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História The Walking Dead - Odeio Amar Carl Grimes - Você venceu


Escrita por: Mila_Scarlety

Notas do Autor


OOOI WALKERS! Desculpem por não ter postado ontem... mas não consegui terminar de escrever a tempo (e acabou ficando muito maior do q eu gostaria, desculpem por isso)
Bom... espero q gostem do cap de hj.
Desculpem se tiver erros de digitação...
Boa leitura! (☆_☆)

(Obgada @Wandarla por ter feito a capa do cap😘)

Capítulo 38 - Você venceu


Fanfic / Fanfiction The Walking Dead - Odeio Amar Carl Grimes - Você venceu

  Comecei a abrir os olhos de vagar, mal conseguindo enxergar, tudo eram borrões e a luz do sol estava me incomdando. Minha cabeça estava explodindo, e cada centímetro do meu corpo doía.
  Olhei ao meu redor, tentando ver onde eu estava, parecia que eu estava sentada no banco de um carro ou algo assim. Minha cabeça estava encostada na janela, olhei para o lado, e por através do vidro, vi o que parecia ser três pessoas correndo num campo espaçoso e verde. Reconheci o Daryl e o Rick, e o outro era o cara de cabelos cumpridos que quase me atropelou. Daryl corria atrás do cabeludo e o Rick estava matando uns andantes. Como foi que eu vim parar aqui?
  Tentei me mexer, mas caí de volta no banco, senti uma falta de ar repentina, as janelas estavam fechadas, como é que eles me deixam trancada sem ar no carro?
  Tentei novamente, me inclinar pra frente pra poder ligar o carro e abrir as janela. Girei a chave, e quando fui me recostar novamente no assento, meu pé bateu na alavanca e o carro começou a se movimentar dando ré, em direção ao lago que estava logo atrás, eu não sabia o que fazer.
   - Merda! - Tentei abrir a porta, mas nem força pra isso eu tinha, e meu ombro estava doendo pra caramba.  Rick, Daryl e o cara perceberam e começaram a correr pra cá, mas eles estavam longe de mais pra chegarem a tempo.
   - THAYLOR! - Ouvi o Rick gritar de longe.
  O carro estava quase entrando no lago, fiz mais um impulso e a porta abriu com tudo, caí batendo a cabeça no chão, percebendo que o "carro" era um caminhão, o caminhão branco. Vi ele se afundar antes da minha cabeça pesar de novo, e tudo escurecer.

                    ~ POV CARL ~

  Fiquei sentado na varanda com a Judith, olhando as estrelas. Eu e Michonnes tínhamos acabado de resolver uma discussão sobre um problema que aconteceu na floresta.
Já estava tarde e até agora meu pai e o Daryl não tinham voltado, talvez eu não precise me preocupar.
  Fechei um pouco o olho, e respirei fundo, recostando a cabeça na cadeira. Também não vi a Thaylor desde hoje cedo, onde será que ela está?
   - CARL! - Abri os olhos assustado, quase derrubando a Judith do meu colo. Meu pai vinha correndo, com alguém nos braços. Senti minha respiração falhar quando vi os cabelos vermelhos balançando, quase arrastando no chão. - ABRA A PORTA!
  Fiz o que ele mandou, e abri a porta da frente, ele passou correndo por mim e entrou na casa, já subindo as escadas pro andar de cima. Michonne e eu o seguimos, assustados. Ele entrou no quarto da Thaylor, abrindo a porta com um chute, e a colocou deitada na cama. Ela estava desacordado, toda arranhada e suja, o rosto quase que todo coberto de sangue seco.
   - O que aconteceu com ela? - Eu e Michonne perguntávamos, mas meu pai apenas balançava a cabeça.
   - Não sei... não sei! - Respondeu passando a mão no cabelo. - Carl, vai chamar a Denise!
   - Não, deixa que eu vou, eu sei onde ela está. - Michonne disse e saiu do quarto.
   - Achamos ela assim quando estávamos na estrada. - Meu pai contou quando eu ia abrir a boca pra perguntar.
   - Na estrada?! - Indaguei incrédulo, ela fugiu? - Mas como...
   - Depois eu explico, agora precisamos cuidar dela. - Me cortou.  Ele suspirava aflito, assim como eu. Coloquei a Judith no berço e voltei pro quarto da Thaylor, Denise acabara de chegar com os kits médicos dela.
   - Preciso que vocês saiam. - Ela pediu se sentando ao lado da Thaylor.
   - Mas... - Tentei protestar, mas Michonne me cortou.
   - Tudo bem. - Fui praticamente arrastado pra fora do quarto. - Carl... não vai ajudar você ficar lá dentro.

  Descemos até a sala, sentei no sofá, meu pai se sentou também. A porta se abriu e Carol, Tara, Maggie, Glenn e Morgan entraram.
   - Vimos vocês chegando. - Glenn falou fechando a porta. - O que aconteceu?
  Eles se acomodaram nas cadeiras da mesa de jantar.
  Meu pai começou a contar que ele e o Daryl estavam procurando mantimentos, e encontraram um caminhão cheio, mas que um tal de "Jesus" roubou o caminhão. Então eles seguiram o rastro dos pneus do veículo e o encontraram parado no meio de uma avenida, o tal Jesus estava trocando os pneus, e a Thaylor estava desmaiada no banco do passageiro. E o cara contou que encontrou ela caminhando sozinha na estrada, que ela estava péssima, e então eles amarraram o cara e pegaram o caminhão de volta, com a Thaylor. Mas então, de algum modo o Jesus foi parar em cima do veículo e eles tiveram que parar numa espécie de fazenda num campo aberto, e que então, não sabem como, enquanto eles tentavam capturar o cara, a Thaylor acordou e o caminhão cheio de suplementos afundou no fundo de um lago, quase que levando ela junto. E agora o cara estava amarrado, sob a supervisão do Daryl.

   - Caramba... que dia em. - Glenn comentou atordoado. Eu não consegui dizer nada, apenas encarava minhas próprias pernas, com raiva.
   - Mas como a Thay foi parar na estrada? - Maggie indagou transtornada, mesmo sabendo que não obteria resposta. Mas acho que eu sabia como ela escapou de Alexandria.
   - Não sabemos. - Meu pai disse soltando um suspiro pesado. - Mas... ela estava com o coelho.
   - O coelho? - Carol franziu a testa.
   - É. E ele está no carro, temos que tirar ele de lá antes que... cause mal cheiro.
   - Deixou o Kyeran trancado no carro? - Repreendeu Michonne, intrigada. Meu pai fez uma pausa, em seguida contou, com a voz embargada.
   - Ele está morto.
  Levantei a cabeça, olhando pro meu pai. Todos arregalaram os olhos.
   - Meu Deus, eu vi ela saindo com o coelho hoje cedo. - Maggie comentou com pesar.
   - Não... e-eu pedi pra ela passear com ele.. - Michonne esfregou os olhos, percebi a frustração dela.
   - A culpa não é sua. - Morgan interveio.
   - Não mesmo. - Falei finalmente, e virei a cabeça pro meu pai, encarando-o amargurado. - A culpa é sua.
  Ele me olhou confuso e franziu a testa.
   - Carl. - Michonne tentou e interromper, mas continuei, sem desviar o olhar dele.
   - Sua e do Daryl! Tem noção do quanto ela ficou brava por vocês terem deixado ela aqui e irem sozinhos? Talvez se vocês não tivessem mentido, ela não teria pulado o muro!
   - Carl já chega! - Michonne me repreendeu. Balancei a cabeça e levantei bruscamente do sofá, saindo pra fora de casa.
  Me sentei nas escadas, preciso esfriar a cabeça. Vários pensamentos e perguntas rondavam minha mente, me deixando confuso, bravo e atordoado ao mesmo tempo.  Perguntas que só serão respondidas quando a Thaylor acordar.
  Como foi que isso aconteceu com ela? Como ela foi parar na estrada? Será que ela... estava fugindo?
  Me perguntei se talvez ela tivesse usado o que aconteceu como desculpa pra ir embora, eu sei que ela quer ir faz tempo, e nem sei por que ela se importa com a promessa que me fez.  Ou talvez, ela só estivesse de cabeça quente, e deu uma escapada. Seja lá o que tenha acontecido, as coisas deram errado.
  Meus pensamentos foram interrompidos quando a porta da frente se abriu e alguém se sentou do meu lado, não virei a cabeça, mas eu sabia quem era, meu pai.
  Ficamos uns segundos em silêncio.
   - Desculpa. - Falei por fim, mantendo o olhar fixo em uma pedra qualquer no chão. - Eu não devia ter gritado com você.
   - Não devia ter gritado mesmo. - Ele fez uma pausa, na qual deu um longo suspiro. - Mas você está certo. Posso ter culpa no que aconteceu com ela.
  Não respondi, eu não sabia o que falar, nem sabemos o que aconteceu.
   - Ela vai ficar bem. - Ele disse, e colocou a mão na minha perna. - Ela sempre fica bem.
   - Eu sei. - Respondi abrindo um meio sorriso forçado.
   - Vamos entrar? - Confirmei com a cabeça. Nos levantamos e entramos em casa. Denise desceu as escadas.
   - Ela está bem? - Morgan foi o primeiro a perguntar.
   - "Bem" não é a palavra que eu usaria. - Respondeu ela. - Mas ela vai ficar.
   - E ela está acordada? - Perguntei.
   - Não acho que ela vá acordar ainda hoje. Mas amanhã com certeza. - Respondeu com um sorrisinho. - Como foi que ela se machucou daquele jeito?
   - Não sabemos, eu e o Daryl encontramos ela assim. - Meu pai respondeu. - Ela quebrou alguma coisa?
   - Por sorte não, mas ela vai precisar ficar de cama uns dias. Os ferimentos não foram leves. Ela tinha deslocado um ombro, tinha cortes e arranhões por quase todo o corpo, um corte na testa... ingetei uma dose pequena de anestesia nela, mas depois que o efeito passar em algumas horas, ela deve sentir bastante dor.
   - O que você acha que causou isso? - Michonne perguntou.
   - Não faço ideia. - Denise deu de ombros. - Bom, acho melhor alguém passar a noite com ela, ficar de olho pro caso de ela ter febre ou delírios.
   - Eu posso ficar. - Tara se candidatou levantando a mão. - Posso?
   - Não vejo problema. - Meu pai respondeu. - Acho que o meu rosto não vai ser o primeiro que ela vai querer ver.
   - Eu poderia ficar ela. - Morgan interveio.
  De repente ouve uma breve discussão sobre quem iria passar a noite com ela, não entrei na discussão, todos estavam dispostos, eu seria a última pessoa que eles escolheriam.
   - Só acho que eu sou a única que não vou começar enchendo ela de perguntas. - Argumentou Tara.
A discussão foi interrompida por um barulho vindo de lá de cima, olhamos pra Denise.
   - Não disse que ela acordaria só amanhã? - Carol indagou.
   - Foi só uma um palpite. - Denise respondeu.
   - Pode ser a Judith. - Glenn disse. Meu pai se encaminhou até as escadas.
   - Rick. - Michonne chamou, acho que ele entendeu o que ela queria dizer, não era uma boa ideia ele vê-la agora.
   - Vou ver ela. - Ele disse decidido, e subiu as escadas.

                  ~ POV THAYLOR ~

  Acordei novamente, meus olhos estavam pesados, meu corpo estava mole e um pouco dormente. Abri os olhos por completo, eu estava deitada numa cama, virei a cabeça pros lados, e reconheci o lugar onde eu estava, era meu quarto. Mas como? Como vim parar aqui?
  Então me lembrei de que vi Rick e Daryl, com certeza foram eles quem me trouxeram pra cá.
  Minha boca estava seca, tinha um copo de água em cima da minha cômoda, estiquei o braço com cuidado, meu ombro doía muito. Consegui pegar o copo, tomei a água e estiquei o braço novamente pra colocá-lo de volta em cima da cômoda, mas minha visão saiu de foco e acabei deixando o copo cair, fazendo um barulho alto.

  Segundos depois, a porta se abriu, e Rick entrou fechando-a atrás de sí.
  Virei a cabeça pro outro lado, confesso que senti vontade de chorar quando o vi, só não sabia se era de raiva ou alívio. Mas eu não ia chorar, não com ele vendo. Consegui ver meu reflexo no espelho do closet, eu estava com roupas limpas, com ataduras nas mãos, corativos em alguns arranhões e uma faixa cobrindo a testa, que estava escondida por baixo dos meus cabelos.
   - Oi. - Ele se sentou na ponta da minha cama. - Que bom que acordou.
  Fiquei calada, eu não queria falar com ninguém agora, eu não queria falar com ele agora.
  Ouvi um suspiro frustado dele.
   - Você está bem? - Pensei mil vezes em dar uma resposta sarcástica a ele, "claro, estou ótima, não está vendo?", que pergunta mais idiota. - Você deve estar sentindo algumas partes do seu corpo dormentes, é a anestesia que a Denise ingetou em você.
  Legal, isso quer dizer que a dor que eu já estou sentindo, ainda vai piorar.
   - Eu sei que você está brava comigo. E eu pensei duas vezes antes de vir aqui te ver primeiro. - Falou depois de um instante de silêncio. Virei a cabeça pra ele, e o encarei. - Eu deixei você pra trás e... sei que isso não foi legal, me desculpa.
   - Eu queria que um "desculpa" resolvesse as coisas. - Falei num tom de voz baixo.
   - Eu sei que isso não significa nada agora. Eu estava tentando te proteger. - Ele coçou o queixo. - Mas eu estou arrependido por ter...
   - Tenho certeza de que está. E deve estar muito arrependido. - Ri amargurada. - Mas não pode se sentir culpado. Eu tive culpa.
   - Culpa do que?
   - De ter sido idiota. - Respondi. - Você levaria um coelho pra floresta? Não. Mas não pensar direito faz você cometer atos estúpidos. - Ri da minha própria estupidez.
   - Thaylor, o que aconteceu? - Ele perguntou num tom calmo, mas exigente.
  Hesitei por um instante, e então comecei a contar tudo a ele, que me ouvia com atenção.
   - Deus. - Sussurrou depois que terminei de falar. - Eu... Eu não... Thaylor, sinto muito, muito mesmo. - Ele balançou a cabeça, atordoado e um tanto enraivecido.
   - Como foi que me encontraram? - Tentei mudar aquela conversa pra outro foco, eu já sabia que ele sentia muito, mas isso não me importa.
  Ele contou como me encontrou, falou sobre o tal de Jesus, sobre o caminhão, e que o Kyeran estava aqui.
   - Foi mal pelo caminhão. - Falei encarando minhas mãos, apoiadas em minhas pernas cobertas pelo lençol limpo.
   - Isso não é o mais importante agora. - Ele se aproximou mais, com a expressão séria. - Preciso saber, se esses caras que te capturaram, eles fizeram mais alguma coisa...
   - Não. Eu te contei tudo. - Respondi logo. Virei a cabeça pro outro lado. - Posso... posso ficar sozinha agora?
   - É... Não precisa de nada? - Ele perguntou se levantando.
   - Só sai daqui, por favor. - Pedi novamente, me esforçando pra não ser grossa. Eu já contei tudo a ele, e não posso culpa-lo pelo que eu fiz, mas pra mim era mais fácil dividir a culpa, pelo menos naquele momento.
  Ele me olhou inexpressivo por um tempo, e então assentiu com a cabeça, e saiu do quarto.
  Fechei os olhos, ainda segurando as lágrimas, eu não queria chorar, aquilo passou, por que eu choraria? Já passei por coisa bem pior do que três idiotas me capturando, e não choraminguei por isso. Mas no fundo, eu sabia, e estava tentando esconder essa coisa boba de mim mesma, eu queria chorar pelo Kyeran, mas... como foi que me apaguei a um coelho? Se isso fosse em outros tempos eu já teria comido ele, mas não, estou destruída por que tiraram a vida do meu "coelhinho de estimação".
   - Olá! - Morgan abriu a porta, já entrando com um sorriso no rosto.
   - Oi Morgan. - Não fiz esforço pra parecer empolgada, só quero ficar sozinha. - Eu disse pro Rick que não quero ver ninguém.
   - Ele me disse. - Se sentou do meu lado na cama, o sorriso ainda estampado na cara. - Os outros ficaram decepcionados, mas entenderam. Disseram que viriam amanhã. Mas eu vou ser breve, só quero ver se está bem.
   - Tirando as dores, eu estou bem sim. - Falei.
   - É mesmo? Rick contou o que aconteceu, eu não estaria bem se estivesse no seu lugar. - Falou me encarando como se esperasse que eu desabasse em lágrimas.
   - Isso não foi uma novidade pra mim, quero dizer, já aconteceram coisas piores comigo antes...
   - Aposto que sim. Mas com certeza isso sempre causa um trauma diferente, não se pode ficar acostumado com isso. Mas não estou falando dos homens... estou falando do coelho. - Desviei o olhar pro outro lado, eu realmente não queria falar disso. - Como você está?
   - Eles mataram o Kyeran, foi triste, mas era só um coelho. - Tentei parecer indiferente quanto a isso, não quero parecer um bebê que perdeu a chupeta preferida.
  Ele ficou calado um tempo, me observando. Então ele colocou uma mão dentro do casaco, e eu quase vomitei quando ele tirou o Kyeran e o jogou em cima da minha cama, bem na minha frente.
   - TIRA ELE DAQUI! - Mandei levando uma mão a boca e fechei os olhos, eu não queria olhar. - TIRA!
   - É só um coelho, morto. Você já deve ter visto muitos coelhos assim. - Disse, ele estava fazendo mais um daqueles jogos de novo.
   - Morgan... por favor,tira ele daqui! - Agora eu estava implorando, eu ainda mantinha os olhos fechados.
   - Não consegue olhar pra ele, não é? Você sabe que ele não é um simples coelho, não pra você.
  Senti ele tirando o Kyeran de de cima da minha cama, e depois de uns segundos, abri os olhos novamente, e o Kyeran não estava mais ali.
   - Você estava errado. - Falei encarando ele com raiva. - Disse que ela não me abandonaria, que não me machucaria, mas você estava errado, Morgan. - Passei a mão por cima da minha faixa no pulso, no local onde o Kyeran havia cravado os dentes. - Ele me atacou de repente, e ele fugiu...
   - Ele era um bicho da natureza, uma hora isso ia acontecer, você não teve culpa.
   - Fui descuidada em levar ele pra floresta. Eu não cuidei dele direito, me desculpa por ter estragado o presente. Agora ele está morto... o Kyeran está morto, o Kyeran morreu. - Dizer isso me despedaçou por dentro. Morgan aproximou o rosto de mim, e me encarou sério.
   - Ele não era seu pai. - Falou. - Ele era um coelho, que você gostava...
   - Amava. - Corrigi, Morgan franziu a testa pra mim. - Quase morri por que fui atrás dele. - Me questionei se eu teria ido atrás dele, se soubesse que aqueles caras estariam lá.
   - Isso, ele era um coelho que você amava, e que tinha o nome do seu pai, mas não confunda as coisas Thaylor, não misture seus sentimentos. Ele era um coelho, seu pai ainda pode estar por ai. Você deve estar desestabelecida emocionalmente nesse momento, mas não confunda as coisas. - Ele falava como se quisesse enfiar isso na minha cabeça. Mas... eu não estava confundindo as coisas, eu não confundia o coelho com o meu pai!
   - Eu não sou uma maluca Morgan. - Falei controlando o meu tom de voz pra não gritar, não gosto que me chamem de louca. Mas no fundo eu não tinha certeza da minha lucidez quanto a isso, não era possível eu ter misturado meus sentimentos a um coelho. - Não confundi um coelho com o meu pai!
   - Que bom. - Ele sorriu sem mostrar os dentes. - Como foi que se sentiu?
   - Quando mataram o Kyeran, eu me senti horrível, como se tivesse perdido tudo. Ele era meu, e tiraram ele de mim. - Eu olhava pro nada, apenas me recordando do barulho do disparo.
   - Ele era a única coisa que você tinha, não era? Uma coisa sua realmente. - Concordei com a cabeça. - Sinto pelo que aconteceu. Mas viu só? No final das contas, eu consegui te fazer entender, você sentiu a morte dele,você... se apegou a ele. Você cuidou dele, pelo pouco tempo que ficou com ele. Você é humana Thaylor.
   - É! Eu cuidei dele, eu me apeguei... e ele fugiu! E ele está morto! Acabou! No fim das contas, nada valeu a pena. Quer saber realmente o que aconteceu Morgan? Aconteceu tudo de novo! Tiraram uma coisa importante de mim, e eu me vinguei por isso, por que é só o que eu posso fazer! Ele era MEU coelho, e ele morreu! Por que é assim que acontece, vão tirando cada coisa que você ama, até você ficar só... e se reprimir, ficar como eles. - Desabafei completamente enraivada, aquela era a hora pras lágrimas cairem mas não as soltei, eu não ia chorar de novo.
   - O que tiraram de você? - Ele perguntou depois de um minuto sem dizer nada, apenas me encarando.
   - Vai embora Morgan! - Mandei com a voz alterada. Eu só queria ficar sozinha e em paz, não quero mais perguntas. - VAI POR FAVOR!
   - Eu só queria que você entendesse. - Disse se levantando. - Até mais Thaylor, eu espero que melhore rápido.
  E então fiquei sozinha novamente. soquei a cama, e logo senti a dor horrível percorrer meu corpo. Que merda!

  Eu estava com raiva naquele momento, pura raiva. E eu poderia culpar o Morgan, ou o Rick e o Daryl, ou a Michonne. Mas a culpa era minha, e eu sabia disso, por mais que eu quisesse culpar o Rick e o Daryl por isso, a culpa era minha.
  Morgan queria me ajudar a entender que "ainda temos esperança de sermos humanos", mas ele me fez entender outra coisa, ou melhor, ele me fez lembrar do que eu tinha esquecido. Que a minha vida sempre dá errado, não importa quantos coelhos a vida te dê, alguém sempre vai tirar eles de você, e é por isso que ficamos vazios por dentro, e nos tornamos desprezíveis e "egoístas".

  Me virei deitando de lado, encarando meu reflexo no espelho por alguns segundos, e então fechei os olhos com força, como se pudesse apagar as lembras daquele dia.
  Ouvi a porta ranger, dei um suspiro impaciente e revirei os olhos. Qual parte do "ficar sozinha" ninguém entendeu?
  A porta se fechou, não me virei pra ver quem era, quem sabe essa pessoa pensasse que eu estava dormindo.
Senti o colchão se afundar do meu lado, perai, alguém estava recostando na minha cama? Abri os olhos, e do espelho eu vi, o Carl recostado do meu lado, ele olhou pro espelho diretamente pra mim. Que droga, eu já cansei de ouvir perguntas por hoje!
   - Sai daqui por favor, Carl. - Pedi olhando pra ele através do espelho.  Ele não se moveu, apenas me olhava passivamente. - Eu preciso dormir, Carl. Pode por favor, sair da minha cama?
   - Não se pode resolver tudo apenas escrevendo o que sente num diário. - Falou me encarando ainda pelo espelho. - Chorar as vezes faz bem, sabia?
   - Não estou com vontade de chorar. Agora pode sair? - Tentei não parecer rude, mas paciência naquele momento era muito difícil de ter.
  O que ele estava fazendo aqui? E o que é que ele espera que eu faça?
  Carl suspirou despreocupado, e se ajeitou mais na cama. Isso era desconfortável.
   - Está tudo bem agora, Thaylor. Eles te machucaram, mas agora estão mortos, acabou e você venceu. Está em casa agora. - Ele falou olhando pro teto.
  Então não consegui evitar, de repente as lágrimas que eu estava segurando até então, invadiram meus olhos e eu já estava chorando e soluçando. Que porcaria, eu preferia fazer isso sozinha.
  Senti as mãos dele segurarem meus braços com cuidado, e me virarem pro outro lado. Escondi minha cabeça no peito dele, e fiquei chorando em silêncio.
   - Tudo bem... - Ele me abraçava, passando as mãos nas minhas costas e acariciando meus cabelos. - Vou estar aqui quando você acordar. - Sussurrou.
  Se ele disse isso pra me reconfortar, ele conseguiu.


Notas Finais


Bom... é isso, espero q tenham gostado.
Nem consegui revisar o cap (estou na escola) então desculpem algum erro..
Se puderem comentem oque acharam por favor, vou fazer o possível mas não sei se vou conseguir postar amanhã :(

Então.... Bjinhuus e até mais seus lindos!😘


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