~ POV CARL ~
Estou andando de um lado pro outro no meu quarto, completamente inquieto.
- Abre ai! - Ela bateu na porta, finalmente!
- Até que em fim você chegou! - Exclamei um pouco impaciente assim que abri a porta. - Entra.
- Não demorei muito, você que é muito afobado! - Emma falou se sentando na cadeira, me sentei na cama de frente pra ela. - E então... deu certo?
- Não. - Respondi num suspiro.
- Como assim "não"? - Indagou. - O que deu errado?
- Ela tentou me fazer de idiota! - Reclamei exautado. - Ela tentou me enganar!
- Peraí, como assim? - Emma me olhou confusa.
- Eu não sei... ela parecia estar bem furiosa quando disse que li o diário dela, mas quando a confrontei ela mudou um pouco... ela inventou uma história qualquer, pra confirmar se eu tinha realmente lido a droga do diário. - Contei balançando a cabeça.
- Se ela fez isso foi por que você fez alguma coisa que a fez desconfiar... - Disse meio pensativa. - O que foi que você fez?
- Como assim? Eu só disse pra ela que daria uma chance pra poder se explicar.
Ela levou a mão ao rosto e balançou a cabeça em reprovação.
- Carl, você é um idiota. - Destacou cada palavra, olhei pra ela indignado.
- O que?!
- Você falou pra ela que daria uma chance pra se explicar?! Sério? - Me olhou como se eu fosse algum tipo de idiota.
- E daí? - Indaguei balançando os ombros. - Qual foi o meu "erro"?
- Talvez o fato de querer dar uma chance pra ela se explicar? - Respondeu irônica. - Qual é Carl! Qualquer pessoa que leia aquele diário jamais iria querer ouvir uma "explicação"! - Falou revirando os olhos.
- E o que queria que eu fizesse? Amarrasse ela numa árvore e a torturasse até ela contar tudo?! - Falei alterado.
- Claro que não! Mas poderia ter sido um pouco mais esperto também! - Suspirou nervosa. - Tá, e o que você disse a ela?
- Nada. - Respondi baixando a cabeça.
- Como assim "nada"?!
- Não consegui! Acabei entrando no jogo dela e falei que não li o diário! - Confessei meio nervoso.
- E por que mentiu?! - Perguntou quase gritando.
- Eu não sei, só... acho que não posso obrigá-la a fazer algo que ela não quer. - Respondi encarando o chão.
Ouvi Emma suspirar.
- Carl, você me pediu ajuda pra tentar tomar a decisão certa...
- Eu sei, eu sei! Mas não é tão fácil assim... aquele diário era cheio de "acho que não fui eu" e "Não tenho certeza", não tinha nada concreto. Me deixou confuso! - Bati a mão em cima da cama. - Por isso não terminei de ler.
- Pra começar, você não devia nem ter lido o diário dela! - Repreendeu. - O que esperava que iria encontrar? "Querido diário, hoje matei mais uma pessoa, será que devo amolar minha faca pra vítima de amanhã?". - Debochou imitando uma voz rouca.
- Não, eu não...
- Carl, coloca uma coisa na sua cabeça, Thaylor NÃO é uma assassina psicótica! - Sussurrou destacando as palavras.
- Eu sei disso! - Falei levantando a cabeça pra ela.
- Mesmo? - Duvidou e levantou a sobrancelha pra mim.
- Eu não me importo com o passado dela, e sim com o presente! - Me levantei da cama e voltei a andar de um lado pro outro. - Você não entende... não quero que ela vá embora! Mas tenho medo de estar protegendo uma psicopata aqui conosco! E se eu fizer a escolha errada e no dia seguinte alguém amanhecer morto? - Parei olhando pra ela, eu praticamente estava implorando por ajuda. Minha cabeça trabalhava a mil.
- E-eu entendo sua situação complicada. - Disse me encarando. - Mas... ela já está no grupo de vocês a um tempo, e que eu saiba ela nunca teve um surto pra matar ninguém!
- Ela tentou me matar uma vez. - Contei me jogando na cama. - Tivemos uma briga e... de repente ela estava completamente fora de sí.
- Ela tentou mesmo te matar? - Perguntou me olhando intrigada.
- Tentou.
Ela deu um suspiro e coçou a cabeça antes de perguntar.
- E depois ela disse que não sabia o que tinha acontecido, certo?
Franzi a testa pra ela.
- Certo. - Minha voz saiu meio vaga, como ela sabia disso?
- Está vendo? Não adianta você querer arrancar a verdade dela! Nem ela sabe o que faz Carl!
- Ahh eu não sei... - Esfreguei as mãos no rosto com aflição. - ... não adiantou de nada ter lido aquilo. Só... me fez ficar mais confuso.
- Nunca deveria ter lido ele...
- É, mas agora já está feito! - Retruquei ríspido. - E não dá pra mudar isso!
- É, e agora você vai ficar assim, completamente angustiado e perturbado com isso! - Jogou na minha cara.
- E o que você sugere? - Perguntei olhando pro teto.
- Sugiro que tente esquecer tudo isso, melhor fingir que nada aconteceu. - Revirei os olhos, ela falava isso como se fosse fácil assim. - E nunca conte a ela que realmente leu o diário, mantenha isso em segredo e seu pescoço estará a salvo. - Preveniu e soltou uma risada.
- Nem precisava avisar, quando eu disse que tinha lido ela me deu um tapa na cara. - Contei, Emma me olhou de boca aberta e começou a rir.
- Ta falando sério? Ela fez isso mesmo? - Riu ainda mais alto. - E você revidou?
- Ta maluca? Eu não bato em garotas! - Exclamei jogando um travesseiro nela.
- Mas agora é sério, esquece isso Carl. - Agora sua expressão mudou de descontraída pra séria. - Ela mesma já sofre em não saber o que aconteceu. Quando ela surta, ela vira outra pessoa e não é mais responsável pelos seus atos, você leu o diário e sabe disso. Então não adianta confrontar ela porque nem ela sabe o que fez e nem "se" fez. Não da pra saber o que se passa na cabeça da Thaylor.
Suspirei e fechei os olhos por um segundo, era muito difícil não saber o que fazer, eu poderia estar colocando todos em perigo.. e se algum dia ela surtar? O que vai acontecer?
- Só tenta... esquecer isso. - Aconselhou.
- Odeio a sua mãe por ter dito aquelas coisas. - Falei rancoroso, se ela não tivesse falado nada, eu nunca teria feito a burrice de ler a droga daquele diário!
- Deveria se odiar por ter se quer ouvido o que ela tinha a dizer! - Retrucou me olhando feio.
E o pior é que ela tinha razão, e eu me odiava por isso.
- A Thaylor tem medo que ser descoberta, ela até disse que sua mãe era louca, falou que ela nem teve outra filha além de você.
- O que?
- Pois é, ela realmente tentou me enganar...
- Não, não é isso! - Gritou de repente. - Você contou a ela o que a minha mãe falou pra vocês?!
- Contei... por que? - Perguntei franzindo a testa, Emma ficou calada por um instante, ela estava paralisada. - Emma?
- Não devia ter contado a ela Carl... - Me olhava meio assustada.
- Por que não? - Perguntei franzindo o cenho.
- Porq...
Foi interrompida por alguém que bateu na porta.
- Entra! - Falei e a porta abriu, revelando justamente a Thaylor. - Oi.
- Oi. - Nos cumprimentou entrando no quarto.
- Oi Thaylor. - Falou Emma forjando um sorrisinho.
- Eu soube que você estava aqui. - Falou pra Emma.
- É.. Carl e eu estávamos conversando.
- Entendi. Eu vim perguntar se você quer dormir lá em casa hoje.
Emma ficou pensativa por um instante.
- Tudo bem. - Respondeu.
- Ótimo. - Thaylor falou com um sorriso. - Eu to indo, tchau.
- Eu também já vou indo! - Emma se levantou da cadeira. - Até mais Carl. - Falou me lançando um olhar de "pensa no que eu te disse", e sairam fechando a porta.
Fechei os olhos e suspirei. Eu estava frustrado, sem saber o que fazer. Pensei em contar isso pro meu pai, e o que iria acontecer?
Talvez eu devesse mesmo seguir o conselho da Emma e esquecer tudo isso. Mas seria muito mais fácil se não tivesse vidas em perigo. Thaylor podia ser mesmo culpada dos assassinatos que Skyler a acusou, mas também poderia ser inocente. As câmeras de segurança gravaram Thaylor "supostamente" matando a filha da Sky, mas e se isso fosse apenas uma coisa que aquela mulher inventou só pra gente acreditar nela? Afinal, Thaylor não falava nada sobre esse tal "vídeo" no diário.
Não sei o que eu iria fazer... mas alguma coisa tinha que ser feita. Eu tenho que tomar uma decisão.
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