História Toy 》 KaiSoo - Brothers?!

Kai  POV

Por mais que eu já estivesse saído da casa de Kyung, toda a adrenalina do momento em que nós estávamos se beijando ainda percorria por meu corpo, aquilo de alguma forma parecia ser errado, mas era tão bom. Agora eu concordava com aquela frase "O proibido é mais gostoso".

Mas de uma coisa eu sabia, o proibido pode ser perigoso.

Estava caminhando pela rua, com uma certa pressa. SeHun havia dito que o tio dele estava disposto a não me mandar embora, apesar do acontecimento. Eu havia ficado muito feliz com essa notícia, afinal não é todo mundo que tem essa sorte que eu estou tendo, pelo menos por enquanto.

Assim que chego no edifício, subo as escadas correndo, tinha uma movimentação no corredor, apesar de ser tarde, provavelmente havia algum morador novo. Procuro pelo apartamento 220, o qual Sehun havia dito que era o seu. Toco a campainha três vezes e coloco minhas mãos no bolso esperando com que ele atenda rapidamente a porta, o que logo é feito.

— Olá, Kai. — Sehun diz sorridente e eu retribuo o sorriso.

— Oi, Sehun. — Falo ainda com o sorriso no rosto e logo ele manda ele entrar, e faço isso.

A casa dele era muito diferente em comparação a minha, aqui muitas coisas tinham um tom escuro, já a minha era mais colorida.

— Então, amanhã você continua no trabalho. — Ele diz enquanto senta no sofá e eu me sento ao seu lado.

— Obrigado, de verdade, não sei o que faria se você não tivesse me ajudado muito menos uma forma de agradecer. — Falo sendo sincero.

— Não precisa agradecer. Ou melhor, tem uma coisa que você poderia fazer. — Ele diz sorrindo sacana e por um momento fiquei com medo do que seria essa coisa.

— O-o que? — Reviro meus olhos por ter gaguejando, mas tento manter minha pose.

— Sério mesmo que você ainda não percebeu? — Sehun parecia se divertir com tudo isso.

Logo meu corpo começou a vibrar e senti um revira-volta dentro de mim, me causando alguns arrepios, o efeito começava a surtir forte em mim.

— E-eu não sei! — Solto uma risada por conta de nervosismo. A minutos atrás eu estava todo em êxtase com KyungSoo, agora estava nervoso.

— Deixa que eu te mostro então.

Antes que eu pudesse dizer algo, sinto meu braço ser puxado com força e Sehun logo gruda nossos lábios, sentia o gosto de alguma bebida alcoólica me invadir, por instinto acabo retribuindo o beijo e deixando com que ele incendiasse nós dois. Minha mente dizia não, meu corpo dizia sim.

Logo sinto as mãos de Sehun puxar minha blusa e tento fazer com que ele pare.

— Sehun, não... — Minha voz sai um pouco falha e me levanto me afastando quando sinto ele apertar minha cintura.

Podia perceber pelo olhar dele uma certa fúria por conta de eu ter me afastado.

— Qual é, Kai?! — Seu tom de voz era de irritado.

— Eu que pergunto. — Falo no mesmo tom que ele. Talvez ele estivesse assim por conta da bebida.

— Tá bom, JongIn! Vai embora antes que eu fique mais irritado. — Sehun caminha até a porta e abre a mesma.

— Tudo bem. — Digo mais calmo e passo pela porta e logo escuto um barulho forte ecoar por conta da força que Sehun havia fechado ela.

  Reviro os olhos suspirando alto e saio andando pelo corredor rumo a meu apartamento. Não esperava esse lado dele, mas como havia dito, devia ser a bebida que deixou o mesmo tão alterado.

  Olho para o chão caminhando com minha mão em meu bolso, ainda faltava descer alguns degraus já que Sehun morava no último andar e eu quase no começo. Assim que chego no corredor vejo que havia algumas caixas por ali e franzi o cenho perdido. Logo vejo um garoto de costas pegando a caixa e caminho até ele para ver se o mesmo precisava de ajuda.

— Hm. Oi. Você precisa de ajuda? — Pergunto um pouco desajeitado para o garoto que ainda estava de costas.

— Não precisa não, já estou terminando. Mas obrigado mesmo assim. —  Ele diz e quando o mesmo se vira, meu coração dispara e meus olhos se arregalam. Como assim?

Eu só podia estar vendo coisas, não era possível, esfrego meus olhos para ver se não era delírio de minha mente, a mesma pessoa estava ali.

Kyungsoo? 

Mas ele estava tão diferente e de olhos azuis.

— Hm, de nada. —  Digo um pouco nervoso, ele parecia não perceber que era eu.

— Mas afinal como é seu nome? —  Ele começa a caminhar e diz para mim seguir ele, o que logo eu faço. A casa estava rodeada de caixas e algumas coisas pareciam já ter ganhado um conto no ambiente.

— Sou JongIn, mas me chame de Kai se preferir. Você é o K...—  Antes que eu pudesse terminar de falar algo ele me cortou.

— Prazer, JongIn. Eu sou, KyungLee. — Ele diz sorrindo e estende a mão.

Não era KyungSoo. Era um irmão...

Gêmeo?

— Prazer, KyungLee. — Falo ainda um pouco desajeitado por conta da situação.

— Quer comer algo? — KyungLee pergunta franzindo o cenho e eu faço que não com a cabeça. —  Ah, qual é Kai? Não seja tímido.

— Tudo bem. Eu quero um pouco de água então. — Digo rindo baixinho.

Deveria contar que conheço o irmão dele? Eles são irmãos. Bom, isso era o que eu resumia, afinal não tem como duas pessoas serem iguais por nada. Mas apesar da aparência ser a mesma,  as personalidades eram diferentes, mesmo estando com KyungLee a poucos minutos já pude perceber isso.

— Okay, já volto com algo para comermos. — KyungLee vai até a cozinha e eu olho ao redor. Logo meus olhos vão até umas fotografias na estante. Caminho até ali vendo as imagens.

Em uma delas estavam duas pessoas mais velhas que provavelmente eram os pais deles, na outra haviam uma foto em família e na última duas crianças brincando em um balanço. Duas crianças idênticas. KyungLee e KyungSoo.

Se fosse olhar pela imagem a única diferença seria os olhos por conta da cor.

— O que você está fazendo? — Escuto a voz de KyungLee e dou um pulo por conta do susto.

— Ai! Me desculpe, estava vendo essas fotografias. —  digo sorrindo desajeitado.

— Tudo bem. É só minha família, ou pelo menos era. —  Ele fala o final em um tom de sussurro.

— Como assim "era"? — Não queria parecer intrometido, mas já estava sendo.

— Não é nada, vamos esquecer isso. Prefiro não comentar. — Ele diz sorrindo fraco e eu assinto com a cabeça. —  Eu trouxe biscoito para nós comermos.

Ele estende e eu pego alguns logo comendo junto a KyungLee.

— Obrigado. —  Falo assim que termino de comer. —  Acho melhor eu ir indo. A gente se vê amanhã?

— Tudo bem, até amanhã então. —  Ele diz sorrindo e me puxa para um abraço, me surpreendo mas logo retribuo. — Tchau, Kai.

 Aceno para ele e saio da casa. Caminho em direção ao meu apartamento e assim que chego, vou direto tomar um banho, onde deixo com que a água aqueça meus músculos e me faça relaxar.

Me jogo na cama e fico pensando em todas as coisas que me aconteceram nesses últimos dias, foram tudo tão rápido que chegava ser difícil de processar.

Fugir. Emprego. KyungSoo. Sehun. Roubo. KyungLee...

Minha mente estava confusa e talvez umas horas de sono pudesse me ajudar e fora exatamente o que eu fiz.