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História Touch Me - Twelve


Escrita por: twojae

Capítulo 12 - Twelve


Fanfic / Fanfiction Touch Me - Twelve

YOUNGJAE

Recentemente, como sabem, eu acabei voltando para o hospital do qual havia fugido. Por algum tempo, consegui ignorar os pensamentos estranhos que apareciam na minha mente e até arrisco dizer que eu havia esquecido deles. Mas foi tão breve, um momento extremamente curto. Num dia, eu esquecia meus problemas, no outro, as pessoas.

Eu disse a Mark, Jackson, Yugyeom, Jinyoung, Bam e Jaebum que eu ficaria bem logo, mas qual era a base dessa afirmação? Eu estava tão longe da cura do problema quanto eu já estive antes de fugir. E dessa vez eu sentia que estava arrastando as outras pessoas comigo.

Eu não sabia quem era Im Jaebum, mesmo lembrando dos sentimentos, não parecia certo afirmar nada. Ele era um bom hyung no momento e isso era tudo.

Numa conversa com doutor Im, perguntei porque eu havia esquecido Im Jaebum, confundido Jinyoung e qual era a relação que os dois "casos" tinham entre si. Ele, obviamente fugiu da resposta.

As pessoas ficariam impressionadas se soubessem como o tempo no hospital passa rápido, pelo menos pra mim.

Eu me sentia mal por ver Jaebum reclamando todos os dias de como sentia falta "das coisas", enquanto eu perdia a noção do tempo. Se passaram 4 meses e pra mim, não eram mais que duas semanas.

— Hyung, então já estamos aqui a quatro meses?

— Sim, quase cinco, pra ser exato. — ele comia o seu jantar, sem tirar os olhos de mim. Ele parecia ter se acostumado com a rotina, de qualquer forma.

— Parece menos. — encarei minha comida, comendo com um pouco de dificuldade, logo em seguida.

Alguns dias atrás acabei tropeçando e caindo, isso causou minha mão direita quebrada e várias broncas do meu hyung.

— Pra mim parecem séculos. — suspirou, olhando em volta.

— Hyung, você ainda precisa ficar aqui? Eu acho que ouvi sua conversa com o doutor da última vez, ele disse que você podia sair.

— Como eu poderia? — ele sorriu. — Tenho que cuidar de você.

— Eu posso me cuidar sozinho, Jaebum — reclamei. — Eu sempre fiz isso.

— É hyung. — ele me corrigiu, se levantando da sua cadeira e sentando na que estava ao meu lado. — Só porque você era sozinho antes não significa que precise ser pra sempre. E foi só eu te deixar por uns minutos que você quebrou a mão. — ele tirou os hashis da minha mão e deu a comida na minha boca.

— Vão me achar uma criança se você me tratar assim, Jaebum hyung. — reclamei, mesmo estando adorando a atenção que estava recebendo.

— Ninguém vai achar nada. — ele falou, dando um pouco de suco de laranja na minha boca. — As pessoas aqui tem outras prioridades.

Nesse momento, Kang Chan-hee passou pela gente, rindo debochadamente.

— Oi, casal. Sabe, vocês são menos estranhos que os desequilibrados dos amigos de vocês. — ele sentou na nossa frente e eu ri.

— Jinyoung e Yugyeom ou Mark e Jackson? — Jaebum perguntou, colocando mais comida na minha boca.

— Jinyoung e Yugyeom! — ele falou num tom indignado. — Eles vivem se empurrando e se xingando, dois minutos depois estão se agarrando por aí. Eles não deveriam fazer isso perto de alguém inocente como eu.

— Eles são estranhos mesmo. — falei rindo.

— Mas vocês não ficam atrás, ficam aí dando comida na boca um do outro mas nem namoram. — Chanhee parecia irritado. — As vezes eu quero matar vocês.

— Ya! — Jaebum arqueou as sobrancelhas.

— Ya, nada! — ele disse, revirando os olhos. — Vocês me irritam muito.

— Tudo te irrita, Chani. — usei o seu apelido. — E nós não seremos um casal. — apontei com a mão esquerda para a carne, sorrindo, pedindo a comida. Hyung apenas suspirou. — Jaebum é muito chato e irritadinho. — Jaebum me olhou e enfiou um pedaço grande e quente de carne na minha boca, fazendo eu me queimar.

— Quem é irritadinho? — ele disse me dando o copo de suco. — Eu deveria te deixar sozinho na vida, mas você não seria nada sem mim.

— Você é vingativo também, eu me queimei. — fiz um biquinho.

— Vocês tem certeza que não são um casal? — Chani semicerrou os olhos. Jaebum colocou mais comida na minha boca e eu dei de ombros. — Não importa, eu vim aqui porque tenho informações pra vocês.

— Qual informação? — perguntei.

— Eu sempre fico andando lá no andar dos doutores, vocês sabem que eles nem tentam me tirar de lá mais. — eu e o hyung concordamos. — Eu ouvi que um de vocês será dispensado semana que vem.

— Isso é bom! — eu falei sorrindo. — Mas só um? — suspirei, sabendo quem ficaria preso ali.

— Sim, um só. E é com essa pessoa que preciso falar. — eu e Jaebum hyung concordamos. — Youngjae hyung prometeu que me levaria com vocês, é a hora de cumprirem isso. Jaebum hyung, por favor. — ele suplicou e eu suspirei.

— Eu não vou sair. — hyung afirmou.

— Vai sim. — falei.

— Não vou. — ele disse colocando mais comida na minha boca. Nesse tempo eu já havia esquecido que estava comendo. — Eu não vou sair daqui sem você, Choi. Eles podem tentar, mas eu não vou sair.

— Você disse que sentia falta da sua vida lá fora. — falei sem olhar pra ele, com a cabeça baixa.

— Eu sinto falta da nossa casa, — ele frisou — sem você lá é só um apartamento vazio. Eu não me sinto confortável sem você. — meu rosto esquentou com sua resposta e mesmo sem olhar pra ele, eu sabia que ele me encarava.

Ficamos em silêncio por um tempo, eu não tive palavras boas o bastante pra responder, eu estava ainda mais confuso pois sentia que deveria responder pra ele, mas eu não o conhecia o bastante pra dizer algo.

Ao mesmo tempo que eu me sentia bem ao seu lado, era como se estivesse faltando algo. Eu ficava desconfortavelmente confortável perto dele.

— Hyungs... — Chani disse — Vocês estão perdidos, vou só esperar vocês saírem juntos, não adianta tentar, vocês dois não sabem ficar longe um do outro. — ele sorriu de forma triste. Fazia muito tempo que eu não o via sorrir, mesmo que desse jeito tão melancólico. — Se eu não gostasse tanto de vocês eu já teria desistido de tudo. — ele se levantou, saindo para o outro lado da cantina, em direção aos quartos.

— Chani é um bom garoto. — hyung disse depois de um tempo.

— Ele é. — sorri fraco. — O que você acha que ele quis dizer com perdidos?

— Você sabe o que ele quis dizer. — ele sorriu maliciosamente.

— Ah, hyung. Não é isso, não estou apaixonado por você. — eu ri e ele arqueou as sobrancelhas.

— Eu disse alguma coisa sobre apaixonados, Youngjae? — neguei com a cabeça. — Já terminou de comer?

— Sim, hyung, obrigada por ajudar. — sorri.

— Estou a disposição. — sorriu de volta, exibindo aquele lindo eye-smile.

— Vamos. — ele pegou na minha mão e fomos em direção ao meu quarto. No caminho passamos por várias pessoas diferentes, alguns estavam quietos, poucos cantavam, uns gritavam e tinham aqueles que conversavam sozinhos ou não. Eu gostava de todas as pessoas dali, mesmo os que não gostavam de mim, mas eu ainda queria sair.

Chegamos no quarto e Jaebum entrou primeiro, deitando na minha pequena cama.

— Saia pra eu deitar. — falei.

— Vai falar informalmente? — ele arqueou as sobrancelhas.

— Achei que já tínhamos superado essa fase. — falei parado na ponta da cama, esperando ele sair.

— Nunca vou superar sua má-educação. Você pode falar assim com os outros, mas comigo não. — ele cruzou os braços.

— Porque não, Im Jaebum? — ri, desafiando-o.

— Porque se não eu não saio da sua cama nunca mais.

— Parece um motivo meio fraco.

— O que aconteceu com o hyungnim?

— Não sei. — dei de ombros e ele riu. — Não vai sair daí, Im Jaebum hyung?

— Aqui está confortável, Youngjae, venha se deitar comigo.

— O que deu em você? — ri nervosamente, tentando ignorar meu coração disparado. — Vou ficar no sofá, pode ficar aí. — fiz menção de sentar e ele me interrompeu.

— Venha de uma vez, só vamos deitar e conversar, até dar o horário de voltar pro meu quarto! — sorriu.

— Tudo bem, hyung, mas só hoje. — fui em sua direção, me sentando devagar ao seu lado. Ele esticou seu braço em cima do travesseiro e me fez deitar em seu peito, usando o mesmo braço pra me abraçar. — Hyung? — sussurrei.

— Hm?

— Porque mesmo sendo a primeira vez que deitamos assim, eu sinto como se não fosse algo novo? — perguntei, sentindo seu perfume, sentando controlar minha respiração e as batidas idiotas do meu coração.

— É porque não é a primeira vez, Jae. — ele manteve o tom calmo de sempre, eu gostava quando sua voz séria do dia-a-dia se transformava numa voz calma, quando essa voz aparecia eu sentia como se ele tivesse mais de uma personalidade. Eu não respondi e também não fiz mais perguntas sobre nosso momento, ao invés disso, perguntei sobre outra coisa.

— Hyungnim? — o chamei, ainda sussurrando. — Você tem vários de você?

— Como assim? — ele riu baixinho.

— Tem o Im Jaebum, que é sério e sexy. E tem o... O outro Jaebum hyung. — falei, tentando fazer sentido.

— Não seria o mesmo? — ele perguntou. — Você tem um jeitinho diferente de ver o mundo.

— Não, quando você está sendo o Im Jaebum, é diferente do Jaebum hyung que você está sendo agora. Eu só preciso achar um nome pra esse. — falei pensativo, olhei para seu rosto e ele me olhou de volta, ele sorria um pouco e eu senti meu coração se aquecer. Eu retribui seu sorriso e voltei a posição anterior. — Bummie hyung.

E era engraçado como aquilo se encaixava completamente na situação e no momento. Eu conhecia as duas personalidades dele. Im Jaebum, o qual me deixava envergonhado e me fazia ter sentimentos estranhos, que era muito interessante. E o que aparecia as vezes, silenciosamente e do nada, Bummie.

— Bummie que me abraça e cuida de mim e dos dongsaengs. — sorri, apertando ainda mais meu corpo contra o dele, como num abraço desajeitado. — Im Jaebum, que dá ordens e mantém tudo sob controle, que demonstra o quão forte é, sem ter medo. Bummie que as vezes fica com medo e chora, esse que não quer ficar sozinho na casa grande, que tem seus defeitos. — eu o definia como se fosse algo normal, como se eu já estivesse passado tempo o bastante na sua presença pra conseguir saber de todas as suas características. E não era mentira, eu o conhecia. — O Im Jaebum que não me deixa ser informal e gosta de me deixar envergonhado. — sorri. Ouvindo ele respirar fundo. — O Bummie hyung, que está com o coração acelerado. — suspirei, fechando os olhos, ouvindo a melodia alta que tocava dentro de seu peito.

— Você não pode falar essas coisas. — ele disse com a voz mais alta e trêmula. Eu o olhei, me surpreendendo com a visão bonita de suas duas personalidades em conflito. Um lado tentava não demonstrar que minhas palavras haviam afetado e a outra sorria mesmo com as lágrimas nos olhos. — Você me chamava de Bummie antes. Era isso? — ele perguntou. — Quando eu era amoroso, eu era o Bummie?

— Não sei, hyung. Você é sempre o Bummie, assim como sepre é Im Jaebum. Essas duas personalidades fazem parte do ser humano que você é, e ainda assim sinto que existem ainda mais. Você é como um arco-íris, hyung. Cada cor é importante e cada uma tem sua beleza e particularidade. Você simplesmente nasceu assim. — falei.

— Eu te amo. — ele disse, mesmo sabendo que eu poderia não sentir o mesmo. — Eu não entendo direito sua visão de mim, porque eu sempre fui preto e branco. Vários tons de um preto profundo e um branco entediante. Que por algum motivo se juntou a você, que nasceu pra iluminar tudo com suas cores. Você sim me transformou em algo colorido. Você é um arco-íris infinito. — ele puxou meu rosto pra cima e eu neguei com a cabeça, porque eu discordava daquilo. Eu me aproximei ainda mais dele e depositei um beijo na parte mais vermelha de seu rosto, não eram suas bochechas, porque essas estavam rosadas.

Eu lembrava da textura de sua boca em mim e lembrava do gosto dela, da sensação, todo o sentimento. E eu entendi que a cor entre nós agora, era o arco-íris. Porque talvez ele estivesse certo, minhas cores completavam as dele.

— Eu também te amo. — respondi. — Eu te amo, meu Bummie.

Talvez eu não precisasse lembrar de tudo, talvez eu devesse ficar ali pra sempre, preso. Talvez ele devesse ir embora, ou devesse ficar ali comigo. Não importava, sinceramente, não.

O que ele me fez sentir naquela noite, naquela cama desconfortável de hospital, onde uma das minhas mãos doía e meu coração acelerava, não era comparável a nada. E nesse momento eu poderia confirmar pra quem quisesse: Im Jaebum, Bummie hyung e suas cores eram as coisas mais bonitas que eu já tinha tido o prazer de ver e experimentar. Ele era meu namorado e eu havia me lembrado disso.

Arco-íris eram as cores de amar alguém.


Notas Finais


Espero que tenham gostado. O Jae lembrou, finalmente!
Obrigada pelos comentários ♡♡

twitter: choimjaebum


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