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História Toy 》 KaiSoo - To trust


Escrita por: whyminseokii

Notas do Autor


Iria postar só amanhã (não hoje que parece amanhã, amanhã mesmo, olha o bugs) enfim. Mas se temos um capítulo prontinho, pra que enrolar né?

Boa leitura.

Capítulo 16 - To trust


Fanfic / Fanfiction Toy 》 KaiSoo - To trust

Kai Pov

Já estava tarde quando nós dois acordamos, a luz do sol invadia o quarto pela pequena janela que havia ali. A enfermeira veio até a sala verificar se Kyung realmente poderia ir para casa hoje.

Sentia uma pequena dor sobre minhas costas, já que dormir em uma poltrona não é nada confortável. Mas depois resolveria isso. Deixo as pontas de meus dedos fazer desenhos invisíveis sobre minha perna enquanto a enfermeira junto a uma doutora anotavam e examinavam Soo.

— Bem, você não pode fazer muito esforço e tomar cuidado para não bater sua cabeça em algum lugar. Já que a causa desse acidente foi forte e se isso repetir pode ser fatal. — A médica falava enquanto passavam sua mão pela caderneta apoiada em seu braço.

—Tudo bem. — Kyung tenta se levantar da cama, mas a enfermeira o interrompe.

— Só mais uma coisa, você deve tomar esses remédios durante um mês. E se fosse você não usaria mais isso, para não piorar sua situação. — Ela tirou um pequeno saco de seu bolso e entregou na mão dele.

Provavelmente eram as drogas que ele usava, aquelas cujo gosto não desejaria saber nunca mais. E esperava que um dia ele desejasse a mesma coisa. Afinal isso estragará a vida dele se continuar usando.

— Eu sei o que eu devo fazer. Posso ir agora? — Ele olhou em minha direção, depois para a enfermeira.

—Pode. — Ela suspira alto. Não aparentava ser velha, porém tinha um grande cansaço sobre si, suas olheiras demonstravam isso.

A mulher e sua companheira vão embora, observo elas se retirarem em seguida volto minha atenção a Soo.

—Você não devia ter sido rude com ela. — Digo baixinho e ajudo ele levantar, mesmo ele querendo negar minha ajuda.

— Ela que não devia se intrometer na minha vida. — Caminhamos juntos até o final da sala e saímos pelo corredor.

— Se ela não tivesse se intrometido na sua vida provavelmente você nem estaria vivo.  — Digo colocando minhas mãos em meu bolso.

— Talvez fosse melhor assim.

Resolvi não responder ele, sabia que ali se iniciaria outra discussão, e eu não queria isso de novo, como na noite passada. Algumas pessoas olhavam em nossa direção, mas ignoravamos isso.

A rua estava cheia, os barulhos dos carros faziam estalos altos, o caminho dali até a casa de KyungSoo não era longe, então rapidamente chegamos.

Ainda estávamos em pleno silêncio, e não sabia se seria bom quebra-lo ou continuar assim. Já que sempre que tentávamos conversar gerava alguma briga.

Assim que Kyung abriu a porta entrei em sua casa na companhia dele, na verdade minha intenção era deixa- lo aqui e ir embora, mas acabei fazendo o contrário.

Soo tirou o casaco que vestia e jogou sobre o sofá que havia na sala, me sentei ali e ele se sentou sobre o chão. O silêncio nessa altura já estava constrangedor e eu tive vontade de gritar algo qualquer só para puxar assunto.

Arregalei meus olhos ao ver que Kyung estava tirando aquele saco de seu bolso e jogando o pozinho sobre sua mesa de centro. A enfermeira praticante acabou de alertar ele sobre isso, mas pelo visto Soo não deu a mínima.

Eu não pensei em fazer ele parar, afinal era a vida dele, sendo assim o mesmo tinha consciência de seus atos. Ele sugava todo o resíduo que tinha naquela mesa, podia notar um certo brilho em seus olhos quando o mesmo se virava para trás e me olhava. Transmitiam uma certa luxúria e prazer por fazer aquilo.

Kyung já tinha usado metade da droga que tinha ali, e ainda queria mais. Não devia deixa - lo continuar, afinal o alto consumo disso poderia gerar algo ainda mais grave. E ele já nem estava mais no seu estado comum.

— Kyung, não acha que já chega? —Me levanto e me sento ao lado dele, mantendo nossos olhares fixados.

Seu olhar nesse momento estava ainda mais profundo, transmitindo coisas incapazes de descobrir.

— Pelo amor, não venha dar uma de "meus pais" agora. — Ele disse fazendo aspas com seus dedos.

— Você parece eles, quando estavam vivos. Vivam me repreendendo. — Um sorriso assustador estampou o rosto dele.

— Eu só quero te ajudar e acredito que seus pais também queriam. — Soo estava tratando da morte de seus pais como um nada.

— Se eu quisesse alguma ajuda pediria. E outra não me livrei dos meus pais a toa. —  Arregalei meus olhos com o que ele dizia.

—Como assim "me livro de meus pais"? — Perguntei nitidamente preocupado com a resposta que ele iria dar.

— Não se faça de bobo, JongIn, você entendeu o que eu disse. Mas já que quer saber direito, vamos lá: EU MATEI MEUS PAIS.

Naquele exato momento estava sem palavras, não conseguia acreditar no que ele disse. Ou melhor, eu não queria acreditar.

— Kyung, você se drogou demais e nem sabe o que está falando. — Disse soltando um suspiro baixinho.

— Você acha que KyungLee me odeia por quê?! Por quebrar a roda de seu carrinho que não seria. — A cada palavra me sentia ainda mais intimidado com a situação e de alguma forma ligado à ele por Soo estar contando essas coisas para mim. — Eu destruí a vida de meus pais, de KyungLee e a minha, tcharam! — Ele fez o barulho como se estivesse fazendo algum passe de mágica.

Seria tudo muito assustador, se no olhar dele não se encontrasse um mar de lágrimas, as ondas de seus olhos lutavam para sair e ele lutava contra isso.

Agora eu entendia o motivo de KyungLee ter tanto rancor de seu irmão, mas no momento só me preocupava com oque se passava na cabeça do garoto a minha frente.

— Vá em frente, diga alguma coisa, pode me chamar se idiota, assassino, rude, afinal eu sou tudo isso. — Não podia negar que estava a fim de dizer tudo Isso para ele, mas eu notava que de qualquer maneira ele se arrependia do que fez.

— Eu não vou te dizer nada disso, realmente sinto muito por tudo que aconteceu. — Mordo meu lábio como sempre fazia em momentos de nervosismo. — Eu sei que sentir muito não vai fazer com que nada disso se apague de sua memória...

— Isso nunca vai se apagar de minha memória, isso irá sempre me consumir. — Havia um certo desespero no tom de voz dele.

—Você já pensou na possibilidade de tudo isso não ser culpa sua? — Falo piscando pesadamente, sentia uma dor dentro de mim inexplicável.

Eu queria muito ajuda-lo, mas a questão era legal: Ele queria minha ajuda?

— Essa possibilidade não existe, fui eu que apertei o gatilho e não outra pessoa, você não entende! — As mãos trêmulas dele estavam sobre suas pernas, o seu olhar negro e profundo parecia perder seu brilho.

— Então me explica. — Peguei nas mãos dele e segurei firme.

—Okay.. — Ele suspirou e começou a me contar toda a história.

POV KYUNGSOO

FLASHBACK ON

Era uma noite fria, já era em torno de meia-noite, apenas a luz da lua iluminava o caminho que eu seguia. Já fazia muito dias que não chegava em casa cedo, se brincar até meses. Mas eu não me importava com nada disso, meu desejo era apenas ser livre e seguir todos os meus instintos.

Meus pais como sempre queriam me manter preso em casa, segundo eles eu devia ser como meu querido irmão - sinta a ironia - devia ser estudioso para ser alguém da vida.

Já estava cansado deles se intrometendo em minha vida, já sei muito bem o que eu quero fazer e não preciso de ninguém me dando ordens.

Nesta noite em especial tinha justamente brigado com eles, segundo eles um filho que usa drogas ou tem amigos do tipo não podem ficarem sua casa, eles não me expulsaram diretamente, mas deram a entender.

Porém isso não foi a primeira vez que aconteceu, não era à primeira vez que eles queriam me controlar, eu estava tentando ignorar, mas já não sabia mais como fazer isso.

_"Você é um imprestável mesmo"_

Balanço minha cabeça rindo, já tinha um grande teor de drogas e bebidas no meu sangue, não tinha consciência de meus atos e eu estava totalmente fora de meu estado de consciência. Sentia que não podia controlar nada do que fazia, era como se a droga estivesse se possuindo totalmente de mim.

— Finalmente você chegou. — A voz de Kihyn ecoou sobre meus ouvidos.

—Como se minha presença importasse para alguma coisa. — Disse rindo e ele riu junto a mim.

— Tanto faz, por que demorou? — Me sentei na ponta da frente do carro e apoiei minhas mãos ali.

— Meus pais não queriam deixar eu sair. — Reviro meus olhos.

— Eu já disse o que você deve fazer, daqui uns dias eles não vão deixar você fazer mais nada. — Kihyn disse e pegou em minha mão entregando ali uma arma.

— Eu não vou fazer isso... — Disse revirando meus olhos, minhas veias pulsavam forte só de pensar na idéia.

— Então você vai continuar sendo rebaixado por eles. Vocês sabe muito bem que eles não te amam, que o único que tem carinho na sua casa é KyungLee, e sabe principalmente que sua mãe já cogitou na idéia de te levar para um internato.

Todas aquelas palavras vieram afiadas sobre mim, como lâminas que cortavam todo meu ser. Ele tinha razão, talvez eu tivesse que fazer isso mesmo..

— Se você precisa de coragem aqui está. — Ele coloca algo em minha mão. Não era das drogas comuns que sempre usava, essa era diferente. —Para de ser fraco Soo, anda logo.

Peguei o pó que ele entregou e usei tudo que estava ali, sentia uma sensação estranha dentro de mim, minha cabeça estava rodando forte e meus pés cambaleando. Fora tudo rápido demais. Minha respiração estava ofegante e eu não me sentia impotente.

— Vamos acabar logo com isso então.

— Assim que se fala.

Entramos no carro e minutos depois já estávamos em frente a minha casa, Kihyn ficaria no carro observando se alguém viria e eu faria o que a vontade desse novo Kyung quisesse.

Entrei em minha casa segurando aquele objeto preto em minha mão, sabia o modo básico de usar aquilo, então não teria dificuldades. Coloquei sobre minha cintura e olhei tudo ao redor, tropecei em meus próprios pés e quase acabei caindo, porém consegui me equilibrar sobre a estante.

— Quem está aí? — Era a voz de meu pai. — Ah, é você. — Ele disse me olhando com desprezo.

Sentia meu sangue ferver com aquele olhar de nojo sobre mim, ele sempre me tratou com desprezo e agora não seria muito diferente.

— Eu não quero você nesse estado na minha casa. — Minha mãe apareceu nas escadas e ficou ao lado do homem que eu chamava de pai, mas eu não sabia se ele merecia esse nome.

— Não se preocupe que hoje é a última vez que vamos nos ver.

Não esperei eles dizerem nada, peguei a arma em minha cintura e apertei o gatilho de uma voz, mirando primeiramente na direção de meu pai. Minhas mãos estavam trêmulas, mas eu sabia que o tiro foi certeiro, pois ele sangrava muito.

— O QUE VOCÊ FEZ ? VOCÊ É UM MONSTRO!!! — Minha mãe gritava em meios ao choro.

— Vou completar meu trabalho então. — Então mais um disparo foi feito, o corpo dela estava ao chão ao lado do homem que todos acham se amar.

Minha testa escorriam gotas de suor, a arma que estava em minha mão, caiu ao chão, toda aquela cena se gravou em minha mente.

— Eu não acredito que você foi capaz de fazer isso, mesmo ele te dando todo o amor, você destruiu ambas das vidas. — Me assustei com a voz de Lee.

—VOCÊ NÃO SABE DE NADA! — Gritei irritado.

— Agora eu sei de tudo. Se eu fosse você fugiria daqui a polícia não vai demorar muito para chegar. — Arregalei meus olhos com um certo medo presente naquela situação.

Não dei uma resposta para ele, apenas sai correndo para o mais longe que consegui ir dali.

Porém mesmo chegando a milhões de quilômetros de distância, todo esse peso estaria na minhas costas e as imagens do sangue naquela sala ficariam pregadas em minha mente.

FLASHBACK OFF

— Foi isso... — Terminei de contar a história para Kai. Ele se encontrava chorando e eu estava na mesma situação, relembrar disso não é nada agradável. Conviver com isso é pior ainda.

Eu queria dizer que mesmo não tendo meus pais pegando no meu pé, eu estou bem hoje em dia. Mas eu não estava, e talvez nunca estarei.

Nossos atos sempre serão impagáveis, nossas ações sempre irão fazer de nos quem realmente somos e naquela noite minha mãe realmente tinha razão. Eu sou um monstro.

— Kyung, você mesmo disse que não tinha noção de seus atos. Aquela droga que seu amigo lhe ofereceu tirou você de si. A culpa não é exclusivamente sua. — JongIn dizia, sua voz estava totalmente abafada por conta do choro.

— Eu podia não ter apertado o gatilho. Eu podia, mas eu fiz uma escolha e isso não vai ser mudado. — Solto um suspiro pesado e abaixo meu olhar para o chão.

— Você PODIA sim, podia se estivesse sendo você naquele momento, se tivesse em seu estado culto. — Ele dizia tudo convicto. — Mas voz não estava, então não pode se culpar por isso.

— Você diz isso apenas para eu me sentir melhor, mas no fundo sabe que a culpa é minha. — Mordo meu lábio.

Meu corpo ainda estava dolorido por conta do acidente, mas eu podia aguentar isso, essas dores físicas não se comparavam as dores psicológicas.

Mesmo se eu tentar sorrir agora, não consigo. Lembro que eu estou quebrado, meu coração está quebrado.

— Você precisa confiar mais nas pessoas Kyung, precisa confiar mais em si. — O dedo polegar de Kai acariciava minha mão. Sentia uma sensação de apoio naquele momento, algo que eu nunca tive.

— Minhas relações com as pessoas sempre foram  muito distantes, e não consigo confiar em ninguém, muito menos em mim mesmo. — Fecho meus olhos pela milésima vez do dia.

— Então você me contou essa história sem confiar em mim? Mesmo sabendo que eu poderia te denunciar? — Ele me pergunta franzindo o cenho.

De alguma maneira ele havia me deixado sem resposta, o que era raro já que eu sempre tinha uma resposta na ponta da língua.

— Bem, talvez você seja uma exceção. — Digo dando de ombros e soltando um grunhido em seguida.

— Você me disse que talvez nunca são bons. — Ele solta uma risada. Reviro meus olhos pelo fato dele estar usando minhas frases contra mim.

— "Então considera isso como uma certeza." — Faço uma voz mais fina.

— Hey! Eu nem falo assim. Minha voz é mais grossa que a sua. — Um sorriso se mantinha no rosto dele, fazendo com que seus olhos se fechassem e pequenos riscos surgissem nos cantos de seus olhos. Afinal, por que estava notando esses detalhes nele?

— Só sua voz mesmo. — Abro um sorriso perverso e logo recebo um tapa em minha perna.

Era engraçado como o clima mudou de tenso para um clima de humor. Isso é bom, já que me fazia esquecer daqueles acontecimentos, mesmo que por momentos.

— Eu acho que já vou indo. Antes que fique tarde. — Kai de levanta e eu faço o mesmo.

— E eu vou tomar um banho, a gente se vê, JongIn. — Abro um pequeno sorriso.

— Até mais, KyungSoo. — Ele retribui o sorriso e me assusto quando ele vem em minha direção me abraçando.

Envolvo meus braços ao redor dele de um modo desajeitado, já que não sou acostumado a abraçar nem ser abraçado por alguém.

— Fico feliz em saber que você confia em mim. — Ele sussurrou próximo aos meus lábios e fechei meus olhos ao sentir nossas bocas se tocarem.

— Você não devia fazer essas coisas  Kai. — Digo bufando baixinho por ele ter se afastando.

— Não devia mesmo, vou embora para não acabar fazendo coisas piores então.

Ele me dá um selinho rápido e então vai até a porta acenando com suas mãos, em seguida some de minha vida.

Não nego que tive vontade de sair atrás dele e fazer com que "as coisas piores" acontecessem. Mas de qualquer maneira ele já havia indo embora e meu orgulho era alto demais.

Caminho até a porta e fecho rapidamente, caminho até meu quarto e separo uma roupa qualquer ali. Depois de um longo banho, me deito em minha cama que muito ao contrário da cama do hospital, ela era confortável.

Meus pensamentos estavam focados no momento em que aquele carro veio em minha direção, não foi possível ver o rosto de quem era, mas eu tinha a sensação de que o acidente não foi algo sem querer e tinha principalmente a sensação de que essa pessoa iria voltar.

Se dissesse isso para alguém provavelmente iria dizer que estou louco, mas normalmente os loucos são as pessoas que mais enxergam a verdade no mundo. Sendo assim ser um louco de alguma maneira é bom.

Balanço minha cabeça afastando tudo o que pensava naquele momento, precisava finalmente dormir em paz, ou pelo menos tentar, já que o dia fora bem agitado. Não pensei que contaria a Kai sobre o motivo de eu e KyungLee não nos darmos bem, e sinceramente achava que ele iria me julgar e ficar com muita raiva de mim, porém sua reação foi totalmente outra. E de algum modo foi bom não ter ganhado o ódio dele sobre mim e principalmente poder desabafar sobre algo que vem me sufocando a anos.


Notas Finais


....

Apenas isso.

Te amo vocês.

Kisses 💙


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