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História The Way You Look Tonight - Get Back Up Again


Escrita por: dreamsofpanda

Notas do Autor


Mil desculpas por ter falado que eu ia postar ontem mas não postei. Acabou que quando eu cheguei em casa para postar eu me enrolei toda e não deu tempo já que tive que sair. Desculpa mesmo, mas agora vamos para o maior capítulo (até agora) da fanfic!

Sorry por qualquer erro, não revisei, mas assim que tiver tempo eu deixo ele lindo para vocês!

Capítulo 8 - Get Back Up Again


I'm marching along I got confidence

I'm cooler than a pack of peppermints

And I haven't been this excited since

I can't remember when!

Get Back Up Again - Anna Kendrick

26 de Novembro de 2016

Acompanhava os paços dos convidados com os olhos enquanto mexia na renda preta das pontas de meu vestido azul claro. Alternei o meu olhar para o aparelho em meu colo, meu celular. Quando minhas mensagens voltaram a se resumir aos grupos de família, minha força de vontade também tinha regredido. Era como se tudo tivesse voltado como antes e alguns momentos foram como sonhos.

-Por isso prefiro pesadelos. –Sussurrei para mim mesma.

-Como? –Meu pai me encarou e eu suspirei.

-Nada não.

Voltei a encarar as pessoas em minha volta, direcionei meu olhar até as crianças que corriam em direção ao pula-pula. Algumas chiavam por algumas terem avançado o tempo permitido e outras sorriam alegremente para o brinquedo em sua frente. Ri em negação com a minha super observação e decidi ir atrás de alguma diversão.

Minha irmã que poderia ser minha única salvação naquele momento se encontrava atrasada, o que já era de se esperar. Minha mãe andava de um lado para o outro com uma bandeja de cachorro-quente meio desesperada, com motivo, afinal eram várias crianças puxando sua blusa para baixo enquanto berravam “Tia!”.

-Quer? –Olhei para o meu tio em minha frente.

-O que é isso? -Perguntei olhando para a bebida rosa em minha frente.

-Coquetel de morango. –Peguei um e quando senti a ardência em minha garganta quase cuspi quando comecei a tossir. –Credo! –Coloquei na bandeja. –Você ta oferecendo bebida pros amigos do seu filho? –Arregalei os olhos e ele gargalhou.

-Deixa de ser maluca, Catharina. Eu sei quem tem idade para beber aqui. –Revirou os olhos enquanto ria. –Não vai querer? –Quando disse que procuraria diversão, bebida não estava inclusa nas alternativas que formei em minha cabeça. –Não tem quase nada de álcool aqui. –Suspirei e ele me encarou risonho com minha dúvida.

Peguei a bebida rápido como se fosse algo que não deveria ter sido feito. Saí andando pela casa em busca de alguma coisa que nem eu mesma sabia o que era. Sorri para os convidados que passavam e acenei para alguns familiares também, todos pareciam animados com a festa de Minecraft e as músicas do Bon Jovi que com certeza meu primo não ouvia, devia ser obra da minha tia toda aquela playlist.

Fui em direção ao quarto do mais novo da casa com a intenção de ver qualquer programa na televisão, só não esperava vê-lo lá.

-Você não tinha que estar na sua festa? –Perguntei confusa e ele afundou mais ainda sua cara entre suas pernas.

-Sai daqui, Cath! –Berrou e eu ri fraco.

-Algo está muito errado para você estar me chamando de “Cath”.

-Esse não é seu nome? –Revirei os olhos para o menino com lágrimas.

-Olha só como você fala, malinha. –Sentei ao seu lado e puxei seu rosto para que ele me encarasse.  –O que aconteceu? –Resmungou alguma coisa e eu suspirei. –Sou eu, a Meow, fala comigo, por favor. –Tentei parecer carente, mas não adiantou de nada. –Você vai fazer oito anos, está um adulto já, vamos lá, não tenha vergonha de me contar as coisas. –Sorri carinhosamente e ele finalmente me olhou como se estivesse confiando sua vida a mim.

-Minha festa é uma droga. –Suspirou raivosamente.

-É sua primeira festa com seus amigos e você está assim? Não, não vou deixar que isso aconteça! Vem, vamos no pula-pula.

-Não quero. –Brigou comigo. –Não quero ficar lá!

-Por que não?

-Porque minha festa está horrível!

-Sua festa ou as pessoas que estão nela? –Falei e ele ficou me encarando por alguns segundos como se pensasse em uma boa resposta que me convencesse.

-Tá bom! As pessoas que estão nela, mas não todas...

-Quem que te incomoda?

-Um menino da minha sala que não gosta de mim e vive me zoando por causa do meu dente escuro. –Falou e eu ri. –E algumas pessoas velhas que meus pais convidaram e eles só sabem apertar a minha bochecha, mas eu nem conheço eles!

-Primeiramente, você sabe que logo seu dente irá cair e outro branquinho vai nascer no lugar, não é?! –Assentiu. –Então não entendo qual é o problema. Dentes brancos não são tudo nesse universo, e o fato de você ter caído e machucado seu dentinho não quer dizer nada. –Suspirou. –Esse menino é chato, liga para ele não, mostre que você não se importa com isso que ele logo para. –Falei e ele me encarou limpando as lágrimas.

-Você tem certeza?

-Claro!

-Como você pode ter certeza? –Perguntou e eu ri de sua dúvida.

-Quando eu era pequena, eu não conseguia falar o “L” direito, minha língua se enrolava toda e eu acabava falando o “R”. –Falei e ele gargalhou.

-Sério?

-Sélio. –Pronunciei errado e o menininho em minha frente não parou de rir. –Eu falava “caro” no lugar de “claro”, por exemplo. E eu era muito sacaneada por isso, principalmente pela minha melhor amiga, acredita nisso?! –Ele pareceu surpreso e eu ri. A história não deixava de ser verdade, bom, a não ser pelo fato de que Ana nunca fora minha melhor amiga, só eramos próximas. 

-E o que você fez?

-Exatamente o que você deve fazer! –Sorri. –Ignorar e mostrar que não se importa! Funcionou comigo. –Pisquei. –Agora vamos? –Estendi a minha mão para meu primo e ele negou. –O que foi agora?

-Ainda tem os velhos estranhos lá fora. –Falou com medo e eu gargalhei. –Não ri! Eles não estão apertando sua bochecha até ela ficar mais vermelha que o normal. –Revirei os olhos.

-Sabia que quando eu vejo minhas fotos dos meus primeiros aniversários eu não conheço nem metade dos convidados? –Negou. –Pois é! Não conheço mesmo e, até hoje nem sei quem são! Não sei o que eles fizeram comigo naqueles aniversários, mas não foi nada de ruim, eram amigos dos meus pais e eles logo sumiram nos anos seguintes quando eu mesma comecei a fazer a lista de convidados. –Sorri. –Você vai se esquecer deles assim como eu me esqueci. Então não deixa de aproveitar sua festa por algumas pessoas que daqui a pouco vão sumir de sua memória!

Finalmente pareceu convencido de minha fala e pulou de sua cama. Estendeu-me sua mão como se agora o convite para se mexer fosse para mim, assenti concordando com o ato e peguei com cuidado seu braço. Sorrimos um para o outro e corremos em direção à varanda.

-O que é isso em seu copo? –Perguntou interessado, talvez pela cor do morando.

-Suco de morando. –Falei de uma maneira que ele entendesse e o mesmo assentiu.

-Posso tomar? –Neguei rapidamente e ele riu. –Por que não?

-Porque isso tem alguns ingredientes malignos, que te farão mal.

-Então por que você toma?

-Porque eles param de te fazer mal depois de certa idade. –Gargalhou e eu o olhei confusa.

-Eu sei que isso é coquetel com álcool, Meow!

[...]

Acordei de mais um de meus sonhos que nunca iriam se realizar. Encontrava-me olhando novamente, os convidados. Dessa vez eles se despediam e minha tia começara a arrumar toda a bagunça com minha mãe enquanto meu pai e meu tio desmontavam todos os brinquedos que nem eu sabia de onde eles tinham tirado.

-Como vai a faculdade, Catharina? –Minha irmã me perguntou com um tom irônico e eu revirei os olhos.

-Ainda na esperança de que eu mude de ideia? –Assentiu.

-Nunca te imaginei fazendo uma faculdade, sendo bem sincera.

-Então não sei por que da força de vontade de acreditar que um dia eu irei me satisfazer com jornalismo.

-Porque eu sempre achei que você fosse fazer dança e sabendo que isso não será mais possível, tento enfiar na minha cabeça que não vou mais te ver nos palcos novamente. –Revirei os olhos.

Não aguentava mais todo mundo falando sobre achar que meu maior sonho era ser uma bailarina, logo, eu deveria ser uma pobre coitada que não realiza seus próprios desejos, mas aquilo era meu maior sonho, não é mais.

-Se eu já sei disso, não tem motivos para você ficar abatida.

-Eu sei. Só não quero você no banco do meio do ônibus. –Gargalhei.

-Eu não lembrava sobre o banco do meio do ônibus.

-Saiba que isso não sai da minha cabeça desde o dia que você me contou.

Talvez, depois da teoria do sono, que eu dizia ser a com mais sentindo aonde eu acreditava que o pesadelo sempre me deixou mais contente ao acordar e perceber que eu me encontrava no que chamam de “vida real”, do que no sonho que quando eu me tocava que quando ele acabasse, a realidade não seria nada daquilo, a teoria do banco do meio do ônibus era a segunda mais realista. 

Acreditava que ninguém queria ser a pessoa do banco do meio do ônibus. A última fileira, aquela com cinco lugares, então, o banco do meio. Na minha cabeça eu nunca quis ser aquela pessoa. Ela não atrapalha nem ajuda na saída do banco da janela daqueles acentos, ela também é a única que não tem aonde se segurar com as freadas do ônibus e, sem contar no fato de se um dia acontecer um acidente, uma batida, ela com certeza seria a mais ferrada por não ter nada em sua frente para bater antes de cair no chão. Era com certeza o tipo de pessoa que eu nunca quis me tornar, a pessoa desprotegida, com medo, irrelevante, enfim.

-Não sou essa pessoa.

-Fico feliz por pelo menos você não se sentir assim. –Revirei os olhos e afundei-me no sofá da sala da casa dos meus tios.

Minha mãe passou por mim e me mandou um sorriso reconfortante, talvez por estar com pena de sua própria filha que não sabia o que cursar e então ficava se remoendo por aí durante sua semana de provas. Na verdade, acho que ela estava tentando me confortar com a intenção de dizer “tudo vai mudar, ele vai te ligar”. Ah! Ele...

-Mamãe me contou sobre você ter recebido uma proposta de emprego em Londres. –Sorriu.

-Não. –Suspirei.

-Não? –Assenti. –Não teve proposta nenhuma?

-Teve uma provável proposta, mas já desisti da ideia. –Carol me olhou incrédula.

-Como assim? Por que você vai perder uma oportunidade dessas?

-Na verdade, eu não gostaria de perder, mas vou.

-Catharina, começa a falar de um jeito menos filosófico, por favor. –Ri fraco.

-Quando fui com a dinda lá para Londres, fotografei um casamento, lembra? –Assentiu. –O filho da noiva, Harry, era integrante de uma banda que supostamente foi para o espaço.

-A One Direction.

–Isso.

–Lançou uma música do loirinho né?! –Assenti.

-Mas isso não importa para essa história que eu vou te contar.

-Ok... Ok...

-Acabou que eu fiquei muito próxima de Harry. –Carol me lançou um sorriso malicioso e eu revirei os olhos. –Não dessa maneira, Ca!

-Então de que maneira?

-Nós contamos tudo que julgávamos necessário para o outro, naquele momento eu poderia o considerar como meu melhor amigo que eu não ligaria.

-Você sentia que o tinha conhecido desde pequena? –Neguei.

-Na verdade, nós estávamos próximos com pequenas informações, foi uma sensação incrível! –Assentiu sorrindo. –Nós fazíamos o que queríamos, éramos nós mesmos e não ligávamos para uma suposta má impressão que iríamos causar. Acabou que eu me encantei pelo verdadeiro Harry que eu conheci.

-Você se apaixonou!

-Não mesmo. Foi apenas uma verdadeira amizade. –Minha irmã concordou e eu sabia que ela acreditaria em mim, afinal, ela viveu a mesma coisa com seu atual melhor amigo. –Enfim. Depois de ir embora e deixa-lo para trás sem ao menos com meu número do celular, acabou que dias depois eu nem acreditava mais em reencontra-lo ao vivo. –Suspirei. –Um dia qualquer ele me ligou e eu não consegui me aguentar com tanta empolgação. Ele me veio com uma provável proposta de emprego. A One Direction vai voltar e junto com ela vem sua antiga equipe.

-E aonde você entra nisso?

-Então. –Ri fraco, Carol parecia ansiosa para saber o desfecho da história. –A equipe de fotógrafos era enorme, mas a dona ficou grávida e ela recusou entrar em turnê, como eles ficaram sem alguns fotógrafos, Simon, empresário da banda, na primeira reunião, quando passou todas as informações falou sobre a questão das fotos, então Harry logo entrou em surto ao pensar que eu poderia ser a nova fotógrafa. Ele fez de tudo para que pudesse me encontrar, mas Simon dizia que precisava mais do que fotos de um casamento para me contratar. 

-E aí?

-E aí que a última vez que nos falamos faz meses e ele me deixou com uma dúvida enorme se teria chances ou não.

-E você desistiu?

-Completamente. Não tem porque esperar por algo que nunca vai aparecer, Carol. To cansada de me magoar. –Suspirei.

-Vai dar tudo certo. –Assenti. –Acho que você deveria sair da faculdade e ser feliz, nem que você tenha que fotografar no Brasil mesmo. –Ri.

-Ca, eu não quero fotografia para o resto da minha vida, assim como não quero dança. É um hobby.

-Mas então utiliza desse hobby, faça cursos, ganhe dinheiro com isso, quando você finalmente souber o que quer para sua vida, você não vai ter sido infeliz.

-Não sou infeliz.

-Não negue algo que você tem certeza, Cath, não negue.

É, eu não poderia negar.

 Encostei minha cabeça na minha mão enquanto suspirava e senti as mãos de minha irmã tocarem meus cabeços, ela fazia carinho para tentar me acalmar, naquele momento percebi como sentia falta de sua presença no meu dia a dia.

[...]

Quando cheguei em casa não pensava em outra coisa além de escrever, digitar tudo aquilo que eu estava sentindo, mas não sabia como. Olhei para o teclado em minha frente e suspirei, guardava um sentimento inexpressável. Balancei a cabeça negativamente e parei de me contorcer quando escutei meu celular tocar.

-Alô? –Atendi sem ao menos ver quem era. Ele não costumava tocar e provavelmente era a operadora me cobrando alguma coisa.

-C? –Arrepiei-me toda só de ouvir aquela voz falando a primeira letra de meu nome.

-Harry?

-Por favor, não queira me tacar do penhasco!

-Não me daria o trabalho de fazer isso. –Falei grossa.

-Desculpa. –Sussurrou mas pude escutar. Não estava tão brava assim para não querer falar com ele, na verdade, eu estava com saudades apesar de seu sumiço do nada.   

-Tudo bem.

-Perdi meu celular, tive que ir atrás de Gemma para conseguir seu número. –Olhei para meu telefone e vi que aparecia como desconhecido, ele não estava mentindo.

-Não falarei com você pelo outro número então. –Por isso que ele não respondia minhas mensagens.

-Por favor. –Riu. –Precisava falar com você. –Disse e eu me deitei em minha cama.

-Aconteceu alguma coisa?

-Sim.

-Ruim?

-Não.

-Tem haver com a música do Niall?

-Não.

-Tem haver com a banda?

-Sim.

-Tem haver com você?

-Não. –Suspirei não sabendo mais o que perguntar. –E para de me fazer perguntas e me deixa falar. –Disse em tom de brincadeira e eu gargalhei.

-Fala então, Príncipe Harry.

-Rainha Catharina, venho-lhe informar que Simon exige sua presença daqui a dois meses em Londres para uma reunião aonde ele escolherá a futura fotógrafa ou fotógrafo do retorno da One Direction.

Naquele momento meu mundo parou novamente, assim como no dia em que Harry falou comigo pelo telefone pela primeira vez. Era algo que eu não acreditava e eu não sabia fazer mais nada além de encarar pasma o pôster do Bono Vox em minha frente.

-C?

Só bastou os olhos claros falar meu apelido para mim que minha fixa caiu, eu iria para uma reunião em Londres para tentar um emprego e ser feliz enquanto não me decidia em relação ao meu futuro. Daqui a dois meses minha vida poderia tomar outro rumo e eu não sabia fazer mais nada além de gritar como se o universo dependesse de meu berro.

-Calma! –Harry gargalhou e eu não conseguia me acalmar mesmo esse sendo seu pedido. -É apenas uma entrevista e infelizmente tem outras pessoas competindo com você essa vaga. 

-Tudo bem. -Falei rápido. -Harry, eu já falo com você. Passa-me todas as informações por mensagem, eu já te respondo! –Não esperei Hazza responder e desliguei a chamada correndo em direção a sala aonde meus pais e Carol se encontravam.

Eles me encararam e provavelmente se assustaram com minha expressão. Sorria como se tivesse ganhado na loteria, suspirava como se tivesse corrido a meia maratona e finalmente tinha chegado ao final da mesma, e os encarava com tantas lágrimas nos olhos que parecia que eu acabara de presenciar um acidente muito sério em minha frente, como se tivesse visto meu próprio atropelamento e não pudesse fazer nada.

-Eu consegui uma entrevista com o SIMON! –Berrei o final e meus pais se olharam como se perguntassem quem era o tal Simon. –O empresário da One Direction! Harry conseguiu o convencer a ser uma das entrevistadas para tentar ser fotógrafa da sua banda! –Falei pulando e meus pais comemoraram enquanto minha irmã berrava junto comigo.

Peguei meu celular em meu bolso e olhei as mensagens de Harry.

Espero que agora você esteja mais calma.

Enfim, dia 31 de Janeiro de 2017 você tem uma reunião marcada com Simon, bom, se você quiser ir, obviamente.

Como todos os outros entrevistados são daqui, Simon se recusou a pagar sua passagem ou até mesmo seu hotel, mas eu posso fazer isso para você, não ligaria.

Salvei seu número em meus contatos e logo tratei de excluir o antigo. Olhei na direção de meus familiares e eles sorriam para mim como se estivessem me encorajando, de certa forma estavam.

Não se preocupe com isso, eu já tenho tudo em minha cabeça. Só espero que você me encontre antes disso!

A verdade era que eu não tinha nada em mente, mas arrumaria um jeito para que Harry não precisasse pagar minha passagem ou hospedagem.

E eu só espero que você fique aqui no dia 1 de Fevereiro!

Corri para perto dos meus pais enquanto digitava para Harry que estaria no dia de seu aniversário, pelo menos tentaria estar.

Quero comemorar meus 23 ao seu lado já que não pude comemorar 22 aniversários com você!

Sorri com sua mensagem, mas o deixei sem resposta, afinal, precisava conversar com meus pais sobre o assunto.

-Eu sei que não será tão fácil assim me deixar morar em outro lugar, mas pensa bem, vocês deixaram a Carol! –Sorri amarelo e meu pai suspirou.

-Catharina, sua irmã foi para São Paulo, você vai estar cada dia em um lugar do mundo! –Minha mãe disse indignada.

-E isso seria um sonho! Conhecer o mundo ao lado de pessoas incríveis e fotografando tudo! Será maravilhoso, mãe. –Sorri com a intenção de os convencer, todavia sabia que não seria fácil.

-Cath, meu amor. Não quero te prender nem nada, mas isso é tão arriscado e você nem sabe se irá conseguir esse emprego! Olha quanto iremos gastar para você fazer uma viagem que a gente nem sabe se vai trazer algo bom em troca. –Meu pai tinha razão de certa forma, mas se eu não tentasse, eu nunca saberia.

-Pelo amor de Deus gente, faz quanto tempo que nós não vemos a Cath com esse brilho no olhar? Se alguém souber, por favor, me fale, porque eu sinceramente não sei! –Minha irmã disse. –Não estou a expulsando de casa, mas ela precisa de uma felicidade, ela precisa disso! E se não aparecer nada em troca, qual é o problema? Dinheiro gasto a toa não foi, podem ter certeza! Se o problema for dinheiro também, eu pago, não me importo! –Carol disse e eu a olhei com o meu melhor sorriso de agradecimento. Nunca pensei que ela fosse falar algo do tipo por mim.

-O dinheiro não é a maior questão aqui, recebi o suficiente com as fotos para poder pagar as passagens de ida e volta e me sustentar por lá durante esse tempo, sem contar que tem Meg, posso falar com ela para ficar em sua casa. –Meg e eu ficamos tão próximas que até mesmo minha mãe confiava mais nela do que em mim mesma.

-Catharina, você sempre disse que queria fazer faculdade, arrumar um bom emprego, fazer a diferença, viajar com a gente, morar aqui em casa... Enfim. –Meu pai disse e eu revirei os olhos.

-Quando eu tinha 7 anos eu queria virar astronauta, isso não quer dizer que eu ainda queira isso. –Percebi que ser grossa não ajudaria em nada na minha situação, então tentei amenizar o que havia dito. –Eu quero fazer faculdade, morar e viajar com vocês. Mas eu não estou feliz no momento e eu preciso de um incentivo, vocês me entendem? –Assentiram. –Então! Vocês nunca quiseram tanto uma coisa que não se importariam de desistir de outras só para conseguir aquilo que tanto almejam?

-Sim, Cath, mas não é essa a situação. –Minha mãe falou.

-É claro que é, vocês é que não querem acreditar nisso!

-Vocês não puderam realizar todos os seus sonhos. Cath está tentando realizar uma de suas maiores vontades e podemos ver que não é algo momentâneo. –Assenti com a fala de minha irmã. –Agora que ela tem uma possibilidade, a deixa realizar!

-Nós acreditamos em sua capacidade, filha. Mas é outro país e dessa vez você vai sozinha! –Meu pai disse.

-Lembra que vocês sempre apoiaram a ideia de um intercâmbio? –Assentiram. –Então! É como se fosse um! Eu iria sozinha do mesmo jeito e o melhor, não seria para a casa de um estranho.

-Você nem viu com a Meg e sua família ainda. –Mamãe disse e eu revirei os olhos.

-Ela amaria, aposto. –Suspirei. –Não consigo entender, meses atrás quando contei sobre isso mas não tinha certeza vocês pareciam animados assim como eu.

-Essa é a questão, você não tinha certeza, Cath! –Minha mãe falou.

-Eu sei que não, mas agora eu tenho e quero realizar! –Meus pais suspiraram e se encararam.

-Manda mensagem para a Meg. –Meu pai falou. –Depois a gente conversa.

Então ignorei as mensagens de Harry quando peguei meu celular e fui direto para o contato de Meg.

Hospedaria-me em sua casa?

A mesma que se encontrava online não demorou mais do que 10 segundos para me responder. Peguei meu celular e taquei no colo de meus pais.

-Megara disse que é claro que sim. –Mamãe suspirou. –Ela está perguntando quando você vai chegar. –Rimos e mamãe me entregou meu celular.

-Viu, nós não teremos problema. –Disse.

-E se você não conseguir? –Meu pai me perguntou sugestivo.

-Pela primeira vez na vida eu não estou com medo, eu quero e mesmo que eu não consiga, pelo menos eu vou ter a consciência de que eu tentei e isso já me basta. Eu to com todo o gás possível para gastar nessa luta e talvez eu volte de Londres com nada nas mãos, mas eu sei que terá valido muito tudo isso. Às vezes eu volto até com uma ideia do que fazer para a minha vida, uma faculdade, um curso... Não sei! –Meus pais me olhavam atentamente. –Só me deixa tentar, isso irá mudar tudo. –Sorri sincera.

-Olha o que ela está falando! –Carol falou animada. –Nunca vi essa menina tão empolgada e tão confiante, expulsa logo ela de casa. –Gargalhou e meus pais sorriram.

-Eu espero que tudo isso valha a pena. –Meu pai disse.

-Vai valer. –O garanti.

-Nós só iremos saber se você tentar. –Assenti. –Você está disposta a largar a faculdade? –Minha mãe perguntou.

-Com certeza.  –Falei. –Mas não irei sair agora, como eu estarei de férias, vou inscrita para o semestre que vem. Se eu não conseguir nada, pelo menos eu não terei perdido minha bolsa, caso eu passe... Aí... –Olhei para meus pais sugestiva e eles gargalharam junto com minha irmã.

-Espero que isso não seja um erro. –Minha mãe disse.

-Não será, mãe! Pode ter certeza. –Sorri.

-Pelo menos você vai passear em Londres novamente. –Assenti depois da fala de meu pai.

-Na terceira vez eu levo vocês. –Rimos. –E aí, vou poder ou não?

Como sempre, tive medo da resposta seguinte, não quis pensar em mais nada e se fosse algo contra a minha vontade eu não iria saber o que fazer. Antes de qualquer uma daquelas pessoas me responder, foi como se tudo tivesse congelado. Eu assistia toda aquela cena, eu era a espectadora da minha própria vida. Será que o fato do meu futuro estar sendo decidido ali fazia com que tudo fosse um tanto quanto desconfortante para mim? Eu sabia que a resposta seguinte iria mudar tudo, não fazia a menor ideia de quanto e como, mas estava ansiosa para finalmente correr riscos e coragem era o que menos me faltava, pelo menos naquele momento. Sentia-me com confiança, tudo que eu guardei de expectativas se afloraram ali, naquele momento eu mal pude perceber quando meus pais finalmente abriram a boca para soltar a palavra que eu tanto esperava.

-Pode. 


Notas Finais


YAAAY! Aqui vai um salve para aqueles que acreditaram que a Cath não aceitaria! Haha
Enfim, muito obrigada pelos comentários de vocês no último capítulo, eles me deixaram tãooo empolgada! Queria ter postado antes, hoje já estaria no capítulo 10 por causa da minha ansiedade, mas acabou que me enrolei e meu planejamento não deu tão certo assim, mas...

Obrigada mesmo pelos comentários, favoritos e divulguem a fanfic se puderem também!
Lembrando que críticas construtivas são sempre bem-vindas e comentários positivos ajudam e incentivam bastante (vocês puderam ver isso nesse capítulo)!

Desculpa qualquer erro (não deu tempo de revisar esse capítulo)!
Um beijo, um queijo e um abraço da tia Jessy! Amo vocês, amoras!

Playlist da fanfic: https://open.spotify.com/user/jessicaoner/playlist/2NBvHjmkKVdAPZXitvCCQw


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