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História Trapped (EM CORREÇÃO) - I'm Sorry


Escrita por: DoubleLover

Notas do Autor


Pessoal, desculpem mesmo pelo atraso! 😶 Estou me virando nos 30 para poder atualizar o mais breve possível, porém alguns problemas não estão me permitindo, espero que entendam 😟

Espero que gostem do capítulo :) Apreciem com moderação! 😍

~Darkness 😘

Capítulo 3 - I'm Sorry


Eu realmente tentava não me importar com o olhar triste de Jimin sempre que eu o tratava mal, pois apesar de eu tratá-lo daquela maneira, ele sempre sorria para mim, se importava comigo e me acordava para irmos para a escola. Mas fazia exatos dois dias que essas coisas não aconteciam.

Ele não me dava mais bom dia, ele sequer se prestava a me acordar para ir à escola - tanto que eu me atrasei duas vezes nesse tempo -, e apesar de esse ser o melhor para nós dois, eu não conseguia me acostumar com o desprezo de Jimin, mas me obriguei a retribuir da melhor forma que podia.

Eu me encontrava na aula extracurricular, me lembrando de ter visto Namjoon quase engolindo Jimin no fim da aula, me entristecia o fato de que ter atrapalhado o momento de ambos não tivesse esfriado as coisas, e mais uma vez me flagrei apertando as teclas do piano com força.

Eu queria muito que as coisas pudessem ser diferentes, queria que Jimin e eu pudéssemos obter a relação de anos atrás, mas a cada dia eu sentia aquele amor me consumindo - exatamente, amor -, quer dizer, se eu pensava 24 horas por dia nele era amor, certo? Pois bem.

Eu quase nunca conseguia me concentrar em outra coisa que não fosse Jimin, eu sempre pensava no melhor para ele, e o melhor para Jimin com certeza não era eu - obviamente -, pensar em coisas assim doíam tanto, mas tanto que após as melodias estridentes e melancólicas eu não fazia nada além de chorar. E assim eu estava.

O professor não confiava tanto em mim para eu ficar na sala de música até o anoitecer, portanto eu me levantei e peguei minha mochila em cima do piano, quase cuspindo meu coração no chão ao ver Jimin parado na porta da sala.

- Puta que pariu, Jimin! - grunhi, me virando de costas para ele e secando minhas lágrimas rapidamente. - Tá fazendo o que aí?!

- Você não apareceu, então... - me virei para ele de novo, o que o fez parar e franzir o cenho para mim. - Está chorando?

- Claro que não. - murmurei, irritado, indo a passos largos para a saída.

- Espera, por favor! - pediu, me fazendo parar no meio do caminho e me virar para encará-lo com ódio evidente nos olhos, mas ele não pareceu se importar e veio até mim. - Toma.

Era um barra de cereais de banana, eu odiava aquelas coisinhas, mas elas eram viciantes. A peguei da mão de Jimin e assenti com a cabeça, tentando não demonstrar o quão bem me senti com aquela atenção repentina.

- Pensei que as aulas extracurriculares fossem te deixar com fome, então... - ele se calou, seus lábios se transformaram numa linha fina e ele moveu a mão para tocar meu rosto, consequentemente me assustei. - Por que estava chorando, Hyung?

Eu deduzi que aquilo aconteceria. Jimin não era orgulhoso ao ponto de ficar o resto da vida me tratando com indiferença. Ele era tão bom... Me dava vontade de abraçá-lo, protegê-lo... Estar pensando aquilo na frente dele me fez querer chorar de novo, então eu tirei sua mão de meu rosto delicadamente enquanto murmurava:

- Eu só quero ir logo pra casa, Jimin.

Andei devagar o suficiente para escutar seu suspiro frustrado, mas foi o melhor, pois eu tinha certeza que se ficasse mais um segundo perto dele o abraçaria, choraria outra vez e despertaria ainda mais sua curiosidade. Eu não queria ter que responder o por quê de estar chorando para ele.

Minhas tardes se resumiam em fazer as lições de casa e das aulas extracurriculares, depois daquilo eu ficava de bobeira, apenas esperando dar seis horas para eu começar a fazer o jantar para quando mamãe chegasse.

Ela trabalhava do meio-dia às seis horas da tarde numa empresa bem sucedida, mas não nos mimava porque não queria que fôssemos completos idiotas - palavras dela. 

Minha mãe era um dos motivos pelos quais eu não me confessava para Jimin. Eu sabia que, como mais velho, devia dar uma boa nora e netos saudáveis a ela. Se ela soubesse que de tudo na minha vida eu preferia ficar com um garoto... Seria uma decepção e tanto.

Então eu me empenhava em fazê-la feliz, pois depois de papai ter morrido, tudo ficou mais difícil para ela. Seria mesmo difícil para qualquer mulher viúva com dois filhos debaixo do braço. 

Eu me lembrava vagamente do meu pai, eu era muito novo quando ele morreu, o que me permitiu não criar sentimentos fortes por ele, ao contrário de Jimin, que às vezes ia ao cemitério onde ele estava enterrado apenas para levar flores e até falar com ele. A ligação dele com nosso pai era uma coisa extraordinária apesar do fato de ele ter apenas três anos na data de sua morte.

Não nos cruzávamos muito em toda a tarde, pois ou Jimin estava com o infeliz do Namjoon fazendo coisas de namorados na sala - coisas das quais realmente preferia não ter pensamentos - ou estava dançando no quintal. Admito que às vezes via-o pela porta dos fundos realizando todos aqueles movimentos complexos com seu corpo tão perfeito...

O que você espera se torturando desse jeito?! Aish! - pensei, balançando a cabeça enquanto cortava a cenoura para pôr no Japchae.

Jimin estava tentando me ajudar - ele sempre tentava, mas quem mandava na cozinha era eu - pondo os talheres e os pratos na mesa. Não que eu o odiasse (bastante longe disso), mas estar no mesmo ambiente que ele era estranho, fazia meus pelos ficarem eriçados muito facilmente. Qualquer proximidade dele e eu cortava minha mão por me assustar - ou de propósito para sair daquele lugar.

- Aaai! - ouvi um grito vindo de trás de mim e respirei fundo antes de me virar, apenas para perder todo o fôlego novamente.

Jimin tinha caído no chão, mas não numa posição normal, indecentemente debruçado - vulgarmente de quatro - e sua expressão de dor fazia parecer que alguém tinha metido com força nele. 

Eu vou ficar louco... Posso me sentir enlouquecendo... - pensei, finalmente saindo do transe para ajudá-lo. 

- Jimin! Você é idiota?! O que houve? - perguntei, levantando-o pelo ombro e colocando-o sentado na cadeira afronte da mesa.

- E-Eu escorreguei nesse maldito tapete... - murmurou, mordendo o lábio de dor por eu ter pressionado seu joelho. - Tá doendo, Hyung...

- Deve ter sido porque Omma encerou o chão hoje. - disse, massageando seu joelho devagar, mas arrancando baixos gemidos dele. - Tente ficar quieto.

- Deixe assim, Hyung, você vai acabar deixando o macarrão do Japchae queimar... - disse Jimin, mas parou de falar quando eu o olhei profundamente nos olhos.

Longe de toda aquela tensão da queda, Jimin parecia ter nada além de vontade no olhar, vontade de que voltássemos a ser como antes, assim como eu queria. Ele desviou o olhar para o próprio joelho e estremeceu quando envolvi minha mão no osso da parte machucada, soltando um arfar tão baixo que eu quase não pude ouvir.

Toda aquela situação estava me deixando seguro do que eu queria fazer, estranhamente quente... Até que...

- Hyung! O macarrão, Hyung! - disse Jimin, e ambos fomos surpreendidos pelo barulho da porta sendo aberta.

- Hmmm! O cheirinho está bom, hein! - disse Omma, entrando em casa e jogando a bolsa no sofá, indo para a cozinha e nos encontrando sem mexermos um músculo logo após. - Olá, meus amores!

 

[...]
 

Omma ficou preocupada pela queda de Jimin, e apesar dos protestos dele, ela lhe fez uma atadura com uma gaze e um esparadrapo. Ela me ajudou a terminar o jantar mesmo estando cansada e contou tudo sobre seu dia, era interessante, mas haviam alguns termos que ela utilizava que simplesmente não entendíamos, portanto ríamos e continuávamos comendo.

- Aish! Não sabem como é cansativo quando trocamos de turno! Hoje eu subi tantas escadas que sequer vou pensar antes de desmaiar na cama! - disse ela, se afundando na cadeira e nos fazendo rir. - Espero que arrumem um emprego mais divertido que o meu.

- Talvez eu arranje um emprego de meio período antes de ir para a universidade. - disse Jimin, fazendo mamãe bater palmas e sorrir para ele.

- É assim que se começa, querido! Só espero que isso não o atrapalhe em curtir a adolescência. Não quero privá-lo de nada, quero que aproveite tudo como deve ser aproveitado. - disse mamãe, me fazendo bufar e começar a brincar com a comida do meu prato.

- Só espero que quando comece a trabalhar não fique faltando como nas aulas extracurriculares. - murmurei, recebendo os olhares deles sobre mim. Desespero e confusão nas expressões de ambos me fizeram pigarrear.

- Está falando do quê, filho? As aulas retornaram das férias de verão há pouco. - disse mamãe, puramente confusa.

- E ele não apareceu na segunda-feira. - eu disse, dando de ombros. - Adoraria saber por quê.

- Eu estava ajudando alguém com a lição de casa, não pude ir. - disse Jimin, corando por estar mentindo.

Mamãe não sabia que Jimin era homossexual, muito menos que namorava o nojento do Namjoon. Ele tinha quase o mesmo pensamento que eu sobre ela, mas ele achava que ela não aceitaria como a maioria das famílias coreanas faria. 

Eu não queria ser um filho da puta com ele, mas estava com tanta raiva que poderia cuspir tudo em cima do prato em que comia, mas não chegaria a tanto, disso tinha certeza.

- Então está tudo bem, filho. - disse mamãe, franzindo o cenho ao me ouvir rir com sarcasmo.

- E que ajuda, hein! - ri mais um pouco, bebendo um pouco de minha bebida e clareando a garganta antes de prosseguir: - O que eu quero dizer é que se tiver atitudes como essa num ambiente de trabalho, não permanecerá nele por bastante tempo por ser incompetente. Você não quer ser um inútil, quer?

A bomba estourou. 

Por que eu não calo a minha boca enquanto ainda dá tempo?! - pensei, me espancando por dentro ao ver a expressão negativa de Jimin.

Ele saiu da mesa à passos largos - mancando -, subindo as escadas para ir para o quarto, não ouviu os protestos de nossa mãe, apenas fechou a porta com força, assim como fechei meus olhos e suspirei.

- Yoongi, por que tratou seu irmão desta maneira? - perguntou minha mãe, me fazendo respirar fundo e olhá-la nos olhos.

Abri a boca várias vezes fazendo menção de falar, mas absolutamente nada saía. Até que por fim abaixei a cabeça e falei:

- Não sei. - passei a língua pelos lábios e senti a culpa pesar em minhas costas.

- Escuta, não é de hoje que noto você sendo frio com seu irmão, Yoongi. O que houve entre vocês dois? Sempre foram tão unidos. - ela disse, abrindo os braços para enfatizar seu desentendimento com meu comportamento.

Eu me apaixonei... - pensei, mordendo meu lábio e voltando a encará-la.

- Não devia destratá-lo desse jeito, ele realmente gosta muito de você. - ela se levantou da mesa e foi até a lavanderia, não demorou muito lá e voltou, deixando um papel em cima da mesa. - Gosta, não. Ele o ama muito.

Analisei o papel em cima da mesa e senti meu coração se apertar. Era um esboço, mas eu conseguia entender o que estava desenhado ali. Era eu, meu rosto, o verde pairando meus cabelos e minha boca tão bem desenhada que parecia até mais bonita que a minha própria. 

Foi naquele momento que entendi algo. Comecei a tomar aquelas atitudes pensando que Jimin se desencantaria por mim logo, logo - assim como eu -, mas como podia me desencantar de alguém que me tratava tão bem? Que me tinha como melhor irmão do mundo? E o mais importante, de alguém com quem eu me encontrava, comia e dormia junto todos os dias?

Como pude ser estúpido por tanto tempo?! - me perguntei, deixando meu olho roxo por dentro outra vez.

Não havia outro jeito senão aceitar aquele sentimento e tentar transformá-lo em algo casto com o tempo - que demorasse, pois eu nunca mais trataria Jimin mal de novo, ele não merecia, pelo contrário, merecia o melhor do mundo.

- Peça desculpas a ele. Duvido que não vá aceitar. - disse ela, tirando os pratos de cima da mesa. Fiz menção de ir ajudá-la, mas ela me parou com um gesto. - Não se importe com as louças. Vá se resolver com seu irmão ou eu me resolvo com vocês dois.

Ri e subi as escadas com o desenho debaixo do braço. Quando abri a porta do quarto, Jimin estava deitado de lado em sua cama, brincando com o lençol da cama, virado de costas para mim.

Respirei fundo, deixei o desenho sobre a mesa que tínhamos dentro de nosso quarto e me aproximei dele, me ajoelhando ao lado dele na cama.

- Jiminnie... - chamei, recebendo sua atenção de imediato. - Me desculpe pelo que eu disse lá em baixo...

- Você me chamou do quê? - perguntou ele, me fazendo corar. - Chama outra vez.

Olhei para seus olhos esperançosos e brilhantes, suspirando antes de sussurrar:

- Jiminnie... - levei minha mão até seus cabelos alaranjados, acariciando os poucos que tinham em sua nuca e estremecendo ao vê-lo suspirar de um jeito bom pelo meu toque. - Por favor, me desculpe...

- Por que está dizendo isso só agora? Depois de tanto tempo... - ele abriu os olhos e negou com a cabeça levemente. - Eu não sei o que fiz pra você, mas...

- Você não me fez nada, Jiminnie. Eu sou um estúpido, um idiota, um... - ele levou sua mão pequenina aos meus lábios e fez um "shhh" que me fez estremecer de novo. 

- Para de falar de si mesmo assim, Hyung... - murmurou, olhando para meus olhos e sorrindo. - Eu desculpo você.

Sorri e fui até a mesa onde o desenho que ele fizera para mim estava. Mostrei-lhe e ele corou  violentamente, tampando o rosto com as mãos e resmungando coisas incompreensíveis pela vergonha.

- Não, não, Jiminnie! Eu adorei. - tirei suas mãos de seu rosto e sorri abertamente para ele. - Sabe... Há pouco percebi que o meu jeito de agir estava te machucando bastante...

- Você parecia frustrado com algo e estava descontando em mim... - concluiu, mordendo o próprio lábio, fazendo-me estapear o próprio rosto por dentro.

- E eu realmente estava, mas eram apenas chatices. Não tem que se preocupar com isso porque à partir de agora vou ser o melhor irmão do mundo para você, okay? - dei a mão para ele, mas ele sentiu receio antes de selar aquela promessa comigo.

- Não quero que finja estar feliz comigo... Se estiver mal, quero poder te ouvir, te entender e tentar fazer você se sentir melhor. - olhou-me nos olhos e deu de ombros. - O que tiver de ser, será. 

Engoli em seco, gostando mais daquela afirmação do que deveria.

- C-Certo. - apertei sua mão, ele percebeu quando gaguejei, mas decidiu ignorar. 

Aquela foi a pior (melhor) coisa que eu poderia ter prometido...


Notas Finais


Até o próximo! 😘
~Darkness


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