ALISON POV ON:
Estou sozinha...
Na minha cama só se encontra um único corpo, ou seja, o meu...
Olho pra todos os cantos do quarto, chegando á conclusão que o mesmo se encontra vazio, ao mesmo tempo que permito que os meus olhos se encham de lágrimas, enquanto começo a ponderar que talvez eu tenha sonhado ou imaginado tudo que aconteceu nas últimas horas...
Talvez todos os beijos e carícias da Emily não tenham sido mais que um sonho húmido...
Um sonho extremamente intenso e real, mas ainda assim um sonho...
Eu tento me sentar na cama, no entanto, uma dor forte e aguda se apoderam do meu corpo, e é por conta dessa mesma dor que eu percebo que no final das contas eu não sonhei nem imaginei nada...
Mas então, onde está a Emily?
Eu me apoio sobre os meus cotovelos, forço a mim mesma a ficar numa posição confortável, e chamo por ela...
Silêncio como resposta e nesse instante o meu peito aperta...
A Spencer e a Aria tinham me avisado que isso poderia acontecer, e o que essa partida sem uma despedida digna significa..
A Emily foi embora e não volta mais...
A minha respiração acelera em meio ao caos que estão os meus pensamentos, pois eu não consigo evitar de tentar recordar onde foi que eu errei, e em que parte é que eu posso ter falhado, pra que ela se fosse embora desse jeito...
A única conclusão que eu posso tirar é que ela percebeu que eu jamais poderei ser a mulher que ela espera e dar o prazer que ela tanto necessita, e isso faz com que eu desespere e comece a chorar descontroladamente, logo depois de colocar a minha cabeça entre os meus joelhos...
O meu pai tem razão: eu não mereço mais do que perder a minha vida...
NARRAÇÃO DA AUTORA ON:
Alison chorava enquanto repetia pra si mesma que havia arruinado todas as suas chances com a morena...
A única mulher que lhe interessou e a quem ela conseguiu despertar algum interesse, tinha ido embora, porque ela não conseguiu ser forte o suficiente pra suportar um pouco de dor..
Ao menos se ela tivesse sido mais corajosa...
Nesse momento a recordação da voz do seu pai dizendo o quão inútil ela era, e infelizmente isso só fez com que a jovem continuasse chorando, enquanto a solidão e o vazio se apoderavam do seu ser...
E foi assim, que pouco depois de entrar no quarto a Emily a encontrou: deitada em posição fetal, em meio a um choro alternado com fortes soluços..
A morena se aproximou dela numa vertiginosa velocidade, e sentando-se ao seu lado, com o rosto contraído pela preocupação, a mesma estendeu os braços como se estivesse chamando-a para si, mas deixando claro que estava com medo de lhe tocar sem a sua permissão...
Uma nova onda de soluços invadiu aquele silêncio que se interpôs entre elas, mas não foi isso que impediu a loira de se atirar nos braços da sua amada, e apertar o seu pescoço com as poucas ou muitas forças que tinha.
- Veste alguma coisa Alison! - a empresária ordenou com suavidade - Vou te levar pro hospital!
A jovem logo percebeu que ela deveria estar pensando que a sua crise de choro se devia ás dores que poderia estar sentindo ainda, e por esse motivo ela tratou de abanar a cabeça violentamente:
- Não! Eu tou chorando porque pensei que você tinha ido embora!
Emily segurou os seus ombros e a afastou um pouco para poder encará-la, revelando uma expressão dolorida e preocupada, no entanto, antes de dizer algo, ela apenas se prontificou a passar com o nó dos dedos pelas suas bochechas, a fim de limpar as suas lágrimas:
- Fui tratar de comprar o almoço pra nós! Não pretendo permitir que você saia dessa cama e vá pilotar o fogão... Eu deixei um bilhete na mesinha de cabeceira, você não viu? - a morena pergunta ao mesmo tempo que aponta para o bendito papel com a cabeça.
Alison direcionou o seu olhar pra mesinha, e ao ver que ao lado do bilhete tinha um copo com água e três comprimidos, a mesma se sentiu envergonhada e até ridícula...
Porque raios ela sempre tem de pensar no lado negativo de tudo que acontece?
Aliviada, a loira permitiu que o seu corpo relaxasse enquanto olhava pra Emily com uma mistura de preocupação e diversão no seu rosto...
Ela não a tinha abandonado, ainda estava ali...
Timidamente a mesma puxou a morena pra um beijo, apenas pra confirmar se ela ainda a desejava como antes, e em resposta ela obteve exatamente o que queria, quando sentiu que as mãos da Emily se afundaram nos seus cabelos ao mesmo tempo que aprofundava o beijo em meio a um convite pra que a sua língua brincasse com a dela.
- Tou preocupada com você! - a empresária afirmou depois de sair do beijo.
- Por favor não fique! Eu pensei que você tinha ido embora e que a gente não ia se ver nunca mais... Estou muito feliz por ver que você ficou..
- Eu também estou feliz por estar aqui - Emily acabou por confessar, e logo em seguida a envolveu em seus braços...
- Você deve ter pensado que eu fiquei louca!
- Bem... estou contando que um dia irei te ver completamente enlouquecida... mas somente por mim, e não por minha culpa...
- Preciso tomar um banho! Estou toda suada! Além disso estou meio envergonhada porque você me beijou, e eu acredito que neste momento o meu hálito não seja o mais agradável.
Emily sorriu, e sem aviso prévio a beijou com intensidade até perceber que a loirinha estava ficando sem ar...
- Se quiser evitar os meus beijos, terá de arranjar desculpas melhores que essa meu amor! Quer que eu te ajude?
- Não! De novo não! Eu já tou me sentindo bem melhor!
Emily assentiu com a cabeça, mas ainda assim a ajudou a ir até ao banheiro, e só saiu de lá depois de se assegurar que a jovem iria ficar bem sozinha.
- Ah, eu comprei uma pomada - a morena disse depois que a Alison saiu do banheiro - temos de aplicar em cima desses machucados e assim evitaremos que você quebre o meu coração com os gemidos causados pelas dores.
Alison assentiu com a cabeça e a encarou com um olhar vago...
- Eu vou escolher a sua roupa e te ajudar a vestir! - Emily ofereceu gentilmente enquanto a ajudava a sentar na cama.
- Não! Espera lá fora, por favor! - a loira pediu exasperada, pois enquanto se banhava ela lembrou que a Spencer sempre lhe disse que numa relação não podia ter uma pessoa que desse todas as ordens e comandasse cada minuto de convivência... Estava na hora dela mostrar pra Emily que também tinha vontade própria, e que não era uma bonequinha de cristal.
- Tudo bem! Ficarei esperando na sala! Você sabe que basta dizer uma só palavra e eu estarei aqui aos seus pés não sabe? - a empresária perguntou saindo em seguida, e deixando claro que a resposta não era importante.
ALISON POV ON:
Eu suspiro pesadamente enquanto olho em volta do quarto, e fico admirada ao ver que a Emily arrumou a cama e mudou os lençóis novamente...
Todo esse cuidado me faz suspirar de alegria e gostar dela cada vez mais...
Lentamente eu vou até ao meu roupeiro e escolho uns jeans e uma camisola cinza de gola alta, e logo em seguida pego nas minhas pantufas favoritas, decidindo deixar o meu cabelo solto..
Depois de vestir a minha roupa com uma certa dificuldade, eu caminho até á porta do quarto bem devagar, ficando inebriada pelo cheiro da comida que está vindo da sala, e não foi preciso muito pra chegar á conclusão que a Emily tinha comprado o almoço no meu restaurante favorito...
- Eu usei o seu celular pra ligar pras suas amigas, e elas me falaram que você adora a comida desse restaurante, e por isso eu fiz o pedido. Além disso eu também achei que já estava mais que na hora de confirmar que você está viva! Elas estavam muito preocupadas, e pediram pra que você ligasse assim que puder.
- Obrigada - eu respondo supreendida, e francamente comovida pelo fato da Emily se mostrar tão gentil comigo.
Sento no sofá e vejo que na mesinha tem praticamente tudo o que eu gosto do Freddy's, principalmente o bife com batata frita.
Agradeço com o olhar, faço sinal pra que ela se sente ao meu lado, e assim que percebo que ela obedece sem contestar, começo a comer com calma, como se estivesse torcendo pra que aquele momento não terminasse.
- Eu sempri comi muito, mas confesso que agora o meu apetite pela comida e pelo seu corpo aumentou consideravelmente - ela diz com a boca cheia de comida.
Eu me engasgo e a olho surpreendida..
A Emily ainda consegue me deixar sem palavras, mesmo eu sabendo que ela diz essas coisas pra me deixar encabulada.
Nós continuámos comendo em silêncio, no entanto ela não tirava os olhos de mim, até que pouco depois, a mesma me lançou um olhar curioso e pegou no seu celular, decidida a mostrar algo que parecia ser importante:
- A prova do crime! - ela afirma divertida.
Eu fico estupefata quando vejo que ela tirou uma foto minha com o seu celular e que nessa foto eu estou deitada na cama, meio que chorando...
Fico me perguntando como é que não me dei conta que ela me fotografou, constantando que eu deveria estar muito alheada de tudo que estava acontecendo no quarto, por estar demasiado ocupada com os pensamentos da possibilidade de um abandono da sua parte.
Eu olho pra foto com bastante atenção, e chego á conclusão que somente uma pessoa apaixonada, pode olhar pra outra de uma forma tão linda, a ponto de fazer com que ela pareça tão bonita numa foto, mesmo chorando e sofrendo como eu estava.
- Tem mais fotos? - pergunto curiosa.
- Da noite de ontem não! Mas isso pode mudar assim que você se sentir melhor! - ela afirma em meio a um sorriso travesso.
Eu sinto que o meu rosto começa a ferver, no exato momento em que penso em como seria bom e até excitante, se ela se tivesse atrevido a fotografar-nos enquanto fazíamos amor...
Rápido e duro..
Aí está algo pelo qual eu admito ter uma curiosidade mórbida, e que amaria ver sob outra perspectiva...
Eu tiro o celular da sua mão e começo a vasculhar tudo que encontro, mas apenas vejo fotos relacionadas ao seu trabalho, como por exemplo prédios em construção, até que ela me indica um arquivo onde estão fotos de um parque, e de uma certa loira que costumava correr nesse mesmo parque ao final do dia...
Tem mais de vinte fotos minhas com roupas diferentes, e em todas elas a minha bunda é o foco...
- Desculpa... mas das poucas vezes que me vi obrigada a levar o celular quando ia correr, não pude evitar de trazer uma recordação comigo...
- Emily, você é uma pervertida sabia?
- A culpa é toda sua que há meses que tem vindo a fazer com que eu perca todo o meu juízo - ela responde em meio a um sussurro no meu ouvido, fazendo com que todo o meu corpo estremeça.
- Você quer me convencer que não tem fotos de outras mulheres? - eu pergunto depois de franzir a testa, pois eu quero que ela seja sincera, até porque eu preciso que ela páre de me fazer sentir absolutamente especial.
Em resposta a Emily pega no celular e mostra todas as fotos existentes, onde eu posso constatar que pelo uniforme que estão usando, as únicas mulheres que estão retratadas nas fotos, não passam de funcionárias da empresa.
- Eu estou me referindo a namoradas, ou conquistas, ah sei lá! - alego dando de ombros.
Ela sorri com cumplicidade e logo em seguida se aproxima de mim, colocando o celular em modo câmera e tirando uma selfie de nós duas:
- Pronto! Agora já tem! - ela afirma feliz...
- Estou falando sério! - afirmo ao mesmo tempo que trato de ignorar o fato de que ela acaba de se referir a mim como sua namorada, ou conquista, até porque depois dela já ter me chamado "sua", e ter falado em constituir familia, nada era impossível..
- Eu também estou falando sério! Como te disse antes, a maioria das mulheres nem chegam a ir pra cama comigo depois que eu explico como gosto de transar, e aquelas que se atrevem a ir acabam por me abandonar, não sem antes deixarem bem claro que nunca mais querem me ver, e que eu devo apagar o número delas da minha agenda. É por isso que você é tão especial, e é por esse motivo que eu não posso te perder, e tenho de cuidar de você muito bem... Você é linda demais, e qualquer pessoa morrerá de amores quando te conhecer, seja homem ou mulher.. não pretendo descuidar de você um segundo que for...
Mesmo envergonhada eu sorrio perante a sua confissão, e ela aproveita pra tirar mais uma foto do meu rosto:
- Você ficaria chateada se eu mandasse emoldurar essa daqui?
Eu assinto com a cabeça, e depois de me recostar no sofá, coloco a minha cabeça no seu ombro, enquanto ela começa a comer batatas fritas...
Infelizmente, esse momento calmo e cheio de cumplicidade, termina assim que o celular dela começa a tocar e assim que a encaro, eu vejo em seu olhar um lado frio e agressivo...
Um lado que não me agrada nem um pouco...
- Fala rápido! É sábado e estou ocupada! - ela ordena chateada - Eu já dei todas as instruções, vocês só precisam agir conforme planeado. Caralho, quantas vezes eu preciso te dizer que não sou a única sócia dessa merda?
De imediato eu percebo que uma voz masculina e hostil, se sobrepõe á voz daquela que devoa ser da assistente da Emily:
- Traz a sua bunda pro escritório agora caralho! - a pessoa grita segundos antes de desligar a ligação, e ao olhar pra Emily eu percebo que ela não está chateada, e isso me faz chegar á conclusão que a voz masculina deve pertencer ao seu melhor amigo, o tal de Toby..
- Filho da puta! - ela insulta com uma raiva indulgente - Perdão amor, mas eu vou ter que ir pra empresa, o trabalho me chama.
Eu sorrio fraco e percebo que ela nem se dá conta de como a sua expressão muda ao dizer a palavra "trabalho".
- Tudo bem - respondo timidamente, até porque eu tenho de parar de me comportar como uma menina mimada, que supostamente se encontra envolvida com uma executiva de uma empresa que neste momento precisa dela.
- Obrigada por ser compreensiva! No entanto, preciso admitir que eu tinha esperanças que você me pedisse pra ficar... acredite que eu diria que sim sem hesitar...
- Vou ligar pras meninas e pedir pra elas ficarem comigo depois do restaurante fechar - eu digo em meio a um sorriso.
Emily sela os meus lábios com ternura e depois de arrumar as suas coisas, ela se despede mais uma vez e vai embora...
Eu permito que o meu corpo se afunde no sofá, enquanto envio uma mensagem pra Spencer avisando que já estou sozinha, e logo depois vou ensaiando tudo que tenho pra contar, pois com certeza que ela e a Aria vão querer saber de todos os detalhes...
Nossa, tenho tanta coisa pra contar...
Sorrio ao lembrar de todas as vezes em que elas contavam coisas da sua intimidade, e da forma como eu interferia quando achava que elas estavam indo longe demais na descrição de certos momentos mais quentes.
Agora é chegada a minha vez de desnudar tudo que aconteceu na minha primeira vez, e oxalá que não seja necessário que eu tenha de o fazer literalmente...
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