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História The Rotten Joke - Xeque-mate


Escrita por: sralgersea

Capítulo 4 - Xeque-mate


Fanfic / Fanfiction The Rotten Joke - Xeque-mate

A região onde se localizava o Asilo Arkham, era isolada e portanto, pouco movimentada, o único estabelecimento do local era uma cafeteria, que no momento estava silenciosa e praticamente vazia, só havia uma pessoa lá, uma mulher loira sentada próxima a janela, essa mulher era Harleen Quinzel, psiquiatra de Arkham.

Enquanto tomava seu café, a moça decidira ler a ficha de seu novo paciente, do qual ela ainda não tinha nem tocado na ficha desde sua primeira consulta com ele, o que acontecera há duas semanas atrás. A ficha de Coringa era muito incompleta comparada a dos outros pacientes da Dra. Quinzel, não havia nome, idade, data de nascimento. Tudo o que a ficha informava sobre o psicopata, eram os apelidos pelos quais era conhecido, as vezes em que fora preso, e as poucas coisas das quais os antigos psiquiatras conseguiram diagnosticar sobre o mesmo. Além das vagas informações havia também uma foto tirada da última vez em que o morcego o pegou, um dia antes de conhecer Harleen.

 
A doutora se permitia admitir para ela mesma que o achava muito bonito, nem mesmo a falta de sobrancelhas e os dentes metálicos o deixavam menos atraentes aos olhos da loira, ainda mais naquela foto em que ele se encontrava tão elegante, com um belo terno que no momento estava amarrotado, os cabelos verdes perfeitamente penteados para trás, até seu rosto recém espancado estava lindo, Harleen sentia vontade de beijar sua boca mesmo estando suja de sangue.

As vezes se sentia mal por ter tanto desejo por um homem como ele, mas o que ela poderia fazer? Ele era tão bonito, tão gentil, sempre a surpreendia com palavras docês e elogios, tudo isso a fazia suspirar, e além disso, não tinha culpa pelo que havia se tornado. Para Harleen, as histórias que ele havia a contado sobre sua infância e adolescência era a grande resposta para o que ele era hoje, em especial, a que ele havia contado na última consulta.

  Era a sétima seção de Harleen com Joker, como nas consultas anteriores, eles estavam se dando bem. Bem até demais.

- Então suas piadas são seu meio de conseguir atenção? De deixar as coisas ainda mais assustadoras? Mexer com o psicólogico - Harleen pergunta enquanto está com o rosto apoiado nas mãos.

- Basicamente isso, docinho. Muitas vezes só pegar uma arma e atirar não tem muita graça. Meu psicológico está ferrado de acordo com o povinho medíocre dessa cidade, então, quero ferrar com o deles também. - Joker responde naturalmente, como se as coisas que ele fazia não fosse nada demais.

- Mr. J, ainda não consigo compreender o motivo de tais atos, não consigo entender o porque de tanto prazer em ferrar com os outros. Poderia me explicar? Se se sentir a vontade é claro.

- Nunca tive uma vida fácil, Doc. Meu pai era um maldito alcoólatra, não prestava pra nada, minha mãe era uma trouxa, deixava ele fazer o que quiser, deixava ele ferrar com a vida dela e com a minha. Ela trabalhava em dois empregos e ainda tinha que cuidar da casa, ele era um vagabundo, todo dinheiro que minha mãe ganhava ele gastava com prostitutas e bebidas. E eu? Eu tinha que estudar nas piores escolas, usar os trapos que achava no lixo, comer as sobras dos meus pais, isso me levou a viver um inferno na escola também, afinal, eu era o garoto magrelo que usava roupas rasgadas - Dra. Quinzel ouvia tudo atentamente, com os olhos cheios de lágrimas, sentindo seu coração se apertar ao imaginar a vida de merda que seu palhacinho teve - Eles me odiavam, os caras mais velhos enfiavam minha cabeça no vaso sanitário, me batiam, me insultavam. Tudo o que eu queria era chegar em casa e receber carinho e apoio dos meus pais, mas não, tudo o que eu ganhava eram mais tapas e xingamentos do meu pai, e a minha mãe não mexia um músculo, a não ser para limpar o meu sangue do chão. E continuou assim por um bom tempo, até que um dia meu pai chegou em casa extremamente tarde, minha mãe decidiu finalmente reagir e deixar de ser trouxa, assim que aquele bêbado nojento passou pela porta, ela começou a ataca-lo com ameaças e xingamentos, quando disse que iria o expulsar de casa e tirar tudo dele, o homem ficou louco e começou a agredir sua mulher como nunca havia feito antes, enquanto o pequeno menino assistia tudo calado, escondido em um canto da sala. Então o bêbado, possuído pela raiva, vai até a cozinha onde pega uma faca e se aproxima novamente da mulher caida ao chão, ele levanta a faca e em seguida rasga o corpo da minha mãe, depois que acaba, ele limpa as mãos e guarda a faca até que ele me encontra, ele me encontra e me espanca até eu apagar. Quando acordo, pego as bebidas de meu pai e jogo em cima do mesmo, que está dormindo na sala, pego um fósforo e jogo nele, saindo correndo da casa em seguida. Do lado de fora, eu observo a casa em chamas até a alguém chegar e eu me fazer de vítima.

- Oh, Mr. J - Harleen não consegue mais segurar as lágrimas e se levanta da cadeira indo até Coringa, o abraçando fortemente enquanto o mesmo estava preso na camisa de força - eu sinto muitíssimo, nada disso foi sua culpa. Eu te entendo, você só faz o mal porque é a única coisa que conhece - a doutora continua chorando enquanto esconde seu rosto no pescoço do palhaço que mantinha o rosto inexpressivo.

- Não chore, amor. Já passou, eu estou bem agora, gostaria muito de corresponder seu abraço mas não estou em condições - diz Joker, se referindo a camisa de força, fazendo Harleen dar uma risada e se afastar do mesmo - Dra. Quinzel, adoro o seu sorriso, você fica ainda mais linda que o normal - as palavras do palhaço fizeram a jovem doutora sorrir novamente e o olhar nos olhos logo em seguida, o olhar da moça desce para os lábios do homem a sua frente, vermelhos como sangue, eles chamavam pela doutora, hipnotizada, ela aproxima seus rostos com a intenção de juntar seus lábios, seus olhos se fecham e ela já pode sentir de leve o toque boca vermelha do outro, até que um forte barulho de alguém batendo na porta é ouvido junto a uma voz grossa.

- Dra. Quinzel, já se passaram 5 minutos desde o fim da consulta - gritou o segurança para que a doutora pudesse ouvir, a mesma se afastou rapidamente de seu paciente que se encontrava com um sorisso malicioso no rosto.

- Já estou indo - gritou Harleen, agora com o rosto corado pela excitação que estava sentindo por estar tão próxima de beijar o palhaço. Ela se levantou, pegou seus pertences e se aproximou da porta - até amanhã, Sr. C

Então a doutora se retirou da sala, enquanto caminhava em direção a sala em que aconteceria sua próxima consulta, ela pode ouvir a alta risada de seu paciente preferido e sorriu ao se lembrar do que acontecerá a minutos atrás.

  Assim que acaba de ler a ficha de Joker, Harleen termina seu café e guarda a ficha na bolsa, se levantando e voltando para o asilo. Ao chegar em frente de seu destino, ela vê diversas viaturas da polícia, assim como polícias agitados perambulando de um lado para o outro, porém decide ignorar e passa pelos portões velhos seguindo para a entrada de Arkham, mal coloca um pé dentro da enorme construção e já é abordada pela nova recepcionista que vem correndo em sua direção, desesperada.

- Dra. Quinzel? - pergunta a menina desesperada, a doutora responde com um simples "sim" - Eu estava louca atrás de você. Charada, acaba de fugir, Jeremiah está muito preocupado.

- Fugiu? Oh Deus! Vou até a sala do diretor ver no que posso ser útil - Harleen percebe a cara de desgosto da nova recepcionista. É claro que ela estava tendo um caso com Sr. Arkham, uma garota tão despreparada, e ainda o chamou de Jeremiah. A doutora reprime uma risada e pensa "preciso me lembrar de contar isso para o Mr. J" - Você gostaria de me acompanhar? - a garota abre um enorme sorriso com a proposta da psiquiatra e concorda na hora, a seguindo até a sala do diretor. Ao chegar na porta, Harleen pede permissão aos seguranças para entrar e adentra a sala junto a jovem menina, encontrando Sr. Arkham procurando algo nas gavetas.

- Com licença, senhor. Fiquei sabendo da fuga de Charada, vim para ajudar - a loira diz e observa desconfortável a troca de olhares entre o diretor e a recepcionista.

- Oh. Claro, senhorita Quinzel, creio que não tem muito que possa ser feito no momento, só vou precisar que entregue  um relatório de suas consultas com o paciente - responde o doutor, agora olhando para Harleen - me entregue assim que conseguir.

A Dra. Quinzel assente e vai até a porta, quando vê que a garota não está a seguindo, se vira e a vê parada em frente ao diretor, decide não falar nada e sai da sala, em seguida ouve o barulho de objetos caindo ao chão e corpos batendo em móveis.

"Parece que as coisas vão começar a esquentar, não seria ótimo se fosse você e o Mr. J" diz uma voz aguda e infantil na mente de Harleen, a mesma balança a cabeça e segue seu caminho.

(...)

- E então o homem diz: "Mas doutor, eu sou o palhaço" - Coringa termina sua piada e a Dra. Quinzel solta uma alta gargalhada, não se importando se os seguranças ouvissem - Sabe Harley, sua risada é fascinante, adoro te fazer rir.

- Sabe o que me fascina em você, Mr. J? Seu senso de humor, você nunca perde o humor, consegue fazer piada com tudo.

- Esss sou eu, Doc. Um piadista do caos. BAM. - Joker berra a última palavra, Harleen não entende o motivo mas mesmo assim ri.

- Eu gostaria de te fazer mais uma pergunta.

- O que quiser, tortinha de abóbora. - as palavras do palhaço fizeram a doutora suspirar, ela adorava quando ele a chamava por apelidos carinhosos.

- Bem, sei que você gosta de piadas e jogos, mas como vê a vida? Você a vê como uma piada? Como algo passageiro? Tem medo de quando ela acabar? 

- Eu vejo a vida como um jogo de xadrez, cada mexida em cada peça vai definir seu destino e se você jogar a peça errada no lugar errado, você perde. Se fizer tudo bem pensado e da maneira correta, de acordo com o que você acha que é correto, xeque-mate, você vence.

- Uau, uma definição simples, direta e forte. Acha que eu estou jogando certo ao estar aqui com você? - Harleen pergunta e Joker abre seu sorriso.

- Isso só o futuro irá te dizer, mas eu tenho certeza que estou jogando certo ao te manter aqui. Você não faz ideia do quanto eu quero te tocar, Harley - diz Coringa com a boca entre aberta olhando fixamente para a doutora.

Hipnotizada novamente pela conversa, pelos olhos azuis e pelos lábios vermelhos do paciente. Dra. Quinzel se levanta e vai de encontro ao homem de cabelos verdes preso na camisa de força, ela se agacha em sua frente e leva suas mãos ao rosto do mesmo, passando os dedos pela tatuagem na testa, pela falta de sobrancelhas, e enfim passa os dedos delicadamente pelos lábios do assassino.

- Você não é danificado, Mr. J - Harleen diz se referindo a tatuagem na testa do palhaço, enquanto alternava seu olhar de seus olhos azuis para os lábios do mesmo - você é o homem mais lindo que eu já vi.

E nesse momento, sem nada nem ninguém para impedir, a doutora vai aproximando lentamente seus lábios dos do paciente, quando ele finalmente se juntam, ela sente vontade de pular de felicidade, Harleen passa as mãos pelo cabelo de Joker, os aproximando mais, ele pede passagem com a língua e a mesma cede, iniciando assim, um beijo intenso e feroz, fazendo o coração da doutora quase sair pela boca. Após incontáveis minutos, Harleen se afasta por falta de ar e encosta as testas de ambos, respirando fundo. Ela abre os olhos e encontra a imensidão azul do outro, que agora abria um sorriso e em seguida passava a língua pelos lábios.

- Xeque-mate - sussura Joker, antes de atacar novamente os lábios da doutora.
















 


Notas Finais


Só um pequeno aviso, aquela história que o Coringa contou para a Harleen provavelmente não é verdadeira, ele já havia contado outras histórias diferentes para seus antigos psiquiatras mas a verdadeira é uma incógnita.

Até o próximo.

Moana 🌊


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