NARRAÇÃO DA AUTORA:
Alison acordou meio que asfixiada, e numa tentativa de recuperar o ar, ela inspirou fundo pra obrigar o mesmo a passar pela sua dolorida garganta, até chegar aos seus pulmões, e somente alguns segudos depois é que a jovem percebeu que era o calor do corpo da Emily que a estava sufocando, pois ela a envolveu em seus braços, e a tinha apertado bem forte, como se quisesse protegê-la de todo mal que existe no Mundo..
Meio desorietada ela olhou em volta e percebeu que apesar do imenso frio que estava fazendo, a morena a manteve quente e acolhida, no entanto, quando ela tentou se virar pra consultar o relógio de parede, uma forte dor a fez soltar um gemido desesperado, e antes que a mesma pudesse se queixar novamente, ela vê a Emily a encarando com uma expressão preocupada:
- Alison, você tá bem? - ela perguntou preocupada, ao mesmo tempo que puxava o cobertor pra tapar o seu corpo ainda desnudo.
As duas ficaram se olhando...
Emily podia ver dor nos olhos da loirinha...
Alison via preocupação e arrependimento no olhar da morena...
A empresária saiu da cama de imediato, deixando a Alison desesperada por não ter forças pra suplicar pra que a mesma não a abandonasse ali, mas a sua voz estava totalmente fraca e inaudível, e a sua garganta ardia de tal forma, que o único som que ela conseguiu produzir, foi mais uma queixa em jeito de um gemido doloroso.
Por sorte o seu desespero durou apenas alguns segundos, pois logo a morena voltou trazendo um copo com água na mão, e depois de sentar ao seu lado, estendeu três comprimidos da mesma cor na sua direção:
- Analgésicos - indicou num tom de voz rouco e cansado.
Alison assentiu em jeito de agradecimento, enquanto tentava se colocar numa posição mais confortável, mas ela ainda estava demasiado machucada, e foi isso que a morena logo tratou de se colocar por trás dela, apoiando-a com um braço pra que ela pudesse ficar um pouco mais na vertical.
Ainda assim, uma dor muito forte impedia a loirinha de pegar no copo, e assim que a Emily se apercebeu da sua dificuldade, colocou os comprimidos na sua boca e lhe deu a água, comportando-se como uma enfermeira cuidadosa e gentil.
Alison tomou o líquido avidamente, sentindo-se aliviada assim que sentiu a frescura daquela água descendo pela sua garganta, e foi por esse motivo que em poucos segundos ela secou o copo, deixando a morena surpreendida.
- Você quer mais? - ela perguntou obtendo uma resposta positiva, porém, assim que a mesma se levantou e foi até ao banheiro, a jovem Dilaurentis tomou um choque...
ALISON POV ON:
Uma enorme marca de sangue que está manchando o peito da Emily, me deixa completamente aterrorizada...
Será possivel que eu a tenha machucado a esse ponto?
- O que foi isso? - pergunto num tom de voz débil.
- Sinto muito ter que dizer isto: mas esse sangue não me pertence! - ela responde logo depois de acercar o copo aos meus lábios novamente.
Eu acabo por me engasgar involuntariamente, enquanto tento entender as suas palavras, que finalmente estão dando algum sentido á sua expressão preocupada e triste...
Usando a mão que ainda está funcionando, eu levanto o cobertor e vejo uma mancha de sangue decorando a cama...
Uma mancha que mais parece um rio...
Eu engulo em seco, volto a colocar o cobertor no seu lugar, e olho pra Emily que está séria, e até meio chateada.
Sei que preciso dizer algo pra ela tirar da cabeça que tudo aquilo é apenas sua responsabilidade, porque não é, pelo menos totalmente..
- Rápido e duro hein? - alego ao mesmo tempo que ofereço um meio sorriso.
- Eu tentei te avisar tantas vezes - Emily responde entristecida.
Eu fico em silêncio, e me limito a olhá-la, enquanto ela se acomoda ao meu lado e me encara com uma expressão dura e impenetrável:
- Se você quiser eu vou embora! - ela diz com a voz meio estrangulada.
- Não por favor! - eu suplico mais uma vez, por saber que não serei capaz de suportar a dor e a solidão em conjunto.
Emily beija a minha testa com carinho, suspira fraco, e depois de passar alguns minutos em silêncio, ela pergunta:
- Tá doendo muito ainda?
- Bastante! - admito por não querer mentir pra ela.
E ainda menos depois de tudo que vivemos...
- Eu só não tou conseguindo entender porque me dói tanto o ombro, a ponto de não conseguir mexer o meu braço...
- Bom... isso também é culpa minha.. ou melhor, das minhas mordidas - ela responde e logo em seguida aponta pra um enorme machucado, causado por uma mordida que ela aplicou em mim quando estava gozando.
Eu passo a mão pelo local, e não consigo evitar de soltar um grito por conta da imensa dor que senti...
- Desculpa... não consegui me controlar - ela diz depois de me dar um espelho pequeno, que estava dentro da gaveta da mesinha de cabeceira.
Ao olhar pro meu reflexo, eu percebo que o meu pescoço e os meus ombros estão cheios de marcas roxas, e aquela que mais me dói certamente deve ter sangrado, pois ainda está bem vermelha, enquanto que as outras parecem já ter cicatrizado.
Em meio a um sorriso, eu decido que o melhor é repousar o braço e parar de forçá-lo até que eu me sinta totalmente recuperada, pois infelizmente não é a primeira vez que o meu corpo recebe marcas parecidas, e até bem mais dolorosas.
- Eu.. eu tava pensando que se você me permitir, posso te fazer uma massagem - ela diz num tom de voz inseguro, como se estivesse com medo que eu ficasse chateada e pedisse pra que ela fosse embora.
- Aceito! Mas não quero só no ombro, e sim no corpo todo - respondo depois de pousar o espelho em cima da cama.
- O seu corpo todo tá doendo? - ela pergunta preocupada - Alison, você não faz ideia do quanto eu lamento, é sério!
- Tá tudo bem!
- Não, não está! Você nem sequer se deu conta que está chorando, e que ainda não parou de chorar desde que acordou. Lágrimas e lágrimas rolam pelo seu rosto, e você tá aí fazendo de tudo pra parecer forte.
- Emily...
- Eu não consigo me conformar! Você estava chorando e ainda assim eu não fui capaz de parar... eu estava dentro de você, escutando o seu choro, e mesmo assim continuei...
As palavras dela estão saindo com tanta agressividade, que eu sinto que neste momento estou olhando pra uma pessoa que está odiando a si mesma por ser quem é...
- Emily, eu...
- Até dormindo você continuou chorando! - ela afirma, e logo em seguida tapa a sua cabeça com um travesseiro...
Agora quem está chorando é ela...
- Com o tempo eu vou me acostumar! - afirmo com a melhor das intenções, pois ainda sinto bastante dificuldade pra falar cordenadamente, por conta das dores.
- Pára Alison! Eu nem sei porque raios você sangrou tanto! Por certo eu devo ter rompido algo mais que o seu hímen. Não é normal que uma mulher sangre tanto...
No instante em que ela me diz isso eu olho pro teto, por sentir que estou entrando em pânico: será que eu tenho algum problema que vai me impedir de fazer amor com a Emily do jeito que ela gosta?
A voz do meu pai invade a minha mente sem pedir permissão, e eu acabo por recordar das coisas que ele falava sobre o fato de que se uma mulher não fosse capaz de dar prazer ao seu marido, bem como filhos homens, então ela não servia pra nada, e não merecia mais do que a própria morte...
A minha respiração acelera de imediato, e isso faz com que eu comece a chorar de forma desesperada, enquanto começo a contar os minutos pra vê-la saindo pela porta, pra nunca mais voltar...
- Emily... você tá dizendo isso tudo porque quer me deixar?
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