POV KAI
— Você pode fazer de novo, mas invés de seus dedos, use sua boca.
Tal frase ficou grudada em minha mente, gerando um sorriso envergonhado em meus lábios. Não era como se eu me envergonhados fácil, mas de alguma maneira KyungSoo sabia fazer isso.
Não esperava que novamente o efeito de suas palavras fizessem com que um arrepio percorresse por minha espinha, e um desejo subir sobre meu corpo. Mesmo estando em um hospital e a horas atrás estivesse chorando, naquele momento nada disso parecia importar, o foco era unicamente nós dois.
Nossos olhares transmitiam um certo desejo, e nossos lábios ansiavam um pelo outro, ansiavam por se tocarem e apreciarem qual fosse o gosto de estivesse ali presente.
Podia sentir meu coração num palpito alto, podia dizer que agora era de uma maneira boa, mas mesmo assim tinha medo de que essa adrenalina fosse além de desejo. Tinha medo que os toques deles se tornassem algo necessário em minha vida e principalmente que ele se tornasse necessário.
Eu não estava apaixonado por ele, nem nada disso, mas sabia que se continuasse assim, a possibilidade era grande. Como havia dito aquela senhora de mais cedo.
Balanço minha cabeça afastando meus pensamentos e foco novamente em Soo, ele parecia querer saber o que se passava em minha mente. Não sabia se ele acharia isso bom se descobrisse o que eu pensava ou se ele iria me achar um tremendo idiota.
Já estava enrolando muito para fazer o que ele havia dito, então resolvo não prolongar isso ainda mais, meu rosto se aproximou do seu lentamente, me sentei na beira da cama onde Kyung se encontrava e então apoiei minhas mãos sobre seu pescoço e finalmente selei nossos lábios.
Era uma sensação diferente, afinal o beijo estava calmo, muito contrário do que tivemos na noite em meu quarto. Solto um riso que foi totalmente abafado pelos lábios dele sobre o meu.
Era estranho saber que apenas um beijo pudesse fazer com que meu estômago se revirasse completamente. Assim como também era estranho querer mais que aquilo.
Os lábios de Kyung tinham um leve gosto metálico, que se misturavam ao gosto de menta que haviam na minha. É até possível dizer que era uma combinação perfeita de sabores. Não era um gosto comum que já sabia que iria sentir quanto tocasse novamente, era um gosto único e de qualquer modo especial.
Nossas línguas se moviam em uma briga a procura de domínio, as mãos de Soo se encontravam em minha cintura procurando domínio naquela região também.
Minhas unhas ralas passeavam pelo pescoço dele, era notável que ele se estremecia com meus toques, e eu também não era muito diferente com os toques dele.
A falta de ar já está presente naquela altura do campeonato, porém nenhum de nós dois queria encerrar o beijo. As mãos ágeis de Soo agora adentraram minha blusa, seus dedos gélidos sobre minha pele me fizeram soltar um pequeno gemido, era um simples ato, porém causava algo imenso.
— N-nos estamos em um hospital.. — Disse baixinho e mordendo meu lábio inferior enquanto mantive meus olhos fechados.
—Eu nem ligo para isso. — Ele sussurra em meu ouvido. Quem visse ele dessa forma nem diria que sofreu um acidente.
— Você precisa descansar para ir embora amanhã. — Eu estava numa luta contra meu corpo e minhas vontades.
— Sério mesmo? Acho que você sabe muito bem do que eu preciso. — As mãos deles passeavam por meu peitoral, cravando suas unhas ali, me fazendo soltar altos suspiros.
— Kyung.. Não..Podemos... — Curvei meu pescoço quando senti os lábios molhados dele sobre meu o local.
— O que você dizia? — Abri meus olhos notando um sorriso sacana nos lábios dele, o que o deixava ainda mais bonito.
— N-nada...
Já não era possível parar o que estava prestes a iniciar, a chama que Soo havia acendido já consumia todo meu ser, sendo assim impossível de apagar. Queria tocar os fios de cabelo dele, mas sabia que isso o machucaria então me contive.
A cada toque um arrepio, a cada arrepio um pequeno gemido ecoando sobre aquela sala branca. Era como se ambos de nós estivéssemos esperando por isso ansioso. Talvez realmente estivéssemos, mas nenhum admitiria em voz alta.
Os lábios carnudos dele marcavam cada espaço que dava de meu pescoço, ele sugava minha pele como se fosse algo precioso, e eu gostava dessa sensação, não era somente uma sensação de prazer, podia - se dizer que havia algo além disso.
Logo uma das mãos dele pousaram sobre minha coxa deixando um aperto forte ali, minhas mãos apertavam o braço dele com força.
Então novamente selei nossos lábios o beijo estava ousado, a guerra entre nossas línguas agora estavam acirrada, nenhum queria perder. As duas queriam apenas domínio.
Logo o barulho da porta se abrindo ecoou entre nós dois, desfazendo os estalos que nossas bocas juntas faziam. Me afastei rapidamente dele e me virei para ver quem era.
— KyungLee? — Perguntei franzindo o cenho, como ele sabia que Soo estava aqui?
— O que você quer aqui? — A voz de raiva de KyungSoo era notável. Me virei brevemente encarando ele, numa tentativa de dizer para ele se acalmar, mas sabia que manter paz entre essas dois era algo impossível.
Era algo estranho naquele momento, mas meu olhar rapidamente estava fixado nos lábios vermelhos e inchados dele. Estavam um tanto atrativos, e creio que o meu não estava diferente, pois o olhar dele estava sobre minha boca.
— Eu fiquei preocupado, mesmo não nos dando bem, somos irmãos. — KyungLee disse calmo. Ele parecia um pouco insatisfeito com a situação, ou pelo menos com minha presença. Já que mantinha uma expressão inelegível sobre mim.
— Olha o irmão bonzinho em ação. — A voz de deboche de Soo ecoou perto de meus ouvidos. — Como você soube que eu estava aqui?
— As notícias correm. E ter um irmão que só se envolve com coisa proibida só facilitou isso. — Eu observava a "conversa" dos dois sem dizer nada, não iria me meter, afinal se eles tem uma briga deve ser resolvida entre eles. — Mas eu vejo que já está bem, e em uma ótima companhia. — Ele disse dando ênfase em "ótima".
— Então pode ir embora. — KyungSoo disse rapidamente.
Ele devia ser um pouco menos egoísta e reconhecer que se o irmão dele está aqui é porque realmente gosta dele e se preocupa, mesmo tendo barreiras entre os dois.
— Vou fazer isso mesmo.. — Ele suspirou alto e deu as costas. — Você vai ficar aqui Kai, uh?
Estranhei sua pergunta, afinal até agora ele não direcionou nada para mim.
— Sim, amanhã cedo eu vou embora. — Ele não deu uma resposta, apenas deu de ombros e saiu.
Voltei a olhar para Soo, não sabia muito bem o que dizer, e nem sei se era bom dizer algo por agora. Era notável que ele estava com raiva.
—Você devia ter ido embora com ele. — Soo disse e quem ficou com raiva fui eu.
— Ah, sério mesmo? — Disse irônico e me levantei um pouco bravo.
— Você não viu como ele estava todo preocupado em te tirar daqui? — Soo bocejava, provavelmente os efeitos do remédio começavam por agora.
— Você não vê como eu estou preocupado com você? —As palavras saíram sem meu consentimento.
— Como assim? — Kyung parecia confuso, mas um certo sorriso transpareceu em seu rosto. Ou isso era coisa de minha mente.
— Eu passei o dia inteiro aqui, esperando para ver que você estava bem. E você diz "acho que deveria ir embora." —Soltei uma risada nasal.
Aquele barulho dos equipamentos de batimentos estavam me irritando, não sabia ao certo por estar tão bravo com o que ele disse. Mas de qualquer maneira eu estava.
— Eu não pedi para que você passasse o dia inteiro aqui. — Strike 1.
— Eu sei que você não pediu, mas eu quis estar aqui com você. Podia dizer ao menos um obrigado. — Suspirei pesado e puxei meu cabelo de leve.
— Eu poderia dizer, mas não espera por isso, porque não irei fazê - lo. — Strike 2.
—Tudo bem, descansa aí, já que amanhã você tem que estar recuperado para ir embora.
Disse num tom ameno, minhas veias estavam notáveis em meu braço, respirei pesado tentando me acalmar. Sabia que se eu continuasse ali iríamos discutir ainda mais, então apenas sai do quarto para deixa - lo sozinho. Já que era isso que ele queria.
Não iria embora, iria apenas refrescar minha mente, caminhei a área de alimentação que havia ali no hospital e pedi um copo de café. Assim que me entregar, caminhei até o lado de fora e me senti na escada, deixei o copo ao meu lado e olhei para o céu, não era como isso fosse me acalmar, mas iria ao menos me reanimar um pouco.
Envolvi minhas mãos ao redor do copo e bebi o líquido que havia ali dentro, fechei meus olhos e senti o vento gelado bater contra meu rosto. Estava um pouco frio, porém dava para aguentar.
Me perguntava o por que de KyungSoo ser tão arrogante, podia ser instinto dele, mas ele devia saber que nem sempre o que queremos deve ser dito.
Percebo que o copo já estava vazio, na rua não tinha ninguém andando, já estava tarde, porém eu ainda não queria voltar para aquele quarto. Meu celular vibrava em meu bolso, já sabia o que era, então apenas resolvi encarar de uma vez.
Número Desconhecido: Você sempre continua indo para esse bastardo que te faz sofrer.
Eu: Do que você está falando? Pare de ser louco.
Número Desconhecido: Se ele não tivesse te machucado, você não estaria sentado aí, prestes a chorar. Você deve me agradecer quando finalmente acabar com a vida dele
Eu: Não estou prestes a chorar e você deveria se internar. Você vai acabar se ferrando nessa história toda.
Número Desconhecido: Tanto faz, eu já me ferrei quando você e todos que te rodeiam apareceram no meu caminho. Agora se fosse você, não deixava seu "amigo" no quarto, SOZINHO.
Isso era uma ameaça? De qualquer maneira, me levantei rapidamente e fui em direção ao quarto, já havia acontecido muito acidente para um dia só, então devia no máximo prevenir mais algum.
Abri a porta vendo que a luz estava apagada, apenas a luz do corredor iluminava ali dentro. Deixando com que a face de KyungSoo fosse um pouco iluminada, seus olhos estavam fechados, provavelmente dormia. Seria o melhor mesmo, assim não teria mais algum tipo de discussão novamente.
Me sentei na poltrona que havia ali e apoiei minha cabeça sobre a palma de minha mão. Fechei meus olhos, na tentativa de dormir porém isso estava impossível, não conseguia nem ao menos cochilar. Minha mente estava focada em tantas coisas que ocorreram hoje. Aquele número desconhecido que estava constantemente ameaçando, talvez se eu me afastasse deles, não ocorreria mais nada do tipo e nenhuma vida ficaria em risco.
— Me desculpe.. — Me assustei quando escutei a voz dele soar naquele imenso silêncio que consumia o quarto. Porém me assustei principalmente por seu pedido de desculpas. Não esperava isso de sua parte.
Achava que ele estava dormindo, mas provavelmente a situação dele era a mesma que a minha, e não estava conseguindo descansar.
— Tudo bem.. — Digo baixinho, balançava meus pés lentamente a procura de alguma distração.
— Não está tudo bem, você sabe disso. — Ele estava muito diferente do que a alguns minutos atrás. — Eu fui tolo por te tratar daquela maneira, mas eu também não sei ser diferente.
— Você realmente foi um tolo, mas já esqueci isso. — Dou de ombros mesmo ele não podendo ver.
— Então, okay. — Virei meu rosto na direção dele e percebi um pequeno rosto nos lábios de Soo.
Eu sabia que ele se esforçou para dizer esse "me desculpe", então não devia guardar rancor dentro de mim. Mesmo a maneira que ele me tratou tenha me afetado.
Sentia uma peso sobre minha pálpebras, o sono finalmente resolveu chegar.
— Boa noite, JongIn.
— Boa noite, KyungSoo.
Foram as últimas palavras daquele dia turbulento, nossas cabeças estavam rodeadas de coisas confusas e sensações que julgamos estranhas, mas no final das contas tudo acabou se acertando. Pelo menos por hoje.
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