficar com você, comecei a te vigiar todos os dias - arregalei levemente os olhos perante sua revelação.

- Nossa - sussurrei e depois de pensar no que aconteceu e no clima tenso que estava agora, resolvi terminar a noite, pois ela já tinha dado o que tinha que dar - então eu... - disse chamando a atenção dele - vou me despedir de todos e nós vamos embora. Ainda temos algo a mais para conversar - apontei para o seu carro preto, e ele assentiu.

Dirigi-me até a porta que levava ao salão principal e de imediato vi o aniversariante junto de Clara. Ambos pareciam dizer algo à Nathaniel, porém pararam de imediato quando Megan aproximou-se deles.

Acho que estavam falando sobre o que tinha acontecido a pouco, mas não quiseram continuar com a “namorada” do filho por perto. Se analisarmos direito, tanto Joseph como Clara estão sendo bons demais com Nathaniel.

Respirando fundo para encará-los uma última vez esta noite, dirigi-me até a família.

À medida que me aproximava, algumas pessoas me encaram, mas tentei não ligar.

- Com licença - disse envergonhada e todos os quatro me encararam - eu... v-vou indo, realmente estou cansada e tenho muitas coisas para fazer - disse, vendo o casal ao meu lado, não prestar muita atenção em mim. Nathaniel consegue manipular rapidamente as pessoas se comparar a animação que Megan estava antes. A partir do momento em que me viram, os dois viraram a cara um para o outro e isso meio que me aliviou, pois o clima pesaria ainda mais.

- Tudo bem querida, não tem problema. Nós entendemos como é - Clara se pronunciou - mas venha nos visitar mais vezes.

- É claro - sorri de canto querendo não mais ficar por muito tempo com todas as pessoas que passavam por nós, nos encarando.

Suspirando fundo, me despedi do aniversariante e sua esposa e me dirigi até a saída, mas estranhei por não ver Justin ali.

Tentei abrir a porta do seu carro e a mesma foi aberta facilmente. Olhei para dentro do automóvel e engasguei com minha própria saliva ao ver facas e estiletes cobertos de sangue no banco de trás. Meus olhos estavam perdidos diante da cena à minha frente. Eu não podia acreditar.

Justin tinha me dito que não machucaria ninguém.

- O que você está fazendo? - sua voz rouca despertou-me de súbito deixando-me assustada fazendo-me gritar e sentar no banco do motorista - porra, porque você está gritando? - exclamou com raiva.

- Porque seu carro está com todas essas facas com sangue? - alterei meu tom de voz.

- Para de gritar, Ariana - travou o maxilar e puxou-me para perto de si. Eu me apavorei por ver o quanto Justin parecia sério e bravo. Soltei-me de suas mãos me afastando.

- Você disse que não machucaria ninguém - virei meu rosto para não ter que encará-lo.

- Eu não machuquei - argumentou fazendo-me rir.

- Não tente mentir para mim.

Ouvi quando ele suspirou fundo para manter o controle.

- Vou te explicar tudo - acrescentou me encarando - mas agora eu vou te levar para casa - tentou se aproximar, mas me afastei de novo. Eu ainda estava magoada.

Dei a volta e entrei na porta do banco do passageiro.

Olhei para Justin que ainda estava parado me encarando e, vendo que eu o esperava, entrou no carro e logo deu partida.

O caminho até minha casa foi em puro silêncio. Nenhum de nós estava a fim de dizer alguma coisa.

Eu não entendo. Porque Justin fez isso? Ele tinha me prometido que não machucaria ninguém, mas o fez.

Respirei fundo e apoiei o braço na porta ao meu lado, olhando para a janela, o barrão que se passava à medida que o carro corria.

- Ariana nós temos que conversar - Bieber disse olhando para mim por um instante, porém logo voltando o seu olhar para frente - eu não matei ninguém só... Precisava me livrar de algumas coisas e uma delas eram essas facas e estiletes - olhei para ele um pouco surpresa, mas não deixei transparecer - então pense o que quiser, só não duvide de mim.

                                             (...)

- Eu estou exausta - disse me jogando na cama.

Minha mãe cruzou os braços. Sinal para que eu continuasse - a festa estava linda e tinha muitas pessoas. Eu até queria ter ficado mais tempo só que... Não deu - suspirei vendo Joan franzir o cenho.

- O que aconteceu?

- Justin apareceu bem no momento em que Nathaniel estava prestes a me beijar. Só que isso não é tudo. Ele tem namorada. Então a situação foi bem pior do que você possa imaginar - disse vendo minha mãe fazer cara de surpresa.

- Como o Justin reagiu? - Ela perguntou

- Melhor do que eu esperava - disse simplesmente - você sabia que ele e Joseph se conheciam?

- Sim - encarei-a um pouco surpresa.

- Hum...

- E você e o Justin? - perguntou fazendo-me suspirar.

- Nem me lembre disso.

- Vocês brigaram de novo? - exclamou indignada

- Parece que só discutimos.

- Mas, por quê?

- Eu achei facas e estiletes no banco de trás do carro dele, cheio de sangue.

- E você acha que ele matou mais alguma pessoa? - assenti - Ariana, você o deixou se explicar? - dessa vez neguei com a cabeça - filha, não pode discutir com alguém sem saber as razões dele - Joan respirou fundo e me encarou - amanhã você começa a trabalhar o que é bom, para ver se dispersa desses problemas. Mas uma hora ou outra você vai conversar direito com o Justin.

Ao terminar de dizer me encarou esperando uma resposta de minha parte.

Tudo bem, eu acho que fui meio injusta com ele. Porém Justin também tem que entender que eu vi aquela cena de um jeito em que qualquer pessoa enxergaria.

- Sim, mãe. Eu vou conversar com ele, mas não agora, nem amanhã. Deixa as coisas se acalmarem. Uma coisa que eu aprendi, é que não se deve resolver as coisas sem pensar. Vou dormir agora tudo bem?

Abraçamo-nos, desejando boa noite uma para outra e assim que apaguei a luz para dormir, a culpa me atingiu por ser estúpida e não ter deixado Justin se explicar. Ele que precisa do meu apoio para se tornar uma pessoa melhor, sem querer resolver seus problemas matando e eu me alterei com ele.

Pensando agora, eu percebi o quanto Bieber se controlou, porque vi o quando ele queria explodir comigo, mas não o fez.

Uma vontade de ligar para ele me fez pegar o celular, mas assim que eu digitei seu número, o nome Clarice apareceu na tela lembrando-me que ela estava vindo para cá.

 Atendi rapidamente para não chamar atenção de ninguém.

- Alô? Clarice?

- Oi Ariana, tudo bem? - perguntou um pouco mais animada que o normal.

- Sim, e aí? Você já está vindo?

- Eu já cheguei - disse simplesmente

- O que?

- Não se preocupe comigo. Não te liguei para não preocupá-la. Meu vôo saiu mais cedo e eu sabia que você faria uma bagunça para me buscar, porém você estava na festa de Joseph e eu não permitiria que saísse daquela festa

- Entendi - sorri frouxo.

- O que aconteceu? - indagou deixando-me confusa.

- Nada

- Toda vez que briga com alguém e se sente culpada por isso, você faz voz de quem acabou de acordar e neste momento sua voz está assim.

Ri do que Clarice disse. Minha melhor amiga me conhece mesmo. Após uma pequena discussão comigo mesma, perguntando-me se devia mesmo contar a ela, resolvi que sim e lhe disse o que aconteceu há algumas horas.

Para variar ela também me disse que agi antecipadamente e que deveria ter deixado Justin se explicar, causando-me o dobro de culpa. Porém ela também disse para eu não ousar ligar para ele, pois nossa situação poderia piorar.

Concordei com ela e, depois dessa conversa, falamos sobre mais algumas coisas até que resolvemos desligar, porque logo marcaria 00h:00min.

Após desligar o celular eu suspirei e encostei a cabeça no travesseiro, não percebendo quando, de repente, dormi.

                                             (...)

Acordei assustada com o barulho estridente do despertador de meu celular, quase o tacando pela parede de tanta raiva.

- Vamos lá Ariana - respirei fundo e levantei de minha cama. Como eu havia lavado o cabelo ontem, resolvi não lavá-lo novamente hoje, somente meu corpo para ficar de bom humor. Banho sempre melhora as coisas.

Hoje o dia estava um pouco mais frio que o normal, então coloquei uma blusa comprida, outra por cima de lã, calça jeans e salto alto.  Fui ao banheiro escovar os dentes, passar base e rímel, e por fim, batom.

Não comeria nada por que me atrasaria. Ainda tenho de assinar muitas coisas na secretaria da clínica. Então simplesmente peguei minha bolsa e dirigi-me até a cozinha vendo meus pais.

Eles ainda não deixaram que eu voltasse para minha casa, alegando que eu ainda não tinha condições de ficar sozinha em.

Eu acho fofo eles se preocuparem comigo, mas já estão começando a exagerar. Minha casa nem é tão longe.

- Oi filha - Edward disse sorrindo para mim, enquanto tomava seu café.

- Já vai sair Ariana? - minha mãe perguntou olhando-me de baixo para cima com o cenho franzido.

- Vou sim, e eu já estou atrasada - disse chamando a atenção de ambos.

- Mas ainda são 07h15min - meu pai completou.

- Eu terei que assinar muitas coisas por causa de minhas faltas esses dias e logo terei de consultar muitos pacientes - disse sorrindo, já cansada por pensar nisso tudo.

- Tudo bem então. Tchau filha - ambos disseram em uníssono fazendo-me rir. Beijei os dois na bochecha e saí rapidamente de casa, entrando em meu carro.

Estar de volta à Fresh Star me encheu de alegria, pois foi neste lugar que um dos meus mais cobiçados sonhos se tornou realidade. Ajudar pessoas que tem problemas familiares, sentimentais ou até alguns distúrbios me alegra, pois são todas doenças curáveis. E eu nunca peguei casos extremamente perigosos, o mais desafiador foi o do Justin e veja onde parei.

Depois de ter assinado muitos papeis e ir de um lado para outro da clínica, finalmente a seção de consultas começou.

Todos os meus pacientes eram pessoas de 15 a 30 anos que não tinham problemas em que se podia dizer que era um caso difícil de resolver. Eu sempre tinha uma solução e à medida que se passava as horas, mais certeza eu tinha que nasci para esse trabalho.

Depois de algumas horas uma secretária disse que eu já poderia ir embora, a comando do chefe, vulgo Joseph, e eu sorri agradecida.

Quando olhei as horas, vi que eram 17h00min e suspirei. Meu dia realmente acabou. Agora vou chegar em casa, ligar para Clarice e perguntar onde ela se hospedou para poder visitá-la e logo, começar minhas anotações de casos em que achava importante anotar alguns pontos.

Tirei meu jaleco, coloquei no cabide e quando me virei quase gritei por ver Justin me encarando, parado no meio de meu escritório.

- Deus, você sinceramente tem que parar de me dar sustos.

Ele riu e se aproximou olhando ao redor.

- Belo escritório.

- Obrigada - disse e vi quando ele sorriu.

- Como você soube que eu trabalho aqui? - arqueei a sobrancelha.

- Você já tinha me dito uma vez e... Eu guardei a informação - sorriu sacana, mas logo seu sorriso desmanchou - Ariana nós temos que conversar. Vim aqui justamente para isso, já que você parece não querer atender minhas ligações - sim é isso mesmo. Hoje Justin tinha me ligado dez vezes e não atendi nenhuma das ligações por querer me concentrar no trabalho e também por querer dar tempo ao tempo e eu poder esfriar a cabeça de toda a confusão de ontem.

Olhei o relógio novamente e suspirei. Tudo bem, eu posso fazer isso.

Sentei-me na minha cadeira e Justin na de pacientes me fazendo pensar o quão irônico isso soa.

- Eu vou começar de uma vez, porque já venho escondendo isso há algum tempo e eu preciso falar antes que exploda - arqueei uma sobrancelha, curiosa - eu estava com todas aquelas facas e estiles, pois queria me livrar delas e eu iria. Mas ontem, depois que eu te liguei fui andar pela rua e vi Robert conversando com uma mulher. Eu os segui e vi que ele tinha levado-a a um beco. Não sei o que exatamente ele fez com ela, mas tudo aquilo me fez lembrar o que aconteceu e eu queria me precaver. Coloquei tudo o que tinha no banco de trás do meu carro para lavar e ninguém pensar que eu era um assassino, porém esqueci de tirar do carro e... - parou por um momento - então você viu.

- Mas... Porque você precisa se precaver? - perguntei, ainda não entendo aquilo.

- Não posso te perder de novo Ariana. Eu te amo de mais para permitir isso. Então vou te proteger. Do próprio diabo se for preciso.