História The Walking Dead - Odeio Amar Carl Grimes - Quem é você

            Continuação.....

   E então o seguimos até a igreja dele.

      - Bem vindos a casa de Deus. - Falou assim que entramos.

   O lugar era simples, mas com certeza era bem melhor do que lá fora. 

      - Aqui tem um quarto. - Ele disse, guiando Daryl até uma porta ao lado. - Coloque ela na cama. 

      - Onde está o kit médico? - Meu pai perguntou.

      - Ali em cima. - O padre apontou para algum lugar. Eu entrei no quarto também, era pequeno, provavelmente ele morava sozinho mesmo. 

    Depois de cuidarem da ferida da garota, meu pai e o Daryl saíram do quarto, eles se sentaram num dos bancos.

       - A menina é sua filha? - Gabriel perguntou pro meu pai, quase me fazendo rir.

       - Não. Na verdade nós nem a conhecemos. 

       - Então é muita bondade de vocês ajudarem ao próximo. - Ele sorriu, mas não devolvemos o sorriso. - Estão com fome?

   Eu estava faminto, não comi no Terminus, e ainda bem.

   Afirmamos, e o padre foi até atrás da igreja, levando alguns de nós com ele. 

       - Carl, fique de olho na menina. - Não acredito que meu pai me pediu pra ficar de babá daquela garota que nem sabemos quem é.  

        - Mas, por que eu..

        - Se ela acordar, avise. - E então ele saiu junto com o Daryl e o Abraham para ver seja lá o que fosse que o padre queria mostrar.

   Levantei com raiva e fui até o quarto onde ela estava. Me sentei numa cadeira que estava perto da cama, e fiquei lá parado, esperando pra ver se ela acordava.

   Tinha sangue nos cabelos dela, o que só dava pra perceber se olhasse bem, por que ela era ruiva. Ela tinha algumas marcas de queimadura nos braços, por causa da explosão. Me perguntei se ela realmente iria acordar, talvez esteja num coma, ou quase morta.

   Me assustei quando ela começou a se mexer, olhei para o rosto dela, ainda estava de olhos fechados. Levantei da cadeira e sai do quarto, meu pai estava voltando com o Daryl, Abraham e Gabriel. 

      - Pai! Acho que ela tá acordando. 

   Todos vieram para o quarto.

                   ~ POV THAYLOR ~ 

    Estava tudo doendo, cada parte do meu corpo, mas minha cabeça estava explodindo. Tentei levar as mãos a cabeça, mas mal conseguia me mexer.

       - Pai! Acho que ela tá acordando. - Ouvi uma voz gritar. Aonde será que eu estou? 

Quando consegui abrir os olhos,  demorou um tempo até que eu me acostumasse com a claridade. Eu só conseguia ver um teto, e que estava girando, girando muito.. minha cabeça doía muito mesmo, eu escutava vozes, muito longes, meus ouvidos estavam doendo também.  Alguém balançou a mão diante dos meus olhos.

      - Consegue me ver? - Falava enquando balançava a mão. Não consegui responder. Então minha audição foi voltando ao normal, e eu percebi que tinham muitas vozes. Onde eu vim parar? E como? 

      - Acha que ela está cega? - Perguntou uma voz feminina. 

      - Não, ela está olhando pra mão do Daryl. - A mão então parou de balançar.

   Passei a mão pelo meu bolso,  mas não achei minha faca, com certeza eles pegaram.

   Com muito esforço eu virei a cabeça para o lado, vi muitas pessoas, e tinha umas 3 de cada uma delas, minha cabeça estava realmente confusa.

      - Será que ela está bem? - Alguém perguntou. 

      - Ei. - Chamou um homem de olhos puxados. 

   Tentei me levantar, mas era impossível, não conseguia me mexer. Minha dor se intensificou e, de novo, tudo escureceu.

                      ~ POV CARL ~ 

     Ela desmaiou de novo. 

     - Ela parecia atordoada. - Comentou Maggie. - Talvez tivesse gente de mais aqui. 

      - Ou a pancada na cabeça foi muito forte. - Falou meu pai.

      - Vamos esperar que ela acorde novamente. - Disse o padre, e saímos do quarto. 

     De vez em quando alguém ia até o quarto, para ver se ela tinha acordado, mas ainda estava desacordada. 

                       [ ... ] 

   Já era noite quando acordamos assustados com o barulho de alguma coisa caindo no chão. Vinha do quarto, corremos até lá. A garota estava sentada na cama. 

                   ~ POV THAYLOR ~ 

    Acordei de novo, a cabeça ainda doía, mas com menos itensidade agora. Olhei ao redor, parecia que eu estava sozinha no quarto. Olhei pra porta entre-aberta e vi que tinha alguém deitado num banco, aparentemente dormindo. Olhei para a cômoda ao lado da cama, e vi uma faca, que gente descuidada. Com um pouco de esforço me sentei na cama, por um segundo tudo girou, me recompus e estiquei o braço para pegar a faca, estava um pouco longe, minha não conseguia alcansar, estiquei um pouco mais os dedos, que conseguiram tocar a ponta faca, mas com um movimento descuidado dos dedos, ela caiu, fazendo um barulho alto no silêncio em que estava.

   "DROGA!!" pensei com raiva.

    Ouvi passos, e a porta abriu bruscamente, revelando um grupo grande de pessoas.

   Um homem barbudo veio até o outro lado da cama, olhou para o chão e pegou a faca. 

      - Acho que ela é mesmo inofensiva. - ironizou, levantando a faca para que os outros pudessem ver. 

  Ótimo, o que vou fazer agora? 

      - Como está se sentindo? - Perguntou uma mulher de cabelos curtos e grisalhos.

   Não respondi, não sei quem eles são, se eu falar algo que eles não gostem, quem sabe o que vai acontecer? 

       - O gato mordeu sua língua? - Debochou um homem forte e ruivo, apesar de querer muito, não respondi.

       - Olha só, - O homem que tinha pegado a faca começou a falar. - vamos fazer umas perguntas e você vai ter que responder. Entendeu? - Ele me encarou, esperando resposta.

      - Será que ela é muda? - Um homem com roupa de padre falou. 

      - Se ela é muda, pode ser que seja surda, e se é surda ela não está nos ouvindo. - Concluiu um garoto com chapéu de 'xerife do velho oeste'. 

       - Eu não sei não.. seria conveniente de mais ela ser surda. - O cara da faca me olhou desconfiado. 

   Ok, eu estou apavorada. Quem é essa gente? 

       - Olha só,  não vamos te machucar. - Disse o cara com roupa de padre. - Não é pessoal? 

    Ninguém respondeu. Que ótimo, me alivou muito! 

   Me fazer de muda não ia resultar em nada. Então resolvi fazer a única pergunta que me veio na cabeça.

       - Q-quem são vocês? - Eles ficaram surpresos por um momento. 

       - O que foi que você disse? - Uma mulher de cabelos curtos e castanho perguntou. Ótimo, minha voz saiu num sussurro de novo.

      - Quem são vocês? - Repeti. Meu coração estava acelerado. 

      - Eu faço as perguntas primeiro. Tá bem? - O cara da faca, que eu imagino ser o "lider" , chegou mais perto, eu me encolhi um pouco. - Quem é você? 

   Eu não falaria nada sobre mim antes de saber quem eles eram. Então perguntei de novo:

       - Quem são vocês? - Eles me olharam e depois olharam uns para os outras, e de novo para mim. 

       - Muito bem. Eu sou Rick, líder do grupo. - O cara da faca se apresentou. - Aqueles são Daryl, Gleen, Tara, Carl, Michonne.. - Ele apresentou todo o grupo. - E então, quem é você? 

   Agora eu tinha que responder. 

      - Thaylor. - Respondi.

      - Dá pra falar mais alto? - O garoto do chapéu, Carl, perguntou num tom um pouco rude. 

   Imbecil.

      - Me chamo Thaylor. - Respondi olhando feio pra ele.

      - Muito bem, você é de algum grupo? - Perguntou o tal Rick. 

      - Não, eu estou sozinha.  - Respondi.

      - Quantos andantes você já matou? - Olhei para ele sem entender a pergunta. - Em? 

       - É  sério?  Você sai por ai contando quantos desses bichos você mata? - Perguntei com sarcasmo.

       - Não, não saio contando. - Ele respondeu sério. - Quantas pessoas você ja matou? 

   Essa pergunta me pegou, desviei o olhar para meus pés antes de responder. 

      - Uma. 

  Ele me olhou surpreso.

      - Está dizendo que desde que tudo isso começou, você só matou UMA pessoa? 

      - Sim. - Confirmei, ainda sem olha-lo.

      - Por que? 

      - Porque ela estava infectada. - Falei a primeira coisa que me veio na cabeça. 

      - Ok. - Falou dando um suspiro e se afastando da cama. 

      - Já acabou? - Perguntei.

      - Sim. - Confirmou. 

      - Já posso ir? - Perguntei já me preparando pra descer da cama. 

      - Claro que não! - Ele respondeu. Olhei espantada pra ele. 

       - Eu já respondi o que queria saber, por que quer me prender aqui? - Perguntei alterada.

       - Não queremos te prender. Você pode ir embora se quiser, mas tem que ver se está em condições de ir. - Explicou.

       - Claro que estou. - Falei.

       - Tudo bem, se levante então. 

  Fiz o que ele pediu, me preparei para ficar de pé, mas assim que levantei, cai de novo na cama e dei um grito de dor, não conseguia ficar de pé.

      - Eu avisei. - Falou rindo. 

      - Está com fome? - O tal Padre Gabriel perguntou. Confirmei. - Eu ja volto. - Ele saiu do quarto.

       - Tenho uma pergunta. - Me virei pro Rick. Ele fez sinal pra eu falar. - Como vim parar aqui? 

       - A Carol te trouxe, você estava muito ferida.  

       - Você se machucou na explosão. - Carol confirmou. 

       - Então foram vocês? - Eles me olharam confusos. - Vocês explodiram o Terminus? 

       - Eu explodi. - Carol falou. Olhei assustada pra ela. 

       - E por que fez isso? - Perguntei incrédula. 

       - Eles eram canibais, atraíam as pessoas para  mata-las e comer a carne delas. - O cara chamado Daryl respondeu. 

       - Nossa. - Sussurrei indignada. 

       - Eles faziam churrasquinho das pessoas. -  comentou o olho puxado, Gleen. Assim  que ouvi isso, fiquei em pânico.

       - Churrasquinho? - Repeti pra mim mesma. - Não... - Naquele momento, juro que senti vontade de vomitar, não acredito que comi carne HUMANA!

       - Pessoal, acho que ela comeu o churrasco deles. - Falou Eugene. 

  Alguém riu. Não vi quem era.

       - Bom, sinto muito. - Disse Rick. - O Gabriel deve estar trazendo sua comida. Vamos deixar você descansar. 

       - E não tente nenhuma gracinha. - Avisou Daryl. E todos saíram do quarto, me deixando só.