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História Trials and tribulation (Yulsic Version) - Carro azul


Escrita por: yultaev

Notas do Autor


hey mais um cap maravilhoso pra vcs, boa leitura. E desculpem qualquer tipo de erro

Capítulo 17 - Carro azul


Jessica se lembrava de muito pouco depois disso. Um minuto ela estava astutamente ciente da mão de Yuri, o calor que emanava do toque de Yuri proporcionando conforto, dando um pequeno grau de confiança. No próximo minuto ela estava sentada em uma sala de entrevista na delegacia de polícia local, uma mesa e cinco cadeiras, a única coisa que ocupava o quarto além de um espelho falso usado para interrogatórios. Tinha um grande relógio fixado na parede. Jessica se lembrou do almoço, de Collins e suas provocações zombeteiras, de Hyoyeon a segurando enquanto lutava para se libertar, acidentalmente batendo na senhorita Song. Jessica ainda lembrou-se do diretor Soo Man se aproximando e o olhar de preocupação no rosto de Yuri quando ele lhe pediu para acompanhá-lo “Eles acham que finalmente encontraram o motorista do carro que te atropelou” Essas foram as últimas palavras que Jessica nitidamente lembrava antes de tudo tornar-se um ruído audível, mas que ela não compreendia ou reconhecida. Agora Jessica estava sentada na sala de entrevista sem consciência de como tinha chegado lá, as memórias aparentemente perdidas para ela assim como todas do acidente sugado para o mesmo esquecimento, o mesmo buraco negro, a incomodando novamente. Jessica estava ciente de poucas coisas como sua mãe e seu pai diante de duas simpáticas detetives da polícia do outro lado da mesa. Ela ainda podia sentir o pulsar de seu pulso esquerdo e ela estava lá entorpecida ouvindo, mas não ouvindo, assistindo, mas não realmente vendo o que estava acontecendo ao seu redor. Ela estava vagamente consciente das pastas de papel na mesa à sua frente e que as detetives estavam conversando com seus pais. Ela podia ouvir o tom de raiva na voz de seu pai quando ele respondia os questionamentos, mas se alguém lhe pedisse para repetir a conversa mais tarde ela não seria capaz de tal ação, as orelhas aparentemente cheias de algodão, um ruído estranhamente abafado e distante. Jessica tinha uma dor de cabeça, ela estava muito consciente desse fato e levantou a mão direita para esfregar sua têmpora em uma tentativa de melhorar, mas sem sucesso. Sua cabeça estava úmida quando a tocou e ela limpou o suor da testa com as costas da mão rapidamente. Jessica realmente sentiu como se estivesse submersa, seu peito estava dolorosamente apertado enquanto lutava para respirar e ela temia que fosse desmaiar por falta de oxigênio a qualquer segundo. Jessica podia sentir seu coração batendo furiosamente e não conseguia livrar-se da ideia de que a qualquer momento ele iria se libertar de sua caixa torácica por bater tão alto. Jessica se sentiu tonta e desejou mais do que qualquer coisa que ela pudesse descansar a cabeça sobre a mesa e fechar os olhos para dormir, mas no fundo de sua mente a lógica dizia que não podia que o que estava acontecendo ao seu redor era importante e ela devia tentar ficar acordada. A boca de Jessica estava quase completamente seca e doía cada vez que tentava engolir, sua saliva mais ou menos inexistente.

“Eu estou tendo um ataque de pânico” Jessica percebeu de repente e ela piscou os olhos na tentativa de focar a detetive a sua frente, fazendo um esforço para respirar e se acalmar. Ela ouviu a voz de Yuri em sua cabeça dizendo “Apenas respire Jess” e Jessica tentou obedecer à voz suave, desejando que Yuri estivesse com ela agora para tranquilizá-la de que tudo estaria bem, que ela ficaria bem.

“Jessica” uma voz suave se dirigiu a ela e Jessica levou um momento para perceber que era a detetive que estava sentada do outro lado da mesa. Ela estava usando um terninho azul marinho, tinha longos cabelos pretos e brilhantes olhos castanhos, penetrantes, que estavam assistindo Jessica com preocupação e compreensão evidente “Você quer algo para beber?”

Jessica levou um momento para compreender a oferta antes de acenar com a cabeça em silêncio em resposta. A detetive começou a derramar num copo a água fria de um jarro que estava na mesa a frente dela e ela não tinha notado o objeto lá até aquele momento. Ela estendeu o copo para Jessica que estendeu a mão trêmula para pegá-lo. Incapaz de controlar o movimento de levar a mão à boca, apenas com a mão direita, porque estava tremendo tão violentamente, Jessica usou a esquerda para ajudar a segurá-la, estremecendo um pouco quando ela fez isso, seu pulso ainda dolorido de mais cedo.

“Tome em pequenos goles” disse a detetive e Jessica fez o que lhe foi instruído, a água ainda derramando fora de sua boca um pouco. Ela limpou o queixo com a manga de seu braço esquerdo enquanto ela colocava o copo na mesa à sua frente.

“Um pouco melhor?” a detetive perguntou para Jessica e ela balançou a cabeça, seu controle mental parecendo retornar a ela.

Ela podia ouvir seus pais falando para a outra detetive na sala e tentou ouvir a conversa, mas a outra detetive falou de novo, puxando a atenção de Jessica volta para ela.

“Jessica eu sou Eunjung” a detetive se apresentou “Você se lembra de me encontrar antes?”

Jessica balançou a cabeça, completamente inconsciente de nunca ter conhecido a outra mulher no passado.

“Tudo bem” Eunjung disse “Você estava realmente indisposta da última vez que nos falamos.”

Jessica só olhava para ela porque não sabia o que dizer em resposta e sua boca ainda estava tão seca que ela nem sabia se seria capaz de falar mesmo se quisesse.

“Você sabe por que está aqui?” Eunjung perguntou e Jessica limpou o suor da testa com as costas da mão novamente quando balançou a cabeça “Ok” Eunjung disse em resposta “Isso é bom.”

A policial fez uma pausa por um momento para olhar para sua colega que estava acompanhando a interação com Jessica interessada, juntamente com seus pais. Eunjung pegou uma das pastas de papel da mesa e abriu o girando para estar de frente para Jessica mostrando algumas fotos que estavam escondidas.

“Jessica” Eunjung começou encorajadora “Nós pensamos que encontramos o motorista responsável por seu acidente” ela continuou “Eu realmente gostaria que você desse uma olhada nessas fotos e me diga se você conhece algum dos carros aqui.”

“Eu… Eu… Não… Me lembro” Jessica gaguejou sacudindo a cabeça e sentiu a sua mãe colocar uma mão em seu ombro.

“Basta olhar filha” Senhora Jung solicitou esfregando levemente seu braço “Tente, ok?”

Jessica olhou para cima para encontrar os olhos de sua mãe e viu que eles estavam vermelhos e manchados de lágrimas, mas ela não conseguia entender o porquê. Ela baixou o olhar para as fotos e tentou estudá-las da melhor forma que conseguia, mas todos eles apenas se pareciam com qualquer outro carro que ela tinha visto nas ruas. Tinha um Chevrolet azul, uma Toyota vermelho, um Mustang amarelo, mas nada fora do comum.

Jessica balançou a cabeça enquanto olhava através das imagens.

“Dddd… Desculpa” Jessica disse enxugando a testa mais uma vez, a mão molhada e coberta de suor. Ela podia sentir seu cabelo preso em sua testa e queria desesperadamente um banho.

“Tudo bem” Eunjung disse colocando uma mão em cima da de Jessica “Não se preocupe, tudo bem?”

“Você precisa dela para prendê-lo e acusá-lo?” o pai de Jessica perguntou preocupado.

“Temos relatos de testemunhas oculares e descrições do carro com uma placa parcial” a outra detetive informou “Estamos apenas aguardando um mandado para rastrear todos os reparos ou trabalho que poderia ter sido feito ao longo dos últimos cinco meses e a equipe forense já está olhando para as evidências.”

“O que significa isso?” perguntou o pai de Jessica.

“Nós contatamos as testemunhas desde o dia do acidente” Eunjung disse a ele “Se for o carro certo, então eles são capazes de pegá-lo. Esperamos que sejam capazes de encontrar provas suficientes para acusá-lo.”

“Esperamos?” o pai de Jessica questionou.

“As testemunhas não serão suficientes para conseguir uma condenação” Eunjung informou “Precisamos de alguma evidência física. Precisamos de provas do trabalho feito no carro após o acidente se possível, caso contrário, tudo é apenas circunstancial e um advogado de defesa vai argumentar que poderia ter sido qualquer outro carro da mesma marca e não de seu cliente.”

O pai de Jessica olhou para ela com os olhos irritados, mas não por ela, mas para a situação. Eles estavam finalmente olhando para algum fechamento, para finalmente ter algumas respostas e ver a justiça ser feita, mas ter alguma evidência depois de quase seis meses era muito improvável.

“Jessica” Eunjung se dirigiu a ela novamente “Eu quero que você dê uma olhada em cada imagem novamente muito atenta, tudo bem? Tenha seu tempo” ela parou por um momento para espalhar as imagens a frente de Jessica. Havia oito no total e ela apontou para o mais próximo a Jessica pela primeira vez “Eu sei que é difícil, mas realmente tente voltar a pensar naquele dia. Fale sobre isso se puder. Exatamente o que você se lembra… Você estava andando de volta da praia...”

Jessica olhou entre seus pais que estavam assistindo com expectativa antes de voltar sua atenção para a imagem que a detetive estava apontando.

“Estava… Quente” Jessica disse tomando uma respiração profunda e certificando-se de falar devagar e pensar sobre suas palavras. Ela já se sentia a língua presa, mas sabia que isso era importante, não era apenas um exercício na escola. Ela precisava ser capaz de falar para dizer o que aconteceu “Eu… Fui para a praia” ela disse de forma lenta e trabalhosa “Ler” ela engoliu em seco a boca mais uma vez .

“Ótimo” Eunjung incentivou apontando para a próxima imagem “Você estava na faixa de pedestres…” ela começou no lugar de Jessica.

“Eu… Estava ouvindo meu iPod” Jessica disse voltando sua atenção para a imagem seguinte, a detetive cruzando os braços para ouvir “Era… Day6… Eu… Apertei o botão na faixa de pedestres… Esperei…”

Jessica olhou para a imagem do Toyota vermelho de novo enquanto ela continuava “Eu vi… Uma mulher… Ela estava… Do outro lado da estrada… Empurrando um carrinho ao longo da calçada.”

A mãe de Jessica esfregou seu braço e ela levantou a mão direita para a cabeça latejando mais a cada segundo.

“Então... O sinal ficou verde” Jessica disse olhando para o Chevrolet Cruze azul na frente dela “Então… Eu atravessei…”

“O que aconteceu em seguida, Jessica?” Eunjung perguntou gentilmente quando ela não continuou.

“Eu não…” Jessica começou a fechar os olhos tentando se lembrar “Eu…” ela os abriu e encarou a detetive em frente a ela que tinha um sorriso triste no rosto.

“Você está indo muito bem Jessica” Eunjung disse a ela.

“Lembro-me da mulher” Jessica continuou depois de um momento, ainda olhando entre as imagens a frente dela “Aquela com o carrinho… Ela olhou para mim… Ela disse… Algo… Gritou eu acho… Mas… Eu não podia ouvir…”

“Por causa do seu iPod ” afirmou Eunjung em vez de perguntar.

Jessica assentiu.

“Ela parecia preocupada” disse Jessica “Ela… Apontou… Alguma coisa… A minha direita… Ela… Começou a se mover em direção a mim…”

“Você olhou Jessica?” ela perguntou com interesse “Será que você se virou para olhar para o que ela estava apontando?”

Jessica fechou os olhos sentindo-se mal. Ela estendeu a mão para a cabeça esfregando a cicatriz em sua testa com a palma da sua mão. Sua pele parecia que estava pegando fogo e suor estava vazando de todos os poros. Ela tentou pensar em nada a não ser o acidente, ela desejou que Yuri estivesse com ela. Yuri sempre parecia saber exatamente o que dizer. Exatamente o que fazer para deixá-la se sentindo melhor. Era fácil falar com Yuri. Jessica queria falar com ela agora.

“Jessica” Eunjung disse gentilmente perceptiva para o fato de que Jessica estava começando a perder o foco “O que você fez em seguida? Será que você se virou para olhar?”

“Sim” Jessica disse abrindo os olhos para olhar as fotos sobre a mesa novamente “Me virei…”

“O que você viu?” Eunjung perguntou a ela “Me fale disso.”

Jessica sentiu o estômago revirar e a sala também enquanto pensava.

“Azul” ela disse simplesmente “Eu vi… azul.”

Dos oito carros retratados na mesa apenas três deles eram azuis. A detetive removeu os outros cinco e empurrou os três restantes para mais perto de Jessica que tinha fechado os olhos mais uma vez.

“Jessica” Eunjung pressionou “Abra os olhos. Está tudo bem… Eu só preciso de você dê uma olhada, isso é tudo. Você está segura aqui. Você está apenas olhando para algumas fotos. Nada pode prejudicá-la.”

Jessica abriu os olhos para olhar as três fotos restantes e ela colocou a mão sobre o rosto descansando em seu cotovelo como se fosse a única coisa sustentando-a.

“O que mais você viu?” Eunjung perguntou suavemente.

“Eu… Não… Eu não vi mais nada” disse Jessica.

“Tente pensar” o pai de Jessica incentivou. Ele colocou a mão em seu rosto quando ela se virou para olhar para ele.

“Eu não posso…” disse ela com lágrimas brotando de seus olhos “Eu sinto… Mmm… Muito.”

“Está tudo bem” seu pai disse beijando sua testa levemente “Tudo bem, filha. Shh…”

“Jessica” a mãe dela disse enquanto seu pai a soltava “Por favor…” ela quase implorou “Apenas… Olhe de novo” ela colocou a mão em cima da mão de Jessica e apertou-a com cuidado “Você se lembra… Eu ouço você gritando à noite… Dizendo…” a mãe dela estava chorando abertamente agora e Jessica sentiu-se soluçar em resposta ao sofrimento de sua mãe “Você se lembra de alguma coisa…”

Jessica segurou sua cabeça em suas mãos por um momento e fechou os olhos. Ela precisava de uma aspirina para a dor de cabeça, mas ela fez o que foi pedido a ela abrindo os olhos para olhar as três fotos mais uma vez.

“Eu…” ela começou a dizer com nenhuma inspiração, mas ela parou depois de um momento seus olhos se fixando na imagem do Dodge Avenger azul no canto direito. De repente, lembrou-se não do acidente exatamente, mas do dia que ela perseguiu Yuri fora de casa e se jogou na frente do carro dela para impedi-la de sair.

Yuri tinha um Chevrolet Cruze vermelho, mas quando ela pulou na frente de seu carro naquele dia Jessica tinha visto um carro azul, os flashbacks atingindo Jessica tão forte e rápido que quase caiu desorientada.

De repente, tudo voltou para ela mais uma vez e ela sentiu o solavanco no estômago, a cabeça girando vertiginosamente, seu mundo virar de cabeça para baixo.

“Jessica?” sua mãe disse evidentemente preocupada com a forma como a cor parecia ter drenado do rosto da filha.

Jessica se lembrava de tudo agora, a grade preta na parte da frente do carro dividido em quatro por uma cruz. Lembrou-se do azul metálico escuro do carro, de seu coração parando no peito uma fração de segundo antes do impacto e, em seguida, o escuro que se seguiu.

Jessica colocou as costas da mão na boca por um momento antes de empurrar rapidamente a terceira imagem para a detetive. Ela engoliu EM seco e disse “Esse”

As detetives trocaram olhares significativos e Jessica sabia que ela estava certa. Que ela tinha escolhido o carro certo e que todo esse tempo o que achava que eram apenas sonhos, eram de fato memórias reprimidas.

Jessica sentiu a sala girar e começou a se sentir muito quente para a época do ano. A dor de cabeça que ela tinha continuando a latejar dolorosamente e ela esfregou furiosamente a cabeça mais uma vez. Ela tinha o desejo irresistível de sair da sala, sentindo-se claustrofóbica de repente, como se as paredes estivessem a pressionando e então ela se levantou rapidamente, instável em seus pés.

“Jessica” a mãe dela disse preocupada levantando-se também quando Jessica empurrou a cadeira para trás, apoiando-se com as mãos sobre a mesa à sua frente por um momento.

Jessica endireitou-se e começou a fazer o seu caminho até a porta sentindo seus pés ficarem estranhos. Imaginou Bambi tentando andar sobre o gelo e pensou que ela se parecia muito com a cena neste momento, mas a meio caminho da porta Jessica sabia que era inútil tentar sair, a náusea dominando-a causando sua cabeça girar a tal ponto que ela não conseguia enxergar direito. Jessica caiu de joelhos e colocou as costas da mão na boca, mas já era tarde demais e ela não conseguia parar de se sentir mal, a bile queimando em sua garganta desagradavelmente.

“Jessica” a mãe dela disse preocupada curvando-se ao lado dela e puxando o cabelo para trás para fora do caminho. Ela esfregou suavemente as costas de sua filha enquanto Jessica continuava vomitando sem se mexer.

Eunjung veio para o lado de Jessica segurando um copo de água e ela colocando nos lábios de Jessica quando ela parou de vomitar e incentivando-a a beber enquanto a jovem se sentava no chão. Senhora Jung puxou a filha em seus braços beijando-a na testa enquanto suavemente a embalava.

“Está tudo bem” Ela a confortou beijando continuamente o topo de sua cabeça entre suas palavras “Você foi muito bem filha. Você está bem, eu prometo. Está tudo bem.”

“O que acontece agora?” o pai de Jessica perguntou.

“O ideal” a outra detetive começou “É nós levarmos Jessica para olhar uma fila e ver se ela consegue identificar o motorista.”

“Eu não acho que…” o pai dela começou a protestar.

“Concordo com você” disse a detetive rapidamente “Não é o momento certo agora. Não seria justo com Jessica” ela parou por um minuto para olhar para a garota que permaneceu no chão nos braços de sua mãe “Temos uma identificação positiva do carro” disse depois de um minuto “Estamos aguardando os resultados do laboratório e um mandado de apreensão para o carro. A placa parcial mais as testemunhas… temos o suficiente para manter o motorista preso por 24 horas. Talvez Jessica possa voltar amanhã para completar o depoimento e tentar identificá-lo?”

“Eu acho que seria melhor” seu pai disse olhando para a sua filha com preocupação quando Eunjung e Senhora Jung a ajudavam a se levantar.

“Leve-a para casa” disse a detetive gentilmente “Ela provavelmente ficaria melhor com um descanso.”

“Obrigado” seu pai disse agradecido apertando a mão das detetives.

“Nós vamos estar em contato” informou oferecendo um adeus enquanto ajudava Jessica a sair da sala. A detetive viu tristemente como o pai de Jessica as seguia, olhando de volta para a imagem em cima da mesa que Jessica tinha escolhido.

O pai de Jessica a levou para casa, Senhora Jung e Jessica na parte de trás do carro, os braços protetoramente em sua filha que não falava. Uma vez em casa, a mãe de Jessica a ajudou tomar banho enquanto seu pai conversava com a avó que tinha ficado em casa para cuidar de Krystal na sua ausência.

A Jung mais velha ajudou Jessica que não dissera nada desde que eles deixaram a delegacia de polícia, envolvendo-a em uma toalha grande e a abraçando com força, desesperadamente rezando para que ela saísse do estado catatônico. Senhora Jung ajudou Jessica com seu pijama e a guiou para o seu quarto e sob o edredom antes de afundando-se na cama ao lado dela. Ela puxou a filha para o lado e Jessica mudou de posição ligeiramente para enterrar o rosto no peito de sua mãe. Ela beijou a testa da filha suavemente e a incentivando a dormir, continuando a segurá-la com força e não saindo até ouvir os roncos suaves de Jessica. Senhora Jung tinha ficado com ela mais um pouco vendo Jessica dormir tranquilamente até que ela finalmente decidiu desocupar o quarto e deixou a filha descansar sozinha.

Algumas horas mais tarde, quando Senhora Jung estava no sofá com Krystal enredada em seus braços, ouviram uma batida suave na porta. Ela entregou sua filha mais nova para o marido segurar enquanto ela se levantava para atender, não se surpreendeu ao encontrar Yuri parecendo angustiada e ansiosa do outro lado. Ela a convidou para entrar imediatamente.

“Como ela está?” Yuri perguntou assim que ela entrou. Senhora Jung fechou a porta atrás da jovem e colocou uma mão no ombro dela para guiá-la até a cozinha “Ela está bem?”

“Ela está dormindo” Senhora Jung disse puxando uma cadeira na mesa da cozinha, que Yuri tomou agradecida. Senhora Jung sentou ao lado dela e colocou a mão em cima de Yuri em tom tranquilizador “Ela estava muito perdida quando chegamos em casa.”

“O que você quer dizer?” Yuri perguntou com a preocupação gravada em sua voz.

“Ela estava muito vaga” Ela informou “Foi um dia muito longo junto com todos os problemas na escola.”

“Isso não foi culpa dela” Yuri protestou “Foi…”

“Eu sei” tranquilizou-a novamente “Senhorita Song falou comigo quando eu fui buscar Jessica. Ela me disse que vai lidar com as pessoas envolvidas nessa situação.”

“Eles encontraram o motorista?” Yuri perguntou com curiosidade já ciente da situação na escola.

“Eles acham que sim” respondeu Senhora Jung “Eles estão esperando por alguns mandados e testes para pra terem certeza.”

“Isso é bom, né?” perguntou Yuri “Eu quero dizer, eles finalmente sabem quem fez isso com ela. Ela pode… Começar a deixar isso pra trás.”

“Espero que sim” Senhora Jung disse sorrindo com as palavras de Yuri.

“Bom” Yuri disse balançando a cabeça “Isso é bom, então.”

“Você quer vê-la?” Senhora Jung perguntou com conhecimento de causa.

“Posso?” Yuri pediu um pouco surpresa “Quero dizer, tudo bem?”

“Sim” Ela disse apertando sua mão com firmeza “Talvez você possa fazê-la dizer alguma coisa. Ela não tem falado desde que deixou a delegacia de polícia.”

“O estresse…” Yuri disse.

“Talvez” Senhora Jung concordou levantando-se e indo para a geladeira para pegar um copo de suco. Ela parou no armário para tirar um saco de batatas fritas antes de colocar os dois em cima da mesa na frente de Yuri “Veja se você pode fazê-la comer ou beber alguma coisa” Ela incentivou.

“Ok” Yuri concordou pegando os dois itens e se levantando da cadeira “Eu prometo.”

“Eu sei que você vai” Senhora Jung disse sinceramente, grata pela menina mais jovem e seu temperamento especialmente quando se tratava de Jessica “Se você precisar de alguma coisa estaremos na sala.”

Yuri assentiu com a cabeça em resposta “Ok” ela concordou seguindo mãe de Jessica para fora da cozinha e fazendo seu caminho até as escadas em direção ao quarto de Jessica. Senhora Jung ficou olhando por um momento antes de desaparecer para a sala.

Yuri usou o pé para empurrar a porta do quarto de Jessica, as mãos ocupadas. Ela colocou a bebida e o saco de batatas fritas na mesa de Jessica com cuidado antes de ir até a cama onde ela estava deitada de lado com os olhos abertos e olhando para fora da janela para o céu cinza. Yuri subiu no colchão ao lado de Jessica, pressionando seu corpo contra o da namorada. Ela envolveu seu braço esquerdo na cintura de Jessica e enterrou o queixo na curva do pescoço da menina, aconchegando-se nela.

“Hey” Yuri disse baixinho com a voz calma “Sou eu…”

Yuri sentiu a mão direita de Jessica se mover para entrelaçar os dedos na frente dela e sorriu para o pequeno gesto, puxando Jessica ainda mais para ela em resposta. Yuri inclinou um pouco a cabeça para beijar o pescoço de Jessica com ternura, fazendo uma trilha até o queixo.

“Você está bem?” Yuri perguntou tirando o cabelo de Jessica com a mão livre, brincando com as mechas escuras e longas delicadamente.

Jessica balançou a cabeça e Yuri beijou seu pescoço mais uma vez passando o braço firmemente ao redor de Jessica, continuando a acariciar o lado da cabeça com os dedos de sua mão livre. Yuri sentiu o pequeno corpo de Jessica agitar ligeiramente em um soluço antes de se virar na cama de frente para ela com as mãos ainda juntas.

“Eu gostaria que você estivesse lá” Jessica disse enterrando o rosto no peito de Yuri.

“Eu gostaria de estar lá também” Yuri disse honestamente acariciando a parte de trás da cabeça de Jessica com a mão “Shh…” ela consolou brincando sem pensar com os dedos de Jessica em sua outra mão “Estou aqui agora, está tudo bem.”

“Eu me lembrei” Jessica disse a ela depois que um minuto tinha passado “Me lembrei do acidente…”

“Eu sinto muito” Yuri disse beijando sua testa suavemente “Eu sinto muito, meu amor. Queria que não precisasse, eu gostaria de poder fazer algo para ajudar…”

“Você está” Jessica disse levantando os olhos manchados de lágrimas para encarar Yuri “Só de estar aqui, você está ajudando.”

Yuri beijou Jessica nos lábios, rezando para que em um simples gesto pudesse livrá-la de toda a dor, de toda a mágoa que estava sentindo. Jessica foi recíproca, carente, relutante em se separar.

“Não me deixe” Jessica pediu depois que se separaram “Por favor.”

“Eu não vou” Yuri prometeu “Eu estou bem aqui. Eu prometo. Eu não vou a lugar nenhum.”

Jessica chorou mais forte do que Yuri nunca tinha visto isso antes e ela sentiu as lágrimas chegando em seus próprios olhos. Ela chorou porque Jessica estava com dor, porque ela se sentia completa e totalmente incapaz de aliviá-la disso e neste momento ela sentia que não havia absolutamente nada que pudesse fazer. Nada.

"Jess” Yuri disse “Fale comigo, por favor… O que você está pensando agora?”

“Eu estou pensando nele” disse Jessica chorando quando Yuri encontrou seu olhar “O motorista…”

“Está tudo bem” Yuri disse acariciando o topo da cabeça e seu rosto com os dedos “Ele não pode te machucar mais.”

“Não” Jessica reconheceu tristemente “Eu sei… Mas… Eu gostaria que ele estivesse morto, Yul… Gostaria que ele… Eu quero que ele sofra… Como eu sofri…”

Yuri podia ouvir a autoaversão nas palavras de Jessica quando ela vocalizou seus pensamentos em voz alta. Ela sabia que Jessica odiava pensar assim, querer que alguém tenha a infelicidade que ela teve.

“Eu não quero pensar assim…” Jessica continuou “Mas eu não… Então… O que isso faz de mim? Eu sou uma pessoa horrível, Yul.”

“Não, você não é” Yuri disse limpando os olhos de Jessica com a ponta do polegar tentando conter as lágrimas “Você é a melhor pessoa, a mais amável e inteligente que eu conheço” Yuri disse sinceramente “Nunca pense que você é uma pessoa horrível, Jessica. Nunca, está bem?”

“Ele me deixou lá para morrer” Jessica disse simplesmente “Como se eu fosse nada… Como se eu não fosse mesmo uma pessoa…”

“Eu sei” Yuri confirmou esfregando o braço de Jessica reflexivamente.

“Ele me atropelou” Jessica finalmente reconheceu “Ele me atropelou…”

“Eu sei” disse Yuri de novo porque ela não sabia mais o que dizer “Eu sei que ele atropelou.”

“Não foi minha culpa” Jessica disse finalmente aceitando “Ele… Ele arruinou a minha vida, Yuri… Tudo é muito mais difícil agora… Eu não posso…”

“Você pode” Yuri interrompeu “Você pode Jessica. Você vai passar por isso. Eu vou ajudá-la. Vamos todos ajudá-la.”

“Você promete?” Jessica perguntou.

“Eu prometo” Yuri confirmou “Eu sempre estarei aqui para você. Você sempre me terá.”

Yuri parou por um momento antes de finalmente admitir que ela sempre soube o tempo todo.

“Eu te amo” disse a Jessica sentindo-se como se um peso tivesse sido tirado de seu peito. Era tão bom dizer as palavras em voz alta “Ok… Eu te amo, Jessica… Eu amo… E eu não vou a lugar nenhum.”

Yuri não esperava que Jessica dissesse que a amava de volta, não esperava a reciprocidade de suas palavras, de qualquer forma quando Jessica se enterrou no peito de Yuri ainda mais e murmurou “Eu acho que estou apaixonada por você também” Yuri não podia deixar de apertar a outra menina e chorar em uma estranha combinação de tristeza, desespero e alegria incondicional, todas as emoções de uma só vez.


Notas Finais


ja sabem o que fazer ne entao é isso ate a proxima


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