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História Tonight - Capítulo Único


Escrita por: Franiquito

Notas do Autor


Aquela comemoraçãozinha básica e modesta do aniversário do nosso unicórnio-ovelha. Mie~
A "OST" dessa fic foi (como o nome sugere) "Tonight", do primeiro álbum solo do Lay. Eu escrevi ouvindo-a em loop então pode ser que seja legal ler ouvindo-a também hahaha
Thanks imensos à Amandinha, minha amiga e eterna beta reader, que leu e aprovou para publicação! <3

Capítulo 1 - Capítulo Único


Fanfic / Fanfiction Tonight - Capítulo Único

Sábado à noite, amigos, festa, música, dança, risos, bebida. Apenas mais um final de semana como tantos outros, no qual você e seus amigos decidiram sair para espairecer os problemas da vida e aproveitar o que havia de melhor no mundo: a companhia uns dos outros.

Após algumas horas dançando ensandecida na pista e bebendo alguns drinques para combater a sede, a vontade de ir ao banheiro finalmente se fez desesperadamente presente. Você avisou rapidamente sua amiga mais próxima do que pretendia e se afastou do grupo.

Claro que havia fila no banheiro feminino e você tentou se concentrar ao máximo em outra coisa que não a crescente urgência de aliviar-se. Sua cabeça estava um pouco mais leve devido ao álcool, mas não o suficiente para causar problemas de equilíbrio. A sensação era de alegria e relaxamento – isto é, não naquele momento devido à pressão na sua bexiga. Você ainda se sentia plenamente consciente de seus atos, porém desinibida o suficiente para cantar a música que começava a tocar junto com a garota logo à sua frente na fila, uma pessoa que você não fazia ideia de quem era. A batida da música retumbava nos ouvidos e parecia ritmar o coração. Era uma sensação gostosa e tornou a espera mais suportável. Como a fila não era das maiores, logo chegou a sua vez e como era bom poder livrar-se daquela necessidade básica que era fazer xixi.

Nova em folha e duas vezes mais animada, você lavou as mãos, checou a maquiagem e tentou arrumar o cabelo no espelho do banheiro. Já era provavelmente umas duas ou três horas da manhã e àquela altura não havia visual que resistisse. Mas ainda assim o reflexo mostrava alguém agradável e bonita. Era o que você achava, pelo menos. Deu de ombros para si mesma e rumou para a saída do pequeno ambiente.

Da porta do banheiro já era possível enxergar a pista onde seus amigos se encontravam. Um sorriso se desenhou nos seus lábios de forma inconsciente ao observá-los enquanto tentava alcançá-los, driblando a multidão. Boa parte das pessoas mais importantes da sua vida, aquelas com as quais você mais se importava, estavam ali, reunidas, se divertindo. Alguns deles você já conhecia há anos, alguns, há poucos meses. A rede de amigos volta e meia trazia para o grupo mais um rosto até então desconhecido. Mas naquele tipo de ambiente, com aquelas pessoas, você sempre se sentia acolhida.

De volta à rodinha que dançava, você logo retomou o ritmo da música, sincronizando passos com seus amigos, cantando as suas músicas preferidas, dando shows vergonhosos de interpretação que volta e meia se transformavam em crises de riso. No fundo, você se sentia cansada, mas a energia do lugar e das pessoas dava vontade de continuar ali para sempre. Você sentia que só iria parar quando algo te fizesse parar.

O que aconteceu cerca de meia hora depois. O grupo foi lentamente se dissipando. Primeiro, um casal de amigas, já exausto, despediu-se e deixou a festa mais cedo do que o esperado. Em seguida, um outro casal de amigos sumiu sem aviso prévio, provavelmente precisando de alguns momentos mais íntimos em algum canto mais afastado. Outro amigo também se distanciou, sendo puxado por uma pessoa cheia de segundas intenções no olhar, uma cena que fez você se divertir. E um dos integrantes do seu círculo de amizades aparentemente desistira de dançar, pois estava sentado no chão, contra a parede. Por fim, havia aqueles que pareciam não parar de dançar por nada no mundo, que simplesmente seguiam o ritmo da música sem se importar com o que houvesse ao seu redor. Você realmente admirava aquele tipo de determinação.

- Hey, você está bem, Yixing? – você se aproximou do amigo que estava sentado, sentando-se ao lado dele em seguida. O estado em que os shorts claros ficariam foram momentaneamente ignorados por você.

- Aham – ele assentiu, piscando devagar – Eu só bebi um pouco demais – e esboçou um sorriso fraco.

- Quer um pouco de água? – você perguntou aos berros para se fazer entendida.

Ele negou devagar com a cabeça, fechando os olhos – Não. Só... fica aqui – e em seguida deitou a cabeça na curva entre o seu ombro e o seu pescoço. Você assentiu e como a posição estava estranha para um abraço, apenas segurou a mão esquerda dele entre as suas, repousando-as no seu colo.

De certo modo, você sentia que aquela era a sua função ali, entre os seus amigos. Como era uma das mais velhas do grupo, você naturalmente sentia-se responsável por eles e tentava ajudá-los sempre que necessário. Afinal, ressaca, questões amorosas, pessoas inconvenientes – você já lidara com tudo aquilo várias vezes. Então você sempre se divertia junto dos outros, mas tentava manter um olhar mais atento para possíveis complicações. Não que você nunca tenha sido a resgatada também. Mas enfim, amigos são para essas coisas.

- Você acha que vai vomitar? Quer ir ao banheiro?

Yixing fez que não com a cabeça, roçando o seu cabelo na pele exposta da sua clavícula. O movimento provocou uma cosquinha engraçada, quase um arrepio. Você sentiu que ele respirava fundo e devagar. Imaginou que seus olhos ainda estivessem fechados.

- Quer ir para a rua, tomar um ar fresco? – dessa vez ele fez que sim e as cócegas fizeram você se encolher ligeiramente e achar mais graça. Você se levantou com facilidade e ajudou-o a se levantar pelas duas mãos. Ele parou por um momento quando ficou de pé, fixando os olhos nos seus. Você sabia muito bem o que ele estava fazendo: tentava recobrar o equilíbrio e dissipar a tontura provocada pela bebida.

Você entrelaçou os seus dedos nos dedos dele e colocou as mãos sobre o seu ombro, tomando a dianteira para guiá-lo até a rua. No caminho, seu olhar cruzou com uma das amigas que continuava dançando na pista. Ela mexeu os lábios: “Tá tudo bem?”, ao que você assentiu fervorosamente com a cabeça e respondeu: “Rua”. Ela assentiu de volta, mas não os seguiu, apenas continuou dançando.

Ao chegar na rua, o ar abafado da festa sumiu completamente, dando lugar a uma brisa gostosa. Estava uma madrugada muito agradável, embora o vento leve fizesse você se arrepiar um pouco. Mas você não teve muito tempo para se preocupar com isso, pois seu amigo cambaleante logo pisou em falso e precisou ser socorrido antes que caísse no chão.

- Desculpa – ele disse e então riu do momento ridículo que vocês passaram para evitar o pequeno acidente. Você riu junto.

- Senta aqui na calçada – Yixing protestou com um gemido e uma careta.

- Quero ir embora – ele disse, olhando para a fila de táxis.

- Assim, sem mais nem menos? Já está se dando por vencido? – você provocou – Parece que você está ficando velho, hein.

- Acho que sim... – ele disse simplesmente. Contudo, o ar fresco lhe fizera bem, pois ele parecia um pouco mais desperto do que antes – Vamos.

Dito isso, foi a vez dele lhe puxar pela mão até um dos carros que aguardava pela clientela que saía da festa. Ele deu seu próprio endereço em uma voz um pouco arrastada e, em seguida, apoiou a testa na parte de trás do banco do motorista. Você ainda segurava a mão dele na sua, fazendo carinho quase de maneira inconsciente enquanto observava a rua.

Vários minutos se passaram em silêncio. Yixing manteve a mesma posição durante todo o trajeto, os olhos fechados, os lábios ligeiramente abertos. Será que ele tinha adormecido? Ele parecia estar em outra dimensão.

Contrariando os seus pensamentos, ele abriu os olhos de supetão e recostou-se no banco de trás da mesma forma como você fazia. Ele percebeu que o encarava, mas não disse nada, apenas encarou de volta. Seu olhar não era sério nem divertido, era apenas... indecifrável.

O carro parou e o taxista anunciou que chegávamos à casa dele. Yixing catou as notas de dinheiro no bolso e pagou, dizendo “Obrigado” e “Boa noite”, mas sem olhar para você. Quando você estava prestes a reclamar da ingratidão do rapaz, ele a puxou pela mão que ainda segurava, levando-lhe para fora do carro junto com ele.

Yixing cambaleou um pouco diante do portão e da porta enquanto procurava as chaves certas. Você ofereceu ajuda, mas ele ignorou. Fez tudo sozinho e sem soltar a sua mão. Assim que entraram de fato na casa, ele finalmente lhe soltou, deixando-se cair no sofá com a cabeça para trás. A luz permanecia desligada e, dadas as circunstâncias, você achou melhor deixar assim. A claridade excessiva poderia piorar a situação dele.

- Eu vou pegar água para você – sua voz não era mais do que um sussurro na escuridão.

- Não quero água – ele mentiu, pois quase dava para sentir a secura na sua voz. Pela pouca claridade que a veneziana da janela deixava passar, você pode ver que ele olhava para você.

- Bom... Então acho que você está melhor do que eu pensava. Vou para a minha casa.

A reação dele foi imediata: ele tomou sua mão, sabendo onde a deixara, e a segurou firme. Você riu com aquela atitude quase infantil.

- Se você não quiser que eu vá embora, é só falar.

- Não quero que você vá embora – Yixing disse imediatamente e o tom dele não era nada infantil. Sua voz estava mais grave e ligeiramente rouca. Talvez fosse a posição em que ele estava, com a cabeça para trás. Ele ainda olhava na sua direção, o semblante sério.

- Okay – você respondeu simplesmente, numa voz fraquinha. Não era como se fosse a primeira vez que aquilo acontecia. Você já estivera antes – várias vezes – nessa mesma posição, de ajudar seus amigos, levá-los para casa, colocá-los para dormir e muitas vezes você passava a noite em suas casas. Nada de novo no fronte. Já acontecera inúmeras vezes com praticamente todos os seus amigos e amigas. Então você apenas continuou onde estava, sorrindo fracamente, sentindo que agora era ele quem fazia carinho na sua mão.

- Me ajuda a ir para o quarto – ele disse e estendeu o outro braço como se pedisse por colo, novamente lembrando uma criança ao fazer um leve beicinho. Você riu com aquela atitude e prontamente ajudou-o, colocando o braço dele por cima dos seus ombros. A altura dos dois encaixava perfeitamente para tal.

Vocês fizeram o caminho para o quarto dele com menos dificuldade do que você imaginara. Yixing parecia estar relativamente bem agora. Então por que todo esse teatro de “me ajuda” e “fica comigo”? Céus, homens adoram mesmo ser mimados.

Aparentemente, Yixing deixara alguns empecilhos no chão do quarto, pois vocês quase sofreram pelo menos duas quedas ridículas ao tropeçarem em coisas que pareciam roupas e sapatos no chão, mas que você não conseguia identificar ao certo devido à pouca luz.

- Credo, você poderia ser um pouco menos desorganizado da próxima vez que planejar chegar bêbado em casa?

Ele riu, mas devolveu a provocação – Que eu me lembre, você também não é um grande exemplo.

Fingindo estar ofendida e já praticamente ao lado da cama, você decidiu retrucar com ações inesperadas e simplesmente arremessou-o na própria cama. Yixing engasgou com a surpresa.

- Hey! Era pra você estar me ajudando! – ele falou meio rindo, meio ultrajado.

- Se nem você mesmo se ajuda, oras – você deu de ombros, parada ao lado da cama enquanto ele se sentava na beirada do móvel logo à sua frente, as pernas abertas ladeando as suas, quase encostando-as. Vocês ficaram nessa posição por algum tempo, se encarando em silêncio no escuro. Quando você abriu a boca para falar algo, Yixing novamente estendeu os braços como uma criança, dessa vez em direção ao teto. Você ergueu uma sobrancelha lentamente diante da cena.

- ... Sim?

- Me ajuda – ele disse usando de novo aquele tom meio infantil de quem precisa de ajuda. Você deixou escapar um riso incrédulo pelo nariz.

- Sério???

Yixing apenas assentiu com a cabeça, complementando a cena com um beicinho – e você precisava confessar que aqueles lábios cheios faziam um ótimo trabalho na composição da expressão. Você revirou os olhos e bufou, aparentando estar muito mais irritada do que realmente estava enquanto se curvava na direção dele para alcançar a barra da sua camiseta. Ao fazê-lo, você ficou praticamente cara a cara com ele, sentindo a respiração quente que cheirava a vodca na sua bochecha. A sensação era de que o seu rosto também estava ficando extremamente quente onde ela batia. Você agradeceu mentalmente pela escuridão do ambiente.

Você segurou a barra da camiseta e ergueu-a, passando-a pela cabeça e pelos braços levantados dele. Não era nem de longe a primeira vez que você o via sem camisa, mas talvez fossem as nuances à meia luz, talvez fosse o álcool ainda circulando no seu sangue, talvez fosse que ele estivesse se exercitando mais nos últimos tempos – mas agora era você quem sentia a necessidade de beber água devido à garganta seca. O olhar dele permanecia daquele mesmo jeito que você vira no táxi: nem divertido, nem sério, apenas indecifrável. Misterioso, de certa forma.

De repente, pareceu-lhe uma boa ideia mudar o foco da sua atenção. Você olhou para a camiseta que agora tinha em mãos, sem saber ao certo o que fazer com ela.

- Posso...? – você começou a falar e a voz saiu fraca e um pouco embolada, surpreendendo-lhe. A frase morreu no ar e fez-se necessário um pigarro.

- Deixa aí – Yixing fez um gesto displicente indicando o chão. Seu tom era igualmente baixo e grave, o que lhe fez engolir em seco. Droga, o que era aquilo? Alguém precisava lhe dar um tapa ou um chacoalhão imediatamente para fazer-lhe recobrar a consciência. Por que você estava reagindo daquele jeito na presença de um dos seus melhores amigos, de quem você tantas vezes já cuidara em situações similares?

Você deixou a camiseta cair no chão sem perceber, o movimento acordando-lhe do transe. Antes que qualquer coisa pudesse ser dita, ele decidiu seguir com o que quer que tivesse em mente e esticou uma das pernas, indicando claramente seu tênis Converse. A audácia daquilo pareceu ajudar em trazer você de volta a si. Você fez uma reverência exagerada, como se cumprimentasse a um rei, e ajoelhou-se, sentando em seus calcanhares em seguida. Enquanto você desfazia o nó do cadarço, balançava a cabeça de um lado para o outro e estalava a língua, xingando baixinho pelo absurdo da situação. Num puxão não muito gentil, você arrancou tênis e meias e os jogou pelo quarto, ouvindo Yixing abafar uma risada. Sem que ele precisasse se mexer, você prontamente fez o mesmo com o outro pé, tentando manter-se o mais sóbria e irônica possível a respeito de toda aquela situação.

Quando terminou, você permaneceu no mesmo lugar, sentada sobre os calcanhares, de frente para ele. Você suspirou, descansou as mãos sobre suas coxas e olhou para ele como quem dizia: “E agora?”. Yixing falhava miseravelmente em segurar um sorriso divertido sobre a situação, evidenciando a bela covinha no lado direito do rosto. Ele apoiava o peso do corpo nos braços, que se encontravam esticados um pouco atrás do seu quadril. A posição ajudava a evidenciar o abdômen perfeitamente definido, o que não lhe ajudava muito a encarar a situação com a maturidade necessária.

A continuidade óbvia da situação pareceu atingi-los na mesma hora, fazendo com que os dois se remexessem em seus lugares, ajeitando as costas de maneira muito reta e obviamente desconfortáveis. Ele subitamente perdeu o sorriso e pareceu acanhado.

- O-obrigado, não precisa...

- Oh, não precisa mais de meus serviços? – você fingiu-se espantada, tentando reverter a situação e pagar na mesma moeda – Não me diga que pretende deitar para dormir de calça jeans? É extremamente desconfortável.

Yixing riu sem graça e coçou a nuca. Você aproveitou a situação para se levantar devagar, apoiando as mãos nos joelhos dele separados logo à sua frente. Mais uma vez, os seus rostos ficaram separados por poucos centímetros. Você pode senti-lo segurando a respiração enquanto paralisava o movimento de coçar a cabeça.

- Ou você não consegue mais se levantar, senhor beberrão? – você acrescentou novamente de pé, tentando aliviar o clima estranho que se formara. O que estava acontecendo naquela noite, afinal de contas? Você precisava lembrar a si mesma que aquele era o seu amigo – inclusive amigo mais novo do que você e que por isso mesmo você sempre encarara de um jeito fraternal. Assim como ele provavelmente sempre lhe vira como uma irmã mais velha. Você precisava parar de sentir a batida do coração acelerar como se ainda estivesse ouvindo a música alta da festa.

Enquanto a mente se distraía com esses pensamentos, Yixing se levantou, o corpo reto logo à sua frente. A proximidade despertou e, ao mesmo tempo, bagunçou por completo a sua cabeça. Era como se ele emanasse calor, como se irradiasse algum tipo de energia que até então você nunca percebera, ou ao menos não daquela forma, naquela intensidade. Não direcionada a você. Pensando ainda estar protegida pela pouca luz do cômodo, você engoliu em seco e fechou os olhos, para em seguida abri-los e corajosamente encarar o jovem.

O desconforto não estava mais lá. A timidez se esvaíra por completo. Seu olhar, ainda mais escuro e misterioso graças à escuridão, era intenso e fixava-se fundo no seu.

- Viu como eu consigo? – ele falou no tom mais grave que você jamais ouvira deixar aquela boca carnuda. A junção de som e imagem dificultaram-lhe recuperar o contexto daquela frase.

- O quê...? Ah! Ah – você riu mais uma vez diante de mais uma atitude boba e infantil dele – Sim... Estou vendo. Parabéns – você bateu palminhas discretas tentando retomar seu tom humorado – Isso significa que não precisa mais de mim – você disse simplesmente, já virando-se para se afastar daqueles sentimentos estranhos que brotavam sabe-se lá de onde – Não se esqueça de beber água...

- Não – você sentiu a mão dele novamente na sua, segurando-a mais forte do que jamais fizera. Você congelou onde estava, meio de lado, meio de costas – Fica.

Yixing tentou puxar sua mão com mais veemência, porém, contrariando o que dissera a menos de um minuto, ele perdeu o equilíbrio e caiu de novo sentado na cama. Sem saber ao certo se intencionalmente ou não, você se sentiu puxada por ele e também desequilibrou-se um pouco, precisando apoiar um joelho dobrado em cima da cama e a mão livre do ombro dele. Você segurou a respiração sem nem perceber. Você estava praticamente em cima dele, os corpos se tocando em vários pontos, o que pela primeira vez lhe causava uma sensação semelhante a uma descarga elétrica. Uma das mãos dele ainda estava firmemente na sua, entrelaçando seus dedos. A outra segurava com igual segurança as suas costas, aproximando seus corpos ainda mais. Você se sentia incapaz de reagir, respirando rápido quando sentiu a mão dele movendo-se em suas costas, descendo até a barra da sua regata e transpassando-a para ficar em contato direto com a sua pele.

- Minha vez – ele sussurrou com uma voz muito rouca que fez você se arrepiar. Sem tirar os olhos dos seus, Yixing subiu as duas mãos pelas laterais do seu corpo levando a delicada peça de tecido que você vestia junto, retirando-a por fim sobre a sua cabeça e jogando-a no chão.

Deixando-se levar pelo momento, você segurou o rosto bonito com as duas mãos. As mãos dele, inquietas porém delicadas, desceram pelas costas nuas até as suas coxas, provocando arrepios que você não conseguia disfarçar. Yixing puxou gentilmente sua outra perna, convidando-lhe a sentar-se em seu colo, o que você fez sem praticamente pensar. Vocês podiam sentir claramente um ao outro e o que provocavam um no outro. Os olhos dele deixaram os seus e se fixaram na sua boca. Você apenas fechou os seus e puxou-o para um beijo que iniciou-se tímido, um pouco preocupado, amedrontado. Experimental. Após um instante, contudo, ele respirou fundo e enlaçou firmemente a sua cintura, ansiando por aprofundar o beijo, o que você assentiu, todos os pensamentos esvaindo-se. Você podia sentir a vodca e um pouco da cerveja que ele bebera na festa mesclando-se ao vinho doce que você tomara. Suas mãos logo se perderam nos cabelos negros, puxando-os levemente e fazendo-o gemer em aprovação. Os beijos quentes e úmidos logo não se contentaram apenas com os seus lábios, delineando com sofreguidão as formas do seu pescoço, colo e seios. Você tinha certeza de que ele podia sentir seu coração extremamente acelerado na ponta dos seus lábios cheios.

Num movimento rápido, Yixing inverteu as posições, deitando você na cama e se colocando por cima. Foi a vez de ele se ater à tarefa de despir seus tênis, suas meias, seus shorts. Em um instante, você estava apenas de lingerie sob ele. Você não se sentia exposta, mas a dúvida voltava a rondar seus pensamentos. Vocês deviam levar aquilo adiante? Estavam muito perto de um ponto sem volta. Com isso em mente, você abraçou-o e impulsionou seus corpos para o lado, ficando sentada sobre ele, uma perna de cada lado do seu corpo.

- Hey – você disse, tentando normalizar a respiração e concentrar-se no que precisava falar.

- Hey – ele sorriu adoravelmente, passando a mão pelo seu rosto.

- Eu... – você começou desajeitada – Você... Você tem certeza disso? – não que vocês conversassem sobre tudo sempre, mas vocês já eram amigos há um tempinho e você nunca tinha visto indícios de que Yixing já estivera com alguém desse jeito. Ele sempre parecera um pouco mais tradicional nesse âmbito de relacionamentos; vocês eram dois dos poucos que destoavam dentro do seu círculo de amigos e pareciam evitar o sexo como algo casual, levando-o mais a sério. Você, bom, você passara por um namoro duradouro alguns anos atrás. Mas Yixing nunca realmente se envolvera com ninguém... que você soubesse, claro...

- Tenho – ele respondeu, capturando seus lábios em seguida, mas você não sentiu firmeza na resposta rápida e impensada.

- Yixing! Eu tô falando sério – você falou com o semblante que fazia jus ao seu tom – Não quero que isso seja um arrependimento depois... Que seja apenas um impulso causado pelo álcool ou algo do tipo...

- Hey – ele se apoiou nos cotovelos para ficar mais próximo de você, que estava sentada sobre seu colo – Você está bêbada agora? – você negou com a cabeça – Eu pareço bêbado para você? – você hesitou por um momento, mas negou também – Okay, posso estar ainda um pouco tonto, mas já não sei se é por causa da bebida ou por sua causa – você sentiu o rosto esquentar. Ele segurou seu queixo gentilmente – E com certeza estou ciente de meus atos e não vou me arrepender deles.

Dito isso, ele puxou seu rosto para depositar um beijo suave em seus lábios. Um suspiro escapou-lhe sem querer.

- Okay – sua voz saiu fraca entre os beijos que voltaram a se intensificar rapidamente. E então, com o desejo e a malícia reacendendo, repetiu: – Okay.

Foi a sua vez de descobrir o corpo do outro com o toque e o beijo. Seus lábios fizeram lentamente o caminho até a barra da calça jeans que ele ainda usava. Superado o momento de vergonha diante daquela situação, você rapidamente lidou com zíperes, botões e elásticos, livrando-o das peças de roupa que ainda o cobriam. Lançando um último olhar travesso com um sorriso enviesado para ele, você cobriu-o com sua boca, ouvindo-o arfar com o contato. Os sons que ele fazia ficavam cada vez mais altos, a respiração cada vez mais rápida e entrecortada. As mãos em seus cabelos se esforçavam para não puxá-los com força a ponto de machucar-lhe. Quando você sentiu que ele estava perto do seu limite, você subitamente parou e terminou de despir-se, os olhos dele percorrendo todo o seu corpo com avidez enquanto você o fazia. Em seguida, você rastejou sobre o corpo dele enquanto distribuía pequenos beijos pela pele alva. Tomou novamente os lábios dele nos seus ao mesmo tempo em que voltava a sentar-se sobre seu colo, o primeiro contato íntimo direto elevando consideravelmente a temperatura dentro do quarto. Você encerrou o beijo para olhar fundo nos olhos dele e você nunca os vira tão intensos como agora. Um pequeno gesto seu e vocês completavam um ao outro.

Você não pode evitar um suspiro com aquela sensação, esmagadora e relaxante ao mesmo tempo. Yixing franzia o cenho e mordia o lábio inferior com força enquanto observava cada traço seu, cada reação sua. Ele segurava firme o seu quadril, ajudando no ritmo. Seus olhos se conectaram de maneira intensa e profunda. A excitação foi rapidamente crescendo em seu âmago, fazendo-lhe jogar a cabeça para trás e fechar os olhos, os sons de prazer escapando-lhe incontrolavelmente dos lábios. Até o momento em que seu corpo inteiro se contraiu, incapaz de prolongar aquela crescente por mais tempo, chegando ao seu ápice. As mãos dele apertaram o seu quadril e em seguida você percebeu que ele se juntava a você no clímax, apertando os olhos com força enquanto o sentimento o consumia por completo.

Você deitou-se ao lado dele, repousando a cabeça e a mão sobre o seu peito e ouvindo o coração acelerado. Ele espalmou uma das mãos em suas costas, abraçando-a, a outra alisando carinhosamente seu braço sobre o peito dele. Ficaram assim por um bom tempo, até que as respirações e os batimentos cardíacos se compassassem em um só ritmo. Quando você sentiu que estava prestes a adormecer, moveu-se para olhá-lo. Yixing estava com o semblante e a respiração tão tranquilos que devia estar dormindo. Você sorriu e depositou um beijo suave nos lábios cheios, que imediatamente esboçaram um sorriso.

- Você vai ficar, né? – ele disse numa voz baixa e sonolenta, sem abrir os olhos.

Você sorriu, aconchegando-se mais no abraço dele como resposta.


Notas Finais


[JUST IN CASE: essa fic também está postada no Nyah, porque lá é minha velha casa de fanfics, sou meio apegada, sabe como é IOHEUAHEAOIE: https://fanfiction.com.br/historia/744708/Tonight/]


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