História Touch Me - Two

— Perfeito. — ele disse me olhando com uma cara diferente. 

Nesses poucos minutos em que conheço Im Jaebum, percebi que ele é bem, como posso dizer... Não sou gay, mas, ele é um cara bem bonito. Não precisa ficar fazendo essas caras e poses pra ficar melhor, mas chegava a ser bem engraçado ele tentar me impressionar, supondo que era isso que ele estava tentando fazer. 

— Eu posso entrar? — perguntei e ele assentiu, me dando espaço para passar.

— Me desculpe, está meio bagunçado, eu não arrumei. 

— Tudo bem, não sou a pessoa mais organizada do mundo. — era verdade, mas aquela sala estava um como se um furacão tivesse passado por ali. Eu juro nem em duas semanas eu conseguiria bagunçar tanto, me deu medo de olhar o resto da casa quando eu vi uma cueca no chão ao lado do sofá, mas eu nunca diria, não quero que ele fique bravo comigo. — Se quiser eu te ajudo a arrumar. 

— Não, não quero que você se incomode com isso. 

— Que isso, seria uma prazer. Fora que agora eu também moro aqui, certo? — sorri e vi ele corar um pouco, logo depois de me olhar com aquela cara. 

— Tudo bem, a gente pode se conhecer melhor enquanto limpa esse lixo. 

— Ok. 

— Qual é o seu nome inteiro Youngjae? — ele perguntou, pegando uma caixa de pizza que estava na mesa de centro. 

— Choi Youngjae. — respondi — E o seu? 

— Im Jaebum. — ele sorriu na minha direção e eu retribui. — Quantos anos? 

— 19. — sorri e ele respondeu que tinha 21 anos. 

— Então, Im Jaebum, conte mais sobre sua história. 

— Tem certeza que quer saber sobre a vida de alguém como eu? — ele perguntou e eu senti sua voz falhar. 

— Claro, você parece ser uma pessoa extraordinária, Jaebum-ssi. — Jaebum corou novamente e eu achei extremamente fofo. 

— Morava com meus pais numa casinha perto daqui, mas com o tempo, percebi que estava dando muito trabalho. — ele ajeitou sua franja que havia caído sobre os olhos e eu o observei tentando capturar todos os seus movimentos. — Por causa do meu problema. — ele suspirou e ajeitou as almofadas do sofá. — Eu estava com medo deles. E estava ficando cada vez pior, então arrumei um emprego na biblioteca e aluguei esse apartamento. — ele me olhou e logo depois voltou a tirar alguns copos que estavam ao lado da televisão. 

— Como você ficou com esse problema, Jaebum-ssi? — perguntei. 

— Não quero falar sobre isso, se não se importar. Pode me chamar de hyung. 

— Tudo bem, hyung. — sorri e peguei um dos copos da mão dele, tomando os devidos cuidados para não tocá-lo. 

— E você, Youngjae? — ele me encarou, não com aquela cara, mas com curiosidade. — O que tem para me contar? 

— Eu também morava com meus pais e meus dois irmãos. Conheci Jinyoung hyung numa festa, ele estava conversando com um amigo meu e fomos apresentados por ele. Ele me disse que você estava procurando alguem pra dividir o apartamento quando eu disse que precisava me mudar. — ele arqueou as sobrancelhas. 

— E porque você precisava? 

— Eu queria mais liberdade e bom, ninguém quer morar com os pais pra sempre. — eu ri. 

— Entendi. — ficamos em silêncio enquanto ele passava o aspirador de pó no chão. Depois de alguns minutos a sala estava toda arrumada, como se Im Jaebum nunca tivesse pisado nela. Sentamos lado a lado no sofá e ele me encarou. — E você é gay? — perguntou me fazendo, com toda certeza, corar. 

— Que?! — desviei o olhar do dele. 

— Você estava numa festa com o Jinyoung, ele não frequenta boates heterossexuais. — ele riu e eu revirei os olhos. 

— Não sou gay, hyung, eu estava acompanhando Yugyeom. 

— Yugyeom é gay? — ele perguntou e eu senti segundas intenções na voz dele. 

— Digamos que ele esteja tentando descobrir o que ele realmente é. 

— Legal. — ele sorriu.

O clima ficou estranho depois que o assunto morreu. Eu não falei nada e nem o hyung, apenas ficamos parados olhando para a televisão — que estava desligada — enquanto eu pensava em como eu estava sendo bobo ao confiar em uma pessoa que eu mal conheço para dividir uma casa. Mas lembrei que ele também estava confiando em alguém novo, mesmo que eu saiba que ele não tem com que se preocupar. 

— Quer conhecer a casa? 

— Claro. — sorri pra ele, que levantou e andou em minha frente, eu o segui. — Aqui é o meu quarto. — ele abriu a porta e revelou um lugar também bagunçado só que menos que a sala, com uma cama de casal. 

O quarto de Im era o típico quarto de um adulto preguiçoso. As paredes eram azuis e brancas em listras grossas verticais, alguns posters de grupos como BigBang e 2NE1 estavam na parede, me deixando bastante interessado em saber mais sobre ele. Havia também um notebook sobre uma mesa de escritório, — ou seja lá como seja o nome disso — um playstation, uma televisão do mesmo tamanho que a televisão da sala e um guarda-roupa preto e branco. 

Ele fechou a porta e eu me afastei dele, seguindo-o para o próximo cômodo. 

— Aqui será seu quarto. Já tem uma cama de casal pra você. — ele sorriu e eu assenti, agradecendo mentalmente por não precisar dividir o quarto com ele. O quão difícil deve ser dormir com alguém que tem medo de ser tocado? 

No quarto que agora era meu, as paredes também tinham listras, mas eram listras verdes e brancas ao invés de azuis, era basicamente o mesmo quarto, só que arrumado e sem todos os eletrônicos. 

Ele me disse que nos dois quartos haviam banheiros e também me mostriu o de visitas que era um pouco menor que o meu e o dele. 

— E ai, gostou? — perguntou. 

— Eu amei, é bem grande. — vi ele assentir — Hyung, quando eu posso trazer minhas coisas pra cá? 

— Hoje mesmo, se quiser. 

— Tudo bem, obrigado por isso. — disse sincero — Eu realmente aprecio sua gentileza. — porque eu estava falando dessa forma? ele vai me achar um filhinho da mamãe. 

— Eu que agradeço, essa casa já estava ficando bastante sem graça sem ninguém aqui. Fico feliz que agora eu tenha alguém pra... — ele pensou um pouco, como se estivesse em um conflito com si próprio. — pra me fazer companhia.