Pablo On
Porque eu tinha que escolher pegar o último ônibus? Qual é o meu problema, meu Deus! Agora estou preso em uma casa abandonada, com pessoas que nem conheço direito e com um cara estranho que disse que vai nos levar para o próximo andar, quantos andares tem nesse lugar?
-Como chegaram aqui? – Ele perguntou enquanto andávamos. Olhando de fora aquela casa não parecia ser tão grande e ter tantos corredores assim.
-Uma pessoa nos trouxe até aqui quando nosso motorista, bem eu não sei o que aconteceu ao certo, mas, quando olhei ele estava morto... – Elizer disse.
-Hum, entendo.
-Eu... Posso fazer uma pergunta? – Disse Lexi, ela não parecia muito confortável, na verdade ninguém estava no caso.
-Se acha que é certo, pergunte.
-Porque não podemos olhar nos seus olhos...? – Quando ela perguntou ele parou.
-Porque você perguntou isso menina? – Eu disse relativamente baixo para que apenas ela e quem estivesse muito próximo a nós pudesse ouvir.
-Pergunte de novo... – Ele disse e então não estava mais a nossa frente e sim a frente dela, me assustei e dei um passo atrás.
-E-eu...
-Pergunte.
-Porque...
-Diga.
-Porque não po-podemos olhar nos seus olhos...? – De repente a lanterna do celular de Elizer se apagou.
-Mas que...
E então uma iluminação talvez um pouco forte iluminou todo o andar por um breve momento e então tudo ficou escuro novamente, pude ver Lexi, ela o olhava nos olhos, parecia paralisada, alguns segundos depois disso eu o vi dar um sorriso extremamente perturbador, quando as luzes apagaram novamente, Kalia gritou.
-Para de gritar menina – Gabriel disse.
-D-Desculpa.
-Lexi? Elizer ajuda com a lanterna.
-Não dá meu celular desligou e não quer ligar mais.
-Agora nem iluminação a gente tem? – Astrid perguntou quando Nami ascendeu a lanterna de seu celular.
-Estou com pouca bateria – Ela mirou-a em mim e Lexi.
-Lexi? Você ‘tá bem? – Perguntei passando a mão diante de seus olhos, segurei seus ombros e a virei de frente para mim, ela parecia não ter pupilas suas íris estavam enormes, era agoniante de olhar – L-Lexi...?
-Ela ‘tá morta? – Thierry perguntou.
-Se ela estivesse morta não ia estar de pé né? – Astrid disse, quando Lexi caiu, a segurei -... É talvez esteja.
-Ela não está morta, está respirando.
-O que você fez com ela? – Elizer perguntou, ouvimos uma risada sarcástica ao longe.
-Ela me fez uma pergunta, eu apenas a respondi.
-O que você é? – Nami perguntou.
-Você pergunta como se eu fosse um animal, isso soa ofensivo, sabia? – Ele disse, podíamos ver que ele estava atrás dela.
-Nami, não, olhe para trás – Astrid disse pausadamente, Nami engoliu em seco.
-Você disse que nos levaria ao andar de cima, está nos fazendo perder tempo – Elizer disse com a cabeça baixa.
-Hum... – Ele o encarou -... Tem razão... Onde estão os meus modos não é mesmo?
Nos entre olhamos, ele continuou em frente, nós o seguimos, Nami deu seu celular para Elizer já que ele estava na frente, ele se provou o mais corajoso desde que saímos do ônibus, eu carregava Lexi que ainda estava desacordada, na verdade eu nem se quer sabia se ela iria acordar em algum momento, o que é esse cara?
-... – Ele parou de andar de repente, se virou de forma que ficasse de frente para nós, Elizer baixou a lanterna e seu rosto para que não acontecesse o mesmo que Lexi -... Só tenho permissão para traze-los até aqui, as escadas são pelo corredor a esquerda, vocês devem ir, agora.
-Porque não pode...
-Vão, ou não irão gostar que eu continue com vocês até lá – Ele mostrou um sorriso novamente extremamente perturbador, as luzes se ascenderam novamente, todos fechamos os olhos de imediato e então se apagaram novamente, ele não estava mais lá.
-Vamos logo, antes que ele venha atrás da gente – Elizer disse virando pelo corredor a esquerda, como ele havia dito.
-Você acha mesmo que devíamos confiar nele? – Morgana perguntou, tocando seu ombro.
-Eu não vou me arriscar em ir pela direita.
-Podemos nos dividir... – Astrid disse -... Quem encontrar a escada avisa os outros.
-Eu tenho uma vasta experiência com filmes de terror e se dividir nunca é uma opção muito agradável – Ele continuou.
-Hum...
-Se formos pela direita podemos acabar irritando ele também – Disse Nami.
-E se formos por aqui e estivermos caminhando para a nossa morte?
-Diga isso há Lexi – Disse, todos ficaram em silêncio.
-Só vamos ir por aqui e confiar no que ele disse – Quando Elizer disse isso pudemos ouvir a mesma risada de antes talvez um pouco mais distante dessa vez.
-Elizer...
-Vamos fazer o que eu disse.
-Certo...
Nós continuamos andando, realmente aquele corredor era muito extenso, todos estavam em silêncio o que deixava as coisas ainda mais assustadoras, eu odeio admitir que queria me dividir junto com Astrid, apesar de que nem sempre a direita é uma boa opção dependendo do ponto de vista, mas não podemos fazer nada. Demoraram longos minutos e nada de escada, eu realmente não queria mais estar ali naquele corredor, a casa ficava rangendo e ouvíamos coisas as vezes aquilo era realmente apavorante.
-Elizer, desiste cara, não tem nada, nós fomos trouxas e agora vamos sentar aqui e esperar a morte – Thierry disse parando de andar e colocando as mãos nos bolsos.
-Qual é o problema com você hein? – Elizer perguntou olhando para ele – Você nunca abre a boca pra falar e quando abre fala merda.
-Não tenho culpa se devo ser o mais inteligente aqui.
-Quem está segurando uma lanterna e foi na frente de todos até agora? Desculpe mas eu não acho que tenha sido você.
-Claro, como se, se jogar na cara da morte fosse uma coisa super inteligente.
-Você ‘tá começando a me irritar.
-Estou morrendo de medo, afinal nem estou em uma casa abandonada com pessoas estúpidas que eu nunca vi na minha vida toda.
-Seu...
-Gente, olha – Nami disse – Vamos continuar, ok? Só mais um pouco, se realmente não ‘tiver uma escadaria aqui a gente volta e vai pelo outro lado, é simples, todo mundo erra né?
-...’Tá bom. – Thierry disse, respirou fundo.
-Andem vamos logo – Elizer disse.
Nós continuamos andando, por mais um longo tempo, quando até mesmo eu estava pensando em desistir, nós chegamos a uma escada, novamente a risada de Cupid soou pelo corredor.
-Eu disse, não é? – Elizer olhou com o canto dos olhos para Thierry, que revirou os olhos – Vamos subir.
-Espera – Nami disse – Tem um papel aqui – Ela se aproximou de uma caixinha de música que estava sobre um tipo de cômoda que estava ali, ela tentou puxar mas não saia, então a caixinha se abriu revelando uma bailarina suja de poeira com uma música que no momento era perturbadora, Nami se assustou e deu um passo atrás, o papel havia caído, ela se abaixou e o pegou – Diz “Se estão bem agora, subam as escadas, assim que terminarem de ler Cupid vai estar livre para fazer o que bem entender com vocês, fiquem de olho nos chifres entre as rosas se eles mudarem de cor vocês devem ser rápidos.” – Ela nos olhou, a risada soou novamente, mais perto.
-Rápido, subam! – Elizer disse – Talvez não precisemos nos preocupar com ele no andar seguinte.
Subimos correndo e continuamos assim por um tempo já no andar de cima, até a lanterna apagar, a bateria de Nami estava muito fraca a de todos estava, Thierry não se pronunciou sobre isso, tentamos andar ainda sim sem iluminação, até vermos uma luz ao longe vindo do fundo do corredor, era uma vela.
-Nós devíamos correr? – Astrid perguntou baixo.
-Não sei...
Quando se aproximou um pouco mais pudemos ver uma mulher de cabelos negros e longos, ela tinha em sua cabeça uma coroa de rosas vermelhas e pretas, seus olhos eram de um azul quase hipnotizante, ela vestia apenas a parte de baixo de algo que se assemelhava a uma lingerie, seus cabelos cobriam seus seios, era alta, parou a nossa frente.
-Eu sou Cybela e os guiarei até o próximo andar.
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