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História Tutmés lll - O faraó Guerreiro - Promessas - Part II


Escrita por: Iset

Notas do Autor


Oi gente era pra ter postado como um capituIo apenas, mas tive que dividir pq nao estava terminado! Espero que gostem e boa Ieitura!

Capítulo 46 - Promessas - Part II


Fanfic / Fanfiction Tutmés lll - O faraó Guerreiro - Promessas - Part II

Promessas - Part II

O banquete era servido no salão real, onde as paredes eram decoradas com afrescos coloridos dedicados à deusa Hathor. Sobre as mesas de madeira entalhada, haviam pratos de carnes, legumes, variados tipos de pães e enormes jarros de vinho e cerveja.  Tocadores de alaúde encantam os ouvidos e as dançarinas, os olhos dos núbios que miravam cobiçosos as belas egípcias vestidas com finas túnicas de linho.

_ Não esperava uma recepção tão calorosa, meu faraó. - Diz Nakhtmin, tomando lugar em uma das almofadas dispostas na mesa principal. _ Este é meu mais novo, Sankr.  Conclui o príncipe apresentando o garoto, de não mais que doze anos, que toma lugar a mesa ao seu lado.

_ Minha grande esposa Hacheptsut, minha esposa Satiah e onde está Aliah? - Questiona o faraó a serva postada ao lado da mesa.

_ Ela disse que não participaria do jantar, meu senhor.

_ Pois vá buscá-la, diga que o faraó se agradaria com a presença dela.

_ Como quiser meu senhor. - Diz a serva se afastando e Tut volta a atenção para o nubio.

_ Nossos reinos cresceram mutuamente ao longo dos séculos, vocês nos proveram mão de obra para construção de nossas pirâmides, tumbas templos e nós levamos nossos conhecimentos arquitetônicos e agrícolas o que possibilitou que a Núbia deixasse de ser apenas um aglomerado de pequenas tribos, para se tornar um grande país.

_ Concordo faraó, mas deve admitir que a balança nunca esteve equilibrada, sempre pagamos impostos exorbitantes ao seu reino.

_ Seu avô e pai sempre estiveram de acordo com os valores pagos ao Egito.

_ Sim, meu avô que teve o filho e sobrinho arrancados de casa e trazidos ao Egito como prisioneiros e meu pobre pai que quando voltou para casa, não era mais um núbio.

_ Seu pai e primo foram tratados como filhos pelo meu avô, tanto que seu pai tomou uma mulher egípcia como esposa, sua mãe, antes deixar estas terras. E seu tio, Dedun, foi um dos maiores comandantes que esse exército teve.- Diz o faraó olhando firmemente nos olhos de Nakhtmin.

_Foi?

_ Infelizmente ele pereceu durante um ataque hitita ao palácio. Sinto muito, e quero que saiba que ele era muito mais que um servo, salvou minha vida por mais de uma vez, era um companheiro de batalha e um amigo. Ele lutou por este reino, até seu último suspiro. - Diz o faraó com os olhos marejados.

Nakhtmin engole a seco as palavras do faraó, nem chegou a conhecer Dedun, mas sempre ouviu falar de seus feitos em batalha e de sua lealdade ao Egito.

_E minha irmã? Como ela está? - Questiona Hatcheptsut, aproveitando o momento consterno do príncipe.

_ Está bem, espera uma criança, é feliz.

_ Ora que alegria, isto é mais do que um motivo para comemorar, a união de nossas famílias finaImente representada através de uma criança. - Diz a rainha com um sorriso galante.

_ Até onde sei, minha esposa não é mais considerada da sua família, desde a morte de vossa mãe.- Retruca o príncipe.  

_ Neferuré, sempre sera sangue do meu sangue. - Diz Hatcheptsut convicta. _ Assim com os filhos dela, não é mesmo faraó?

Sim é claro, Neferuré é filha legítima de Hacheptsut, que era filha do primeiro Tutmés,  sempre fará parte de nossa família. - Conclui o rei.

Nakhtmin dá um sorriso em concordância, quando Tut avista Aliah adentrando o salão na companhia de Nahur, que fica postado a porta enquanto a princesa avança e toma seu lugar ao lado do marido.  

_Aliah, este é o príncipe regente Nakhtmin, da Núbia e seu irmão Sankar.

Aliah assente com a cabeça e Nakhtmin responde com um sorriso terno. As palavras de Nahur sobre o motivo de tal banquete, ressoavam em sua mente e um nó se formou a sua garganta, e por mais que conscientemente tentasse entender as motivações do marido, um profundo pesar e descontentamento assolava seu peito pela filha e a promessa quebrada.

_É um prazer conhecer a síria, que roubou o coração de um faraó. - Diz Nakhtmin vendo uma tensão se criar a mesa. _ Desculpe, acho que bebi mais vinho do que devia.

_ Não, você está certo, diz o rei tomando a mão da esposa e depositando-lhe um beijo carinhoso.  _ Queria que minhas três esposas estivessem aqui, junto a você, ao seu irmão, para que sejam testemunhas desse marco na história do Egito e da Núbia. Tenho conversado com os Deuses e também analisado como mundo vem mudando, novas rotas de comércio surgem, civilizações acendem, impérios caem e outros são construídos em cima. Só há um jeito de sobreviver nesse novo mundo, é não é lutando o tempo todo.

_É sábio da sua parte faraó,mas onde a Núbia entraria nessa sua nova visão de mundo?

_ Não pagaram mais impostos ao Egito, nossas relações serão econômicas, as terras ao norte da Núbia que estão sob o controle egípcio passaram a se reportar a Núbia, desde que garanta que o Egito continuará sendo o principal fornecedor de provimentos de todas as suas terras.

_ É  uma proposta bem interessante, mas como um acordo assim ser perdura depois de nós?

_Pertenceremos à mesma família.  Diz o faraó e Aliah sente seu peito apertar e olhos se marejaram a ver o Tut voltar a atenção a ela. _ Disse que Neferuré espera uma criança, se for menina ela será esposa de meu príncipe herdeiro. E sua filha será a rainha do Egito.

_ A criança ainda não nasceu, e se for um menino?

_ Ainda somos jovens Nakhtmin, temos muitas esposas, e quando esta guerra acabar, teremos tempo para nos dedicar em mais herdeiros. - Diz o rei com um sorriso brincalhão nos lábios.

_Sim teremos, melhor então começar a planejar uma maneira de acabar com esta guerra bem rápido. Faia nakhtmin com um sorriso? enquanto levanta a taça anunciando um brinde._ Ao futuro.

_ Ao futuro.- Responde o faraó e todos na mesa.

O banquete segue animado, e Tutmés observa cuidadosamente cada um dos integrantes da comitiva Núbia, não poderia se dar ao luxo de se enganar novamente e acabar sendo traído. Ele toma mais um goIe de vinho quando AIiah se aproxima se ajoelhando ao lado do trono e repousando a cabeça, que imediatamente recebe um afago, sob o colo do rei

_  Obrigada. Ela diz com um sorriso.

_  Eu prometi, não prometi?

_  Jamais poderei agradecer, sei que era seu direito e dever, mas obrigado por não fazer

_ Nunca mais quero que sofra por minha causa.

_ Prometo que serei uma boa esposa, farei o que for preciso por este reino, meu amor.  Agora se não se importa eu vou descansar, não sei se lembra, mas amanhã é o cortejo do nosso filho...

_É claro que não esqueci, eu precisava dar esse banquete. Diz acariciando o rosto da esposa.

_Eu sei, boa noite meu faraó.

O rei despende mais alguns minutos no banquete e depois se dirige a sacada, a escuridão já havia tomado conta da grande cidade e apenas alguns pontos de luz podiam ser observados. Ainda assim era magnífica, não havia nada no mundo, que se comparasse a grande Tebas.

_ É linda não é? - Diz Satiah massageando o ombro do rei. _ Foi muito inteligente com os núbios.

_ Espero não estar errado quanto a lealdade deles, ou já estamos todos mortos.

_ Os núbios sempre foram leais, e também odeiam os hititas, mas vai mesmo casar nosso filho com uma nubia?

_ Casarei meu herdeiro com a filha que ele tiver. - Responde Tutmés.

_ Niuseré não será seu herdeiro não é mesmo?

_ Sou grato pelo que fez, mas mesmo que ele tivesse meu sangue, o filho de Hatchepsut seria o escolhido.

_Eu sei, só que parece que nao restou nada para mim...  E fui eu que sempre estive ao seu lado.

_É direito deia, sabia disto desde que nos casamos.

_ Não estou me referindo a coroa ou ser a mãe do próximo faraó. Eu cheguei a pensar que teria seu coração um dia, mas me conformei quando percebi que amava mais estar num campo de batalha do que ao meu lado, então hoje, você disse que nao quer lutar  e eu sei que é por aquela garota.

_ Não é só por eia, não posso passar toda a vida lutando. Ser faraó é muito mais que conquistar, preciso estar aqui, o povo precisa me conhecer e eu a eIes.

_De qualquer forma, eu nunca tive seu coração, mas tinha sua amizade sua cumplicidade e por uma besteira perdi isso também.

_ Durante anos,  fomos apenas nós dois, sempre foi você a estar do meu lado e eu reconheço isso. Sempre será minha amiga, mas nunca mais tente me enganar de novo. Entendeu?

_Sim, eu não contei sobre a carta porque não queria perdê - lo.  AIiah também mentiu para você.

_Eu sei, mas as motivações dela foram nobres. É melhor descansar, quero você presente no cortejo de amanhã.  - Diz dando ihe um beijo na testa.  

_ Ah que lindo. - Diz HAtcheptsut em tom de debche

_Com Iicença faraó, rainha. Se despede Satiah.

_Eu não acredito que ainda deixa se levar pelas palavras dela irmão.

_ Satiah, sempre foi leal a mim e aos meus propósitos.

_ Satiah é mais perigosa do que vizir ou todos sacerdotes juntos, porque o pior inimigo é aquele que você não vê ou não quer ver. - Diz a irmã.

 

Na manhã seguinte, os embalsamadores já haviam terminado todos os processos e rituais.  Não restava mais nada a fazer se não, levar a pequena múmia ao seu iocai de descanso. A guarda real seguia a frente, em seguida Disebek anunciava o cortejo na companhia de uma sacerdotisa que carregava uma boneca nos braços, que simbolizava a criança na outra vida, atrás deIes os pais do bebê. O faraó de braços dados a jovem mãe, que não conseguia conter as lágrimas e fechando o cortejo Satiah e Hatcheptsut precedidas de Nahur e o restante da guarda.

A caminhada se dá entre as ruas lotadas da cidade e depois seguem em carruagens por horas até o vale dos reis, onde o pequeno príncipe passa pelos últimos rituais e o proprio farao responde em nome do filho morto as questões que garantiriam sua entrada na outra vida.  

Tutmes deposita um beijo no ataúde de madeira e ouro e faz uma pequena oração, antes da câmara ser seIada para a eternidade.

_Não chore meu amor, ele está sendo recebido com festa do outro lado, onde não há angústias, dor ou tristeza. Devemos nos alegrar por ele, e viver por ele, para que um dia possamos encontrá-lo de novo. diz Tutmés consolando a esposa chorosa sob seu ombro, enquanto o Disebek entoa cânticos e um escritor imprime o seio da criança sob a porta de pedra.

 


Notas Finais


Entao pessoinhas, finaImente a despedida de menkheperé:
Agora aqueIe momento instrutivo sobre a mumificaçao de crianças:
Boa parte das crianças no egito nao eram mumificadas, isso so acontecia com crianças fiIhas de pessoas muito ricas ou se fossem pertencentes a famiIia reaI
As crianças morriam frequentevente no Egito, principaImente bebes, estes eram sepuItados em jarros de barro que ficavam nos jardins das residencias até um aduIto morrer e este ser transferido pro mesmo tumuIo ou simpIesmente tinham seus corpos deixados no deserto para ser devorados por animais
Uma mumificaçao bem feita IEvava cerca de 3 meses para ser reaIizada, diferende dos aduItos as crianças pequenas nao tinham os orgaos removidos e enterrados separamente, eram mumificadas compIetamente e coIocadas em ataúdes de madeira
Os unicos bebes mumificados encontrados até hoje em condiçoes reIativamente preservadas foram tres fiIhos de tutmés III e as duas fiIhas de tutankhamon
E aIguem Iembrava que foi faIAdo Ia no começo que o Dedun era nubio?


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