Capítulo 28 – (Run Barry, Run – Pt. 2)
~POV Barry~
Corremos do STAR Labs em direção ao centro da cidade e vimos os efeitos que aquela singularidade estava causando. Prédios se despedaçando por causa da enorme força gravitacional, carros sendo levantados do chão e arrastados para o interior daquele evento e pessoas desesperadas tentando se proteger como podiam, em alguns casos ficando em lugares fechados e mais firmes ou se segurando em postes para não serem levados.
Quando vi aquilo, um aperto surgiu no meu peito e logo veio à sensação de querer fazer algo por essas pessoas. Mas assim que eu ia fazer algo, Henry me parou e disse.
Henry: Barry, você não pode perder tempo aqui. Com esse anel, você está muito mais rápido do que eu, então sua velocidade é indispensável para segurar a singularidade. Corra em volta dela mantendo a velocidade mais rápida que você conseguir. A energia que você vai liberar dele conter todo esse aumento de tamanho.
Barry: DEVE conter? E se não acontecer? E as pessoas daqui? – Disse agitado.
Henry: Eu vou leva-las a um lugar seguro enquanto você está la em cima. Assim que eu terminar, nós vamos correr juntos pra dessa forma fecharmos tudo isso de uma vez. Melhor pra você?
Olhei para todas aquelas pelas pessoas por alguns segundos e concordei com o plano. Henry correu em direção ao caos, enquanto eu subia em um prédio, pegando impulso nos pedaços que eram levados até finalmente chegar ao foco da singularidade.
Corri o mais rápido que pude, e meu corpo parecia saber que aquele não era o meu normal, pois com toda aquela velocidade eu senti o desgaste vindo muito mais rápido, mas eu não podia deixar aquilo me abater. Não naquele momento. Eu só podia esperar que o Henry resolvesse tudo o mais rápido possível.
~POV Henry~
Corri pela cidade, olhando cada lugar que pudesse ter alguém em qualquer tipo de perigo e o primeiro caso que encontrei foram sete pessoas na praça, segurando firme nos bancos e postes para não serem levadas.
Corri até elas e uma por uma, levei-as até um local fechado que estava mais firme do que os outros.
Henry: Vocês estarão mais seguras por aqui. – Disse saindo logo depois que eles me agradeceram.
Corri desviando pessoas de pedaços de prédios, tirando outras de locais mais movimentados e quando achei que estava tudo acabado e finalmente eu poderia ajudar Barry, eu ouvi uma voz gritando “Por favor, me ajudem!”. Era uma voz muito aguda para ser adulta ou masculina, e parei para olhar em volta e nenhum sinal da menina.
Procurei por todos os cantos, mas só havia carros a minha volta, foi quando eu olhei em um dos carros e finalmente a vi.
Fui em direção ao carro que ela estava e tentei abrir a porta, que estava emperrada. Continuei tentando abrir a porta enquanto o carro era arrastado e aquela menininha na minha frente se desesperava.
Finalmente consegui abrir a porta, mas o carro já tinha saído do chão. Entrei no carro e vi que ela estava presa no cinto, chorando muito.
Henry: Ei, ei... Calma, vai dar tudo certo. Pode confiar em mim.
Ela ouviu minha voz e diminuiu um pouco o choro.
Henry: Eu estou aqui, vai ficar tudo bem. – Disse me aproximando dela, e do cinto que estava emperrado. – Qual o seu nome?
Natalie: Meu nome é Natalie... Você é o Flash, não é?
Quando ela disse isso eu fiquei completamente paralisado. Aquele era o nome da minha filha, e agora minha cabeça me dizia que eu tinha que fazer o que fosse pra salvar aquela menina.
Tentei manter o foco dela em mim, enquanto nosso carro se aproximava cada vez mais da singularidade, enquanto vibrava minha mão tentando quebrar a trava do cinto.
Henry: Natalie... Posso te chamar de Nath?
Natalie: Pode sim... – Disse ela apreensiva.
Henry: Olha Nath, vou precisar que você confie em mim. Você pode fazer isso?
O carro já tinha subido muito e começou a virar de forma que a frente do carro ficasse virada para o chão. Assim que ela viu aquilo, começou a tremer mais ainda e ia voltar a chorar.
Henry: Ei, calma... Eu estou aqui. Olha pra mim, você confia em mim?
Natalie: Confio...
Henry: Então assim que eu disser “já” eu quero que você se segure em mim o mais forte que você puder, tá certo?
Natalie: Uhum...
Henry: Pronta? Já! – Disse quebrando a trava e soltando o cinto.
Ela se segurou em mim e eu a segurei firme, enquanto usava o carro de apoio para dar impulso ao meu pulo para conseguir chegar a um prédio próximo.
Corri com ela nos braços e a levei a uma área com menos danos.
Henry: Pronto, agora você está mais segura. Onde estão seus pais?
Natalie: Tinham ido comprar café lá perto de onde eu estava, ai tudo aquilo aconteceu e eu não vi mais eles...
Henry: Vou tentar te ajudar.
Corri até onde o carro estava e a cafeteria mais próxima era o Jitters. Várias pessoas estavam lá para se proteger, e assim que eu entrei com Natalie, um casal correu na nossa direção.
Ela se soltou dos meus braços e correu pra eles, que olharam pra mim, me agradecendo após isso. Sorri de volta e finalmente tinha resolvido grande parte dos problemas da cidade, então finalmente podia ajudar o Barry a fechar todas aquelas singularidades.
~POV Barry~
Continuei correndo, conseguindo manter a singularidade estável, mas mesmo assim ela ainda causou alguns danos pela cidade.
Meu comunicador tocou e quando eu atendi, era Caitlin.
Caitlin: Bar, como estão as coisas ai em cima?
Barry: Bem cansativas... Meu corpo tá no limite... Mas pelo menos consegui estabilizar tudo.
Caitlin: Relaxa que o Henry já chega ai, ele nos avisou agora a pouco. Agora Barry, tem uma coisa pra te avisar, tenha muito cuidado quando for correr junto com o Henry. Pelo que eu pude ver com o Cisco, Vocês dois vão produzir muita energia para fechar essa singularidade causando uma eliminação de energia resultante. Se algum de vocês correrem mais devagar essa energia resultante vai atingir quem estiver mais lento, podendo causar danos irreversíveis...
Barry: Irreversíveis do tipo...?
Caitlin: Tipo “ser desintegrado”. Ou seja...
Barry: ... Muito cuidado. Entendido.
Enquanto eu corria, vi um raio passando pela cidade e finalmente ele chegou até o meu lado.
Henry: Sentiu minha falta?
Barry: Mais do que você imagina. – Disse rindo – Disposto a me ajudar?
Henry: Sempre. – Disse ele sorrindo e correndo cada vez mais rápido.
Corremos juntos mantendo nossa velocidade igualada, e começamos a fechar a singularidade.
Em alguns minutos ela estava basicamente do tamanho que estava antes de tudo dar errado, apenas em cima do STAR Labs. Finalmente pudemos ver a cidade se acalmando, todas as pessoas com medo, mais seguras e saindo de suas casas e abrigos, e pudemos sorrir pensando que finalmente aquilo tinha acabado... Mas as coisas nunca são fáceis assim.
Minha perna falhou e meu corpo cedeu. Minha velocidade caiu drasticamente, por causa do meu corpo fraco devido a tanto esforço. Os raios de energia resultante me atingiram e eu comecei a me sentir estranho, leve e tonto... Eu estava perdendo a consciência...
Quando tudo começou a ficar borrado, eu ouvi apenas uma frase “Gideon, envie a mensagem”.
~POV Henry~
Barry não aguentou toda a velocidade que seu corpo atingiu e começou a enfraquecer. Quando vi toda aquela energia o atingindo, sabia que não podia fazer outra coisa a não ser doar a minha força pra ele, mas sabia o que aquilo me causaria, então por alguns segundos pensei em Caitlin e nos nossos filhos, fechei meus olhos e disse.
Henry: Gideon, envie a mensagem.
O mantive perto de mim e corri vibrando e transmitindo minha força de aceleração para o corpo dele, perdendo velocidade enquanto fazia isso. Os raios agora começaram a me atingir e Barry recobrou a consciência. Ele ficava cada vez mais rápido, e mais forte. Seu corpo voltou ao normal enquanto o meu ganhava uma aparência etérea, como se eu estivesse desaparecendo. Meu corpo não se mantinha estável, então sem outra escolha... Aceitei meu destino e sorri, parando de correr.
~POV Barry~
Henry caiu. Vi seu corpo lentamente descer pelos ares e desaparecer antes de chegar ao solo... Eu não podia parar, a singularidade cresceria se eu fizesse isso. Então fiz o que ele gostaria que eu fizesse... Desse meu máximo para salvar todos que estavam comigo.
Corri o mais rápido que eu pude, tão rápido que não vi mais prédios ou o próprio céu... Apenas vi um imenso vórtex azul em volta de mim, um vazio infinito onde tudo se movia de forma diferente do que eu já tinha visto. Eu tinha entrado na força de aceleração.
Continuei correndo, pois meu corpo sentia que eu precisava fazer isso. Vi imagens aparecerem na minha frente. Imagens de coisas que eu vi, e outras que não fazia ideia de que existiam, até que me vi com Caitlin e minha família, então me lembrei do futuro e de Henry... Eu sabia que aquele futuro não poderia existir mais para o Henry, pois graças a mim, ele estava morto...
Lembrei-me do que ele disse sobre viajar no tempo “É só correr muito rápido e depois pensar direito pra “quando” você quer ir”... Era disso que ele falava, então um pensamento surgiu em minha mente.
Eu tinha que voltar ao passado e impedir tudo isso de acontecer.
Mas quanto seria o suficiente? Antes da singularidade? Antes do acelerador de partículas? Antes de...
Foi ai que uma imagem apareceu na minha frente. O dia em que minha mãe foi morta.
Tudo fez sentido pra mim, eu não podia deixar aquilo acontecer. Todas as pessoas que um dia foram machucadas, sofreram por ter um Flash naquela cidade... Por ter alguém que atraia todo aquele mal... E eu não podia ser mais aquela pessoa.
Então corri pensando naquela imagem, pensando no meu passado, pensando no que eu poderia mudar... E estava lá, no meu quarto, na noite em que tudo começou.
Meu eu mais novo não estava mais lá, já tinha descido as escadas e estava na sala.
Ouvi minha mãe gritar, então sabia que tudo aquilo tinha começado, e eu teria que ser rápido.
Desci, esperando um momento oportuno, e quando vi o Flash do futuro, tirar meu eu mais novo de lá, corri para onde o Flash Reverso estava e ele olhou de forma estranha para mim.
Eobard: Roupa diferente... Veio visitar o passado, Flash?
Depois disso, nós corremos um na direção do outro, e eu levei a luta até o lado de fora da casa. Consegui retirar o anel da mão dele, o que fez com que ele perdesse velocidade. Não foi muito, mas foi o suficiente para que eu conseguisse derrota-lo e deixa-lo inconsciente.
Voltei até a minha casa, onde minha mãe estava sentada no chão, ainda assustada.
Aproximei-me devagar, dizendo que tudo ficaria bem, e que ela já estava segura...
Sorri e quando ia me aproximar mais, me senti estranho e fui puxado pra fora daquele lugar.
Voltei para a força de aceleração, não por vontade própria, mas por que algo me tirou de onde eu estava. Tudo ficou rodando e muito confuso até que eu apaguei.
<<<<<<<<<<>>>>>>>>>>>>
Senti meu corpo leve, e como se estivesse coberto por algo. Meus olhos tiveram dificuldade de se abrir, então tentei identificar o que era apenas pelo toque.
Senti o tecido grosso, como se fosse um cobertor, e lentamente abri meus olhos.
Estava no meu quarto.
Não na casa do West, mas sim na minha antiga casa. Meu quarto estava diferente do que era antes, mas ainda era o mesmo e estranhamente eu me senti em casa...
Levantei-me, vesti minhas roupas, que eu estranhamente sabia onde estavam... E desci as escadas. Assim que cheguei à sala, tive uma visão que aqueceu meu coração, e me fez sorrir como eu queria sorrir a minha vida toda, e finalmente acabei chorando.
Nora: Bom dia filho!
Fim do Cap. 28.
Muitos usuários deixam de postar por falta de comentários, estimule o trabalho deles, deixando um comentário.
Para comentar e incentivar o autor, Cadastre-se ou Acesse sua Conta.