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História The Taste of Your Lips - Capítulo I - Convite


Escrita por: Liberttxe e DongFlower2702

Notas do Autor


Olá, olá. Espero que gostem! Capítulo não betado :')

Capítulo 2 - Capítulo I - Convite


Fanfic / Fanfiction The Taste of Your Lips - Capítulo I - Convite

 

Um ano depois

 

Aquele dia era marcado pelo início da primavera, uma das estações mais bonitas e agradáveis do ano na opinião de Ten, principalmente por ser um amante de flores. Pela manhã havia saído para comprar o seu café da manhã — não era dotado de muitos talentos culinários — e encontrou com um dos seus amigos mais próximos: Donghyuck. O ruivo e ômega estava radiante, exalando felicidade quando entregou um dos diversos convites que carregava na bolsa, seria o seu casamento com um beta chamado Mark Lee. O rapaz não conseguia conter a sua animação ao contar sobre como e quando seria o matrimônio com um sorriso largo que nunca abandonava o seu rosto. Ten sentia-se feliz pelo amigo, sendo contagiado pela alegria alheia. 

 

— Estou tão feliz! — Donghyuck não parava de comentar, faltava saltitar. 

 

Os ômegas estavam sentados no sofá enquanto dividiam um lanche comprado pelo dono da casa. O Lee estava só de passagem e após muita insistência por parte do amigo mais velho, aceitou ficar um pouco para conversarem e colocarem o assunto em dia. Não costumavam se encontrar com frequência. A agitação de Donghyuck era tanta, que o ômega acabou derrubando os convites no chão, arrancando risada de ambos.

 

— Sou o desastre em pessoa mesmo. — Se abaixou para pegar os papéis, sendo ajudado pelo tailandês, dando visão da marca escondida no pescoço moreno.

 

— Vocês já se marcaram? — Perguntou baixinho. A maioria dos casais esperavam firmar votos para tal acontecimento.

 

Donghyuck tampou o próprio pescoço em reflexo, mas sorriu apaixonado.

 

— Pois é, não conseguimos esperar até a cerimonia. — Riu constrangido.

 

— Não precisa ter vergonha. O amor de vocês é bonito.

 

— Obrigado, Ten! — Abraçou o amigo, emocionado pelas palavras alheias.

— Eu falei que o ódio entre vocês era amor escondido. — Riram ao lembrar da época que Donghyuck e Mark pareciam cão e gato ao brigarem por tudo e por nada.

 

— Ele era um idiota, porém é um idiota que me faz feliz. — Suspirou, lembrando de como discutiam. — Agora deixando o meu casamento de lado, como anda as coisas com o Johnny? — Sorriu malicioso.

 

Ten revirou os olhos, cansado daquele assunto.

 

— Somos apenas bons amigos. — Donghyuck balançou a cabeça em negação enquanto ouvia. — Temos nada. Por que você nunca acredita?

 

Ainda olhando para o Leechaiyapornkul como se ele fosse besta, Donghyuck começou a enumerar com os dedos.

 

— Primeiro: vocês moram juntos, segundo ele é um alfa bonito e solteiro. — E lá estava mais uma vez o sorriso malicioso. — Johnny sempre cuidou de ti e foi quem mais o ajudou depois de tudo.

 

Não precisava pensar muito para saber que o rapaz se referia a Taeyong. Ten desviou os olhos, Johnny foi a pessoa que o ajudou a se reerguer depois de tudo. Estava ali para ouvi-lo e aconselhá-lo, além de ter sugerido que fizesse terapia para curar todos os seus medos e traumas. Por mais que o tempo tenha passado, aquele alfa em específico ainda era um assunto muito delicado na vida do ômega. Acabou suspirando e Donghyuck sorriu sem graça ao notar o clima pesado que se apossou do lugar.

 

— Não pense nisso, ele é um babaca. — Segurou na mão do amigo, tentando amenizar a situação. — Queria muito dar uma surra nele por tudo o que ele fez, porém matar ainda é crime e ele é o irmão do Mark. — Revirou os olhos em desgosto. — Infelizmente aquele maldito é o filho favorito e a minha querida sogra surtaria se eu socasse o bebezinho dela. — Fez uma careta de desgosto.

 

Ten sorriu agradecido.

 

— Eu já superei. — Era o que sempre dizia. — Obrigado.

 

O amigo o olhou desconfiado, porém não contestou. Falar sobre Taeyong fez com que se lembrasse de um pequeno detalhe infeliz e tinha que contar ao rapaz a sua frente. 

 

— Preciso te contar uma coisa. — Mordeu os lábios em nervosismo. — Eu não queria e menos ainda o Mark, porém sabe como a família dele é. 

 

Mark era um beta no meio de uma família composta majoritariamente por alfas, algo que não era muito bem aceito entre a maioria dos familiares.

 

— Taeyong vai ser um dos padrinhos. — Soltou de uma vez.

 

Ten sentiu o seu coração parar por uma fração de segundo ao perceber que teria que vê-lo durante a cerimônia. Durante todo aquele tempo havia se mantido afastado de qualquer possível interação para o seu próprio bem.  Não sabia se o seu psicológico estava preparado para aquele reencontro forçado.

 

— Vamos nos casar em uma ilha, um dos hotéis luxuosos que pertencem aos pais do Mark. Todos vamos viajar juntos e ficaremos por duas semanas. — Donghyuck apertou a mão do amigo, o tirando do transe e caos que a sua mente havia se tornado. — Você vai ficar bem? Eu juro que não queria isso, mas fomos praticamente obrigados a aceitar. Mark não vê a hora de se ver livre dos pais.

 

— Eu entendo a situação. — Sorriu nervoso, era visível que era um sorriso falso. 

 

— Tem certeza? Ele pediu para levar um acompanhante. Não quero te causar qualquer desconforto.

 

— Não se preocupe, Hyuck. — Tentou soar tranquilo.

 

Ao estar sozinho, Ten não aguentou mais segurar as lágrimas, começando a chorar sentado no chão e se apoiando contra a parede da cozinha. Era tão idiota por ainda chorar por alguém que o fez se sentir pior que um lixo. Havia sido descartado sem remorso, ignorando todas as ligações e tentativas de contato nos dias que se seguiram ao ocorrido.

 

O celular tocou na sala, tinha a mínima vontade de atender ou falar com qualquer pessoa, porém quem estava ligando não parecia ter a mesma opinião, ligando diversas vezes. Irritado pelo celular que não parava de tocar, foi obrigado a levantar e atender na quarta tentativa sem olhar o identificador. 

 

Alô, Ten? É o Jaehyun. — O seu tom era descontraído.

 

— Oi… — Respondeu o amigo sem ânimo, fazendo com que o Jung notasse que havia algo errado.

 

Aconteceu alguma coisa? Liguei num momento ruim? — Perguntou preocupado.

 

— Não é nada, não quero preocupar…

 

Tem a ver com ele? — Arriscou e o silêncio que se estendeu foi a confirmação. — Ele te fez algo?

 

— Não! — Se apressou a negar. — …Ele vai no casamento do Donghyuck e Mark…Acompanhado…. — Era tão humilhante dizer aquilo em voz alta.

 

Faça o mesmo, leve alguém contigo. — Jaehyun sugeriu depois de alguns segundos.

 

— Levar alguém? 

 

Sim, precisa mostrar que superou! — Tentou encorajá-lo. — Posso te apresentar alguns amigos betas e alfas.

 

— Não! — Recusou rapidamente, ainda chorava. — Não quero ir com um estranho, seria esquisito. — Murmurou.

 

Fale com o Johnny, tenho certeza que ele vai querer ajudar. Podem ir juntos, ele já não vai de qualquer maneira? — Insistiu no assunto.

 

— Não quero atrapalhá-lo e nem preocupa-lo ainda mais. — Ten suspirou, o alfa já havia o ajudado demais. — Não quero ser um peso.

 

Eu tenho certeza que ele não vai se incomodar de ir como seu acompanhante. Acredite em mim, Ten.

 

A ligação foi encerrada após alguns segundos. Jaehyun havia plantado a semente da dúvida no coração do tailandês. Poderia optar por ficar em casa, porém seria uma grande desfeita com os seus amigos de longa data, além de que era um dos padrinhos. Mark e Donghyuck não tinham ligação com o seu problema envolvendo Lee Taeyong, mesmo o beta sendo irmão do alfa, nunca apoiou as atitudes erradas do rapaz. Iria se sentir culpado pela desfeita se faltasse ao casamento.

 

[...]

 

— Finalmente largou o telefone. — O alfa alfinetou.

 

O ômega estreitou os olhos na direção do rapaz, porém permaneceu em silêncio, apenas se jogou na cama de casal ao lado do alfa, virando o rosto na direção oposta quando ele fez menção de beijar os seus lábios.

 

— Estou apenas brincando, meu bem. — Sorriu, se aproximando mais uma vez do ômega que não fez qualquer resistência ao ter a cintura segurada com possessão. — Eu não me importo com ele. — Sussurrou próximo ao pescoço, apenas provocando.

 

— Você se importa com ninguém, idiota. — Sussurrou, dando mais espaço para que o próprio pescoço fosse explorado pela boca experiente.

 

— Correção. — Lambeu a pele macia. — Eu me importo com você! — E finalmente o beijou nos lábios, o tocando e explorando cada detalhe do corpo bonito como amava fazer e tinha saudades desde a última tarde que passaram juntos.

 

[...]

 

Quando Johnny retornou para casa do trabalho, o ômega havia terminado de tomar banho, vestindo uma roupa confortável que constituía em um moletom molinho e uma camiseta branca. Felizmente não havia mais resquícios de choro pelo rosto do rapaz, porém a expressão triste se mantinha por mais que tentasse esconder. Havia aproveitado o banho para repensar em tudo, sequer percebendo os minutos passando. Inevitavelmente se lembrou de todo o passado envolvendo Lee Taeyong, desde os dias no colégio até o fatídico dia que foi abandonado. Era doloroso pensar naquilo, principalmente pelo sabor amargo da desilusão e decepção. Ainda não estava totalmente curado daquela ferida e tinha momentos de recaída como naquele momento onde desejava que tudo tivesse sido diferente. Havia marcas que talvez nunca desaparecessem e outras que demoraram muito para sumirem. Eram cicatrizes profundas demais, uma dor latente demais.

 

Ten sorriu depois de muito tempo quando viu o alfa que morava consigo chegar na cozinha, deixando-se ser abraçado pelo rapaz que detinha de um cheiro gostoso que sempre lhe acalmava, rindo ao ter os fios negros bagunçados em um carinho bom. Johnny sempre foi assim, carinhoso e respeitoso em todos os seus toques para com o ômega.

 

— Vou tomar um banho e fazer o jantar. — Avisou com um sorriso no rosto, deixando um beijo rápido na testa do ômega. Era inevitável para Ten não se sentir bem na presença do melhor amigo. O alfa não precisava fazer muito esforço para arrancar-lhe um sorriso verdadeiro. 

 

O rapaz estava sentado no banco alto em frente ao balcão da cozinha, sorria pequeno enquanto observava o alfa cozinhando em silêncio, tendo apenas como único barulho o som dos utensílios utilizados para preparar a macarronada do dia. Diferente do esperado dos ômegas, o Leechaiyapornkul era um desastre na cozinha e preferia deixar para Johnny essa tarefa. O alfa dividia a sua atenção entre as panelas e o amigo, conhecia Ten como ninguém e percebeu desde a hora que voltou que havia algo de errado.

 

— Aconteceu algo? — Perguntou ao despejar a massa no escorredor e se virar para preparar o molho.

 

O ômega era muito agradecido por ter o melhor amigo em sua vida e por mais que soubesse que poderia falar sobre tudo e nada com o alfa, sentia-se péssimo por preocupá-lo mais uma vez com os seus problemas, principalmente por aquele em específico. Infelizmente Taeyong parecia agir como um fantasma.

 

— Está pensando muito, já sei que é algo sério. — Johnny comentou após a falta de resposta alheia, despertando Ten dos seus pensamentos. Era incrível e ruim ao mesmo tempo como ele sempre conseguia interpretar os seus sentimentos e expressões de forma tão cristalina. — É sobre ele? — Sabia melhor do que ninguém que aquele assunto ainda era delicado, mesmo tendo passado mais de um ano e todas as sessões de terapia. O fato de Ten ter desviado o olhar era a confirmação. — O que ele fez? — Sentiu o lobo dentro de si ficar agitado, odiava o outro alfa por tudo de ruim que tinha feito para a pessoa mais importante da sua vida.

 

Ten suspirou, pois sabia que não tinha como fugir daquela pergunta, sempre foi um livro aberto quando tratava-se de Johnny.

 

— Donghyuck me entregou os convites para o casamento com o Mark hoje. — Observou o amigo desligar o fogão e deixar a comida de lado, focando toda a sua atenção em si. Lembrou da alegria do ômega ruivo e sorriu, mas logo perdeu a expressão feliz. 

 

— Ele vai estar lá por ser irmão mais velho do Mark. — Concluiu o óbvio. 

 

Johnny odiava ver aquela tristeza estampada de maneira tão clara, odiava Taeyong por tudo o que havia feito Ten passar e sentir, e principalmente odiava saber que não era o suficiente para suprir aquela falta por mais que se esforçasse. Abraçou o corpo menor com cuidado e zelo, desejando que aquele sentimento ruim fosse embora para sempre, deixou com que o seu cheiro se tornasse mais presente no ambiente, queria acalmá-lo. Ten respirou fundo, sentindo os feromônios que o alfa soltava na intenção de fazê-lo sentir-se seguro e afundou o próprio nariz no peitoral do mais velho, buscando por mais. Exatamente como um gatinho manhoso, aceitou de bom grado o cafuné oferecido.

 

— Eles vão entender se não quiser ir. — Johnny sussurrou rente aos fios escuros.

 

— Não! — Rapidamente negou. — Não é justo com eles, ainda mais sendo um dos padrinhos. — Suspirou. — Jaehyun sugeriu que fosse com alguém como meu acompanhante, porém não quero ir com um estranho. — Murmurou contra o peitoral do alfa, sem soltá-lo por nenhum segundo.

 

— Eu vou com você! — Johnny respondeu animado com a ideia. Talvez fosse a chance que precisava. — Posso ir como o seu namorado. Prometo manter aquele embuste longe de você!

 

— O que? —  Estava vermelho até as orelhas de tanto constrangimento. 

 

— Será bastante convincente e ainda terei passe livre para socar o Taeyong se ele aprontar alguma coisa. O que acha? — O alfa não conseguia conter a animação e nem esconder que estava ansioso. 

 

Já sabia a anos que o seu lobo havia escolhido o ômega a sua frente, porém sempre o respeitou e nunca ousou colocar os seus sentimentos na mesa, principalmente por saber todo o passado conturbado do rapaz. Nunca teria coragem de se aproveitar da fragilidade alheia e se contentava apenas em estar ali no dia-a-dia sendo o melhor amigo. A felicidade de Ten era a sua felicidade, mesmo que não significasse estarem juntos como um casal. Porém, uma fagulha de esperança surgiu naquele momento e esperava estar fazendo a escolha certa. Apenas torcia para não estragar a amizade de anos que cultivaram por um desejo seu.

 

Ten mordeu os lábios com uma expressão pensativa. A ideia de ir com um estranho lhe embrulhava o estômago. Não podia negar que se sentia bem ao lado do alfa e a maioria realmente acreditava que tinham um relacionamento tamanha a proximidade que tinham. Era comum  estarem sempre se tocando e trocando carinho, mesmo que fosse feito sem qualquer tipo de segunda intenção. Realmente seria fácil fazer todos acreditarem, porém não queria atrapalhar o alfa a sua frente, muitas vezes tinha a sensação que outros ômegas se afastavam do rapaz por sua culpa, não era justo.

 

— John, assim nenhum ômega vai querer se aproximar de você. — Expressou algo que já pensava há algum tempo. O seu amigo tinha o direito de ser feliz.

 

Aquele cuidado todo sempre afastava qualquer futuro parceiro do alfa. Ten queria vê-lo feliz ao lado de alguém e por mais que gostasse de todo aquele carinho que era dedicado a si, sabia que um dia teria que ir embora e deixá-lo seguir em frente com quer que escolhesse para viver junto.

 

O alfa suspirou incomodado, porque ele não queria outro ômega além daquele à sua frente. Melhor do que ninguém sabia que afastava qualquer ômega e beta quando estava com Ten, não conseguindo evitar de ser protetor. Estava indeciso se deveria ou não seguir com aquela ideia, poderia ser a sua última chance.

 

— Já existe uma pessoa no meu coração. — Sorriu conformado ao segurar as mãos do ômega, estudando as suas reações. — Porém essa pessoa ama outro alfa. — Agradeceu mentalmente pelo outro não ter notado o seu tom dolorido em pronunciar aquilo em voz alta. — Quero provar que sou uma pessoa diferente e esse relacionamento falso vai me ajudar.

 

— Essa pessoa vai estar no casamento? — Estava curioso.

 

Ten não sabia como deveria reagir perante aquela informação. Sentiu-se um péssimo amigo por nunca ter desconfiado que havia alguém importante para Johnny. O único problema foi o sentimento estranho que se apossou do seu interior acompanhado do gosto intragável de ciúmes. Imaginar o melhor amigo com outro lhe deixava com um embrulho no estômago. Seria egoísmo querer que o rapaz permanecesse sempre do seu lado? 

 

— Sim. — Respondeu baixo. — Aceita a minha proposta?

 

O ômega não deixou de notar como o amigo esperava por uma resposta positiva e se aquilo significava ajudá-lo, não seria capaz de dizer não a pessoa que mais o ajudou.

 

— Tudo bem. Aceito ser o seu namorado de mentirinha. — Brincou para descontrair um pouco.

 

Voltaram a se abraçar e Johnny parecia feliz. 

 

— Vou ser o melhor namorado de mentirinha que você um dia terá. — Continuou brincando. — Você não vai se arrepender. — Sussurrou antes de se afastar um pouco, dando um selinho rápido no rapaz sem se conter. 

 

Um silêncio constrangedor tomou conta do local, fazendo com que Johnny voltasse a cozinhar por mais que estivesse temeroso pela reação do ômega. Ten tocou os próprios lábios que pareciam formigar, mesmo que o contato tivesse sido rápido e suave, seu coração estava agitado. Pensou em questionar o mais velho pela atitude, porém ao perceber que ele parecia concentrado nos próprios afazeres, se manteve em silêncio. Aquilo deveria fazer parte do acordo, afinal como as pessoas acreditariam se não vissem pelo menos um beijo? Precisaria se acostumar com aquilo.

 

— Desculpe… — Johnny murmurou.

 

— Isso faz parte do nosso acordo, certo? Que casal não troca a menos um selinho? — Riu constrangido. — Vamos precisar nos acostumar para não parecer estranho.

 

— Tem razão. — Riu igualmente envergonhado. — Ainda temos algumas semanas até o casamento, podemos nos acostumar com isso.

 

O alfa tentou amenizar aquele clima estranho ao puxar outros assuntos e fazer piadas enquanto jantavam. Quando terminaram o ambiente estava melhor e conversavam com tranquilidade.

 

— Eu fico com a louça. — Ten avisou enquanto juntava os pratos e talheres.

 

— Sim, senhor. — Bateu continência em brincadeira.

 

— Bobo.

 

Johnny sorriu e foi para o próprio quarto para descansar. Ao estar sozinho, Ten parou para pensar naquela situação como um todo, lavar a louça o distraía um pouco. Será que estava fazendo a coisa certa? Haviam ficado tímidos um com outro por um simples selar, precisavam ultrapassar aquela barreira. Foi com esse pensamento em mente que teve uma ideia. Após terminar de limpar e organizar a cozinha, foi correndo para o quarto para escovar os dentes, antes que perdesse a coragem. Trocou de roupa, vestindo uma camisa enorme de dormir — havia roubado de Johnny — e pegou o seu travesseiro. Respirou algumas vezes e marchou até o quarto do alfa, bateu à porta e entrou após ouvir a confirmação do mais velho. Johnny já estava pronto para dormir.

 

— Posso dormir com você? — Perguntou baixo pela vergonha, porém sabia que o alfa seria capaz de escutar. 

 

O rapaz coçou a cabeça pela surpresa, mas concordou com um breve aceno, dando espaço o suficiente para dividirem a cama de casal.

 

— Vamos ter que dormir juntos na viagem, certo? — Justificou após alguns segundos em silêncio, ainda estava envergonhado quando jogou o travesseiro na cama e deitou.

 

— Uhum, tem razão. — Johnny respondeu um pouco disperso. Eles nunca dormiram juntos e parecia íntimo demais. — Boa noite, Ten. — Ajeitou-se nas cobertas e apagou a luz do abajur.

 

— Boa noite, Jonh. 

 

Talvez fosse aquele sentimento estranho que revirava o seu estômago, porém sem saber de onde havia tirado coragem, Ten aproximou-se do alfa e o abraçou como se já estivessem acostumados a fazerem aquilo. Johnny sorriu sem que o rapaz visse e o abraçou de volta de bom grado, fazendo com que descansasse a sua cabeça no seu peitoral. Ambos pegaram no sono logo, sentindo os seus corações leves.


Notas Finais


Juntei o capítulo 1 e 2, provavelmente deve ocorrer o mesmo com outros capítulos. Aqueles que sabem quem são o final, não soltem spoiler, please!!!!


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