História The Way You Look Tonight - London Town

Out of work again,the actor entertains his wife

With the same old stories of his ordinary life.

Maybe he exaggerates the trouble and the strife.

Well, i don't know.

London Town - Paul McCartney

31 de Janeiro de 2017

Quando olhei para frente e vi uma placa com o nome do moreno ao meu lado, só pude sorrir. Aquela é a sortuda. Pensei comigo mesma antes de me despedir.

Todas aquelas pessoas em minha frente, com placas, com sorrisos, lágrimas. Oh meu Deus, isso me deixa tão empolgada! Arrastei minha mala até o banquinho do lado da entrada da sala de embarque e sentei. Fiquei batucando Crazy In Love da Beyoncé enquanto esperava qualquer sinal de alguém que eu conhecesse.

Peguei meu celular e nenhuma mensagem de uma das pessoas que eu esperava estava nele. Suspirei e revirei os olhos enquanto tirava o óculos e guardava na bolsa. Decidi então não depender dos meus amigos e fui atrás da saída do aeroporto com a intenção de procurar um táxi que me levasse pra casa de Meg.

-Você vai mesmo ir embora sem ao menos falar, “Oh meu Deus, que cara gostoso que veio me ver!”? –Olhei pelo meu ombro já esperando achar o dono da voz rouca.

-Cara gostoso? –Gargalhei e quando seu sorriso apareceu liberando aquelas covinhas que eu tanto amava, não pude não me lembrar da primeira vez que nos vimos.

Fiquei encarando aquela imensidão verde e suspirei de alegria. Não pensei duas vezes em me jogar em seus braços. Harry gargalhava chamando atenção de todos, talvez não só pela sua risada escandalosa.

Olhei novamente para seus olhos e me veio na cabeça algumas cenas de meses atrás. Eu e Harry estávamos do lado de fora e como não tinha lago na casa alugada para o casamento de seus pais, ficamos na piscina jogando pedrinhas e apostando qual chegava mais longe.

-Você não esperava que eu fosse desabafar com você, não é?! –Perguntou enquanto jogava mais uma pedrinha na piscina.

-Eu só esperava que você falasse um “De Nada” depois do meu “Obrigada”. –Ri fraco. –Harry, eu não sou uma fã maluca que quer saber de tudo da sua vida.

-Mas você é uma fã, não é? –Forçou um sorriso e eu ri.

-Da pra você parar de falar “não é”?

-Não mesmo. –Riu e eu joguei uma pedrinha na água da piscina.

-Foi uma pergunta retórica, pode ignorar. –Disse suspirando. Peguei meu celular e olhei a hora. –Harry, nós temos que voltar pro quarto.

-Da para você parar de me chamar de Harry?

-Não mesmo. –O imitei.

-Foi uma pergunta retórica, pode ignorar. –Suspirou e eu gargalhei. –Ficou triste comigo, C?

-Por que ficaria?

-Isso não foi uma pergunta. –O cortei já esperando o “retórica”.

-Não, não foi. –Revirei os olhos.

-Porque eu não estou me abrindo com você, e você se abriu comigo. –Parou de jogar as pedrinhas e me encarou. –E agora você só me chama de Harry e revira os olhos. –Ri.

-Olha, esse é seu nome, e a giradinha de olho é apenas uma arte de sedução minha. –Pisquei e ele sorriu. –Harry... Ops, H. –Pisquei novamente e ele por vez, gargalhou. –Eu não estou triste com você, e vamos lá, você se abriu bastante comigo.

-Sim, mas você pode estar achando que eu não confio em você.

-Menino, a gente acabou de se conhecer, não fez nem 24 horas que você começou a cantar e eu fui toda empolgadinha tirar foto sua para sei-lá, imprimir um pôster e colar no teto do meu quarto! –Disse tranquilamente e ele teve uma de suas crises de riso.

-C, você não bate muito bem. –Fingi-me de indignada e logo depois ele piscou. –Já sei o que a gente pode fazer! –Bateu palmas e se levantou.

-Quanta empolgação essa hora da madrugada, menino! –Revirou os olhos e estendeu sua mão a mim para que eu pegasse e ele pudesse me ajudar a levantar. Bati na mesma como se estivesse fazendo um toque e ele fez uma careta demonstrando mau-humor.

-Vamos logo, Catharina.

-Catharina foi pesado. –Disse e ele sorriu sacana. Estendeu sua mão novamente e quando eu peguei a mesma ele soltou sua mão e eu cai com tudo na piscina. –Nossa Harry, to morrendo de rir. –Falei enquanto saia da piscina e o vi se contorcendo no chão de tanto gargalhar.

-Dees-cuuul-paa Cat! –Disse entre risos e eu parei em sua frente.

-Espero que sua ideia seja muito empolgante, tão empolgante que vai me fazer ignorar a ideia de te empurrar nessa piscina aí. –Apontei para a água cheia de pedrinhas do meu lado e ele riu.

-Só um minuto. –Disse e saiu correndo até a parte de dentro da casa. Fiquei observando todo o verde que tinha em volta do jardim central e comecei a seguir alguns mosquitos só pelo olhar. –Toma, acho que você vai precisar. –Estendeu-me uma toalha azul clara do Capitão América e eu não pude conter a risada.

-Vai me dizer que te dá sorte?

-Talvez. –Sorriu e deu uma piscadinha enquanto eu revirava os olhos. –Amei sua arte de sedução. –Senti meu rosto queimar e para acabar com aquele clima, decidi não tirar minha ideia da cabeça.

-Espero que você tenha outra toalha da sorte. –Me olhou confuso.

-Por que?

-Porque você vai precisar. –Pisquei antes de empurra-lo com toda a força que eu tinha para a piscina. –Espero que você esteja muito feliz. –Disse e lancei a ele o meu melhor sorriso.

-Nossa Catharina, nossa! –Saiu da piscina tremendo de frio e eu o estendi a toalha do Herói que a minutos atrás cobria meu corpo. –Pode ficar, não precisa.

-Para de frescura, já me sequei o suficiente.

-To vendo, a toalha ta encharcada.

-Não enche, Styles! –Riu enquanto assentia. –Agora pode falar sua ideia empolgante?

-Você não ta merecendo não. –Falou. –Mas vou falar, afinal, sou um bom garoto.

-Super! –Ri e ele concordou como se eu tivesse feito uma pergunta.

-Vamos andar por aí enquanto a gente faz aquela tag lá, 50 fatos sobre mim. Assim a gente vai se conhecer mais rápido. –Sorriu.

-Harry, eu não vou saber falar 50. –Gargalhou.

-Não tem problema. –Piscou. –Vamos lá! Quer começar? –Neguei. –Como você não sabe nada sobre mim, eu já quebrei um dedo do meu pé. –Disse enquanto andávamos pelo caminho de pedras cercado de árvores de diferentes tipos.

-Já quebrei meu dedinho enquanto eu dançava. Foi bem emocionante. –Gargalhei.

-Imagino. Mas foi no meio da dança? –Assenti.

-Minha professora inventou uma dança de fita e eu tinha sei-lá... 9 anos. A fita enrolou no meu pé e quando eu fui levantar ela, eu caí com tudo em cima do meu dedo. –Ri.

-Meu Deus, Catharina. –Gargalhou. –E depois você foi no médico?

-Claro que não, eu tinha que dançar mais duas vezes. –Pisquei. –O show nunca para, gatinho.

-Me senti seduzido agora. –Ri fraco. –Perdi minha virgindade no X-Factor.

-Achei emocionante isso daí! Foi aonde? Na cochia?

-Cath, querida, são fatos, não joguinho de pergunta e resposta. –Revirei os olhos.

-Não vou falar sobre virgindade com você, credo. –Gargalhou.

-Não te pedi isso.

-Ai que essa doeu. –Ri. –Minha cor favorita pra roupa é preta, mas eu amo azul pro universo. –Sorriu.

-Eu não gosto de ler.

-Coitada da literatura! –Ri.

-Você gosta pelo visto.

-Amo, chuchuzinho!

-Para com esses apelidos. –Disse e então se sentou em uma fonte.

-Meu filme favorito é Mesmo se Nada der Certo.

-O do Adam Levine? –Assenti. –Eu que dei o nome pra banda.

-Que genial, estava bêbado na hora? –Revirou os olhos e eu empurrei seu ombro enquanto sentava do seu lado na fonte. –O teto do meu quarto é azul com pontinhos brancos. Eu acreditava que eu poderia ver o céu sempre que quisesse.

-Então você deve estar bem feliz do céu estar estrelado hoje. –Assenti.

-Me deixa muito bem ver as estrelas.

-Não entendo nada sobre astronomia. –Disse. –Isso conta como um fato. 

-Eu também não entendo nada, mas acabei pegando gosto de somente olhar para o céu. –Me olhou sorrindo e eu o acompanhei. –Isso conta como um fato. –Repeti sua fala de minutos atrás e ele assentiu.

-Eu odeio azeitona. –Disse naturalmente e eu gargalhei, aquilo era um fato muito estranho.

-Eu odeio feijão.

-Eu durmo abraçado com meu travesseiro.

-Que solidão. –Disse. –Eu durmo com um Stitch de pelúcia, obviamente. –Gargalhou.

-Eu gostaria que o nome da minha primeira filha fosse Darcy.

-Isso você tem que falar para a pessoa que vai te dar essa criança.

-Vai que você me aparece com uma criança.

-Ah claro! Faço isso sempre com as pessoas que eu conheço. –Ri. –Meu livro favorito é O Grande Gatsby e eu amaria encontrar uma pessoa como Jay por aí.

-Ou uma pessoa como Leonardo DiCaprio?

-Ah! Com certeza não seria nada mau! –Rimos.

-Eu sou apaixonado em todos os lugares que eu vou, por incrível que pareça. –Riu.

-Eu sou apaixonada na França sem ao menos ter ido lá. –Falei e suspirei.

-Vous êtes les étoiles, nous somme l'univers. –H falou em Francês tão bem que eu o olhei espantada.

-Isso foi um fato?

-Eu sei falar em Francês.

-É, foi um fato. –Ri. –Mas agora você podia traduzir pra mim, né?! –Dei meu melhor sorriso para ele e o mesmo sorriu.

-Não sabe falar em Francês, Catharina?

-Não mesmo. –Ri fraco. –Eu até que gostaria, mas é complicado demais! –Aleguei.

-Não é nada.

-Claro que é! Levei anos para aprender La Vie En Rose!

-Estou decepcionado com você, Catharina. Todo mundo sabe cantar La Vie En Rose.

-Todo mundo uma vírgula, só eu que sabia cantar no meu colégio. –Mostrei minha língua para Harry e ele riu.

-Então canta aí. –Me desafiou e eu fingi aquecer a voz fazendo aqueles barulhos estranhos que cantores conseguem fazer e eu não.

-Il est entré dans mon coeur. –Cantarolei enquanto ria da minha própria voz.

-Une part de bonheur. –Harry me abraçou de lado e depois de cantar uma parte da música me incentivou a continuar.

-Dont je connais la cause.

-C'est lui pour moi. –Ele com certeza cantava bem em todos os idiomas que o mesmo sabia.

-Moi pour lui dans la vie. –Cantou junto comigo e eu o empurrei de lado. –Já deu com a cantoria né? –Perguntei. –Você já jogou muito na minha cara que canta melhor que eu. –Gargalhou.

-Você canta super bem, Cath. –Disse ironicamente e eu revirei os olhos.

-Sei.

-Eu que estraguei a música. –Gargalhei e logo depois sorri, eu sabia que aquilo tinha sido um sorriso verdadeiro.

-Eu to apaixonado no seu sorriso. –Falou me encarando. –E isso foi um fato.  

Saí do meu transe quando senti Harry me balançando e rindo da minha cara. Tirei meu foco dos olhos verdes e voltei a me sentir com os pés no chão novamente, eu estava no aeroporto em Londres e Harry estava na minha frente.

-Eu acho que eu dormi em pé. –Disse rindo.

-Você acha? –Gargalhou. –Você ficou parada aí me encarando sorrindo, deu medo, Catharina. –Falou.

-Não enche, Styles.

- Why do you have to go and make things so complicated?

-Avril Lavigne não. Para antes que termine. –Ri e ele me empurrou de lado.

-Agora que você decidiu acordar, a gente pode ir? –Perguntou e eu assenti. Harry pegou minha mala e começou a leva-la, antes que eu pudesse falar qualquer coisa, preferi ignorar e corri até o menino de olhos verdes que já estava bem longe de mim.

-Pra que isso tudo? Credo.

-Não gosto de ser reconhecido, principalmente hoje. –Disse e continuou andando rápido.

-Pra onde a gente ta indo? –Perguntei tentando o seguir.

-Pra minha casa. –Falou naturalmente e eu parei no meio do caminho, percebendo então que já nos encontrávamos no estacionamento. –VAMOS LOGO, CATHARINA! –Berrou enquanto colocava a mala em seu carro. Fui andando de vagar até chegar perto de Harry que me encava fixamente.

-Por que?

-Porque você me pediu para ter buscar no aeroporto, eu vim. Só que agora não sei aonde eu tenho que te levar, já que você não me falou o endereço da sua amiga lá. –Revirou os olhos. –Afinal, você não quer ficar lá em casa.

-Hazza... –Falei manhosa cutucando seu ombro. –A gente já falou sobre isso.

-Não importa, o que importa é que você vai lá em casa e mais tarde eu te levo até sei-lá quem. –Disse e eu preferi não discordar. Entrei no carro e berrei para que ele entrasse também.

-VAMOS LOGO, HARRY! –Gargalhei e ele entrou revirando os olhos. –Quanto mau-humor, Hazzinha. –Falei e ele riu fraco.

-Se você não quiser ir, eu posso te deixar na casa da sua amiga, é só você me falar o endereço.

-Claro que não! –Falei tentando tranquiliza-lo. –Vamos! Eu só espero que você tenha comida na sua casa, to com fome.

-Ogra! O que mais tem lá em comida é casa.

-Oi? –Gargalhei. –Ta tudo bem?

-O que mais tem lá em casa é comida, C. –Riu. –Sabe, da para alimentar mais uma pessoa. –Jogou a indireta e eu empurrei seu ombro.

-Desiste da ideia.

[...]

Quando olhei para a casa em minha frente, tive o mesmo encantamento de quando vi a casa do casamento de Anne e Robin.

-Cath. –O olhei. –Você pode sair. –Gargalhou e eu revirei os olhos enquanto saia do carro.

-Quando que a porta abriu? –Perguntei.

-Quando eu abri. –Riu. –Você está muito desligada hoje, C. Acho que essa viagem não te fez bem. –Falou e abriu a porta de sua casa. –Sinta-se em casa, honey.

-Com certeza, moon. –Rimos.

Harry passou na minha frente e quando o mesmo saiu indo em direção a alguma porta, um homem apareceu em minha frente. Bom, eu sabia quem era aquela pessoa, eu já tinha o visto em alguns programas que eu e minha irmã assistíamos quando éramos menores, mas apesar disso, eu não conseguia distingui-lo, afinal, não fazia sentido algum ele estar ali.

-Cath, esse é o Simon. –Harry apareceu bebendo água. –Ele veio aqui pegar algumas coisas, é só ignorar.

-Você é a menina que não foi na minha reunião. –Aquilo não foi uma pergunta, mas acabei concordando com a cabeça. –Gostei de saber a forma que você trabalha. Estou indo embora. –Disse e encarou Harry. –Amanhã você tem reunião, não faça com que essa daí te atrase. –Terminou sua fala rispidamente e saiu como se nada tivesse acontecido.

Encarei firmemente Harry e procurei pela cor verde, pela primeira vez esse tom me agradou mais do que o azul.

-Ele é um amor quando quer. –Me disse e eu assenti.

-E um demônio quando quer. –Gargalhou. –Será que eu falo com ele sobre o avião?

-Acho que sim, mas faz isso depois. –Disse. –Quer andar um pouco? –Me encarou esperançoso e eu ri.

-Só se eu ganhar sorvete de menta com chocolate. –Pisquei e ele assentiu.

Saí de sua casa enquanto digitava uma mensagem para Meg falando que a encontraria mais tarde. Depois de toda aquela confusão, só tive tempo de falar que Harry me buscaria no aeroporto e ela não precisava se preocupar que depois eu explicava tudo melhor para ela.

-Vai ficar no celular?

-To só falando com a Meg, credo. –Ri e guardei o celular. –Pronto, agora sou toda sua! –Gargalhei e ele revirou os olhos.

-Meg é sua amiga?

-Não, é meu cachorro. –Sorri sarcasticamente e ele me empurrou.

-Você nunca falou muito dela pra mim.

-Foi proposital, vai que você apaixona. –Disse e ele riu.

-Ai que fofa. –Apertou minha bochecha.

-Fofa? Eu? Só não quero melação na minha frente.

-Ah claro! –Falou e me abraçou de lado enquanto andávamos.

Ficamos andando em silêncio por um tempo até eu avistar um Starbucks em minha frente, sorri e acabei soltando um risinho. Imaginava que aquele fosse o Starbucks que ele “me levou” no nosso passeio pelo Rio.

-Sim, foi aqui. –Sorri mais ainda. –Você tinha que ver o problema que eu tive depois disso.

-Eu poderia ter visto se alguém não tivesse parado de falar comigo, né HARRY! –Falei o seu nome em um tom mais alto como se eu tivesse o descriminando pelo seu ato do passado, mas tudo não passava de uma brincadeira.

-Ah Catharina, fica assim não. –Me apertou mais em seus braços e eu revirei os olhos.

[...]

As crianças em minha frente corriam de um lado para o outro enquanto uma moça ia atrás delas, ela parecia a babá. O céu estava lindo e eu me lambuzava com o sorvete de menta. 

-DARCY VOLTA AQUI! –Ela berrou e eu encarei Harry que comia seu sorvete.

-Sua filha. –Disse e ele assentiu.

-Ela será uma peste.

-Como ela. –Fiz um sinal com a cabeça para a menina morena de olhos verdes que corria em nossa frente com um menininho mais novo atrás. –Ela até que daria para se passar por sua filha.

-E ele daria para se passar por seu filho. –Concordei mas acabei rindo.

-Qual é o nosso problema, Styles?

-Olha, o meu eu não sei, mas o seu eu posso falar. –Falou em tom de deboche e eu ri ironicamente.

Deite-me no gramado do parque e fiquei olhando o céu por meio dos pequenos espaços entre as árvores. Virei minha cabeça para o lado e Harry fazia a mesma coisa, suspirei e voltei a encarar o azul do céu.

Londres fazia frio, minha cabeça fazia confusão com tudo que estava acontecendo. Foram muitas informações digeridas em tão pouco tempo, apesar de tudo, eu estava gostando.

Fechei meus olhos e deixei que uma lágrima escorresse pelo meu olho sem ao menos saber o motivo, dei uma bela fungada e senti a mão de Harry acariciando meu braço.

-Vai ficar tudo bem, C. –Disse e eu o encarei. Seus olhos me penetraram de certo modo que eu me senti completa.

-Já está tudo bem, H. –Sorri e ele me acompanhou.

-Então por que a lágrima?

-Porque, eu não sei. –Suspirei de frustração, mas acabei soltando um riso frouxo.

-Você ainda é apaixonada pelo céu. –Constatou. –Eu senti sua falta.

-Eu também, Haz. –Disse e mais uma lágrima involuntária escorreu pelo meu rosto.

-Eu to com medo, Cath. Você ta sorrindo, mas ta chorando. –Disse gargalhando e eu revirei os olhos.

-Queria saber por que eu to assim.

-Eu acho que sei.

-É por quê?

-Porque você está com o gostoso aqui.

-Harry, cala a boca. –Sorri e mesmo querendo olhar o céu novamente, havia algo que me fazia não querer largar seu olhar do meu. Eu não podia quebrar tudo aquilo. Eu não queria. –Eu acho que é por tudo que já aconteceu até agora.

-Como assim?

-É muito complicado. Mas agora olha onde eu estou! Com você em Londres. –Suspirei. –Nem eu acredito nisso.

-Adoro o fato de estar com você em Londres. –Disse e eu sorri. –Você podia me explicar o complicado agora.

-Ah Haz!

-Tenho todo o tempo do mundo.

-Que tal começar pela sua grande dúvida? –O encarei com uma careta.

-Como você virou fotógrafa do casamento da minha mãe?! -Fez uma cara risonha. 

-Mais é claro! –Pisquei.