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História Timidez - Capítulo III


Escrita por: DearMad

Capítulo 3 - Capítulo III


Amélia aos poucos se soltava perante os amigos de Márcio, eram seis homens e uma mulher; contando com Amélia e Márcio, tinham nove pessoas no apartamento; todos sentados numa roda no centro da sala, algumas garrafas de bebidas cheias e uma única vazia no centro da roda era usada no jogo de verdade ou desafio.

- Beije qualquer um que te atrair na roda! - Disse a loira em frente à Amélia depois de girar a garrafa e a menina de cabelos violeta pedir por desafio.

A mais jovem corou no mesmo momento, pedindo aos céus que a tirassem dali. Tirando coragem de qualquer lugar desconhecido por ela, Amélia levantou o corpo de joelhos, se arrastou desajeitadamente para frente e pousou a mão no pescoço de Karine, trazendo os lábios da loira para perto do seu. Foi um beijo lento mas cheio de desejo de ambas as partes, Karine apertava Amélia pela cintura grudando seus corpos e dançando com a língua enquanto ouviam as sete homens bater palma e dizerem palavras de incentivo ou alguns palavrões pela surpresa na escolha da menina.

Separaram-se quando o ar se fez necessário e a loira se afastou depois de morder levemente o lábio inferior da outra.

- Você é bem esperta Amélia! - Karine disse piscando e voltando para o lugar onde estava sentada e a outra fez o mesmo.

Amélia apenas sorriu vermelha e os outros deram continuidade ao jogo.

- Ei, já é quase meia noite, vamos lá pra boate? - Perguntou um rapaz moreno, chamado Hugo.

- Vamos, só vou trocar de roupa! - Karine disse sorrindo. - Amélia, vem comigo, eu te empresto um vestido. Vai estar quente de mais lá dentro para usar calças. - Piscou puxando a menina pela mão, que apenas assentiu corada.

A loira estendeu um vestido claro e solto com estampas floridas para Amélia e então começou a tirar suas roupas em sua frente, a morena sentiu-se constrangida, virando-se de costas. Mesmo morrendo de vergonha, tirou a calça e o cropped listrado que usava e colocou o vestido. Sentiu as mãos de Karine abraça-la pela cintura e a respiração pesada em seu pescoço.

- Não precisa ter vergonha querida, você é linda. - Puxou o lóbulo da orelha de Amélia com os lábios, soltando-os com um estalo e recebendo um suspiro pesado em resposta. - Está pronta? - Volveu o corpo da menina deixando-as cara a cara.

- Hunrrum.

- Então vamos gatinha. - Piscou e seguiu para a sala acompanhada de Amélia.

 Ainda eram 23:50 quando chegaram na tal boate, os portões seriam abertos em dez mínimo e a fila era gigante; quase no fim da mesma estavam os sete rapazes, Amélia, Karine e mais algumas amigas que os rapazes convidaram, numa espécie de rodinha conversando, uns com um copo de vodka,  outros com garrafinhas de bebidas diversas e as duas meninas falavam de um assunto aleatório misturando as fumaças de seus cigarros.

 

*-*

- Mamãe o que houve? - O menino  perguntava sem parar pulando ao lado da mulher de olhos claros.

- Nada Inácio, fique quieto ou vai se machucar querido.

- Por que tenho que ficar com o papai?

- Porque ele quer passar um tempo contigo e eu vou sair com a tia Lola, lembra dela? - Acariciou o rosto do pequeno parando em frente ao prédio do ex-marido, Inácio meneou com a cabeça afirmativamente. - Quer que eu suba contigo amor?

- Não precisa mamãe.

Giulia deixou o menino no elevador e voltou a andar rumo ao barzinho que marcou de se encontrar com a amiga.

A mulher ruiva estava numa mesa ao ar livre, afastada do grande salão do bar, onde poderia fumar livremente seu cigarro.

- Olá querida! - A loura Beijou o rosto da outra e sentou-se ao seu lado.

- Oi Giu, como foi a semana?

- O mesmo querida.

- Precisam de algo? - Um garçom interrompeu.

- Uma porção de camarão e uma caipirinha de vinho por favor.

- Big Apple. - Giulia pediu simplesmente e o rapaz saiu. - Continuando, minha semana foi a mesma coisa de sempre, a não ser pela feira de profissões a qual eu dei uma palestra - sorriu ao pensar na tal palestra - e as incansáveis reuniões para o projeto do CELIN*.

- Então por qual motivo você me parece mais pensativa que o normal? - Giulia corou imediatamente lembrando-se dos olhos castanhos que não saía de sua mente desde o dia anterior.

- Por nada, apenas estou cansada...

- A qual é guria, vai querer enganar logo a mim? - Riu largamente. - Eu te conheço melhor que você mesma Giu.

- Tudo bom Lola, mas não é nada de mais, apenas uma guria que conheci na palestra.

- Huum, amor a primeira vista?

- Claro que não sua palhaça. - Gargalhou da amiga de olhos verdes. - Eu apenas me interessei, no entanto não conheço muito mais que  seu nome e a cor peculiar de seus cabelos.

- Que seriam... - Lola incentivou a amiga a continuar.

- Amélia Corradi, a menina de cabelo roxo.

- Uau parece até título de algum livro infanto-juvenil. - Brincou a ruiva. - Então quer dizer que Giulia Bunsky está interessada 'numa adolescente de cabelos coloridos.

- Eu apenas a achei interessante.

- Você é uma idiota Giu, nem pra pegar o número da guria para prosearem*.

Lola passou o restante da noite pegando no pé da amiga, falando do suposto flerte de Giulia e tentando convencê-la a estenderem a noite 'numa boate alí perto.

- Nem pensar, dê uma olhada no tamanho dessa fila, eu não tenho mais idade para isso Lola.

- Guria tu tens apenas 39 anos e parece uma velha, vamos, faz muito tempo que não saímos para uma noitada juntas.

As duas amigas já tinham passado mais de três horas no barzinho e agora caminhavam na rua em frente à da boate que Lola tanto queria ir, a mesma ficava à duas quadras de seu apartamento.

- Ok, sua morta, então vamos para o meu apartamento fazer algo.

- Perfeito! - Sorriu com malícia. Apesar de serem muito amigas, por vezes havia um ''colorido" entre elas.

*-*

Amélia já havia bebido muito mais que o necessário, apenas não tinha caído dançando pois o fazia com Karine abraçando-a por trás na cintura, desde que se beijaram naquele jogo, não se desgrudaram mais e a bebida deixou a morena solta e menos tímida.

Karine beijava incessantemente a nuca de Amélia sugando as vezes, suas mãos cada vez descia mais pela barriga e ventre enquanto elas se mexiam juntas ao som do refrão sensual de Easy da banda Son Lux.

Em certo momento, ambas já tinham o corpo fervendo em excitação e a quantidade extravagante de pessoas amontoadas deixava tudo ainda mais quente. A loira pegou no pulso de Amélia e saiu andando pela multidão, a menina de cabelos roxos a parou quando passaram pelo bar já entendendo o que ela queria.

- Espera, preciso de água. – Compraram duas garrafinhas e então foram para saída da boate, pagaram os cartões de uso interno já impacientes e finalmente saíram do local aos tropeços, uma se segurando na outra.

- Onde é mais perto? – Karine perguntou dando beijos rápidos pela pele clara do rosto de Amélia e apertando fortemente a cintura.

- Meu apartamento é a duas quadras daqui, teremos mais privacidade lá. – Parou a mais velha ainda na calçada e a beijou mais uma vez até que perdessem o fôlego. Afastaram-se e já viram um táxi parado.

*-*

Já passava das quatro da manhã quando Lola e Giulia enfim se renderam ao cansaço de uma bela noite de sexo; estavam deitadas no sofá assistindo uma série qualquer já que ambas estavam sem sono.

- Estou morrendo de fome e parece que você também. – A loira comentou ao ouvir o estômago de Lola reclamar.

- Vou pedir uma pizza. – Levantou-se buscando o celular.

- Lola já são mais de quatro da manhã.

- Já ouviu falar e delivery vinte e quatro horas Giu? – Usou seu melhor tom sarcástico na pergunta.

- Claro...

Lola trocou sua roupa para poder ir buscar a pizza quando a mesma chegasse e voltou a se deitar no sofá com Giulia.

Era difícil rotular o que havia entre elas, talvez amizade colorida seria o correto, mas não se sabia ao certo. Havia carinho e muito respeito, também havia desejo, mas não se podia dizer que fosse paixão, amor talvez, mas um amor totalmente fraternal, de irmãs. Lola era cerca de cinco anos mais nova que Giulia, Fizeram graduação em Letras juntas e o mestrado também, no entanto já não estavam na mesma área, portanto não fizeram em mesmas turmas nem as habilitações ou os mestrados. Giulia terminou seus estudos com o pós-doutorado, mas a amiga parou no segundo mestrado, tornando-se professora de comunicações linguísticas na mesma universidade onde estudaram.

Ambas as mulheres estavam quase dormindo quando o interfone soou pelo cômodo.

- Já volto, não durma  antes de comer minha linda. – Lola Beijou os fios louros, pegou o dinheiro separado no balcão e saiu para o elevador.

A ruiva pegou a pizza e subiu no elevador junto com duas jovens aparentemente bêbadas que tentavam se conter em sua frente mas não se desgrudaram em momento algum. A morena intrigou Lola com seus cabelos roxos que a fez lembrar da garota que Giulia disse mais cedo.

Saiu elevador e desejou boa noite para o casal que obviamente voltaram a se beijarem quando ela se retirou. 


Notas Finais


CELIN é uma espécie de curso de línguas estrangeiras disponível para os alunos de Letras da Universidade Federal do Paraná (UFPR).

Prosearem - Conversar
Obs: Terão muitas gírias curitibanas, afinal a história se passa em Curitiba. Acostumem-se com "guria", "piá", etc...
Espero que tenham gostado.


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