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História .turbulence - Memórias


Escrita por: taewonhi

Notas do Autor


Demorei muuuito mas cheguei :)

Espero que gostem!!!

Capítulo 3 - Memórias


Fanfic / Fanfiction .turbulence - Memórias

3.: Os momentos ao seu lado me dão as melhores memórias
[,mas ainda há tantos que me fazem chorar]

 

- VOCÊ SABE QUE EU SÓ ESTOU FAZENDO ISSO PORQUE sou seu namorado.

Eu revirei os olhos, e nem dei-me o trabalho de olhar para Jungkook, logo atrás de mim. Caminhávamos por um matagal, no meio da noite. O único barulho era dos nossos passos quebrando galhos e dos grilos que faziam a festa. A única luz vinha da lanterna que eu carregava, e da lua. Era uma sexta-feira.

- Eu não te chamei para vir - respondi casualmente. Jungkook suspirou.

- E que tipo de namorado eu seria se deixasse você sair como um louco por aí sozinho?

- Jungkook, se não gosta do jeito que eu sou, por que me pediu em namoro?

- E eu disse que não gosto? 

Não me dei o trabalho de lhe encarar. Apenas praguejei baixinho ao sentir meu coração agir estranho, acelerado. Aquilo não era comum ou normal, e eu sabia que o culpado era Jungkook. O mesmo havia acontecido no dia que acordei em sua cama pela primeira vez.

Houve um barulho diferente, de galhos quebrando perto de nós. Senti o tecido da minha camisa ser apertado e a aproximação repentina de Jungkook. Ele não tinha medo de se envolver comigo, mas tinha medo de um simples animal da floresta.

- O que foi isso? - Ele murmurou e pode sentir sua respiração quente perto do meu pescoço. Arrepiei.

- Deve ter sido um coelho.

Jungkook me seguiu pelo resto do caminho assim, de perto. Não era incômodo, na verdade. Mas eu não negava preferir ir ali sozinho, pelo menos a príncipio. Nunca consegui fazer com que Jungkook não me acompanhasse.

Finalmente saímos de entre as árvores de tronco fino e chegamos perto de uma grade baixa, que protegia contra os quatro metros de queda até a estrada mais baixa. A rodovia mesmo devia estar muito mais baixa que isso. 

Jungkook soltou minha camisa e caminhou para o meu lado. Não olhei para si, apenas mantive meu olhar na grande parte de Seoul que podíamos ver dali, com todas suas luzes e movimentos de aglomerado populacional.

Eu caminhei até a cerca e me encostei ali, observando a cidade. Poucos segundos depois, Jungkook estava ao meu lado, do mesmo jeito. O silêncio reinou, deixando apenas os animais e o barulho de carros que nos alcançava.

- A visão é bonita - Jungkook disse. Eu não lhe respondi nada. - Você vem sempre aqui? - Novamente, fiquei em silêncio. Senti um tapa fraco em minha bunda e olhei para Jungkook em advertência para que não fizesse aquilo. Ele sorriu como uma criança para mim, com seus dentes de coelho, em uma tentativa de persuasão. Não funcionou, mas eu achei bonito.

- Quase toda semana - respondi. Não tinha muitas coisas para fazer da minha vida, não tinha planos para o futuro. Apenas me sentia bem quando estava com meus amigos, distraído, e no resto do tempo, era como se houvesse um peso dentro de mim. Ir ali, num lugar calmo e longe das pessoas, me fazia sentir bem. Era como finalmente respirar ar fresco depois de estar trancado em um quarto sem janelas.

Pouco tempo depois, Jungkook se sentou no chão, e eu apenas continuei a encarar o céu e a cidade. Por hora, ele não era um incômodo.

- Por que você vem aqui? - Questionou. Amaldiçoei meus pensamentos, pois até então o silêncio estava sendo acolhedor.

- Porque eu gosto.

- Por quê?

- Porque consigo sentir algo que você não está me deixando sentir neste momento.

- O quê?

- Paz.

- Desculpe-me.

Aquela foi a primeira vez que Jungkook me pediu desculpas. Não o havia feito ao me ver mancando para ir embora, apenas rido de mim. Não havia pedido quando me fez perder um maço de cigarro grátis. Talvez eu devesse perdoá-lo, mas ele realmente tinha culpa e eu apenas queria sentir a boa sensação do vento bagunçando meus cabelos e os grilos em sua serenata.

Suspirei, e então me virei para sentar no chão também, com as pernas dobradas e as mãos sobre os joelhos. Senti o olhar de Jungkook preso ao meu rosto logo em seguida por incontáveis segundos. Por que ele tinha essa mania de me observar? Apenas fechei os olhos, ainda sentindo seus olhos em mim.

Houve uma movimentação ao meu lado, mas apenas franzi as sobrancelhas e me esforcei para ignorar. Podia sentir o calor que vinha de Jungkook, bem na minha frente. O que ele estava aprontando? Todos os pelos do meu corpo se arrepiaram ao sentir um músculo quente percorrer a área do meu pescoço. Abri os olhos pela surpresa - não que não se pudesse esperar algo assim de Jungkook - e encarei seu olhar penetrante em mim, um sorriso brincando em seus lábios. Ele se aproximou novamente e voltou a selar a região e sugá-la, puxando meus fios de cabelo para o lado para que lhe desse mais espaço.

J-jungkook... - Não consegui segurar ao tremelicar com seu chupão. Ele ficou contente, pois escutei sua risada baixa. Ele se afastou, o suficiente para me encarar de perto. Encarei seu rosto ainda cheio de traços infantis. Senti-o acariciar meus fios. Passei a língua entre os lábios e o olhar em seu lábios.

- Você quer que eu te beije? - Ele perguntou sem tirar seus olhos dos meus. Jungkook e eu já havíamos trocado diversos beijos e toques, pois, por incrível que me fosse, eu perdia a sanidade e jogava tudo para o alto depois de alguns minutos lhe beijando e sendo provocado. Jungkook não era mais o único a tomar a atitude. Eu era seu namoro, então, quando me dava vontade, eu simplesmente ia atrás dele e lhe segurava pelo braço selando nossos lábios. Isso logo evoluiria para segurar em sua cintura, para algo mais íntimo de apenas carnal.

Jungkook, no entanto, continuava com a mesma posse de quando me chamara para sair. Era direto e fazia as coisas sem medo ou hesitação. Tinha atitude. Puxava-me pela cintura, me colocava contra a parede, me abraçava e, audaciosamente, entrelaçava nossos dedos. Eu gostava de que fosse assim, que mostrasse estar no controle, mesmo que eu odiasse ser controlado. As coisas eram diferentes quando se era Jungkook. 

Eu afirmei com a cabeça em resposta e ele sorriu.

- Responda direito.

Merda, Jungkook. Não sou seu animalzinho de estimação. Eu me inclinei para beijá-lo, mesmo sentindo seus dedos firmes em meus fios, quase arrancando-os. Inicialmente foi apenas um selar, mas Jungkook abriu seus lábios, buscando mais contato e troca, e eu lhe dei. Inclusive, aceitei seu beijo calmo ao invés do selvagem que eu queria. Apenas a pressão de seus lábios contra os meus, se movimentando, era maravilhoso. 

Namorar Jeon Jungkook não era tão ruim assim. Eu tinha alguém para beijar no momento que quisesse. Alguém com lábios deliciosos. 

Suas mãos deslizaram pelas minhas coxas até minha cintura. Ele a agarrou e sentou-se na minha frente, me puxando para seu colo. Nossas roupas provavelmente se sujando com a terra que estava por toda parte, mas. no momento, nem nos lembramos disso. Eu estava preocupado demais com suas mãos passeando pelo meu corpo.

Nós ficamos ali por toda a noite. Jungkook se recostou numa árvore e me acolheu em seu peitoral, o que reclamei a princípio, mas ele apenas me beijou rindo e usando seu moletom para cobrir nós dois.

Seu peitoral era quente e confortável. E o seu calor junto a suas carícias me traziam tanta paz quando aquele lugar.

Quando acordei, estávamos deitados no chão e eu o abraçava pela cintura, com seu corpo encolhido contra o meu.

Fui zoado todo o caminho de volta por dormir como um bebê em seu colo.

||...turbulence...||

Meus olhos procuraram por Jungkook quando entrei no colégio, mesmo sabendo que minuto ou outro ele fosse vir na minha direção, como sempre. No entanto, apenas o encontrei no seu armário, conversando com um garoto de cabelos vermelhos que eu nunca tinha visto, animadamente. Eu passei direto por ele, e ele nem pareceu perceber.

Não fiz questão de aparecer para o almoço. Ir para o refeitório geralmente não era muito de meu feitio. Infelizmente, era de meus amigos e naquele dia de sol forte, eu estava deitado no chão sozinho, tragando meu cigarro em paz.

Uma paz que, devo deixar claro, não era o que eu queria. Onde está Jungkook para jogar meu cigarro no chão e apagá-lo com a sola de seu sapato? Hoje, admito, uma das razões pela qual eu estava ali era na esperança de que ele fosse atrás de mim e começasse a me xingar. No entanto, Jungkook não se lembrava da minha existência, já que até mesmo meu celular estava em silêncio no meu bolso.

Não o esperei no final da aula. Aproveitei para ir com Namjoon para sua casa, onde poderia beber em paz e fumar quantos cigarros quisesse de graça. Eu tinha um bom amigo, essa era a mais pura verdade. Namjoon era um melhor amigo do que Jungkook era como namorado. 

Estava deitado em seu sofá velho, tragando Deus sabe lá quantos cigarros já haviam se passado, quando senti meu celular tremer. Verifiquei a tela, mas não era como se fosse necessário. Eu já sabia quem era. Agora se lembra de mim, não é mesmo?

Deixei o celular ali, vibrando sem parar, até que, por fim, parou. Agradeci pela paz que se seguiu nos próximos minutos. Namjoon havia saído para resolver sabe-se lá o que, e disse que voltaria em dez minutos, no entanto, já haviam se passado vinte minutos sem qualquer sinal seu. Eu entendi decidi que ele não se importaria caso eu invadisse sua geladeira. 

Arrastei os pés até o outro cômodo e verifiquei o que tínhamos ali além de comida congelada. Não era muito, já que o iogurte estava vencido e nada além da bebida era confiável naquela casa. Optei por pegar uma garrafa de cerveja para mim e logo comecei com meus goles.

Escutei a porta ser aberta.

- Finalmente, filho da puta - um ano depois, Namjoon chegou. Virei-me para voltar para meu sofá velho na sala. Era um ótimo lugar para se ficar deitado por toda a eternidade. No entanto, encontrei outra pessoa atrás de mim. - Ah... É você - falei totalmente desanimado. Cadê o efeito do álcool?

- É, sou eu, Yoongi - ignorei Jungkook e caminhei para a sala. Ele não me deixou ir muito longe, pois tirou a garrafa de minhas mãos e o cigarro em suas últimas tragadas de minha mão. 

- Passa a minha bebida!

- O que você está fazendo bebendo e fumando igual um viciado, Yoongi? Por que não respondeu as minhas mensagens? Nem conversou comigo hoje?

Eu apenas revirei os olhos. Jungkook dava muito trabalho. Desisti da garrafa que ele havia tomado de mim e me joguei no sofá. Fechei os olhos, sem vontade nenhuma de abri-los novamente. 

- Responda-me, Yoongi!

- Não sou obrigado - murmurei.

- Você é sim! Você é meu namorado!

- Tem certeza que sou eu o seu namorado?

- Do que você está falando? Quantas garrafas você bebeu antes dessa?

- Nenhuma, Jungkook - falei impaciente. Mesmo sem estar bêbado, de recassa, o que fosse, minha cabeça doía.

- Mas já fumou uma caixa de cigarros hoje...

- E isso é dá sua conta? 

- Yoongi...

Eu me levantei do sofá em um salto, tanto que até eu me impressionei, principalmente Jungkook, que tratou de se recompor rapidamente, mas não totalmente.

- O que você disse segundos atrás, Jungkook? Que eu sou seu namorado, então aja como tal! Não quero te ver agarrado com nenhum outro homem. Eu sou seu namorado, e você é meu! Não de qualquer um!

- Pare de exagero, Yoongi! Taehyung é só um amigo, mas como você me explica toda essa bebida que você vive consumindo? Toda essa quantidade de cigarro que apenas está te matando por dentro?!

- Não há nada para você reclamar. Você sabia que eu era assim - murmurei e puxei a garrafa de sua mão. Dei-lhe as costas e voltei a beber.

- A bebida não faz parte de você! Ela apenas te destrói, Min Yoongi! - Jungkook se aproximou de mim para me tomar a garrafa, mas eu desviei, e quando ele tentou pegá-la novamente, eu a taquei na parede, irritado, vendo os cacos voarem na nossa direção e o barulho alto que fez pela casa onde apenas nós dois e nossos gritos estávamos. Jungkook me encarou com mais desespero do que raiva.

- NÃO TENTE ME CONTROLAR, JUNGKOOK! - Eu gritei com ele, explodido. Era isso que ele estava sempre fazendo. Tentando me levar com seus sorrisos de coelho a fazer o que ele queria, a lhe seguir sem questionar. Desde o início. Era como eu dizia: minha escolhas com Jeon Jungkook não existiam. Estava fora de controle. - SÓ ME DEIXE COM A MERDA DOS MEUS CIGARROS!

Eu precisava de outra garrafa. Segui para a cozinha novamente, mas fui parado pelos braços de Jungkook ao meu redor, me abraçando. Eu tentei afastá-lo, puxando-o para longe pelos seus braços.

- Largue-me, Jungkook - meu tom sério era pior que meus gritos. - Jungkook, me solta.

Ele não me obedeceu e eu o joguei na direção do sofá, o vendo cair no chão contra o mesmo. Segui para o outro cômodo, ignorando-o com suas lágrimas completamente. Quando voltei, ele não estava ali mais.

Passei uma semana sem conversar com Jungkook. Foi ele quem voltou a falar comigo, dizendo que aceitava que eu tivesse meus cigarros.

Eu lhe disse que tentaria melhorar, pois havia percebido que depois de três garrafas de vodca minha necessidade por ele apenas aumentava.

Jungkook se escondeu entre meus braços por toda as noites seguintes e foi muito bem acolhido. 

||...turbulence...||

Jungkook confessou que me amava pouco tempo depois, de forma direta, como sempre. Eu demorei mais a fazê-lo, no entanto, tais palavras eram difíceis de deixarem meus lábios.

Depois disso, nossos dias já estavam contados - na verdade, estavam desde o dia da rosa. Não melhoramos, realmente. Éramos inconstantes, passando de amantes que viviam intensamente e se amavam intensamente, para um casal que apenas brigava e quebrava as coisas ao seu redor na hora da raiva - mas quando ela passava, se atracavam contra todas as paredes da casa, com lábios colados e desesperados e eu te amo sussurados.

E o pior? Era que quebrávamos a nós mesmos. Eu não era transparente, mas Jungkook aprendera a me ler, a ver que, por dentro, eu era tão sensível quanto ele, apenas tinha uma máscara mais forte.

E dia após dia, as pétalas da rosa caiam até não sobrar nenhuma.

Jungkook me amava.

Eu o amava.

Mas nós juntos só causávamos turbulência.


Notas Finais


Ahhh que tristinho isso do meu casal :(

Será que Jungkook e Yoongi realmente não são para dar certo?

O próximo capítulo é o últmo :/

Annyeong!!


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