História The Nine Faces - The tenth face? The Oracle.

Elizer On

-Quem ou o que é você? – Perguntei rápido.

Essa garota, ela é quem fez tudo isso com a gente? O tempo todo era ela? Não entendo porque, mas ela me parece tão familiar, tenho certeza de que nunca à vi em toda a minha vida...

-Eu sou Lux, o Oráculo.

-Oráculo...?

-Porque fez isso com a gente? – Morgana perguntou.

-Eu faço o que deve ser feito...

-O que deve ser feito? Nós tínhamos que morrer então? É isso?! – Perguntei.

-Não, eu os protegi o tempo todo.

-Claro, não sei se percebeu, mas faltam dois de nós – Gabriel.

-E eu... Não estou bem – Astrid.

-Vocês vão ficar bem... – Ela se aproximou e tocou o rosto de Astrid, de repente uma luz se fez em suas mãos, fiquei realmente confuso.

-Você... – Astrid disse quando ela se afastou, ela balançou a cabeça rápido e se soltou de Pablo -... Eu me sinto ótima... O que você fez?

-Isso é só uma das coisas que eu posso fazer... – Ela olhou para mim e veio na minha direção -... Se braço.

-Eu não acho que... – Ela pegou meu braço, senti uma dor quase que insuportável que sessou no mesmo instante, ela fez a mesma coisa que havia feito com Astrid então me braço estava bem novamente, me surpreendi ainda mais.

-Você é algum tipo de bruxa ou algo assim? – Nami.

-Não sou uma bruxa, nem uma feiticeira.

-O que é você então? – Gabriel

-Eu sou o centro de tudo isso, o coração da casa – Ela se afastou de nós novamente.

-Coração? – Nos entre olhamos.

-Exato.

-Então você é como o último desafio? – Astrid.

-Talvez... Na verdade isso depende do seu ponto de vista.

Nós teríamos que fugir dela agora? Achar mais escadas? Ou descer e fugir de todos eles incluindo ela? Eu estou tão confuso... Ela disse que é o coração da casa, ela vai nos levar até a saída? Ou nós precisamos... Mata-la?

-Você vai nos levar há saída então? – Morgana.

-Não...

-Nós precisamos matar ela... – Disse baixo.

-Hum – Ela nos olhou – Isso não é necessário Elizer, talvez não seja agora ao menos.

Eu não estava entendendo, talvez ela só estivesse tentando manipular nossa mente, para pensarmos que ela é a boazinha e então nos matar, mas talvez não, isso me deixa confuso, não sei o que fazer.

-Foi você que deixou os bilhetes? – Kalia.

-Sim.

Então ela até que se importa com a gente, talvez ela queira nos matar sozinha, por isso fez tudo aquilo, talvez ela não tenha achado um jeito de tirar esses caras daqui ou talvez ela tenha criado esses monstros.

-Você que criou essas pessoas? – Gabriel.

-... Não vou responder sua pergunta pelo fato de tê-la achado um pouco estupida.

-Certo, ok, mas chega de conversa – Disse dando um passo à frente – Nós passamos por tudo isso, para sairmos daqui, você vai nos deixar ir?

-Claro, vocês estão completamente livres para ir – De repente ela começou a levitar, sua voz soou como duas novamente e seus olhos giraram para trás ficando com apenas a esclera a mostra, então uma porta se abriu no fundo da sala, onde não se dava para ver nada, apenas a porta mostrando o lado de fora, o que era realmente estranho já que havíamos subido muitos andares e podíamos ver a floresta.

-S-Sair... – Kalia correu em direção à porta mas antes que pudesse chegar muito longe segurei seu braço e a puxei -... Humpf!

-Não vai... Está tão escuro aqui, porque não podemos ver?

-Se estou dizendo que podem ir é porque vocês podem, não vão morrer ou se machucar, se não eu não teria curado vocês.

-...

-Elizer, me deixa ir – Kalia dizia tentando puxar seu braço.

-Você quer mesmo ir? Sem saber o que acontecendo com Lexi e Thierry?

-E-Eu... Tem razão – Eu a soltei, seus olhos lacrimejaram.

-O que você fez com eles? – Morgana perguntou.

-Eu não fiz nada... Vocês devem ir embora, estão pisando em um local que não deveriam nem saber da existência.

-...

-Vão, saibam que o tempo aqui não passa como o do mundo real, podem estar aqui a meses – Meses?!

-Como assim aqui não é o “mundo real”?

-Saiam daqui agora!

-Elizer... Desculpe – Pablo disse – Mas eu não quero me arriscar mais, tudo isso foi uma loucura e eu vou sair dela agora – Não respondi.

Ele caminhou até a saída, Astrid e Gabriel olharam para mim e fizeram o mesmo logo em seguida, Nami parecia pensativa, mas no final ela também saiu junto à Kalia e Morgana, eu não iria com eles, os vi chegarem até a porta e saírem da casa, então simplesmente sumiram, não entendi o que havia acontecido, eu não iria sair até Thierry e Lexi estarem salvos, não vou deixa-los morrer assim.

-Para onde eles...

-Eles estão bem, estão do lado de fora agora.

-...

-Você deve ir com eles, Elizer.

-Não.

-O que disse?

-Não! Eu não vou com eles, o que fez com Thierry e Lexi? Onde eles estão eu não vou sair daqui antes que...

-Você precisa ir e esquecer deles.

-Eu me recuso a fazer isso!

-Você é muito insistente.

-Nem que eu tenha de matar você.

-Não tente fazer isso ou tudo aqui desaparecera inclusive você.

-... O que eu preciso fazer para.

-Eu não tenho outra escolha à não ser fazer isso.

-Isso o que?

De repente uma luz iluminou todo o lugar, era uma iluminação de cor estranha, meio esverdeada, então eu olhei para os lados, Lexi e Thierry estavam ali, presos em um tipo de capsula eu acho, transparente e verde com fios azuis por dentro, estavam desacordados mas não acho que estavam mortos.

-O que? Lexi! – Fui em direção à ela e tentei quebrar o vidro – Thierry! – Fiz o mesmo com ele, sem sucesso.

-Isso é inútil.

-O QUE VOCÊ FEZ PORRA?!

-Nada...

-VOCÊ OS MATOU? VAI TRANSFORMA-LOS EM MONSTROS TAMBÉM?!

-Et reversus, quod factum est, quod omnia in praeteritum... futurum factum est nihil... – Ela começou a dizer.

-ME RESPONDA! – Eu tentei ir na direção dela, mas então, Plutão e Cupid apareceram ali, não sei ao certo como e seguraram meus braços – ME SOLTEM, O QUE ESTÃO FAZENDO?!

A porta havia sumido, eu tentava me soltar, sem sucesso algum, eles eram muito fortes, agora repetiam com ela, sempre ás mesmas palavras, o que estava acontecendo, de repente comecei a me sentir tonto, eu estava desmaiando, não posso desmaiar, eles vão me fazer o mesmo que fizer à Lexi e Thierry.

-Quod factum est...

Eu ouvia em eco cada vez mais distante, apaguei... Por um segundo, abri os olhos novamente, ofegante, assustado, me levantei, olhei para os lados e... Eu estava novamente no ônibus, suando frio, olhei para os lados, todos estavam ali, o motorista ainda não estava lá, Thierry, Lexi, Nami, Morgana, Gabriel, Astrid, Kalia e Pablo.

-Vocês – Olhei para Lexi e Thierry – Estão vivos... – Disse baixo para que apenas eu pudesse ouvir -... Todos! Saiam do ônibus agora! Ele vai bater e... Por favor me ouçam.

Eles se entre olharam e fizeram o que eu havia pedido, comemorei mentalmente, saí do ônibus também o motorista estava saindo do banheiro e indo até ele, quando já estávamos na plataforma da rodoviária, olhei para todos eles.

-Vocês, sabem quem eu sou...?

-Elizer...? – Morgana perguntou.

-Isso, isso, sou eu.

-Que estranho – Nami disse – Eu tive um sonho muito estranho, todos vocês estavam nele.

-Eu também... – Astrid -... Estávamos em uma...

-Casa – Completei – Abandonada.

-Cheia de monstros – Gabriel.

-E criaturas estranhas atrás de nós – Thierry.

-Lexi tinha... – Pablo.

-Morrido – Completei.

-Uma garota que dizia ser um oráculo – Kalia disse parecia se esforçar mais que os outros para lembrar.

-Bilhetes... – Lexi.

-Muitos quadros, você tinha quebrado seu braço – Morgana, toquei em meu braço quando ela disse aquilo.

-Sim, mas Lux havia curado ele...

-Isso não foi um sonho – Nami nos olhou.

-Definitivamente não foi.

-Que bizarro.

-Pelo menos, todos estão bem – Disse, abri os braços – Ah venham aqui.

Eles riram e vieram até mim, abraço em grupo, nunca pensei que fosse fazer isso meu Deus, quando nos soltamos, trocamos números de celular afinal não é todo dia que isso acontece, voltamos para casa e eu levei Lexi e Thierry para garantir que estavam bem mesmo eu acho, não sei, senti que devia fazer isso, depois de deixar Thierry, descobri que Lexi morava em um lugar extremamente afastado dos lugares movimentados da cidade em uma rua que não passava praticamente ninguém.

-Obrigada por me acompanhar Elizer – Ela sorriu para mim.

-É... Nos vemos por aí então.

-Sim, com certeza.

Antes de eu dar as costas para ir embora notei que algo não estava certo, o sorriso dela parecia estranho, talvez seja só algo da minha cabeça, mas posso jurar que vi um brilho completamente estranho passar por seus olhos, ela entrou em sua casa, então eu segui em direção à minha, que demoraria para eu chegar até ela aliás.

Que bizarro, não consigo me lembrar de tudo em mínimos detalhes, mas por algum motivo eu sinto que ainda tem muita coisa para acontecer... Olhei para trás, sentia como se alguém me observasse, não queria ser assaltado, de qualquer forma depois de tudo isso, nada mais me assusta.

Lux On

Elizer...