História The Walking Dead - Odeio Amar Carl Grimes - Ataque

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"   - Carl.. o que vamos fazer agora!? - Thaylor perguntou desesperada, não sabia o que fazer.
     - Fica quieta, eu tô pensando! - Carl respondeu, sua respiração estava ofegante e suas mãos suando.
     - Pensa rápido então! - Thaylor falou, os olhos se enchendo de lágrimas.
    Cercados por zumbis que vinham de todos os lados, Carl e Thaylor estavam de costas um pro outro, suas costas coladas, tudo o que tinham era um pedaço de madeira e uma faca."
   
                * { 18 horas antes } *

                  ~ POV THAYLOR ~

    Acordei com o sol batendo na minha cara, me levantei e o grupo todo já estava acordado, arrumando as coisas para partirem. Olhei em volta até achar o Daryl, me levantei e fui até ele.
     - Se não se importa, quero a minha metade agora. - Falei.
     - Bom dia pra você também. - Ironizou. Fiquei olhando pra cara dele. Ele bufou e chamou o Rick, que veio até nós. - Pode explicar pra ela?
     - Explicar o que? - Perguntei cruzando os braços. Rick chegou mais perto.
     - O grupo andou conversando e... achamos melhor você vir com a gente.
     - Como assim "andaram conversando"? O combinado foi que 'eu ajudaria a pegar comida e a metade ficaria comigo e no dia seguinte eu iria embora'!! - Me irritei, não acredito que vão me passar a perna!
     - Fica calma ok? - Rick falou. - Olha só, pensa comigo: Você está aqui procurando seu pai a três ano e... ainda não o encontrou.
     - O que isso tem a ver?!
     - Estamos indo para Washington, você não pensou em procurar por ele lá, pensou? - Fiquei calada por um segundo, talvez ele tivesse razão. - E você tem comida ai, nós também.. ficaríamos muito melhor se fossemos juntos. - Claro.. a comida, era esse o interesse deles em mim, e por um segundo eu pensei que eles estavam mesmo interessados no meu pai. - E então?
     - Tudo bem. - Aceitei, não posso negar que acreditava que existia uma grande chance do meu pai estar em Washington, eu tinha que ir com eles.
     - Ótimo, bom.. vou terminar de pegar as coisas. - Rick se afastou junto com Daryl.
     - Bem vinda ao grupo. - Falou Gleen.
     - Obrigado mas... não sou do grupo. - Respondi e fui pegar minha mochila.
     - Então você vai vir com a gente? - O garoto do chapéu parou na minha frente, e como eu já imaginava, ele não estava nada feliz.
     - Vou. - Respondi encarnando-o com a mesma ferozidade com que ele me olhava.
  Sem dizer mais nada ele se afastou. "Imbecíl" .
   
    Saímos da floresta, voltando pra estrada. O sol estava fritando meus miolos.
     - Vamos tentar achar um carro, não é ? - Eugene perguntou esperançoso, pelo visto eu não era a única que estava virando carvão naquele calor.
     - Também acho uma boa ideia. - Falei.
     - E ninguém liga pro que você acha. - Me virei pra encarar o Carl, juro que se não fosse pela Judith que estava no colo dele, eu teria enfiado um soco no nariz dele.
     - Carl! - Rick o repreendeu. - Não sei se vamos encontrar um carro que funcione, as chances são mínimas.
     - Mínimas são as chances de a gente chegar vivo até Washington. - Tara comentou, passando o braço na testa pra limpar o suor.

               < Duas horas depois. >

    Ainda estávamos caminhando, a nossa água estava quase no fim, e o dia esquentou ainda mais. Só paravamos alguns minutos de vez em quando pra poder descansar. E nesse meio tempo já encontramos dezenas de andantes, parece que a cada passo que damos, um aparece.
     - E então Thaylor... - Olhei pro Gleen, que chegou do meu lado. - Onde você estava quando tudo isso começou?
     - Em casa. - Respondi mais rápido do que pensei.
     - Você morava só com seu pai? - Perguntou.
     - Não, com minha madrasta e minha irmã mais velha. - Falei olhando pro chão.
     - Como foi se perder do seu pai?
     - Isso é um interrogatório? - Olhei pra ele, franzindo a testa.
     - Não! não.. eu só.. fiquei curioso. - Falou meio gago.
     - Não gosto de perguntas. - Falei e voltei meu olhar pra frente.
     - Tudo bem. - Ele saiu de perto de mim, indo do outro lado perto do Rick. Vi ele cochichar algo no ouvido do Rick e depois os dois olharam pra mim.
  Ótimo, agora estão tentando recolher informações sobre minha vida. Odeio grupos.
    
         [ ..... ]

  Já estava de noite, e nós procurávamos um lugar pra passar a noite. Agora estávamos andando por um beco com várias casas destruídas e zumbis com buracos no cérebro jogados pela rua. Lugar estranho.
     - Pessoal, olhem lá. - Tyresse apontou pra uma casa menos estraçalhada do outro lado da rua. - Será que é seguro ficarmos lá essa noite?
     - Vamos descobrir.  - Rick falou. - Fiquem aqui, Daryl e Abraham venham comigo, vamos ver se o lugar está limpo.
   Eles foram e dentro de alguns minutos voltaram.
    - E então?  - Sasha perguntou.
    - Está tudo certo, passaremos a noite ali hoje. - Rick afirmou e todos entramos na casa.
   Tinha um buraco enorme no teto da sala. No andar de baixo havia uma sala, cozinha e banheiro. E no de cima tinham dois quartos. Rick dividiu o grupo em dois: homens dormiriam num quarto, e mulheres em outro. Concordamos, e subimos.
    - Boa noite pra todos, sairemos assim que amanhecer. - Rick falou.
   Entrei no quarto junto com as mulheres, pegamos alguns lençóis que estavam no guarda-roupa do quarto e colocamos no chão cheio de pó e sangue seco, e deitamos.

                    ~ POV OFF ~

   Thaylor não conseguiu dormir, estava atordoada. Ela se levantou com cuidado pra não acordar as mulheres, e saiu do quarto, fechando a porta com cuidadosamente.
   Desceu até o andar de baixo. Ela se deitou no chão da sala e ficou olhando pras estrelas pelo buraco que havia no teto.
     - O que está fazendo? - A menina se assustou, Carl estava parado olhando pra ela.
     - Que susto garoto! - Ela sussurra se levantando. - Eu poderia perguntar o mesmo de você. - Falou cruzando os braços e arqueando a sobrancelha.
     - Eu estava te vigiando. - Carl respondeu com uma expressão séria.
     - Por que? - Thaylor perguntou indignada.
     - Não confio em você! - O garoto respondeu. - E saiba que ninguém aqui confia.
     - Ah é? Tenho uma novidade pra você: Eu não tô nem ai! - A menina falou, dando o dedo do meio pra Carl.
     - Você é irritante! Sabe de uma coisa, deveriam ter deixado você morrer no Terminus! - Carl deu um passo pra frente, sua voz não escondia a raiva que estava sentindo.
     - Seu...! - Thaylor fechou os punhos. - Por que é que você fica no meu pé em? O que tem contra mim!?
     - Porque você é falsa! Por que tem tanto medo de contar sobre você?! - Thaylor levantou a mão para dar uma bofetada em Carl, mas ele a segurou. - Nem pense nisso.
     - Eu te odeio! Você é patético! - Thaylor se soltou da mão do garoto.
      - Quer saber! Por que não pega as suas coisas e vai embora!? Acha mesmo que vai achar seu pai depois de tanto tempo? - Agora ele tinha tocado na ferida, e percebeu isso quando viu as lágrimas se formarem nos olhos da menina. - Vai ver alguém já deve ter estourado os miolos deles!
      - Seu infeliz! - Thaylor empurrou Carl e saiu correndo pra fora. Ela não sabia pra onde estava indo, e nem se importava com isso, apenas corria. Queria ficar o mais longe possível de Carl.
   "Ele tá vivo, está vivo e ninguém pode me dizer o contrário!" ela repetia pra si mesmo. O ar começou a faltar, mas Thaylor não parou pra respirar até entrar num lugar que não sabia bem o que era, e parou pra recuperar o ar.
   - Ei! Volta aqui! - Ela ouviu Carl chamar. Mas não respondeu.
 

  "DROGA! Pra que eu fui abrir a boca!?" Carl corria pela rua, olhando em volta pra ver se encontrava Thaylor.
    - Ei! Volta aqui! - Chamou, mas não obteve resposta. Continuou procurando até ouvir o barulho de algo quebrando, ele resolveu seguir o som que vinha de um lugar que parecia ter sido uma concessionária antes do apocalipse.
  Carl entrou no lugar, Thaylor segurava um pedaço de madeira que ela estava usando pra quebrar os vidros de uma van.
     - Quer parar com isso?! - Carl se aproximou da menina.
     - NÃO CHEGA PERTO DE MIM! - Thaylor gritou e deu mais uma pancada no veículo. - ELE ESTÁ VIVO ENTENDEU! E EU SEI DISSO!
     - Tá! Eu entendi! - Carl tentava acalmá-la. - Agora.. larga isso e vamos voltar.. ok?
  Thaylor parou por um segundo e encarou o garoto, seu olhar era frio.
   Por um instante Carl pensou que ela iria ceder, mas Thaylor levantou o pedaço de madeira e avançou pra cima do garoto, que se não tivesse se jogado pro lado, teria sido atingido com força na cabeça.
    - FICOU MALUCA?! - Carl gritou horrorizado.
    - EU - NÃO - SOU - MALUCA! - E avançou com a tábua novamente, Carl conseguiu segurar o braço da menina antes que ela conseguisse atingí-lo. Ele virou o pulso de Thaylor, fazendo-a soltar o objeto, que agora estava caído no chão. Carl apertou o pulso de Thaylor e a girou, segurando-a por trás, a menina soltou um grito de dor.
    - Me solta! Você vai quebrar o meu braço! - Ela se debateu.
    - Era o que eu deveria fazer! - E prendeu mais o braço dela contra as costas. - O que pensa que estava fazendo?!
    - Me deixa em paz! - E tentou se soltar, mas Carl a segurou com mais força.
    - Você poderia ter me matado! - Carl falou furioso. - Sem contar que poderia ter atraído os zumbis! - Com o outro braço Thaylor deu uma cotovelada no estômago de Carl, que se encolheu de dor soltando a menina.
    - Te matar não era a minha intenção. - Ela respondeu, fazendo massagem no braço que Carl havia torcido.
    - É claro que não... ia apenas fazer um machucadinho de leve.. - Carl falou com ironia, sua voz saiu com dificuldade devido a punhada que levou no estômago.
    - Eu juro que não queria ter feito aquilo, eu.. eu não sei o que foi que me deu... - Thaylor tentava se explicar, estava exasperada.
    - CHEGA! PARA DE TENTAR SE EXPLICAR! - Carl a cortou. - Não me interessa saber qual é o problema que você tem!
    - Eu...
    - Vamos embora! - Ordenou. - Se meu pai acordar e não nos achar..
    - Shh... - Thaylor fez sinal de silêncio para que Carl ficasse quieto. - Está ouvindo isso? - Sussurrou.
    - Ouvindo o que? - Carl ficou em silêncio e prestou atenção. - Estou. Parecem grunhidos de...
    - ZUMBIS! - Os dois exclamaram juntos. Zumbis começaram a entrar no lugar,  Thaylor correu pro lado de Carl.
    -  Essa não.. e agora? - A menina perguntou apavorada.
    - Rápido, vamos subir em cima da van! - Carl a puxou para o veículo.
    - Espera! - Thaylor se soltou de Carl e pegou o pedaço de madeira do chão.
     - Sobe! Rápido! - Carl pegou os braços da menina, puxando-a para cima da van.
  Os dois ficaram de pé, olhando desesperados para os zumbis que entravam aos montes no local, os andantes começaram a se amontoar em volta do veículo.
    - Se afasta! - Carl puxou Thaylor para o meio do veículo. - Não se mexe.
    - Da onde foi que eles vieram...? - A respiração de Thaylor começou a falhar. - Respira... respira... - Repetia enquanto tentava controlar seus batimentos cardíacos.
    - Thaylor não é hora pra isso. - Carl sussurrou. Os zumbis tentavam pega-los, mas suas mãos não os alcançavam.
    - Carl.. o que vamos fazer agora!? -Thaylor perguntou desesperada, não sabia o que fazer.
    - Fica quieta, eu tô pensando! - Carl respondeu, sua respiração estava ofegante e suas mãos suando.
    - Pensa rápido então! - Thaylor falou, os olhos se enchendo de lágrimas.
  Cercados por zumbis que vinham de todos os lados, Carl e Thaylor estavam de costas um pro outro, suas costas coladas, tudo o que tinham era um pedaço de madeira e uma faca. Mas tinham certeza de uma coisa, não iriam se entregar pra morte.