Stoico não era famoso na vila apenas por ser o filho do chefe, ou um rapaz charmoso, ele tinha uma força incomparável (talvez essa fosse a principal razão do grande descontentamento dele com o futuro filho), nenhum dos jovens de sua idade tinha coragem o suficiente para enfrentá-lo. Agora ele estava furioso, sabia o que tinham tentando fazer com ela, certa vez havia visto uma jovem sair chorando da floresta, a ajudou a chegar em casa e ela agradeceu, ela tremia, suas roupas estavam amassadas e sujas, ela olhava para os lados freneticamente, ele tinha um suspeita e depois disso com Valka ele teve certeza.
As garotas que sofreram o mesmo que Valka não contavam à ninguém por medo, vergonha, algumas começavam a agir estranhamente e nunca se recuperavam. Ele foi para casa e falou com seu pai sobre isso, ele parecia indignado, mas não disse nada de imediato, ordenou que fosse dormir, e ele obedeceu, sabia que discutir com ele não levaria à nada.
Enquanto isso...
Valka estava assustada, envergonhada, com raiva, com medo da reação dos pais. Se sentou com a postura mais reta que conseguia, de cabeça baixa ela começou a contar.
- Pai, mãe, por favor não me machuquem. Eu não vou contar detalhes, mas, foi o seguinte: Sabe aquela fruta que dizem que há no interior da floresta? - eles assentiram positivamente - Eu queria ir até lá, porém, ficou tarde e eu resolvi voltar, alguns garotos me emboscaram e tentaram... - ela não foi capaz de segurar as lágrimas - Eles tentaram fazer... coisas... comigo... Stoico chegou e me ajudou. Eu não sei como agir, o que pensar, eu estou tão confusa - disse correndo para seu quarto
Seus pais estavam parados, não conseguiam acreditar que sua filhinha havia ficado tão traumatizada ao ponto de não conseguir falar. Seu pai disse que era frescura, que foi só uma brincadeira, mas estava preocupado por dentro. Sua mãe o contestou e mandou ele ir à casa do chefe e contar, mas ele só saiu e foi se deitar. Valka apenas escutava tudo e chorava, não conseguia acreditar que estava estragando tudo, além de estar com medo de que os garotos queiram vingança, estava com medo de estragar o futuro de sua família. Tudo que restava era receio e cansaço.
<...>
Ela acordou assustada, se sentou na cama e olhou para o marido dormindo serenamente ao seu lado. Suspirou aliviada, reviver aquela memórias era difícil pra ela. Tudo foi resolvido algumas semanas depois e ele pôde voltar a viver a vida de uma adolescente normal de Berk. E imaginar que ela se casaria com seu salvador, teria um filho, teria uma nora, viveria por mais de 443 anos, a vida realmente é imprevisível.
Se levantou e vestiu uma roupa apresentável, saiu de seu quarto e foi até o quarto de seu filho, olhou pela fresta da porta, sua nora estava nua sobre a cama dele, ele passava um pano úmido sobre o corpo dela, sorria como um idiota enquanto conversava com a garota sonolenta. Ao terminar deu um beijo na testa da loira e trouxe o balde e o pano em direção à porta, ela saiu de lá e foi para a cozinha, o almoço estava sendo preparado.
Soluço logo desceu e foi para o depósito, voltou para o quarto de mãos vazias. Era bom ver o carinho de entre o jovem casal. Ajudou a preparar o almoço e colocou o prato de cada um na mesa. Assim que todos vieram à mesa, comeram e conversaram, porém algo parecia incomodar Astrid.
Stoico e Soluço saíram para uma reunião. Astrid estava lavando a louça, estava cabisbaixa, sentia uma energia ruim vindo dela. Quando a loira estava prestes a ir para seu quarto quando Valka a chamou para uma conversa, se sentaram na grama do jardim e Valka pergunntou:
- Tem algo errado com você, o que houve? - perguntou segurando a mão da mais nova
- Olha, Dona Valka, eu... acho que posso estar grávida, e se eu estiver, o que eu faço? - perguntou quase chorando
- Contou pro Soluço?
- Não, eu não sei se ele vai aceitar - disse olhando para o chão
- O que tem que me contar? E por que eu não aceitaria? - perguntou Soluço se sentando ao lado de Astrid
Ambas se assustaram, Astrid se virou de frente para ele e acariciou seus cabelos.
- Eu conto se você prometer não ficar irritado
- Sem suspense Astrid
- Eu... eu... acho que... est- ela foi interrompida por um Stoico furioso
- Vamos logo Soluço, temos que voltar à reunião - disse ele
- Pode ir, prometo que te conto depois, boa sorte na reunião - disse baixo
- Cumpra sua palavra, Comandante Hofferson.
- Cumprirei - disse correndo para seu quarto
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