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História Through Your Eyes - Sobre sardas e cicatriz


Escrita por: NoahBlack

Notas do Autor


Hey, pessoal!
Mais um capítulo fofinho e essa palavra sempre será acompanhada de Vivi e Luke.

Nos vemos no rodapé :)

Capítulo 5 - Sobre sardas e cicatriz


Pelo resto daquele dia, Sehun me divertiu com pequenas coisas: piadas sem graças, coisas que aconteciam nos bastidores dos shows, coisas que MinSeok fazia e irritavam a todos (que não surpreendentemente estavam todas relacionadas à organização metódica dele), me contou sobre Vivi, fez massagem nos meus pés, deitou no meu colo e pediu cafuné, pediu massagem também, pediu uma história, um bolo e até para que eu cortasse suas unhas das mãos.

Pelo resto daquele dia em que eu chorei na frente dele, Sehun tentou me fazer rir e esquecer do que fosse lá que estivesse guardado dentro de mim. Foi bom me sentir acolhida por aquele ser alto e foi bom quando ele me abraçou e desistiu da nossa futura discussão.  Esse é um dos efeitos de ter que dividir a rotina com alguém por mais de 24 horas seguidas: tudo está latente na sua pele e em pouco tempo vocês trocaram muitas coisas.

Mas confesso que vê-lo lidar tão bem comigo foi chocante. Terminamos aquele dia correndo atrás de nossos cachorros no jardim e depois tendo que dar um decente banho em cada um, porque, afinal, correram pelo canteiro inteiro de flores e fizeram vários buracos na terra escura.

Foi leve.

Foi aconchegante.

Foi familiar fazer todas essas coisas com Sehun.

Agora, Luke e Vivi correm pelo quarto, dando pequenas mordidinhas um do outro e Luke ainda não entendeu direito aonde estão as orelhas do outro cachorro. Sehun está sentado em seu colchão enquanto eu, de novo, me certifico de que seus cabelos sejam bem secos.

— Nic?

— Hm?

— O hyung já falou de mim para você?

— Ahn, eventualmente em algum momento ele já falou de todos vocês para mim.

— É que você disse que eu sou doce... – Respiro fundo. – Isso é bom? É bom um homem ser doce?

– Sehun... – e seguro seus fios entre os meus dedos e o obrigo a pender a cabeça para trás de forma gentil para me ver. – Ser uma pessoa doce é sempre bom.

— Eu só gostaria de poder ser uma pessoa boa para quem eu amo.

— Acho que você está cumprindo muito bem esse papel.  As poucas entrevistas que eu vi de vocês, eles sempre são muito gratos pela pessoa que você é para com eles.

— Mas... – eu realmente não sei onde Sehun quer chegar com isso.

— Mas o quê?

Num movimento meio inesperado por mim, Sehun puxa minha mão livre e a faz pousar sobre seu ombro e meio que induz com os próprios dedos uma massagem através dos meus. Observo fechar os olhos e sinto debaixo do meu dedão um leve nó entre a musculatura do trapézio.

Sehun está tenso.

— Aconteceu alguma coisa? – Massageio o ponto com muita calma, mas ele não parece que vai de dissolver facilmente.

— Não... é só uma coisa que eu fico pensando. Como o maknae, eu deveria me esforçar mais por eles.

— Mas esse não é para ser o papel do hyung?! – Esse nó parece uma pedra e eu já estou quase colocando como meta da minha vida desfazê-lo.

— Sim, mas é isso que se espera do hyung, e eu deveria ser sempre o melhor para eles exatamente porque não é o meu papel. Faz sentido?!

— Meio que faz, mas acho que você tá colocando muita pressão sobre você, Sehun. A vida de vocês já é tão... tão... sabe?, que isso não deveria ser uma problema, mas a sua solução. Olha – eu me coloco diante dele, mesmo que de pé ainda, e desistindo um pouco do nó faço com que ele me encare. – Olha tudo o que você fez por mim hoje e você nem gosta de mim – ele torce o nariz, – imagine a quantidade de coisa que naturalmente você deve fazer por amor a eles?!

É um ponto sensível esse assunto e vejo o que possivelmente seja um choro engolido pelo movimento do pomo-de-adão. Levo as duas mãos ao rosto dele e massageio levemente suas bochechas num mísero carinho enquanto ele ainda está com os olhos fechados. Deslizo uma das mãos até o nó e, em movimentos circulares, sinto ele enfim permitir que vai embora.

— Eu não sei se acredito em destino, Sehun, – volto a falar, – mas eu consigo ver a importância de cada um de vocês nesse grupo e, como diz o Min, eu só lido com números. Então... você é especial. Docemente especial.

E então é a vez dele de deixar uma lágrima escapar e afundar seu rosto em mim, abraçando minha cintura e abafando um único soluço de um choro contido. Deslizo os dedos sobre os cabelos escuros e me pergunto se os meus são assim. Será que ele faz programa de reconstrução capilar?

— Veja, até seu nó nas costas já desfez – e afundo o dedo de leve na região, mas isso não impede que Sehun reclame e faça um bico enorme.

— Você sempre estraga os momentos.

Eu me direciono para a minha cama e surpreendentemente Luke e Vivi estão deitados juntos sobre o meu travesseiro. Pego Vivi pela sua cinturinha magricela e o coloco sobre o colchão do dono, mas a bolinha de pelos brancos volta para o meu.

— Eita. Fica ali, Vivi – mas ele volta de novo para cá. – Não, magricelinho. Seu dono. – Aponto o homem que se levanta, – meu cachorro e meu colchão. – Luke inclina a cabeça para o lado, aumentando suas orelhas, como se isso fosse possível.

— Hm, acho que temos um problema aqui. – Sehun se aproxima de mim, com os braços cruzados e uma das mãos no queixo. – Ele quer dormir com você, Nic.

— E você está ok vendo seu cachorro te trocar por mim essa noite?

— Vivi tem livre arbítrio. Ele sabe tomar as decisões sozinho.

Eu juro que Luke e eu nos olhamos confusos.

— Ok. – Eu me deito, puxando as cobertas e me ajeitando entre os dois focinhos fungando em cada ouvido meu.

Luke grunhi um pouco pelo ciúme e decidi que é melhor atravessar meu rosto, apoiando suas patas e partes íntimas nas minhas bochechas, e deitar entre o novo amigo e a dona. Vivi parece que não gosta dessa nova situação e desliza uma pouco para baixo, apoiando sua cabecinha no meu braço.

— Estamos estabelecidos agora? – Falo alto o suficiente para os dois seresinhos encostados em mim. Vivi levanta os olhos pretos e pidões para mim, fingindo que não fez nada, e Luke lambe minha orelha, declarando que sabe muito bem o que fez mas que não se importa.

— Ainda não.

Estou pronta para pergunta o quê quando percebo um movimento rápido para perto de mim: Sehun acabou de aproximar seu colchão do meu, vai até o interruptor, apaga a luz, volta para o colchão, se coloca debaixo das cobertas e se vira para mim.

— Estamos prontos agora – e debaixo de nossas cobertas, ele estica sua mão para segurar a minha. – Obrigado, noona.

Mas que porra é essa?!

---

Eu desperto no meio da madrugada. Como sempre. Como sempre acho que vai ser. Sinto meu corpo meio preso ao chão e uma força contra a minha cintura. Paralisia do sono? Viro um pouco a cabeça para o lado e o rosto pálido de Sehun se faz presente numa distância muito curta. Seu braço está totalmente relaxado sobre mim e sinto até mesmo uma de suas pernas sobre a minha.

Ok.

Eu não posso me levantar.

Ok.

Eu quero muito levantar.

Ok.

Isso é extremamente familiar e confortável.

Luke está roncando do meu lado e percebo agora que Vivi se enfiou no meio de nós dois, debaixo do braço do dono. Viro o rosto de novo e o modo como o semblante do dançarino chega a quase brilhar pela luz que entra pela janela é bonito, pacífico. Ele dorme profundamente, inspirando e expirando em ritmo e acho que ele não está sonhando, afinal, suas pálpebras estão tranquilas.

MinSeok sempre me disse que minhas pálpebras mexem muito.

— Não, Min, assim não vai dar.

A gente estava tentando se encaixar na cama há um bom tempo.

— Eu durmo de qualquer jeito, Nic, só me coloca onde você quer e pronto.

— Eu preciso da posição perfeita, senão você vai ficar respirando em cima de mim e me chutando a noite toda.

— Eu chutando? Você que fica com esses sonhos malucos e se mexendo a noite toda. Parece até que acordada com as pálpebras mexendo rápido.

— Ah, Kim! – Dei um leve tapa no ombro dele. – Eu não faço isso.

Ele estralou a língua para mim e se levantou da cama num salto.

— Então, qual vai ser? Você na parede ou eu?

— Melhor eu, né?! – E me joguei para o lado da parede. – Vem, deita aqui agora.

MinSeok puxou as cobertas e se colocou debaixo delas, virando o corpo para mim e esperando que eu ditasse a próxima posição, mas não aguentou por tanto tempo.

— Acho melhor você colocar sua cabeça perto do meu pescoço, assim minha respiração não fica em você. – Ele me puxou para perto e movimentou a cabeça de forma que meu nariz quase grudasse em seu pescoço. – Tá bom?

— Uhum.

— E agora?

— Agora você se ajeita como você gosta.

E assim, naquele movimento rápido e quase involuntário por nós dois, MinSeok me fechou me seu abraço e sua perna ficou sobre uma das minhas enquanto eu coloquei a minha entre as deles. O nosso encaixe.

— Só não me chuta, querido.

— Não posso prometer nada.

— Ok. Já estou acostumada.

Com os braços encolhidos entre o meu corpo e o dele, encostei um dedo naquela pintinha quase invisível em seu peito e observei o movimento de seu pomo-de-adão tremular com a breve risada.

— Sua mão está um pouco gelada.

— Minhas mãos sempre estão geladas, Min. Seu papel aqui é esquentá-las até que eu encontre um namorado.

— Encontrar você já encontrou – eu torci o nariz, já incomodada. – Só não quer deixar o rapaz entrar para o posto oficial de namorado.

— Era uma piada, MinSeok. – Virei os olhos ouvindo-o rir de novo.

— Sempre é. – Finalmente ficamos em silêncio para dormir. Fechei os olhos e me acomodei melhor, quase apoiando minha testa sobre ele.

— Nic?

— Hm?

— Promete que um dia a gente não vai precisar dividir uma cama de solteiro da beliche de baixo do dormitório da faculdade?

— Você não gosta daqui?

— Eu gosto... mas já imaginou como seria se a gente não precisasse quase que subir um no outro para poder dormir? Com espaço, uma cama de casal grande, com lençóis bonitos, fofos_

— Ok, já imaginei e já desejo uma.

MinSeok era uma pessoa muito gostosa de se abraçar. Mesmo que ele reclamasse sobre suas gordurinhas, eu achava tudo aquilo um charme e de quebra macio para dormir agarrada, afinal, que garota nunca sonhou com um ursinho gigante? Mas ele não gostava das duas coisas: das gordurinhas e de mim o chamando de ursinho.

Na época, nós dois tínhamos problemas de auto imagem. A diferença é que o Kim ficou um cara gato para caralho e amiga foge da terapia para não lidar com isso.

Sehun não abre os olhos, mas traz o rosto para mais perto, ajeitando melhor o enlaço de seu braço sobre mim e prendendo melhor minha perna com a sua. Ele murmura alguma coisa que eu não entendo até enfim me perguntar por que estou acordada.

— Por que são 4 horas da manhã.

— E isso é tipo o quê? Uma superstição sua? TOC?! Macumba?!

— Insônia. Só que com hora marcada.

— Quer levantar? Eu posso acordar às 4 da madrugada também, se você quiser.

Corro meus olhos por esse semblante de olhos fechados que definitivamente não quer acordar agora. Mordo a bochecha por dentro e levo a destra para um breve carinho entre seus fios de cabelo.

— Não. Acho que vou ficar deitada mais uma pouco.

— Me conte uma história então. Algo interessante da sua infância.

— Hm, não tenho nada de interessante na minha infância.

— Invente então. É a sua chance de torná-la interessante.

É assim, entre esse breve carinho e a respiração de Sehun no meu ombro, que digo para ele sobre uma Dominique que foi morar com o pai no Canadá, mas não menciono o motivo e tão menos quem ela encontrou por lá. Antes de se deixar levar pelo sono novamente, Sehun diz que adoraria ouvir todas as minhas histórias.

— Você deve ter tido uma vida bem interessante, noona.

Por que eu quero instigar Sehun a querer saber mais sobre mim? Por que essa história?

— Você acertou de novo!

— Eu disse que sou boa nisso.

— Mas ninguém é tão bom assim.

O menino magricelo se aproximou de mim me entregando a bola de basquete. Ele era maior, tinha os olhos mais puxadinhos e já exibia um sorriso de lado meio tímido. Mas ali era porque estava com vergonha por ter acertado duas cestas e eu, dez seguidas.

— Me ensina a fazer como você faz?

— Tá bom. Olha, você precisa colocar as mãos assim na bola e esse dedo meio que vai te mostrar a direção. Não abre muito os braços porque senão a bola vai torta, ok? Vai, tenta.

O garoto arremessou e de primeira a bola fez o barulho típico de quando nem ao menos encosta no aro. Chuá.

— É assim que a gente fala no meu país quando passa direto.

— Que legal. Você joga lá?

— Jogava. Minha mãe não deixa eu jogar basquete.

— Por quê? Você é tão boa.

— Ela diz que não é coisa de menina, mas meu pai me garantiu que eu posso jogar aqui, então...

— Seus pais são separados? – Eu afirmei com um aceno. – Os meus pais também. Meu pai mora na China e minha mãe aqui.

— Na China?!

— É, por quê? Você não gosta da China?

— Não.. é que a China é, tipo, muito longe. Tipo literalmente o outro lado do mundo.

— Na verdade, daqui, é meio perto.

O garoto pegou um pedaço de tijolo e fez um desenho no chão da quadra.

— Aqui – e desenhou quase um quadrado – é onde a gente tá. Vancouver. Aqui – rabiscou outro negócio quadrado – É a China. Viu? Pertinho.

Eu peguei o tijolo e desenhei algo que quase parecia um coração numa porção bem abaixo do primeiro quadrado.

— Aqui é o Brasil. Viu? Longe. – Tracei uma linha até a China.

---

Uma nova caixa está sobre a mesa central da sala. Estou parada na passagem do corredor para a sala e não quero avançar nenhum passo. Sehun surge atrás de mim e o ouço bocejar, coçando os cabelos e chocando o corpo contra o meu.

— Que foi?

— Temos uma caixa nova.

— Oba! Espero que seja pepero game – eu sei que ele diz para me irritar, mas não deixo de bufar.

— Não tem como ser. Somos em dois. Não dá para jogar.

— Dá sim – leva as mãos aos meus ombros e me faz abrir passagem para ele. – Eu seguro e você morde, você segura e eu mordo. Melhor de três.

— Obrigada por dar ideias à produção.

— Tenho várias, se quiser... – mas eu encubro sua boca com a mão e meneio a cabeça em negativa. Ele murmura um ok abafado e o sinto sorrir. – Café da manhã?

Eu sei que isso não é um convite para se juntar à mesa, mas um pedido para que eu faça nossa primeira refeição do dia enquanto ele fica me olhando e depois vai fazer um bico enorme porque não vai querer ajudar a lavar a louça.

Ouço Sehun abrir a janela da sala e em seguida os latidos de felicidade pela liberdade tão esperada. Olho pela janela e o vejo sentado no meio da grama, só com a calça do moletom, sem blusa, sem meia... fecho os olhos e respiro fundo. Não sou a mãe dele.

Não sou.

Não sou.

Não vou fazer nada.

Mas no segundo seguinte estou dentro do quarto pegando um casaco e um par de meias felpudas – minhas, porque o cidadão só tem meias finas.

— Veste isso antes que você fique resfriado.

— Estou ótimo assim.

— Ótimo nada, Sehun. Veste logo essas coisas porque eu não quero manager nenhum na minha sala depois falando que eu deixei o maknae doente.

Ele se levanta, vestindo o moletom e comenta que isso jamais aconteceria.

— Vai por mim, acontece.

— Eles não podem colocar a culpa em você por eu não me cuidar – ele vem me seguindo para dentro da casa, muito interessado em estender esse assunto. – Eu sou responsável por mim mesmo.

— Mas eu sou mais velha. Eu devo sempre cuidar de você.

— E eu sou homem. Então, nessa lógica, eu devo cuidar de você.

— E nessa lógica eu ainda preciso me certificar de que você não vai ser um idiota. As meias também.

Sehun encara o par de meias felpudas em que na ponta está bordado a cara de um guaxinim e segue pelo cano toda listrada em preto e branco. Vira de um lado, vira do outro até levá–las ao rosto.

— São macias, pelo menos.

— Só não quero te ver andando com elas lá fora, hein.

— Ai, meu Deus, como você é chata, Nic! – Ele se irrita, sentando na cadeira da cozinha e enfiando as meias como se tivesse 5 anos. – São meias. Coloca na máquina e pronto.

— Sehun... em algum momento da sua vida você já teve que desencardir meia?

— Hm – ele realmente está pensando. – Não.

— Então não ande com elas lá fora.

---

— Eu realmente não sei como isso vai dar certo. Se é que vai.

— Fica tranquila, Nic. Eu vou te segurar.

— Não é que eu não confie em você, Sehun... é mais em mim mesmo.

— Eu vou sentar na ponta do sofá e aí você sobre nas minhas coxas e aos poucos eu te ajudo.

— Não vai dar certo.

— Eu juro que vai.

A ideia de termos que realizar algumas posições de yoga/cheerleader ou o que seja lá o que for não me deixa em nada tranquila. Sehun precisa me ajudar a ficar de pé sobre suas pernas enquanto ele fica naquela posição como se sentasse num banquinho invisível.

Não vai dar certo.

Sehun se coloca na ponta do sofá, estica o pano da calça pelas pernas e me estende as mãos, esperando que as aceite e suba com meus pés sobre seus joelhos.

— Eu vou te segurar, Nic.

— Veja... eu sei que você vai, mas em nada isso nos garante que eu não vou levar nós dois para o chão.

— Ah, que chata! – É a segunda vez que ele me chama assim. Ele se levanta e me puxa pelas mãos para perto do sofá, me encarando de cima. – Apenas faça, Dominique. Não pense no que ainda nem aconteceu, ok?

Fácil para ele dizer já que tem uma ótima consciência corporal. Respiro fundo e percebo que ele está me encarando com as sobrancelhas meio levantas querendo me dizer "pelo amor de Deus, mulher, só vai".

Faço força contra o joelho dele, apertando minhas mãos sobre as suas e um meio sorriso me escapa aos lábios. O típico sorriso de nervoso. Sehun ri (de mim?), vendo meus braços tremendo e meu riso de desespero e então, com um único impulso, fico de pé e ele levanta um pouco do sofá. Eu estou tremendo, mas a risada dele de objetivo concluído me faz querer parar de tremer.

— Está vendo, Nic?! A gente conseguiu!

E é com essas palavras que desequilibro e levo nós dois ao chão, sentindo a dor irradiar pelas minhas costas e meu corpo amortecendo a queda do coreano. Fecho os olhos e solto um gemido ao sentir seu peso cedendo a gravidade e quase cravando meus ossos contra o assoalho.

Sehun afunda seu rosto em meu pescoço e começa a rir e eu não preciso fazer nada para entender o motivo daquilo: ele sabe que eu estava certa desde o começo.

— Não era charme da minha parte.

Ele levanta o rosto, ainda controlando a risada e vejo uma pequena lágrima escorrer de seus olhos.

— Você está bem?

— Viva. Bem é uma outra palavra.

Ele não faz qualquer menção de sair de ciima de mim, muito pelo contrário, ele se ajeita melhor e desliza uma das mãos sobre a minha testa, afastando os cabelos, encarando dentro dos meus olhos e depois passeando sobre o meu rosto.

— Sehun, você_

— Você tem sardas.

Seu indicador começa a traçar uma linha invisível entre cada pontinho claro sobre meu nariz e ele sorri, me dizendo que não tinha notado elas ali.

— É que elas são bem clarinhas.

— Por que você tem sardas?!

— Ahn... Meus pais me levavam para a praia com frequência e essas sardas são o resultado de muito nariz queimado.

Ele desliza de novo os dedos sobre elas.

— São charmosas, mas você deveria ter se protegido. Um irmão faz falta, tá vendo?

— E você tem uma cicatriz – e afundo meu dedo em sua bochecha e ele reclama de dor, massageando o local.

— Caí de bicicleta com uns quatro anos, talvez. Minha noona bem que disse que não era para eu acelerar na descida, mas, valeu a pena. Eu me ralei inteiro naquele dia, a perna, joelho, braço, cotovelo e esse pequeno – ele mesmo afunda o dedo na marca – corte aqui.

Sehun volta o rosto contra o meu pescoço e respira fundo e eu quero muito conseguir pedir para que ele saia de cima de mim, mas não é preciso uma vez em que Luke e Vivi surgem em cima das nossas cabeças e começam a nos lamber.


Notas Finais


Ô meu povo, e aí, o que acharam desse capítulo?
Eu sei que parece que a relação deles melhorou magicalmente, mas eles passaram por um bocado de coisas nas últimas 24h, né?

Gostaram no flashback com o Xiumin?!
E quem será esse garoto da quadra?

Comentem e me digam suas teorias :)

Vergonha de comentar aqui? Tenta aqui então: https://curiouscat.me/NoahBlack


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