Eu estava deitado sobre a sombra de uma árvore, o vento que soprava em meu rosto me acalmava, tinha em mãos uma folha da árvore, verde, perdendo aos poucos sua vida, suspiro fechando os olhos, como sempre a temperatura estava alta, por voltas dos quarenta e poucos graus naquela tarde, mas por sorte aquela sombra estava fresca e gostosa.
–Senhor, seu pai solicita a sua presença... - Abri os olhos ao ver um dos nossos serviçais e suspirei.
–Sabe me dizer pelo menos o que ele deseja conversar? - Perguntei me sentando na grama, o serviçal nega.
–Nahīṁ, não senhor - Ele diz se curvando, confirmo e me levanto caminhando para dentro do palácio onde morava, minha família era dona de um grande poder na Índia, meu pai era dono de uma franquia de tecidos para o mundo todo, os melhores tecidos para roupas que muitos grã-finos usavam nos Estados Unidos vinha das empresas de meu pai.
Entrei no salão principal e me dirigi para o escritório dele, ao abrir a porta já o avistei sentado em sua cadeira de coro e atrás de sua mesa de madeira polida, ele levantou seus olhos para mim e sorriu calmo, como sempre.
–Meu filho, fico contente que veio falar com seu pai...entre e sente-se - Disse ele se levantando e caminhando em minha direção - Sei que não quer conversar sobre essas coisas, mas...Ravi, meu filho, precisamos conversas cedo ou tarde - Ele começa e eu já sei onde ele queria chegar, dou as costas.
–Já sei onde quer chegar, e já conversamos demais sobre esse assunto - Falei me dirigindo para a porta, meu pai veio até mim e segurou meus ombros.
–Meu filho, eu sei bem como se sente a respeito disso, mas você já está quase na idade de tomar o poder de nossas empresas, e também quase na idade de se casar com uma mulher, precisa conhecer uma boa mulher que se torne seu ponto forte nos negócios... - Ele dizia e eu já começava a me irritar.
–Um ponto forte para mim? Desde quando uma mulher se torna o ponto forte para alguém?! - Pergunto bastante irritado, meu pai suspira.
–Ravi, um bom homem, um verdadeiro homem, sabe reconhecer a importância de uma mulher para seus negócios, não só negócios, mas também em sua vida...eu entendo que esteja frustrado por conta do que aconteceu com sua mãe e eu..., mas meu filho, as mulheres não são todas iguais, e posso dizer que a maior parte do que acontecera é minha culpa... - Ele dizia olhando para um ponto fixo, fiz uma careta.
–Como pode dizer isso?! Aquela...mulher, ela traiu o senhor! Com seu melhor amigo! Como pode dizer que foi culpa sua?! - Exclamei dando alguns passos para longe dele, meu pai olhou para mim e sorriu.
–Naquele tempo eu não ligava para ter uma mulher, digamos que eu era como você meu filho, eu me importava apenas com a nossa companhia, deixava sua mãe de lado muitas vezes e quase nem falava com ela, para mim uma esposa naquela época era...apenas mais um enfeite dentro de casa, por isso digo que a maior parte do que acontecera fora minha culpa, ela precisava de alguém que a amava, ou que demonstrava que a amava...eu não fiz isso, por isso ela foi embora, não a odeie por isso, apesar de tudo, ela é sua mãe e ama você Ravi - Disse meu pai, eu passei as mãos pelo meu cabelo e me sentei em uma poltrona que havia em seu escritório.
–Se ela me amasse mesmo ela estaria aqui, e não com aquele maldito sei lá onde... - Falei de cabeça baixa, meu pai sorrindo terno coloca sua mão em meu ombro me fazendo olhar para ele.
–Filho, eu entendo seus sentimentos, mas tenha uma pouco de calma, e façamos um trato, conheça algumas das moças que escolherei, se você se interessar por alguma você pode até se envolver com ela, mas...dê uma chance a elas...por seu pai - Ele disse me olhando nos olhos, odiava aquilo, ele sempre conseguia me quebrar, bufei.
–Está bem, faça o que quiser..., mas eu só digo uma coisa...não espere muito de mim... - Murmuro saindo do escritório enquanto via o sorriso grande de meu pai logo atrás de mim, sorri, velhote.
[...]
Por muito tempo eu vivi trancado nesse palácio sem ter liberdade nenhuma para poder viajar por ai, conhecer mais os lugares de onde moro, e quando saia sempre havia guarda costas ao meu redor, por eu ser filho único dobrava a atenção para mim, e para me proteger, meu pai me forçava a levar pelo menos cinco guardas para a minha proteção, como se estudar tudo e quanto é artes marciais não me ajudasse a me proteger.
Mas naquele dia eu tinha que sair, esfriar minha cabeça, depois da conversa estressante com meu pai sobre um futuro casamento, eu decidi me distrair, fui imediatamente ao nosso estábulo, onde pedi para que arrumassem o meu cavalo, um Corcel negro que brilhava mais do que qualquer outra coisa, ele veio trotando ao longe, com sua pose imponente, poderoso e viril, sorri, amava aquele cavalo, tinha ele desde meus treze anos e jamais montaria em outro a não ser nele.
Assim que ele estava pronto para a montaria, não esperei mais nada, subi no lombo do Corcel e estalei as rédeas cavalgando em alta velocidade para fora do palácio, sentindo a adrenalina me consumir rapidamente, o sorriso logo banhou meu rosto, e eu gritei, junto comigo o Corcel relinchou como se concordasse com nossa fuga, como se ele também se sentisse livre naquele momento.
Aumentando nossa velocidade saímos cavalgando sobre os relevos das estradas por onde passávamos, as poucas pessoas que morava perto de nosso palácio olhava para nós surpresos, morávamos em cima de uma montanha, longe da cidade grande da Índia, por tanto o uso de cavalos era maior do que carros, adentrei na floresta próxima e cortei sobre a estreita estrada de chão.
–Yah! - Exclamo fazendo meu cavalo correr mais e mais, subimos um pequeno morro e encontramos um desfiladeiro, corremos por entre ele, subindo ainda mais a montanha por uma estreita rua ao lado de um buraco da morte, como eu chamava, era uma estrada grudada na montanha, onde do outro lado tinha o desfiladeiro enorme, entramos por um buraco na montanha, como uma caverna e seguimos em frente, saindo do outro lado minutos depois.
Me surpreendi com o que vi, uma cachoeira maravilhosa ocupava toda uma parede de pedras, abaixo um rio cristalino e puro, onde se podia ver peixes pequenos e outros animais nadando no fundo do rio, desci do cavalo e o amarrei a uma árvore próxima a entrada do lugar, era um lugar mágico, incrível e surreal, dentro da montanha tinha um paraíso escondido, caminhei sobre um gramado baixo, olhando a minha volta, tinha árvores ricas de frutos e flores, animais como esquilos e pequenos roedores que eu não fazia ideia que existia aqui na Índia, sorri pasmo, aquilo era de outro mundo!
Mas meus olhos logo avistam um Corcel branco e incrivelmente bem tratado, ele tinha uma pose brilhante, aparentemente como o meu, mas de um modo mais...feminino, eu acho, passei a mão em seu pescoço e ela, o Corcel fêmea, isso ficou estranho, mas enfim, baixou sua cabeça e me cheirou, sorri.
–Como você é bonita...está sozinha aqui? - Pergunto olhando para a égua, ela, como se me respondesse, meche a cabeça rapidamente como se estivesse espantando algum mosquitinho, sorri - Onde está seu dono então? - Pergunto novamente, foi quando escuto um barulho vindo da água, olhei para lá e me surpreendi novamente naquele dia, vejo uma mulher baixa, com cabelos rosados claros, olhos avermelhados ou alaranjados, não sabia dizer ao certo, saia da água completamente nua, arregalei os olhos, era linda, ela me olhou por um tempo e em seguida ficou me encarando surpresa assim como eu, até que...
–KYAAAAAAAA! HENTAI!!!! - Grita ela do nada, me assustando, ela taca uma pedra no tamanho médio em minha cabeça, ela tinha uma boa mira, recebo em cheio a pedrada caindo para trás atordoado, o que diabos acabou de acontecer?!
Muitos usuários deixam de postar por falta de comentários, estimule o trabalho deles, deixando um comentário.
Para comentar e incentivar o autor, Cadastre-se ou Acesse sua Conta.