História The sound of the heart - Confrontation

Pov Nolan

Mordo meu lábio com força quando sinto mais uma chicotada em minhas costas, não sei porque esse homem ainda não mandou me matar, não sei porquê ainda insiste em me torturar sendo que minha cura vem em instantes.

Paul é doentio e perverso.

Não dói as chibatadas que levo em minhas costas e sim as memórias que ele traz de volta para mim a cada palavra dita. Nunca me perguntei o porquê dele agir assim sendo que ele é meu pai, e que em minhas veias corre o sangue dele.

A sede de poder transforma as pessoas e ele nunca foi pai, ele casou-se por interesse, Ian e eu fomos consequência de alguma noite de sexo.

E quando ele sentiu-se ameaçado matou meu irmão e agora fará o mesmo comigo.

Minha marca queima, Leah. O que ela está fazendo? eu a sinto por completo agora, eu a vejo perfeitamente. De algum modo sei que ela completou nossa ligação, coisa que eu devia ter feito.

E mais uma vez fiz a escolha errada.

Posso sentir sua dor, angústia, raiva e medo misturando-se as minhas emoções. Como suportar isso? Eu sei que ela está vindo ao meu encontro.

Ela não devia se expor ao perigo.

- O que tanto pensa meu filho?- Paul vem em minha direção e para em minha frente e me analisa com um sorriso debochado no rosto.

-Vai se ferrar- respondo e logo em seguida  cuspo em seu rosto  o mesmo sorri e limpa sua testa onde meu cuspe o  acertou.

- Mamãe não iria gostar de ver seu filho caçula se comportando como um troglodita sem educação.

Sinto meu corpo tremer, ele não pode falar dela, esse imundo

-Uma pena que eu a matei não é mesmo?

Meus olhos ficam vermelhos e o vejo se enfurecer.

-Quer que eu os arranque? O alfa da matilha sou eu- Ele fala com raiva e soca meu rosto, cuspo no chão  e sorrio para ele, ele faz um sinal e o homem que está atrás de mim me dá mais uma chicotada na costela, aperto meus olhos com dor, mas não darei a ele o gostinho de me ver acabado. E sei que em alguns minutos irei me curar.

-O que foi Paul? Tem raiva que eu tenha os olhos que você sempre desejou?

Ele cochicha algo com um dos seus seguidores fiéis e sai da sala onde estou preso, o homem vem até mim e me olha triste.

-Me desculpe mas eu preciso fazer.

Ele pega uma seringa se aproxima de mim e afunda a agulha em meu pescoço, não me incomoda a agulha dentro da minha veia, olho o homem e o vejo que está triste.

Porque ele está desse jeito? Urro completamente alto quando sinto que o líquido transparente está sendo injetado para dentro de meu corpo.

Veneno de vampiro, ele quer me matar lentamente. Sinto meu corpo tremer, a sensação de fogo atravessa meu corpo e o choque também.

Me sinto fraco e caio de joelhos no chão grosso.  Com minhas vistas embaçadas posso ver o homem saindo do local.

A dor é tanta que sinto lágrimas escorrer sobre meu rosto, neste momento sinto o ganido de Leah, ela está igualmente fraca e se eu morrer ela morrerá também.

Foi um dos motivos que relutei tanto em a marcar.

A marcada de um alfa que os antepassados escolhem e protegem parte deste mundo junto com ele, temos uma ligação forte que ninguém jamais poderá destruir, nem mesmo a morte.

Safira me explicou tudo quando Leah adormeceu, nós dois somos únicos, raros. Já que nosso envolvimento não é aceitável já que Leah é de outra matilha e tribo.

Será totalmente clichê se eu disser que um filme passa em minha mente neste meu momento de fraqueza, mas confesso que lembro de cada instante a partir do momento que Leah chegou em meu apartamento.

Séria, os cabelos tão curtos quanto de alguns homens, calada e misteriosa.

Lembro-me que mesmo ela sendo fechada eu pude ver uma mulher doce ali, ela só foi marcada pela vida como eu.

Mas mesmo assim o destino gosta de esfregar na minha cara que ele sempre esteve no controle de minha vida. Ele me mostrou que Leah é a mulher que nasceu para ser minha.

Agora entendo o porque a borboleta, Leah e eu transformamos, evoluímos e de certa forma agora somos livres.

Mesmo eu preso aqui, longe dela, eu me sinto livre como jamais me senti. Entendo perfeitamente o que aconteceu comigo eu aprisionava meu lobisomem, aprisionava meu passado e me culpava pela morte de meu irmão e mãe tão precocemente . Por isso Leah é minha conselheira e minha marcada ela seria a única que poderia chegar em meu emocional e sentimental.

Ela não me obrigou a fazer nada, somente sua presença a cada dia me libertava mais, até que eu  aceitei meu destino e a aceitei como minha,  ali foi minha total  libertação.

Como ela diria eu ouvir o som do meu coração.

Fecho meus olhos que pesam aos poucos, a porta de madeira pesada range, me forço abrir meus olhos e o mesmo homem entra com outra seringa, claro já se passou os quarenta minutos e a segunda dose tem que ser dada. Como pensei Paul quer me matar aos poucos para que eu sinta cada nível de dor em sua maior intensidade.

-Porque faz isso relutante? - Pergunto fraco, meu estômago se contrai  tentando eliminar o veneno que há em meu organismo, o líquido preto sai de meus lábios formando uma poça no chão.

-Paul está com minha filha, ela tem apenas dois meses- Ele aperta a seringa em mãos com raiva.- Ele me obriga a ficar ao seu lado e apóia-lo em tudo.

Não me surpreendo por tal atitude do homem que me trouxe a vida.

- Quando decidir deixar a matilha por não concordar com ele, ele matou minha marcada e pegou minha filha, um modo que me obrigou a ficar preso a terra para protegê-la.- Ele olha para a parede e suspira.

-Foi assim com seu avô e será assim com qualquer lobo que perde sua marcada, entramos em depressão, vivemos por viver, a única coisa que nos prende na terra é porque tem por quem lutar e eu tenho que tirar Alissa das garras desse doente.

Ele não é um alfa genuíno, não sei como a matilha o aceita, talvez por medo.

Ele está sendo obrigado, e eu não tenho raiva dele por me ferir. Ele está sendo corajoso, ele pelo menos faz o que pode para ter sua filha de volta.

Escuto rosnados do lado de fora, e lobos uivando.

-Leah- Falo alto enquanto olho para porta mas nem sinal dela.

O cara olha para mim e sorrir.

-É ela, não é? Sua marcada, ela veio por você.Eu vi a marca, mas não falei nada com Paul, eu sabia que ela viria por você.

Ele joga a seringa no chão e puxa a corrente com força arrebentando, me soltando, mesmo fraco me levanto.

-Paul vai me matar por eu não ter dito nada, ele não está preparado. Prometa que vai salvar minha Alissa.

Assinto e meus olhos se arregalam quando dois lobos enormes passam pela porta. Um em cor de areia e outro branco com cinza.

Quando o olhar do branco se encontra com o meu, eu sei que é ela. Linda, eu nunca tinha visto ela como loba, meu coração se aquece de uma forma extraordinária e inexplicável. Eu a amo.

Ela se transforma em sua forma humana e a nudez se faz presente em seu corpo, ela se abaixa rapidamente pegando o vestido que está amarrado em seu tornozelo e cobre seu corpo.

Ela tenta chegar até mim mas seu corpo cede e vai de encontro ao chão. O outro lobo passa o focinho nela.

- Eu estou bem Seth, só estou fraca.

Ela leva a mão até seu pescoço e posso ver a borboleta negra, a marca ainda está sendo completada. Me admiro ela ainda estar de pé.

De nós dois, ela sempre será a mais forte.

Seth rosna e logo vejo Paul entrar na sala furioso, sujo, com suas presas e olhos azuis a mostra, ele se transformou.

-Você me traiu devia ter me contado sobre uma marcada Jeff.

Paul vai até o homem velozmente e em um estalo arranca a  cabeça do mesmo. Ele ao menos lutou ele queria morrer, e eu vou salvar a filha dele como pediu.

Outros lobos entram na sala que estamos, Paul se vê acuado e faz o que nenhum de nós prevíamos ele corre até Leah e a faz de refém.

- Não se aproximem ou eu a mato.

Dois lobos dão um passo à frente um negro enorme  e Seth rosnando para o mesmo.

Sinto raiva, ele não vai machucá-la, a raiva que sinto em meu corpo acelera o processo de cura.

-Você devia saber mais do que ninguém Paul, nunca toque na marcada de um lobisomem, muito menos na marcada de um alfa.

Pelos aparecem em meu rosto formando costeletas, minhas presas e garras tomam sua forma e por fim meus olhos vermelhos surgem.

-Eu sou o verdadeiro alfa desse clã, eu sou um Hale-Grito com ele.

Posso ouvir uivos lá fora e Paul olhar horrorizado para trás. Safira aparece na porta com alguns membros antigos do clã.

- Você matou meu avô, meu irmão mais velho e minha mãe, a Leah você não vai machucar.

Penso como posso atacá-lo sem que ele machuque minha loba, mesmo ele estando acuado ele pode machucar ou até mesmo matá-la.

O lobo preto agarra a perna de Paul com os dentes e ele grita, com isso soltando Leah que se transforma no exato minuto.

Paul segura o lobo negro aperta suas costelas e o joga na parede fazendo com que a mesma rache.

Corro até ele e o ataco, não me sinto mal por matar meu próprio pai, ele merece a morte, eu só não serei como ele não vou prolongar sua morte, mesmo desejando o fazer pagar por tudo.

Dou um chute em sua perna o fazendo cair de joelhos, e em um só golpe quebro seu pescoço.

Vendo seu corpo cair sem vida aos meus pés com os olhos totalmente abertos.

Seth e Leah se transformam em sua forma humana, pego minha camisa que está no chão e jogo para Leah que se encontra nua, não a cobre totalmente, mas não fica tão exposta como antes, Seth veste apenas um short que estava em seu tornozelo.

Ela vai até o lobo negro junto com seu irmão.

-Sam?- Ela pronuncia seu nome com dor, o lobo que a salvou é o tal Sam?

Vejo outros lobos se transformarem em suas formas humanas, mas não conheço nenhum.

Todos abrem passagem e um moreno alto que com certeza é o alfa se aproxima e toca o lobo que está ganindo no chão.

-Vai ficar tudo bem Sam, você está apenas com algumas costelas quebradas, vamos te ajudar a voltar sua forma humana.

Safira se aproxima de mim e sorrir.

-Bem vindo ao lar meu alfa.

Ela se curva um pouco e logo em seguida os mais antigos que estão com ela repetem o ato.

Olho para frente  e me surpreendo com o que vejo, os seis lobos estão em círculo, e Leah está agachada sobre o lobo negro com as mãos em seu pelo, podemos claramente sentir a energia que emana deles e logo um homem aparece deitado no chão completamente suado.

-Incrível - Safira fala ao meu lado, tenho certeza que alianças serão formadas entre tribos e segredos trocados.

Os homens ajudam o Sam se vestir e Leah é amparada por seu irmão.

- Ela não aguenta mais nada Nolan, ela é como eu, uma conselheira, você sabe disso, e como eu, ela  ajudou sua matilha, usou toda sua energia para ajudar. Ela precisa descansar urgentemente.

Me aproximo dos lobos que endurecem o corpo pela minha aproximação.

-Não se preocupem ele é o escolhido da Leah- O alfa explica, eles sorriem para mim, vou até Seth e pego Leah que está quase dormindo em seus braços. A pego em meu colo e sua cabeça encosta em meu peito.

-Descanse minha loba, está tudo bem agora.

Beijo seu pescoço onde está a linda borboleta e seu corpo pesa mais, ela dormiu.

Vejo Sam sendo amparado por dois lobos, encaro o homem à minha frente, eu não tenho que ter ódio dele, talvez se não fosse pelo passado dos dois, Leah jamais teria deixado La push e eu continuaria sendo o mesmo amargo de sempre.

-Obrigado por ter agido e salvá-la

Estico minha mão do jeito que posso e ele aperta.

- A faça feliz, ela mais do que ninguém merece ser feliz.

Ele fala somente isso, não seremos amigos, vou apenas suportá-lo pois ele faz parte da história da Leah.

Saio da sala que estávamos  vejo a vasta floresta a.minha frente todos lobisomens que estão ali se ajoelham me nomeando como novo alfa.