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História The Pagossi Fanfic - Oito


Escrita por: pagossifanfic

Notas do Autor


O nome e a tradução das músicas mencionadas estão nas notas finais. Boa leitura!
;)

Capítulo 8 - Oito


Era sexta-feira à noite.

Quando o celular dela apitou com uma mensagem dele, ela sorriu antes mesmo de ler. Não imaginava o que poderia ser, já que tinham acabado de se despedir. E era por essas e outras que ela gostava tanto dele. Pelos detalhes, pela doçura e o cuidado, por tudo que fazia ele ser ele.

Marco: Que tal sair comigo amanhã?

O que ela ainda não sabia era que ele tinha decidido tentar ao menos ver no que poderia dar eles dois. Sabia que ela tinha terminado um namoro há duas semanas, e como não fazia ideia do começo e do fim daquela história, iria devagar com a história deles dois. Achou que aquele seria um bom começo.

Pao​lla: Sua namorada te deixa jantar sozinho assim com as amigas?

Ele riu com a resposta. Deveria ter imaginado que viria algo assim. Ela tinha passado os primeiros dias da semana com o comportamento um pouco diferente e ele suspeitou que talvez, quem sabe, ela estivesse com ciúmes da história que saiu no site de fofocas, por isso ele decidiu não desmentir por enquanto. Ela estava levando aquilo tudo tão a sério que chegava a ser engraçado e ele admitia que estava fazendo bem para sua autoestima vê-la afetada, mesmo que um pouquinho, pela possibilidade dele ter uma namorada.

Marco: Você deixaria?

Paolla: Não

M: Não confia em mim?

P: Onde vai ser o jantar?

Ela resolveu mudar de assunto. Que tipo de conversa era aquela?

M: Segredo

P: E como eu vou poder chegar lá?

M: Comigo

P: ??

M: Eu te levo

P: Vai vir me buscar?

M: Posso?

Ela estranhou o convite, sendo que da última vez ele não quis nem leva-la até a porta por causa de possíveis paparazzi, com fotos e fofoca no dia seguinte. Fez uma nota mental de perguntar a ele o motivo da mudança de repente.

P: Pode

M: 19h

P: Ok.

 

(...)

 

Ela não sabia exatamente que roupa usar, coisa difícil de acontecer. Ela não entendia o porquê de parecer uma adolescente, às vezes, quando o assunto era ele. Tinha mandado uma mensagem mais cedo, perguntando pelo menos com que tipo de roupa deveria ir. Ele explicou que tinha escolhido um lugar tranquilo para um bom papo e café. Ela sorriu, pensando que raramente alguém a convidava para uma coisa tão simples e despretensiosa. Ficou com uma calça jeans azul escuro e uma blusa soltinha branca. Se olhou no espelho uma última vez ao ver o celular vibrar com uma mensagem dele dizendo que já tinha chegado.

Ela o encontrou encostado no carro de braços cruzados e sentiu o coração bater um pouco mais rápido de ansiedade. Ele estava com uma calça preta e um suéter cinza, com uma camisa em tom escuro por baixo. Ele sorriu ao vê-la e foi logo abrindo os braços para recebe-la com um abraço apertado e um beijo no rosto. Ele abriu a porta do carro para ela, que ao entrar se viu imersa no cheiro dele.

- Com fome? – ele perguntou, enquanto ligava o carro.

- Um pouco – ela respondeu, e logo se lembrou de sua nota mental – Ei, dessa vez não tá preocupado com a mídia?

Ele fez cara de confuso.

- Da outra vez você disse que...

- Ah! Você tinha acabado de terminar um namoro, não queria que surgisse comentários. – ele explicou – Música? – ele apontou para o som.

Ela notou um pequeno pen drive conectado e tomou a liberdade de ligar o som do carro, curiosa para saber o que ele escutava.

Headlights

Highways

Your life

Collides with mine...*

Ele sorriu quando a música começou a tocar. Ela não conhecia a música, mas entendia a letra. Sorriu também, sem dizer uma palavra.

 

(...)

 

O lugar era simples, acolhedor, mas sem deixar de ser sofisticado, ela observou. As mesas em um tom de marrom tão escuro que poderia ser confundido com preto, as cadeiras e bancos seguiam o mesmo tom. Não tinha tantos lugares, mas o lugar era bem dividido. Tinha uma bancada com alguns bancos em volta, um espaço com TV, e ainda outro espaço com uma estante enorme lotada de livros, forrando as paredes ao redor.

- Gostou? – ele perguntou.

Ela estava encantada. Fez que sim com a cabeça, e eles seguiram para o lugar que ele já tinha reservado. Ficava em uma quarta parte, no andar de cima. Ela observou alguns casais conversando, mas tinha espaço suficiente para que estivessem afastados em suas conversas privadas. Se sentaram, e então de onde ela estava pode contemplar a vista incrível da cidade. Esticou o pescoço e puxou o celular do bolso da calça para tirar uma foto. Ela não teve a chance de ver se a foto ficou boa, porque ele puxou a mão dela.

- Esse lugar só tem uma regra: não pode usar o telefone. – ele disse.

- Quê? Sério?

- Não. Mas é meu pedido. Fica aqui, vive esse momento. Quando a gente sair, você lembra do que tem lá fora.

Ela não tinha resposta e não sabia explicar o descompasso que sentiu no coração. Ele fez um pedido tão simples, mas tão real, olhando no fundo dos olhos dela com toda a seriedade do mundo. A mão dele ainda segurava a mão dela, com o celular entre as duas.

 

(...)

 

- E quem você chamou pra essa festa sua, hein? – ele perguntou, bebendo um pouco do café.

Eles tinham escolhido uma pequena porção de torradas acompanhando café. Ele a avisou que o lugar oferecia outras coisas, e até mesmo jantar de verdade. Perguntou o que ela gostaria, mas ela tinha achado tão interessante e diferente que ele a tinha chamado para um café em vez do convencional jantar, que não conseguia pensar em opção melhor do que acompanha-lo.

- A que você vai levar sua namorada? – ela respondeu.

- Essa mesma.

Ele esboçou aquele sorriso que fazia com que as covinhas aparecessem e ficou olhando pra ela.

- O que?

- Só não entendo essa tua cisma...

- Cisma? Que cisma?

- Cisma! Com uma namorada que eu não tenho.

Ela parou com a xícara a meio caminho da boca.

Ele ergueu as sobrancelhas.

Ela apertou os olhos.

- Eu não acredito... – ela começou a dizer, devagar, assimilando a verdade e falhando em segurar o sorriso.

Ele riu.

- Pois é. Aquilo foi só um beijo de despedida em uma amiga do meu amigo. Não aconteceu nada, só tiraram a foto no momento propício. – ele explicou.

- E por que você não disse antes?

- Eu nunca disse que estava namorando, disse? Só não desmenti.

Ela meneou a cabeça. Ele continuava com aquele sorriso, e ela estava surpresa com sua dificuldade de desviar o olhar da boca dele. Bebeu um pouco do café, enquanto ele continuava a assistindo com interesse. Ela inclinou a cabeça levemente para um lado e tomou a liberdade de fazer mais perguntas.

- Mas... Já faz um tempinho que você tá solteiro, não é? Por que? Ninguém tem chamado sua atenção ultimamente ou...

Ele continuou olhando pra ela.

- Aposto que tem uma fila de mulheres atrás de você. – ela acrescentou.

Ele respirou fundo.

- Vou te responder isso de uma forma bem simples.

Ela esperou.

- Tem uma música que eu gosto muito. A letra é sobre esse cara que procura um amor que ele ainda não encontrou, que é diferente de todos os outros. Ele diz: “procuro um amor que seja bom pra mim, vou procurar, eu vou até o fim”**. Acho que é isso o que eu quero e vou continuar procurando.

Ela não sabia bem como responder. Não entendia o porquê daquilo a ter deixado contente e aliviada.

Ele a observava em silêncio, se perguntando por que não poderia ter respondido como uma pessoa normal. Agora eles não tinham mais assunto e ela com certeza deveria estar achando que ele é um careta.

Ela sentiu um arrepio com o vento frio da noite de junho e encolheu os ombros, se arrependendo de não ter levado um casaco.

- Sentindo frio? - ele perguntou, já tirando o suéter.

- ‎Não precisa... - ela foi dizendo.

- ‎Você prefere ficar com frio? - ele ergueu as sobrancelhas, estendendo o suéter para ela.

Ela aceitou com um sorriso, mais uma vez pensando nos pequenos detalhes que adorava sobre ele. Vestiu o suéter e notou que ele esboçava outra vez aquele sorriso que mostrava as covinhas e a desconsertava.

- Que foi? - perguntou.

- ‎Você. Continua linda.

A forma como ele olhava para ela, o cuidado que ele mostrava, a tranquilidade que exibia, o carinho na voz, aquela noite, aquela vista, o lugar que ele tinha escolhido tão bem... tudo aquilo junto a fazia querer levantar, caminhar até ele e beijá-lo até não ter mais fôlego, até que conseguisse fazê-lo sentir tudo aquilo que ela estava sentindo.

Mas ela apenas sorriu de volta.

 

(...)

 

Ela o fazia bem.

Ele a fazia sorrir por tudo.

Conversaram e trocaram sorrisos a noite toda e não queriam ir embora. Era difícil imaginar que houvesse outra realidade lá fora. Mas saíram eventualmente, antes que o dono do negócio precisasse pedir educadamente que se retirassem. No carro, enquanto ele dirigia, conversaram sobre o tempo, sobre como tinha passado tão rápido.

Ele estacionou na frente da casa dela.

Paolla não queria sair.

Marco não queria que ela fosse embora.

No som do carro tocava Los Hermanos baixinho.

Eu encontrei-a

E quis duvidar

Tanto clichê

Deve não ser...***

 Ele sorriu e se virou no assento para falar com ela.

- E aí, gostou?

Outra vez aquele sorriso, aquelas covinhas. Ele sabia que ela tinha gostado.

- E como eu não iria gostar? – ela perguntou de volta.

Ele sorriu outra vez, colocando a mão no rosto dela. Foi instantâneo, mas o gesto mudou o clima entre eles de tranquilidade e sorrisos para expectativa.

Ela olhou para a boca dele, se perguntando se ele iria beijá-la.

Ele notou a direção do olhar e também olhou para a boca dela, entreaberta. Ele se inclinou devagar, deixando apenas um pequeno espaço separando os lábios dos dois, caso ela quisesse se esquivar.

Ela não se moveu. Se permitiu fechar os olhos. Queria tanto aquele beijo...

E enfim ele a beijou, uma mão continuava no rosto dela, se movendo para a nuca, e a outra segurava sua cintura, tentando puxá-la para mais perto. Ele a beijava com vontade e sem pressa, despertando seus sentidos e tornando difícil que ela pensasse em qualquer outra coisa.

Mas o telefone dela vibrou em seu colo.

Ele pensou em jogar o telefone no banco de trás do carro, mas quando afastou os lábios alguns centímetros dos dela para pegar o aparelho, o nome da tela o fez se afastar ainda mais.

“Rogério”

Ele olhou para ela, incerto.

Ela ainda estava um pouco perdida com o beijo.

- Atende – ele disse, estranhando a rouquidão na própria voz baixa.

Ela fez que sim com a cabeça. Não sabia se atendia o celular ou se despedia de Marco.

- Eu... já vou. – ela disse, deu um beijo rápido na bochecha dele e saiu do carro, aturdida.

Ele viu que ela saiu ainda vestida com o suéter dele, mas não disse nada. Viu ela olhar para trás enquanto caminhava para casa com o telefone no ouvido e se deu conta de que continuava a assistindo. No carro, uma nova música já estava tocando.

You come to me

In the worst of places...**

Ele apertou no “avançar” várias vezes.

De onde vem a calma

Daquele cara...*

Ele suspirou e arrastou o carro. Não queria nem pensar nos motivos para o ex-namorado dela estar ligando.


Notas Finais


* Tradução:
"Faróis
Estradas
Sua vida
Colide com a minha..."
Música: Headlights - Dispatch

**Música mencionada: Segredos - Frejat

*** Música: Último Romance - Los Hermanos

**Tradução:
"Você vem pra mim
No pior dos lugares..."
Música: Everybody Knows - Ryan Adams

*Música: De Onde Vem a Calma - Los Hermanos


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