História Toy 》 KaiSoo - I Love You

Kai Pov

Algumas semanas já haviam se passados, eu e KyungSoo ficamos cada vez mais próximos, as coisas finalmente haviam se ajeitado e estavam seguindo da maneira correta, como eu sempre esperei. Agora minha história seria escrita sem mais demandas e coisas ruins para atrapalhar, pelo menos esse era o esperado. Kyung ainda não havia dito aquelas três palavras que eu tanto desejava ouvir, mas eu sabia que esse ato era um passo muito grande para ele, já que o tal não era acostumado com relações sérias, então eu esperaria paciente.

Felizmente arranjei um novo trabalho, era uma joalheria assim como antes, o salário não era o melhor, porém era o suficiente para mim. O estabelecimento se encontrava no centro de Seul sendo assim o movimento ali era grande. Dentre ali havia feito algumas amizades, uma delas era Baekhyun, cujo garoto descobri que era "ficante" de uns dos amigos de Soo. Na realidade não era um amigo qualquer, era o mesmo que me parou em beco naquela noite em que Kyung me ajudou. Eu não tinha mais  rancor dele, mas de qualquer maneira não queria ChanYeol perto de mim.

Depois do dia em que fui demitido da loja de Jihyun, não vi ele nunca mais, provavelmente arranjou alguém novo para trabalhar consigo. Sehun iria ser internado para tratar seus problemas de dupla personalidade, realmente ficava feliz por ele, afinal essa era uma das únicas maneiras dele consertar sua vida e não machucar ninguém igual machucava seu tio. Ele deixou bem claro que realmente gostava de mim, porém nesse tempo que estivesse fora seus sentimentos iriam se ajeitar e quem sabe ele encontrasse alguém que o fizesse feliz, assim como Soo me fazia.

Senti meu celular tocar e logo notei que havia uma mensagem de Kyung ali, abri a mesma e li rapidamente seu aviso.

Soo: Nos vemos daqui a pouco, certo?

Eu: Creio que sim.

Soo: Eu tenho uma surpresa para você.

Eu: Nha!! Você sabe que eu odeio ficar curioso.

Soo: Faltam pouco tempo, você aguenta. Agora vou terminar tudo aqui.

Um grande sorriso se estampava em meu rosto, ele sempre me causava isso, mesmo não estando ao meu lado pessoalmente. Fazia com que meu coração palpitasse rápido de modo que nem eu pudesse acompanhar seu ritmo, e isso também nem era possível. Estava ansioso para saber o que seria essa tal surpresa. Hoje não trabalharia, então meu dia seria totalmente livre, porém não tinha nada em mente sobre o que iria fazer.

Fui tirado de meus pensamentos quando escutei toques sobre a porta, me levantei com cautela e fui até a porta para ver quem seria. Puxei a maçaneta devagar e logo me deparei com Sehun.

— Olá. — Falei sorrindo já que ele não havia se pronunciado.

— Oi, bem, meu tio estava arrumando as coisas lá na loja já que ele vai se mudar daqui, então ele achou uma fita das câmeras na noite daquele assalto. Lembra? — Ele disse calmo e eu assenti com minha cabeça. — Na verdade a câmera que capturou as imagens foram da loja vizinha, já que na noite do assalto a câmera da loja foi desativada.

— Ah, eu quero sim. Apesar de tudo estar resolvido eu quero saber quem foi os garotos daquela noite. — Digo rindo dando de ombros. Ele entregou uma fita em minhas mãos e eu deixei sobre a cômoda ao lado da porta

— Então toma, eu ainda não vi, mas assim que você ver pode me entregar? Assim eu também vejo. — Sehun dizia com um belo sorriso em seu rosto. Ele parecia um pouco empolgado. — Bom, agora eu tenho que terminar de arrumar minhas malas, amanhã cedo saio de viagem.

— Muito obrigado, eu irei ver e lhe entrego em seguida. — Falo simples, porém sem transmitir algum tipo de arrogância na simplicidade. — Eu espero que você fique bem logo.

— Eu também espero. — Ele diz rindo e antes demais alguma coisa me puxa para um abraço, suas mãos envolveram meu corpo e eu fiz o mesmo consigo. — Foi bom te conhecer, JongIn.

— Não fala assim até parece que não vamos nos ver nunca mais. — Disse sorrindo pequeno enquanto afastava o abraço.

— Nunca se sabe né. — Ele dá de ombros.

— Mas de qualquer maneira você sabe aonde eu estou. Até, Sehun. — Aceno com minha mão enquanto ele se afastava.

Assim que ele sumiu de minha vista fechei a porta e peguei a fita em cima da estante e caminhei até a televisão. Estava curioso para ver as imagens gravadas ali, apesar de isso não interferir em nada na minha vida. Provavelmente as pessoas que roubaram a loja naquela noite já estavam longe agora, então nada poderia ser feito.

Liguei o processador de fitas e coloquei a mesma para rodar, de início mostrava apenas a rua e algumas pessoas que passavam por ali, nenhuma delas demonstravam algum interesse na loja. Me ajeitei no sofá e logo notei que alguém entrou na joalheria, era exatamente aquele garoto que eu atendi na hora do assalto, me lembrava complemente do rosto dele, e a câmera fazia questão de estar focada ali. Em seguida mais uma pessoa estava parada em frente a loja, ele olhava para todos a procura de algo, primeiramente só era notável os cabelos pretos e uma silhueta pequena, pressionei meus olhos para tentar enxergar melhor quem seria, porém não mostrava o rosto da pessoa, claramente era a quem roubou tudo enquanto eu estava enrolado.

De repente o rosto do cujo apareceu, meus olhos na hora se arregalaram e minhas mãos ficaram levemente trêmulas, aquele garoto que eu estava vendo era KyungSoo. Ele nunca havia me dito sobre ter assaltado lá, e eu realmente não esperava que fosse ele naquela noite.

Continuei a ver a fita para concluir se realmente estava certo, e assim aconteceu. Logo vi Soo e o garoto saindo correndo com os objetos em suas mãos. Agora tudo realmente fazia sentido, aquele anel que Soo usava de caveira era o mesmo que roubaram da loja, quando perguntei sobre o anel ele havia ficado um pouco tenso com a situação.

Sentia uma raiva queimar sobre meu corpo, e algumas gotas de lágrimas brotar sobre meus olhos. Não estava assim somente pelo fato dele ter roubado a loja, mas principalmente por ter mentido a mim, e ter escondido isso por tanto tempo. Peguei o vaso ao meu lado tacando o mesmo sobre o chão, talvez estivesse crescendo uma raiva maior que o esperando dentro de mim, mas tudo era questão de confiança, e a que tinha nele parecia ter se despedaçado, igual ao vaso quebrado ao chão.

Começos doces nunca permanecem, toda aquela vontade de ver Soo havia desaparecido, agora só sentia rancor dentro de mim, uma raiva exasperada que emanava por todo meu corpo, podia estar fazendo uma tempestade em copo d'agua, mas ele havia sido muito egoísta por não dizer nada. E descobrir as coisas sozinho sempre é a pior maneira.

Ouvi a porta ser aberta já até imaginava quem era - sim, só tinha as chaves de minha casa - passei minhas mãos rapidamente pelas lágrimas de meu rosto e olhei na direção dele, que se mantinha sorridente. Mal sabia que esse sorriso iria acabar daqui a pouco.

— Está tudo bem? — Ele disse com uma expressão preocupado, logo Kyung olhou na direção da televisão que estava nitidamente pausado em seu rosto. — E-eu posso explicar...

— Maravilhoso! Pode começar então. — Falei com deboche em minha voz. — Até quando você iria esconder isso de mim?

— Eu não sabia como te contar isso, e sabia que se falasse você ficaria com raiva de mim. — Soo se aproximou de mim porém eu andei para trás.

— "Tem vários anéis desse por Seul" — Imitei a voz dele soltando uma risada. — Ah, claro né. E esconder isso de mim era a melhor saída.

— Mas que droga, Kai ! Pare de ser exagerado. — KyungSoo soltou um suspiro pesado e passou suas mãos pelos fios de cabelos, que só agora notei que estavam avermelhados, aquela cor realmente ficava bonito nele, porém não podia perder meu foco, sabia que me amolecia fácil e dessa vez tem que ser diferente para ele aprender.

— Eu estou exagerando? Você gostaria que eu mentisse para você? — Minha voz estava um pouco fora de si, mas eu não me importava com isso, muito menos se algum vizinho iria escutar.

— Claro que não, mas a situação aqui é diferente. — Soo dizia como se não fosse nada demais. Por que eu não consigo ver nenhuma emoção em si? Seus olhos são como vidro. Não se sabe se eles escondem sinceridade ou mistério.

— Diferente só por que o culpado da situação é você? Pare de ser egoísta pelo menos um momento de sua vida e enxergue seus erros. — Andava de um lado para o outro na tentativa de não fazer qualquer besteira.

— Quem está sendo egoísta aqui é você, eu não sou obrigado a contar nada, até porque isso já faz muito tempo. — Ele parecia tão alterado quanto eu, porém não se importava em dizer qualquer besteira.

— Ah, ótimo então, você quer que temos algo sério ao meio de um monte de mentiras? — Era notável uma certa mágoa sobre minha voz.

— E desde quando disse que teríamos algo sério? — Ele pareceu assustado com suas próprias palavras, meus olhos estavam arregalados e meu coração parecia ter levado uma estaca sobre ele. — Não foi isso que eu quis dizer, me desculpe.

Antes que eu pudesse dizer qualquer coisa lágrimas extensas escorreram sobre meu rosto sem minha permissão, aquelas palavras haviam me machucado mais do que qualquer coisa que eu pudesse imaginar. Eu queria que tudo fosse um sonho. Todas as mentiras que ele me disse, talvez amar ele fosse um pecado. Senti duas mãos sobre minhas bochechas então logo empurrei ele.

— Se realmente não foi isso que quis dizer, por que disse afinal? — Revirei meus olhos enquanto tentava cessar as lágrimas constantes. — Você realmente nunca pensa no que diz.

— Eu apenas disse da boca para fora, você não percebe que eu realmente gosto de você? Isso ainda não está nítido? — Ele segurou minha mão com firmeza e a sua outra mão limpava minhas lágrimas. Por mais que tivesse sinceridade em sua voz eu não conseguia acreditar depois do que ele disse.

— Não é questão de nitidez, Soo. — Digo num tom baixo. — Você sempre diz as coisas da boca para fora, você sempre diz arrepende depois.

— Eu sei que eu errei dizendo aquilo e escondendo sobre o assalto daquela vez. O meu antigo eu era muito egoísta, apenas se preocupando comigo mesmo, sim. Eu era muito tolo para entender seu coração, mas o eu de agora está mudando todos os dias por causa de você. Por causa do amor que você me dá. — Ele mordia seus lábios por nervosismo e eu me identificava com isso. — O que eu disse naquela noite não era dá boca para fora, eu realmente quero ser alguém que mantenha acesa suas chamas para mim ficsr aquecido, eu realmente quero ser alguém melhor para você.

Meu coração palpitava forte, entregando todas as sensações do momento. Aquilo realmente não estava sendo da boca para fora? Eu podia entregar minha confiança nele? Minha mente dizia não, meu coração dizia sim. Eu resolvi seguir meu coração.

— Você acha que eu realmente estou dizendo da boca para fora né? — Kyung disse e eu não podia mentir então   assenti com minha cabeça. — Você lembra que eu disse que teria uma surpresa, certo?

— S-sim. — Falei um tanto nervoso.

Suas mãos estavam no bolso da jaqueta que vestia, logo em seguida havia uma pequena caixinha preta sobre sua mão, eu não estava acreditando naquilo que eu estava vendo, minhas mãos insistiam em tremer e meu coração balançar forte.

— Eu queria fazer tudo isso de uma forma romântica e tudo mais, porém eu não sirvo para isso, eu pensei em diversas coisas para te agradar, mas nunca conseguia colocar em ação. — Ele passava sua mão sobre o veludo que compunha a caixa. — Eu poderia te dizer milhões de palavras embaraçosas dizendo tudo o que eu sinto, eu poderia ficar aqui até amanhã dizendo tudo o que eu amo em você. Mas eu só quero dizer três simples palavras que até então não tive coragem de dizer. Eu te amo, JongIn. Eu quero que você fique ao meu lado até se cansar se mim, se cansar de meus toques e de meus beijos sem fim.

Eu iria dizer algo porém ele me interrompeu colocando seus dedos sobre meus lábios, eu voltava a chorar, porém eram lágrimas de felicidade que percorriam meu corpo me deixando um tanto feliz.

— Eu quero que você brilhe em mim nessa imensa escuridão, eu quero que você resplandeça e ofusque qualquer outra luz que queira tomar meu coração. Assim como eu farei a mesma coisa. Meu coração nunca te deixará ou se esquecer de você nem por um momento. Eu sempre estarei aqui para lhe fortalecer. O seu amor foi como uma gota de chuva, que me molha e trouxe um resfriado, porém eu não achei a cura para este resfriado e nem desejo achar. Eu acho que já disse tudo o que devia, mas a parte principal vem agora, JongIn você aceita namorar comigo?

 Minha cabeça estava rodando como um carrossel, meu coração vacilava repetidamente, as lágrimas que escorriam por minhas bochechas rosadas eram secadas por KyungSoo, eu não esperava ouvir tudo aquilo, pelo menos não neste dia. Eu não negaria que isso era tudo o que eu também sentia por ele, na realidade nem seria louco de negar tal coisa.

— É claro que eu aceito, Soo. — Disse estampando um sorriso sobre meu rosto úmido. — Eu sempre estarei aqui ao seu lado sendo uma lanterna iluminando seu caminho, porém essa luz nunca será forte para que te deixe cego, será todo o necessário para que você possamos seguir nossas vidas. Dentre tantas estrelas, você será o único. O único que eu quero compartilhar minha vida. — Disse sorrindo e respirando ofegante.

 Soo colocou rapidamente o anel que estava dentro da caixa sobre meu dedo, era algo simples, porém perfeito. As pequenas pedras compostas neles brilhavam sobre minha mão, peguei o outro anel e levei até seu dedo fazendo o mesmo que ele fez em mim. Aquela combinação definitivamente era perfeita.

Envolvi meus braços ao seu redor o abraçando forte, sua respiração quente batia contra meu pescoço me causando arrepios, era um abraço apaixonado e cheio de sentimentos. Assim como o beijo que se instalou entre nós dois naquele instantes, nossas línguas se moviam lentamente em um ato mínimo e repleto. O gosto de menta que seus lábios tinham viraram o meu preferido, o seu perfume era como uma droga para mim me fazendo ficar viciado. Dentre tantos problemas que encontramos nesta jornada, eles no final foram a solução de tudo. Se me dissessem a meses atrás que aquele garoto que encontrei em um café seria o amor de minha vida eu nunca acreditaria. Mas aqui estava eu, totalmente entregue a Do KyungSoo. Nós somos linhas paralelas, vamos na mesma direção, mas somos diferentes. As nossas diferenças fez com que se atraíssemos e no final de tudo ficássemos juntos, se tivesse que passar por tudo novamente assim seria, e nem em outra vida eu reclamaria por isso. Afinal, eu o amo.