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História Tipo Ideal Perfeito - E eu?


Escrita por: Kesey_ecc

Notas do Autor


Desculpa a demora. É difícil escrever congelando os dedos nesse frio. =/

Capítulo 28 - E eu?


Fanfic / Fanfiction Tipo Ideal Perfeito - E eu?

Assim que Seokjin veio me falar da festa minha intenção era não ir de jeito nenhum. Nunca fui em nenhuma das festas dele antes ou de ninguém daquele colégio, obviamente. Muito barulho, muita música que eu não gosto, muita gente no mesmo lugar se esfregando umas nas outras, muita bebida. O que tinha de bom nisso? Nas poucas festas que me arrastaram em toda minha vida eu era sempre a pessoa no canto, isolada, mexendo no celular pra ver como tava o clima na Guatemala, se era muito sol e se era muito diferente da Coréia. Bom, era muito diferente e eu era muito estranha pra esse tipo de lugar.

Imagine uma festa do Seokjin, com todas aquelas pessoas que não entendiam o porque da minha existência, ainda sendo obrigada a ver Park Jimin com sua mais nova namorada fofa e linda, e com So Yeon no meu pé a cada oportunidade. Pra que me torturar assim? Duas palavras, uma explicação: Minha Mãe.

Como assim?

Na mesma hora que contei da festa minha mãe ficou animada: ‘é a sua última oportunidade de aproveitar com seus “amiguinhos”, se divertir um pouco por que ultimamente você está tão tristinha, se arruma e aproveita sua adolescência, você quase nunca sai. Quem sabe não conhece outra pessoa.’

É a mãe que se ganha quando se é uma filha tão problemática e anti-social.

- Se eu for, Yul, Mae e Min Jun vão também...

- Esse garoto mais velho também? – pergunta com uma careta – Por que ele tem que ir?

- Ele tava junto quando fizeram o convite e o Yul disse que se for arrastado pra ir vai arrastar ele também. Qual o problema com o garoto mais velho mãe? Desde quando você liga pra idade?

- Não é a idade.. é ele... não sei, não fui com a cara. Acho que ele não é pra você.

- É a aparência dele? Todo de preto o tempo todo e aqueles coturnos... é por isso que você e papai aceitaram Park Jimin tão fácil? - pergunto franzindo o cenho.

- Ásia, me poupe... eu sou sua mãe afinal de contas, desde quando vou ligar pra aparência? – se estica no sofá e me da um peteleco no nariz - Park Jimin tinha uma aura legal, é um amor. Esse outro garoto mal consegue ser educado quando trás você da escola.

- Aura mãe? – dou risada.

- Você entendeu menina – da de ombros – agora vai se arrumar.

(...)

Faltava pouco menos de uma hora pro Yul passar na minha casa e eu não tinha trocado de roupa. Permanecia de toalha depois do banho, com os cabelos quase secos já e olhando pro guarda roupa de portas abertas. Nada ali servia pra uma festa.

Bom, nada que eu me sentisse confortável usando. Mas já que eu não ia me sentir confortável lá de maneira nenhuma decido usar um vestido pela primeira vez em publico. Era um presente da viagem que eu nunca achei que ia usar, mas era preto e era um vestido então combinava com a festa e podia combinar um pouquinho com a minha aura também. As costas ficavam a mostra então ia ter que ser sem sutiã mesmo, quando vesti parecia mais curto do que eu previ, mas pelo menos meus peitos estavam protegidos por que não tinha decote.

Era levemente rodado, era preto, curto e eu não tinha sapato... de qualquer maneira mesmo que tivesse ia usar meu all star surrado de cano alto. Fiz a minha maquiagem preta costumeira nos olhos só que dessa vez deixei meu cabelo meio preso de lado, já que era pra ser diferente por um dia, melhor fazer direito.

Assim que ouvi a campainha vesti uma jaqueta jeans e sai rápido de casa assim que me despedi de minha mãe. Min Jun me ajuda a entrar no carro, secando minhas pernas descaradamente. Não era novidade que ele queria pegar tudo isso, mas eu não tava nenhum pouco afim de deixar. Já acomodada no banco de trás comecei a ficar nervosa, me arrependendo de todas as minhas escolhas daquele dia, estava me sentindo ridícula naquela roupa. 

Cinco minutos no carro... por que eu deixei meu cabelo desse jeito?... dez minutos no carro... essa saia levanta ainda mais quando eu sento, minhas coxas não coreanas estão muito a mostra... quinze minutos no carro... eu passei batom? Minha boca ta meio vermelha no retrovisor. Eu não gosto de batom... vinte minutos no carro... Dentro da casa deve estar um inferno, vou ter que tirar essa jaqueta? Mas minhas costas vão ficar tão a mostra quanto minhas coxas... vinte e cinco minutos... já tem gente deitada no jardim da frente da casa. Pelo menos eu vim de all star.

Min Jun segura minha mão, me ajudando a descer do carro e me guia pela entrada da frente da casa. O grupo dos deslocados tinha chegado, mas todo mundo tava meio alterado a ponto de nem ligar pra nossa presença. Logo de cara pude notar que tinha gente ali que nem era da nossa escola assim como Min Jun, eu não era a única “estrangeira” daquele lugar. A casa não era enorme, mas também não era pequena, não era a cara da riqueza mas também não era a cara da favela, seria um lugar agradável se desse pra andar ali pelo menos. Quando desviava de uma pessoa acabava esbarrando em outra. Tinha gente até no corrimão da escada e aposto que se eu olhasse pro teto ia ter alguém no lustre também. A música estava alta e era dançante, como eu previ aquele lugar estava quente que nem o inferno.

Eu era puxada pela mão e mantinha os olhos no chão, tentando não pisar no pé de ninguém e não tropeçar. De algum buraco da terra Seokjin brotou do meu lado e me puxou pra um meio abraço, ignorando Min Jun que tentava me arrastar ainda.

- Você veio Cecília, a gente tava te esperando – sorri amável, com uma latinha na mão – Os garotos queriam te ver.

- Acho que não vou conseguir encontrar ninguém aqui nesse meio – tento retribuir o sorriso.

- Ah vai sim! O Yoongi provavelmente está no bar ou perto do DJ. O Nam deve estar no sofá conversando com alguma garota. Jungkook e Jhope devem estar dançando, é só procurar dois idiotas que não param de pular desajeitados – estica o pescoço pra olhar por cima das várias cabeças ali – Tae provavelmente já deve ter se dado bem, esse é melhor esperar aparecer aqui por baixo. E o Jimin... – se interrompe me olhando – Você pode achar sozinha se quiser.

- Achar ele junto com a Seulgi... – reviro os olhos.

- Eu ainda prefiro você – pisca pra mim.

- Você queria pegar ela Seokjin – dou risada.

- Aquela traíra que só me usou – se faz de vitima – Ela é bonita, mas você é inexplicável Cecília. Aliás... – me olha de cima a baixo – Você está linda demais hoje. Park Jimin é um idiota.

Sinto Min Jun puxar minha mão impaciente e tento me desfazer do seu aperto. Preferia ficar ali conversando com o Seokjin mesmo sendo empurrada a cada dois minutos.

- Virou um puxa saco porque ela fez isso com você? 

- Quem liga pra ela? A gente joga na cara do Jimin todo dia a garota que ele perdeu – mantém o sorriso doce nos lábios o tempo todo, nem parecia que tava bebendo – As vezes a gente manda mensagem pra ele aleatoriamente só pra falar isso.

Abaixo a cabeça, meio desconcertada com aquilo tudo. Eles eram mais legais sobre tudo isso do que meus próprios amigos.

- Valeu pelo apoio – sinto mais um puxão e olho pro Min Jun com cara de poucos amigos – Tenho que ir antes que eu perca meu braço.

- Não vai a lugar nenhum antes de dançar comigo hoje – mas hein? Ele rapidamente segura minha outra mão – Da licença cara, ela tem que dançar com o anfitrião da festa agora – deu um “chega pra lá” em Min Jun e assim que o mesmo me soltou Seokjin me levou pra sala, onde tinha a maioria das pessoas dançando.

Beleza, agora dava pra ver que ele tava bebendo. Da onde saiu aquela intimidade toda comigo? Era o que menos me dirigia a palavra do grupinho inteiro, apesar de sempre ter me tratado com educação e ser um verdadeiro cavalheiro. Aquele Seokjin mais despojado também era legal.

Assim que se enfia entre as pessoas dançando, ele segura meus braços balançando num ritmo estranho e desengonçado. Eu só consigo rir.

- Seokjin a gente é péssimo nisso.

- Quem liga, essa música é legal – da de ombros, continuando a se mexer estranhamente.

Passamos o resto da música inteira assim, com ele me fazendo rir de suas habilidades na dança. Quando a música acaba é logo substituída por outra ainda mais barulhenta, mesmo assim ouço meu nome se sobressair a qualquer outro barulho.

- CECÍLIA – Jhope grita, chamando a minha atenção e de várias outras pessoas por ali.

Ele chega dançando animado com Jungkook ao seu lado. Se aproxima e abraça minha cintura, me tirando do chão e me pegando de surpresa. Esse grupo Seokjin bêbado era pior que eu no karaokê.

- Melhor maneirar na bebida garoto. Ainda está cedo – advirto brincando e ele não liga.

Ao olhar pra frente, mais alta que a maioria que pulava e dançava por ali naquele momento, vi Park Jimin sentado no bar com uma latinha em mãos e sua namorada fofa pendurada em seu braço. Ela dava beijinhos tímidos em seu ombro e eu não consigo olhar por muito tempo aquela cena. Me embrulha o estomago de ciúmes. Felizmente Jhope me coloca no chão logo em seguida.

- UAU você está muito linda Ceci – ergue meus braços, olhando melhor meu vestido.

O que? Mais um elogio?

- Não dá nem pra falar que você ta muito gostosa ou gata, por que é mais que isso – Jungkook opina – Só linda mesmo descreve.

Beleza, cadê a câmera escondida?

- Vocês estão todos bêbados, ta na hora de ir pra casa já – Jungkook da risada, mas não parece bêbado de verdade.

Os três ficam tentando me fazer dançar pelo resto da musica, mas eu mal conseguia mexer os pés de qualquer outra maneira que não fosse pra frente ou pra trás, era vergonhoso, eu não tinha nenhum ritmo. Tento sair dali com qualquer desculpa esfarrapada, mas Yoongi se junta ao grupo logo depois.

- Você fica sob nossa proteção essa noite. Não da pra te deixar andando sozinha nessa festa vestida assim – Min Yoongi diz sério. Arregalo os olhos e sinto minhas bochechas queimarem na hora.

Vestida assim? Tava muito curto, eu sabia.

- Eu sabia que não deveria ter vindo de vestido – abaixo a cabeça.

- Relaxa Ceci, é um elogio diferente. Já que eu imagino que todo mundo já deve ter feito todos os elogios normais – ele sorri sem mostrar os dentes.

Nunca ia me acostumar com aquilo. Receber elogios realmente não era uma habilidade minha.

- Isso é muito estranho – franzo o cenho.

- Bobagem – ri e da um gole no copo de bebida que tinha em mãos. Era um liquido diferente, eu não saberia dizer o que era aquilo – Ei, comprei a trilogia sharknado e lembrei de você na hora. Você precisa assistir comigo, vou fazer maratona.

- Fala sério! Não me canso de assistir o retorno da Nova – falo animada – Melhor syfy ever.

- Sabia que você ia gostar – trocamos um H5.

Mas nossa conversa no meio da “pista de dança” é interrompida por alguém que esbarra nas costas de Yoongi, o fazendo derrubar sua bebida meio verde, meio azul na minha jaqueta jeans. Legal! Era a minha preferida. Enquanto Yoongi gritava bravo com a pessoa que já havia ido embora eu passava a mão no pano conferindo o estrago.

- Acho melhor eu ir lavar isso aqui – bufo irritada.

- Foi mal Ceci – coça o cabelo, desajeitado.

- Não foi culpa sua. Jaja eu volto.

Saio no meio daquele monte de pessoas a procura de um banheiro, provavelmente teria um no andar de cima então rapidamente subo a escada. O andar superior estava bem mais vazio, mas todas as portas estavam fechadas. Fui tentando abrir uma por uma, tentando ouvir os barulhos que vinham de dentro até encontrar a porta certa. Entro sem me importar em trancar ou não e pego a toalha de rosto que tinha pendurada ao lado do espelho, molhando debaixo da torneira. Começo a esfregar a toalha na mancha deixando o jeans molhado. 

Fiquei concentrada por um minuto inteiro até que ouço a porta bater e levanto os olhos do que estava fazendo para ver Seulgi parada ao lado da pia. Ah nem vem cara... o que ela quer?

- Oi Cecília, queria falar com você – fala baixinho com a sua voz doce.

- Eu não tenho nada pra falar com você – volto a dar atenção a minha jaqueta, molhando mais um pouco a toalha.

- Eu combinei com o Jiminie que ia amenizar as coisas com você, conversar, deixar tudo bem pra que ele não fique desconfortável.

- Você combinou com ele? – rio sarcástica – Duvido que ele iria pedir pra você fazer uma coisa dessas. Ele nunca ia querer que você tentasse amenizar nada ou se intrometesse.

- Calma, eu vim em paz... – da um sorrisinho de canto, fazendo o aigoo dos infernos. Isso só funciona com os seus oppas cheios de testosterona palhaça – Não quero que você fique brava com ele ou comigo. Simplesmente aconteceu...

Cara, eu podia ter uma arma agora... eu podia ser do gueto... eu podia ser da pá virada.

- Garota... sai daqui, sério. Nem se incomoda em abrir a boca pra não piorar as coisas.

- Ceci, ele ta muito chateado com tudo isso – se desencosta da pia, vindo em minha direção – Estou pensando no bem do Jimin oppa, ele não quer te magoar toda vez que você ver nós dois juntos...

Ta bom, eu ia ser da pá virada um pouquinho.

Assim que ela se aproxima eu seguro sua cabeça e esfrego a toalha molhada na sua cara, deixando sua maquiagem toda borrada e estranha. Aperto seu braço com força, a fazendo virar de frente pro espelho e seguro seu cabelo impedindo-a de desviar o rosto.

- Olha bem pra esse reflexo, por que essa é quem você é de verdade – falo entre dentes, morrendo de raiva – Pelo menos eu e a So Yeon não fingimos ser uma coisa que não somos. Eu não ia ligar se você estivesse com ele e tudo tivesse rolado de outra forma, mas você fingiu que gostava de mim, ficou espreitando e sondando meu namoro pra esperar o momento certo de aparecer em cena. Você é o pior tipo de escória que tem... aquela que se esconde atrás de um rostinho bonito. Tirando isso você não tem nada.

Ela deixa algumas lágrimas escorrerem e esconde o rosto entre as mãos, evitando seu reflexo destorcido de menininha perfeita. Eu poderia até entender que Seulgi tinha se apaixonado por Park Jimin, mas ela uma hora teria que parar de fingir e aquela perfeição toda iria por água a baixo. Aquilo poderia ser castigo suficiente...

- Não foi assim que aconteceu – ela parecia um gatinho acuado miando – Eu não planejei nada disso.

- Mas ficou sim cercando nós dois, sorrateira – solto seu cabelo, mas não antes de dar um puxão – Só não vem dar uma de sonsa pra cima de mim e falar que foi Park Jimin que pediu. Você só quer ser a boazinha de nós duas e ir correndo dizer pra ele que tentou ser minha amiga, mas eu não quis ouvir. 

- Você é mesmo má, estranha e a gótica das trevas que todo mundo diz – limpa o rosto com as costas da mão, borrando ainda mais a maquiagem.

- Exatamente, eu não escondo nada disso – sorrio irônica – Você devia tentar um dia...

Tiro a jaqueta jeans com a mancha que não ia ter jeito e deixo Seulgi pra trás, saindo do banheiro. Nem uma hora naquele lugar e já tive que aguentar dois infortúnios.  Desço a escada ainda mais irritada porque agora teria que andar aquele lugar todo procurando meus amigos no meio daquele bando de gente irreconhecível. Tropeço no ultimo degrau e esbarro em alguém, que xinga meio irritado.

- Não olha por onde anda? – o garoto se vira esbravejando e eu logo sorrio.

- Desculpa Taehyung.

- Cecília UAU – exibe seu sorriso característico e charmoso – Eu falaria que você está irreconhecível, mas você continua tão você que ta ainda mais gata por isso. Você sabe, ta diferente mas continua você mesma.. seu estilo ta ai ainda, mas você ta usando vestido, e essa sua maquiagem preta – ele se enrola cada vez mais pra explicar o que eu já tinha entendido e eu só o olho confusa – Quer dizer... você entendeu né... ta bem linda – conclui falando arrastado.

- O grupo Seokjin está proibido de beber a partir de hoje – concluo rindo.

- Estou bêbado, mas estou sóbrio. – pisca achando que aquilo fazia o maior sentido – Ainda sei reconhecer garotas bonitas.

- Obrigada, eu acho... – olho ao redor, procurando Mae ou Yul - Será que você saberia reconhecer algum dos meus amigos perdidos por ai?

- Acho que vi seu amigo Yul conversando com outro cara perto da cozinha. Sua amiga eu não tenho idéia.

- Outro cara? Era o Min Jun?

- Não... esse ai ta na sala de olho no Park Jimin – balança a cabeça em negativa.

Taehyung demonstra claramente que era #TeamParkJimin.

- Melhor eu ir lá...

- Acho que agora eu já estou bem melhor no Mortal Kombat Ceci, a gente tem que jogar de novo – me pega de surpresa com um beijo fraternal na testa.

- Com certeza iremos – rio dando um soquinho de leve no braço.

De todo o grupo Taehyung era o bêbado mais engraçado. Assim que me afasto ele se vira como se tivesse conversando a horas com a pessoa do lado. Na sala encontro Min Jun sentado no sofá, literalmente de olho em Park Jimin do outro lado. Tão gay! Me sento ao seu lado, no pouco espaço que tinha ali e começo a distraí-lo. Já que estava ali, por que não fazer um pouco de ciúmes também?

Jimin Pov

Assim que ouvi Hope hyung gritar seu nome não consegui mais tirar os olhos dela. Tava com o cabelo diferente e... pera, de vestido? E era curto, muito curto, curto demais. Quando Hope ergueu ela do chão desejei que ele não tivesse feito isso, porque todos os olhares masculinos foram parar naquelas pernas lindas. Cecília tava tão linda... tão gostosa... tão longe. Enquanto isso Seulgi tentava chamar minha atenção com beijos no meu ombro e passadas de mão no meu braço descoberto pela camisa regata.

Seulgi! Eu tinha passado o dia todo ligando pra ela, mandando mensagens dizendo que precisávamos conversar, mas ela ficava se esquivando claramente. Disse que estava ocupada o dia inteiro e que nos veríamos só na festa. Aquela era uma das situações normais de todos os meus namoros anteriores que não duravam mais que dois meses, só que dessa vez eu tinha pressa em terminar tudo porque pretendia ter uma noite com a Ceci finalmente. Tava tudo planejado: uma cantoria de Ed Sheeran aqui na frente de todo mundo, depois uma cantoria da nossa musica só pra ela e pronto. Sem uma namorada no caminho Cecília não ia resistir por muito tempo, ela não resistia a minha voz, eu sabia. O problema é que nem ali Seulgi queria me dar brecha, apenas atrasando o inevitável.

Vendo Cecília dançando com aqueles três bêbados eu não pude evitar um sorriso, que não foi despercebido pela garota agarrada em meu braço. Em dado momento a gótica suave e linda some da minha vista e Seulgi diz que vai ao banheiro, daí pra frente meu bom humor vai por água a baixo. Aquele magrelo idiota senta no sofá ao lado da garota que Moonie hyung está conversando e eu não acredito que Ceci trouxe ele. Os olhares mortais começam.

(...)

Eu já estava prestes a levantar e correr a casa inteira para encontrá-la quando ela volta sem a jaqueta que estava usando antes. Aquele vestido curto e aquelas costas toda de fora, a única coisa que a cobria ali eram duas tirinhas de pano minúsculas. Se ela fosse minha não teria problema, mas aquilo já era tortura. Quando ela senta do lado daquele Min Jun a mão do cara vai diretamente até uma das coxas dela e Cecília não faz nada além de continuar conversando com ele. Tomo mais um gole da latinha na minha mão. Cada minuto diferente que eu olhava a mão do cara tava num lugar novo. Coxa... joelho... braços... bochecha... lábios... e ela... sorria? Cecília estava mesmo dando uma chance pro magrelo ridículo?

- Jimin oppa... – a voz de Seulgi interrompe meus pensamentos e ao desviar o olhar pra ela franzo o cenho.

- O que aconteceu com você?

- Encontrei Cecília no banheiro – funga baixinho antes de continuar – e ela fez isso comigo.

- Por que você foi falar com ela? – pergunto irritado, mais aquela pra piorar tudo – Cecília jamais faria isso com você se você tivesse ficado na sua.

- Não oppa, eu só quis amenizar as coisas...

- Você piorou tudo. Por que foi se intrometer?

- Eu só achei que ia ser melhor pra você...

- E se estava no banheiro por que não arrumou logo essa maquiagem toda borrada? – a interrompo no meio de sua explicação – Queria que eu visse o que ela fez?

Ela abaixa a cabeça e não responde, podia ver as lagrimas nos seus olhos. Era bonita, mas tão bobinha...

- Desculpa oppa – responde e eu quase não ouço devido a música alta.

- A gente precisa conversar Seulgi. Você tem que me ouvir – aquele não era o melhor lugar pra fazer aquilo, mas eu estava sem tempo.

Aliás, quase tempo nenhum... onde Cecília estava indo? Com aquele cara e aquela mão boba dos infernos acariciando as costas dela. Levanto, deixando Seulgi e minha latinha de cerveja pra trás, esbarrando em algumas pessoas sigo os dois rapidamente. Ele tenta guiá-la escada acima, mas ela não permite e eu respiro aliviado por um segundo. No segundo seguinte Min Jun a encosta na parede e eu sei o que ele iria tentar. Nem fodendo que eu ia deixar aquilo acontecer...

Me aproximo e agarro aquela camisa preta pelo colarinho, o puxando bruscamente pra longe da Cecília e pra fora da casa. Esbarro em um bando de pessoas no caminho sem me importar com aquilo e muito menos com o fato dele estar tentando socar meu braço a todo custo. Assim que alcançamos o jardim da frente não demoro em soltá-lo apenas pra ter mais satisfação em dar um soco naquela cara e derrubá-lo no chão. Min Jun era mais alto que eu, mas não prestava nem como oponente, como ainda queria dar uma de folgado? Não demoro pra voar em cima dele, socando mais aquela cara e descontando toda minha raiva desde que o conheci, enquanto ele se mexia que nem uma lagartixa embaixo de mim. 

Eu não tava nem ligando pra nada além do seu nariz sangrando e sujando minha mão, até que sinto braços ao redor do meu pescoço e cintura tentando me fazer levantar. É preciso mais um par de braços pra conseguir esse feito e me separar daquele cara. Yul e Mae correm pra ajudar ele todo molenga no chão, mas completamente consciente ainda. Respiro fundo uma... duas... três... quatro vezes e Cecília aparece no meu campo de visão. Ela estava com uma mão na cabeça e murmurava “o que foi que eu fiz? O que foi que eu fiz?” umas mil vezes. Naquela altura a festa inteira estava ao nosso redor.

- Fica calmo Jiminie, se controla – ouço a voz do Tae e percebo que suas mãos ainda me seguravam.

- Me solta cara, eu to bem – tento me desvencilhar, mas sinto quatro braços me apertando.

- Ta bem o cacete – Namjoon hyung era a outra pessoa me segurando.

Cecília olhava de mim pra Min Jun sem se decidir.

- Jimin oppa... meu Deus... você está bem? – Seulgi simplesmente entra na minha frente, segurando meu rosto entre as mãos.

Ah cara eu não tava com a menor paciência pra isso.

- Seulgi, para... ACABOU... será que não da pra perceber? – falo alto mexendo a cabeça incomodado, fazendo-a tirar as mãos de mim – Eu não quero mais ficar com você.

Algumas pessoas ao redor fazem um “uuuuh” em coro e tiram sarro da situação, mas eu não queria humilhá-la.

- ISSO É TUDO CULPA SUA! – ouço um grito do nada e quando olho pra frente So Yeon pega Cecília de surpresa, dando um tapa na cara da gótica das trevas.

Tento me soltar mais uma vez pra impedir aquela briga de continuar, e pra ver se Ceci tinha se machucado. Mas antes mesmo que ela reaja ao tapa, Mae entra na frente e começa a estapear So Yeon dizendo: “deixa minha amiga em paz sua patricinha nojenta”. Wtf? Agora eu fui pego de surpresa.

Enquanto a briga das duas seguia com os gritinhos da Yeon e ninguém aparentemente se esforçando pra separar além de Cecília, Yul larga seu amiguinho magrelo e vem em minha direção pra delírio da galera.

- A CULPA É DELE, ISSO SIM! – grita irritado, apontando o dedo pra mim – ESSE PLAYBOY QUE SE METE EM TUDO.

Tento me soltar dos braços de Taehyung e Namjoon de novo, a raiva borbulhando em mim ainda, mas aqueles dois não me deixavam mais. Yul não parecia estar com a menor intenção de começar uma briga física, só queria defender o amiguinho e despejar finalmente seu ódio de mim pra todo mundo saber, mas não importava por que ele levou um soco de qualquer jeito. Yoongi impaciente acertou seu nariz em cheio, o empurrando pra trás logo em seguida.

- Fica na sua que é melhor pra você – Yoongi fala sério e frio como sempre, inalterado mesmo depois do soco.

Cecília chama novamente a minha atenção, conseguindo separar a briga da Mae e da Yeon sozinha, mas So Yeon ainda não estava satisfeita. Aparentemente a amiga da Ceci também não era muito boa naquilo.

- VOCÊ TAMBÉM NÃO PRESTA PRA NADA – grita correndo na direção da Seulgi e a agarrando pelos cabelos.

Meu Deus... aquilo tava pior que reality show da MTV.

- Alguém separa as duas, cara – peço pro Moonie hyung.

- NÃO SEPARA NÃO... BRIGA DE GOSTOSA – alguém em algum lugar da “platéia” grita e é aclamado.

Seulgi tentava se defender com puxões e arranhões, mas era ainda mais fofa e delicada que So Yeon então mal conseguia se manter em pé. Jungkook e Jhope que entraram no meio segurando as duas e as separando, ouvindo um coro de desagrado de todo mundo ali.

- Quem não presta pra nada é esse baixinho pivete – Min Jun me desafia mais uma vez, limpando o sangue da boca com a barra da camisa.

- Baixinho que quebrou sua cara – tento me soltar novamente com todas as minhas forças. Só mais um soco... nunca pedi nada... só mais um.

- CHEGA! – Jin hyung se intromete no meio da briga toda, claramente irritado – ACABOU O CIRCO E ESSA PALHAÇADA. VAI CADA UM PRO SEU CANTO E VOCÊS VÃO EMBORA – aponta pra Yul e Min Jun – NÃO QUERO MAIS VER VOCÊS NA MINHA CASA.

Com olhares tortos na minha direção Yul, Min Jun e Mae vão se afastando... com Cecília em seu encalço.

Hein?

- Cecília... você vai com eles? – pergunto indignado. Tae e Moonie me soltam – Você vai embora com esse cara?

- Olha o estado que ele está – ela comprimi os lábios e eu sabia que aquilo era sinal de que estava se segurando pra não chorar.

- E eu? – franzo o cenho, confuso.

- Você está bem – pisca os olhos evitando meu olhar... como sempre.

- Cecília... fala sério – peço por mais uma resposta sincera e ela não me responde por um minuto inteiro – Pra mim chega...

Balanço a cabeça em negativa, me afastando dali junto com os espectadores e meus amigos. Sem olhar pra trás.

(...)

Aquela festa já tinha acabado pra todo mundo então assim que aquela confusão dissipou eu levei Seulgi pra casa. O caminho inteiro foi em silêncio profundo dentro do carro, quando parei em frente a sua casa, comecei a despedida:

- Desculpa por tudo – suspiro pesado – Não só hoje, mas nesses quase dois meses de “namoro”. Eu não fui um cara legal, meio que te usei pra esquecer outra pessoa, fiz você passar por essa noite. Você podia ter se machucado feio.

Ela estava de cabeça baixa e mais uma vez lagrimas escorriam pela sua bochecha.

- Não queria ter te humilhado quando tudo aquilo aconteceu, mas não posso mais fazer isso com você. – continuo – Acabou mesmo, porque eu não quero mais te magoar enquanto penso em outra pessoa.

Seulgi simplesmente sai do carro e entra em casa correndo. Enquanto ela da as costas pra mim eu penso em como pude dar as costas pra Cecília.

 

 


Notas Finais


Esse capítulo ficou tão grande que vocês nem vão ler as notas. Pensei em dividir em dois povs da festa, mas ler tudo junto e ler separado vai dar o mesmo número de palavras.. então qual a diferença? kkkk

Queria agradecer a leitora ~jkpapillon pela ideia e pela inspiração do clipe do paramore, espero que tenha usado bem e que tenha ficado legal *-*

Enfim, como a minha dongs ~taejikook comentou no capítulo anterior TODO MUNDO SE FERROU aqui kkkk.


saudades de vocês... amo <3


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