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História Touch Me - Seven


Escrita por: twojae

Capítulo 7 - Seven


YOUNGJAE 

Pouco tempo havia se passado desde que eu conhecia Jaebum. Eu não mentiria ao dizer que era bom saber que eu o ajudava com seu problema, era meu sonho ajudar as pessoas, fora a música. Ele havia sido o primeiro. O primeiro que eu ajudei e o primeiro homem que eu me apaixonei. 

 Uma vez eu ouvi de um professor que existe algo chamado "heterossexualidade compulsória", na época não prestei atenção no conceito, mas depois de um tempo começou a fazer sentido pra mim. 

A sociedade nos empurra a diversos estereótipos devido ás nossas genitálias desde o momento em que nascemos. E um desses estereótipos está também relacionado a com quem iremos nos relacionar. Quando tinha sete anos, brincava com uma garotinha na escola, não lembro o seu nome, mas éramos amigos bem próximos, agora, explicar isso para os adultos era praticamente impossível, pra eles, estávamos apaixonados e nos casaríamos assim que atingíssemos a maioridade. Mas eu, eu tinha apenas sete anos e ela oito, como poderia estar apaixonado? Dentre uma das conversas com meus pais, eu lhes disse que não gostava dela como namorada e eles sorriram pra mim dizendo que "tudo bem". Mas não estava nada bem. Com o tempo, minha mãe passou a me levar todos os dias até a casa dela, ficávamos juntos praticamente a semana toda, fora o tempo na escola. E isso durou mais dois anos. Com o tempo, passei a acreditar que realmente gostava dela, mas era um engano, eu havia sido induzido a isso. Perdi o contato com minha amiga no mesmo ano em que ela, com dez anos se mudou para a Tailândia. 

 A situação se repetiu pelo próximo ano. Meus pais fizeram amizade com a família da casa ao lado e me "jogaram" pra cima da filha mais nova deles. Eu não gostava dela, nem como amiga e nem como nada. Ela era muito grudenta, ciumenta e eu achava muito estranho ela gostar de mim em tão pouco tempo. Eu tinha apenas onze anos e ela o mesmo que eu, mas já se declarava pra mim, como se tivesse certeza que eu era o amor da vida dela. 

 Eu sofri, tentando mantendo uma amizade com essa estranha por seis meses. Foi então que o pequeno Youngjae de doze anos, teve a brilhante ideia de ouvir a conversa dos pais atrás da porta. 

 — Não acho que está funcionando. — ouvi a voz da minha mãe. 

 — Temos que fazer alguma coisa. Meu filho não pode ser assim. — franzi o cenho, confuso, com a frase dita pelo meu pai. 

 — Não devíamos fazer algo assim com ele, Youngjae é muito novo e não acho que seja errado ele ser... assim. — eu não entendia sobre o que era o assunto, o que eu tinha? 

 — Eu já paguei a filha dos vizinhos. Eu paguei muito pra ver se ela consegue por uma ideia na cabeça dele, ela continua dizendo que não consegue nada. — o ouvi suspirar. — Não posso permitir algo assim na minha casa. Não vou morar com nenhuma bichinha. Não posso ter um desgosto desses debaixo do meu próprio teto. Ele já tem aquele jeito, se aparecer com um garoto aqui, eu vou enlouquecer. 

Meus olhos arregalaram-se automaticamente. O que ele queria dizer com 'bichinha'? Eu só não queria namorar agora. Foi o que eu pensei, na época. Adultos são cruéis e os nossos pais podem ser o maior reflexo da maldade presente na sociedade.

Foi assim que decidi, que mesmo não sabendo se gostava de meninos ou de meninas, que eu gostaria de meninas. Por vários motivos, dentre eles 'dar orgulho aos meus pais' eu me forcei, ao máximo, ser heterossexual. E namorei por dois meses, a filha da vizinha, foi esse o tempo que aguentei. 

Quando decidi sair de casa, após nunca mais ter namorado ninguém e ter uma relação bem fria com os Choi, meus pais me questionaram e eu fui claro, ao responder que não podia morar com pessoas que forçavam uma criança a namorar só porque achavam o jeito dela estranho. 

Meu pai, naquele dia, me deu um tapa no rosto, enquanto minha mãe nos observava, sem dizer uma palavra. E eu os disse, que eu nunca mais tentaria dar orgulho a pessoas que não mereciam e que eles poderiam ficar aliviados, pois 'a bichinha' nunca mais voltaria a morar em Mokpo. 

Foi assim que cheguei até a casa de Im Jaebum, sem muitos amigos, sem familiares, nem minha noona tinha o endereço. Ninguém sabia sobre mim, e aquilo era bom, porque a partir desse ano, eu daria orgulho a mim mesmo e quem quisesse se orgulhar também, que ficasse a vontade, do contrário, eu não me importo. 

Quando vi Jaebum hyung pela primeira vez, o achei muito bonito, claro, ele era lindo. Suas pintinhas acima do olho eram adoráveis, apesar do seu olhar meio sério e intimidador. Eu o disse que era heterossexual e ao mesmo tempo, tentei me fazer acreditar naquela idéia, porque Deus, se eu me apaixonasse por um homem lindo daqueles, meu coração não aguentaria. Mas infelizmente, — ou felizmente — Jinyoung hyung me apresentou a ele e em meio aos nossos problemas e inseguranças, nos tornamos realmente próximos e eu estava apaixonado.

Suspirei pesado, olhando para os slides de geografia que passavam na sala, pensava em como faria para conseguir levar Jaebum hyung a um psicólogo ou psicanalista.

Eu ainda era a única pessoa que podia tocá-lo e aquilo era bom para o meu ego, mas meu coração dizia que ele precisava voltar a viver. Ele tinha que ser livre.

O sinal pra última aula tocou e eu sai apressado, fugindo de qualquer comentário de geografia que o professor poderia passar. 

— Choi Youngjae! — ouvi aquela voz irritante do Kim atrás de mim e me virei, encontrando os dois patetinhas Yugyeom e Bambam.

— Oi, gente. — sorri, recebendo sorrisos de volta. 

— Jae, — Bambam falou — te contaram que esse palhaço está namorando? — ele apontou para Yugyeom com um olhar falsamente magoado. 

— Fiquei sabendo. Parabéns, Yug. — sorri.

— Só eu não estava sabendo? — perguntou Bambam. — Eu sou sempre o último, sempre. — cruzou os braços. 

— Quando Youngjae hyung estiver namorando com Jaebum hyung, ele te conta primeiro. — Yugyeom falou, sorrindo enquanto andávamos em direção a saída da escola. 

— Eu duvido que ele vá me contar primeiro. E esse Jaebum nem quer nada com o Youngjae. — Bambam riu ao ver Yugyeom abraçar Jinyoung de lado, que esperava de pé ao lado do carro. 

— Eu não duvidaria disso, Kumpimook. — Jinyoung falou, levando mais tempo pra pronunciar o nome do nosso amigo do que pra falar o resto da frase. — Jaebum está bem... — parou de falar ao receber um beijo na bochecha. — Pare, Yug, estou falando uma coisa séria aqui. Questão de desencalhamento. — Yugyeom riu, assentindo. — Ele gosta de você, só não tem coragem de te agarrar.

— Jaebum só me decepciona. — Bambam falou, não me deixando responder. — Se o Youngjae me quisesse, já estaríamos namorando.

— Cale a boca, Bambam. Você é do mundo, eu nunca ficaria com você. — falei e todos, inclusive Bambam, concordaram que ele não era de namorar. — E gente, o hyung não quer nada comigo. — suspirei.

— Você é muito lerdo. — Jinyoung disse, sincero até demais. — Ele já me disse que gosta de você. Parem de enrolar. — ele falou, olhando para o rosto de Yugyeom, que o encarou de volta. 

— Falou o príncipe metido que demorou séculos pra se confessar pra mim. — Yugyeom disse, recebendo um olhar desafiador do namorado. 

— Pelo menos eu fiz. E a nossa situação era diferente, peste. — Jinyoung segurou a mão da 'peste' e beijou as costas dela. Sorri vendo que apesar dos apelidos nada carinhosos, eles eram um casal muito apaixonado. — A questão aqui, é que vocês dois sabem que se gostam e os dois tem vergonha de se declarar. 

— Concordo com o príncipe. — Bambam disse e Jinyoung revirou os olhos.

— O que vocês acham que eu devo fazer, então? — suspirei, pela quarta vez. — O hyung é muito difícil, toda vez que as coisas ficam diferentes entre a gente, ele foge.

— Fale com ele de forma rápida. Sem pensar muito, tipo... — Yugyeom pensou. — No meio do jantar, ou algo assim. Fale antes que ele fuja.

— Concordo com a peste. — Bambam disse, rindo, recebendo um chute na canela. 

Depois da conversa inspiradora, resolvi ir pra casa. Bambam foi pra sua própria e o casal foi almoçar em algum restaurante por aí, o que eles sempre iam. 

Ao chegar em casa, me deparo com o silêncio de sempre, já que Jaebum hyung chegaria só depois. Então decidi arrumar a bagunça, porque meu colega de apartamento era realmente muito desorganizado.

Passei muito tempo até organizar tudo, hoje era sexta-feira então não tinha muito o que fazer. Tomei banho e fiquei andando pela casa, até ele chegar. Eu cantava alguma música quando ele chegou. 

— Boa noite, Jae. — me virei até o som, o vendo sorrir, indo até o sofá. 

— Oi, hyung. — sorri me sentando ao seu lado.

— Vejo que fez uma arrumação aqui hoje. — olhou em volta. — Porque não me deixou ajudar?

— Porque você iria me atrapalhar. O hyung só é bom bagunçando, arrumando não. — falei.

— Tem razão. — ele riu. — Você tem uma voz tão bonita, eu nunca vou superar isso.

— Como assim? — Quando eu cheguei você estava cantando, fiquei ouvindo por alguns minutos antes de chamar sua atenção. — enquanto ele falava, percebi que ele raramente desviava o olhar, ele estava mais confiante e isso era ótimo, porque aos poucos, eu estava conseguindo ver a verdadeira personalidade dele. 

— Obrigado, hyung. Eu fico realmente muito feliz. — senti meu rosto esquentar e olhei pro outro lado.

— Você ficou vermelho? — ele perguntou.

— Não! — disse, ainda evitando me virar pra ele.

— Olhe pro seu hyung quando ele estiver falando com você. — ele me segurou pelo queixo e me virou pra ele.

— Não, não! — comecei a rir, olhando pro outro lado, novamente.

— Ah, não? — seu tom de voz era desafiador, chegava a ser um pouco... provocante. Não respondi. — Choi Youngjae. — me segurou novamente no rosto e sorriu. 

De repente, do nada, começou a fazer cócegas em mim. 

 — Para! — eu gritava e ria ao mesmo tempo. — Para, para Jaebum!

— Jaebum? — ele parou, me deitando no sofá, continuando a me torturar. 

— Isso é t-tortura!! — gritei, rindo descontroladamente. — Pare, hyung! — segurou meus braços em cima da minha cabeça. — Hyungnim, eu vou morrer... sem ar. — supliquei, me debatendo.

— Você não vai morrer. — ele ria da minha desgraça. — Pare de se debater, ou eu não paro.

— Hyung, seu idiota, me deixe viver! — falei me arrependendo logo após sentir seu corpo em cima do meu, enquanto ele sentava numa área, digamos... Perigosa. 

— Idiota? — ele parou, se aproximando de mim, parando com as cócegas. — Agora sim eu quero te torturar. — falou, olhando pra minha boca. Eu estava ofegante.

— Não sabia que você gostava dessas coisas. — falei em tom baixo, olhando-o nos olhos.

— Eu não gosto, mas ninguém me chama de idiota e sai impune. — Jaebum retribuiu o meu olhar. Me fazendo perceber o quanto ele havia mudado, a diferença era gritante. Ele estava muito mais confiante. E muito mais lindo.

— E como você pretende me punir? — falei. Eu havia perdido completamente a noção do que estava acontecendo. 

 Ele sorriu de lado, se aproximando, meu coração estava disparado e eu sabia que o dele também. Seu olhar foi para a minha boca e ele se aproximou mais, sua boca roçava na minha, lentamente, fechei meus olhos e senti-o indo em direção ao meu pescoço. Depositando um beijo ali. Eu estava arrepiado, era a primeira vez que eu me sentia assim. A ponta de seu nariz tocava a extensão do meu pescoço, me arrepiando ainda mais. Ele voltou sua atenção a minha boca. Estavamos muito perto, eu estava paralisado. 

 — Essa é minha forma de te punir. — a cada palavra, sua boca tocava a minha, mas não chegava a ser um beijo. — Você sabe que eu gosto de você, mas não vai ganhar beijo hoje. — ele sorriu se afastando e sentando no sofá novamente. 

 Eu estava muito, muito nervoso. Eu tinha um plano pra hoje, eu iria me declarar e se tudo desse certo, ele faria o mesmo. Mas por alguma força divina, Im Jaebum voltou pra casa outro homem. Sentei no sofá. 

 — Você é cruel. — senti meu corpo reclamar com a falta de seu corpo perto meu. 

— É, talvez eu seja.

— C-Como... — respirei fundo. — Como aprendeu isso? 

 — Segredo. — ele piscou, me fazendo odiá-lo por um momento. Se ele pensa que ficaríamos por isso mesmo, ele estava enganado.

— Certo, hyung. — o empurrei no sofá, sentando em cima da sua área perigosa, assim como ele fez comigo, mas diferente dele, eu não focaria na boca. Ele arregalou os olhos.

— Youngjae, o que você... — o interrompi começando a rebolar em cima dele, meu hyung apenas fechou os olhos, suspirando. — Você está louco?

— Você que começou, não foi? — falei, sorrindo da maneira mais provocante que eu conseguia. — Você gosta de jogar? Então vamos jogar. 


Notas Finais


eu já tenho o próximo pronto, mas decidi que só vou postar amanhã hehe

((smut))


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