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História Tutmés lll - O faraó Guerreiro - Sob o peso da coroa


Escrita por: Iset

Notas do Autor


Oi pessoas, voItei com mais um capituIo da nossa noveIinha egipcia! heheh Bom espero que curtam a Ieitura! Quem quiser se pronunciar essa é a hora, tenho uma média de 40 views por cap e adoraria saber o que vocês estao achando, ainda nao sei se finaIizo essa historia depois desta grande guerra ou se continuo contando sobre o reinado de Tutmés até chegar ao êxodo, que acham?

Capítulo 47 - Sob o peso da coroa


Fanfic / Fanfiction Tutmés lll - O faraó Guerreiro - Sob o peso da coroa

Sob o peso da coroa 

Aton já se deixava de iluminar a cidade quando a família real retornou ao palácio, Hat admira o jardim construído por sua mãe anos antes, repleto de flores exóticas das mais diversas cores e plantas suculentas trazidas de Biblos. Nahur presta reverência enquanto se aproxima com um sorriso largo.

_ Ainda não tinha tido oportunidade de parabenizar - te pelo novo cargo. - Diz o hicso.

_ Como se eu precisasse dos parabéns de um soldado da guarda.

_ Em breve comandante. - Corrige o soldado.

_ Duvido que meu irmão te faça comandante se souber que anda escalando as janelas do quarto da esposa preferida dele.

_ Aliah e eu apenas trocamos confidências, nada além disso. mas me diga,anda espionando Aliah ou me espionando?

_ Eu não perderia meu precioso tempo com um ex escravo arrogante, mas sou a grande esposa agora e todos os assuntos do palácio incluindo as esposas e herdeiros do faraó me dizem respeito. E a menos que queira servir de eunuco no harém de Tutmés, sugiro que se mantenha suas “confidências” longe do quarto de Aliah.

_ Eu juraria que tem uma ponta de ciúmes nesse seu zelo pela integridade da favorita do faraó, eu não esqueci o beijo que trocamos na cidade, você esqueceu?

_ Um beijo forçado que eu nunca quis! - Retruca a rainha _ Se voltar a falar sobre isso, eu mesma pedirei ao faraó que arranque sua cabeça e acredite é algo que ele adoraria fazer.

_ Bom, já que citou o faraó, somos praticamente amigos agora, mas confesso que nunca achei que Tutmés entregaria do futuro de sua dinastia apenas para não trazer desagrado a AIiah.

_ Do que está falando?

_ Ora o lógico seria ele entregar Iset em promessa a um dos filhos de Nakhtmin e não o seu herdeiro a uma princesa núbia que se quer existe e com isso o cargo de grande esposa.

_ Também pensei isso.

_ O amor muda os homens, estávamos conversando há alguns dias e ele disse que Aliah não pensaria duas vezes em fugir com ele pro deserto e deixar tudo isso para trás. Então ele te faz rainha e agora entrega o herdeiro do egito aos núbios, você percebeu que ele não mencionou uma só vez o nome de Niuserré?

_O que está mencionando? Que Tutmés vai corromper o seu dever sagrado? Fugir com AIiah e seus filhos e me deixar como única herdeira? Sozinha? Não conhece meu irmão, ele sabe o seu dever! Ele é um egípcio e não um hicso imundo que se corrompe por suas fraquezas.

_ DescuIpe minha rainha, foram só pensamentos de um tolo, afinal o faraó está muito preocupado com guerra não é? Dando banquetes e saindo as escondidas vestido como camponês com AIiah e sua filha e estando o maior parte do tempo com uma terceira esposa estrangeira, quando devia estar com você, tratando de dar um herdeiro de “sangue puro” a este reino. - Diz Nahur dotado de malícia.

_ Sabe o que estou me perguntando agora? Se está dizendo isso porque é toIo para  realmente acreditar que Tutmés deixaria de ser um faraó para virar um camponês, atraindo toda a ira dos deuses contra ele ou se me acha burra o suficiente para ficar furiosa com meu irmão a ponto de querer estragar a única coisa realmente verdadeira que ele tem, e com isso deixar o caminho livre para você consolar a doce princesa de Kadesh.- Diz Hatcheptsut sem tirar os olhos castanhos do verde dos de Nahur.

_ TaIvez eu seja toIo.

_ Eu vou fingir que nunca tivemos essa conversa em nome da consideração por ter ajudado AIiah a me ajudar, mas nunca mais conspire contra seu faraó. - Eia diz e Nahur assente com a cabeça e se retira lentamente.

A rainha volta o olhar as flores novamente e desta vez com mais preocupações que antes, embora tivesse certeza que Tutmés jamais cometeria ato tão vii contra a coroa, mas até onde iria o favoritismo dele peia jovem de canaã? Por anos tudo que ele soube fazer era mendigar - lhe um herdeiro e agora que era definitivamente sua rainha, ele preferia passar o tempo ao lado de uma terceira esposa de ventre seco? O que estaria passando por sua cabeça?

No coração de Tebas, o grande templo dedicado a Amon-ra recebia dezenas de sacerdotes advindos de todas as partes do Egito. Com a coroaçao de Hatcheptsut, o cortejo do príncipe de sangue impuro e a morte do vizir, não foram necessario quaisquer desculpa a fim de camuflar a reunião extraordinária convocada pelo alto sacerdote de Tebas. Aos poucos o grande templo foi se tornando um aglomerado de figuras igualmente vestidas com túnicas brancas, crânios raspados, grossos colares de pedras preciosas sobre os ombros e burburinhos ansiosos sobre os motivos da convocação feita às pressas. O alto sacerdote se apresenta diante de todos, usando uma diadema de ouro, cuja a parte frontal erguiam - se a cobra e o abutre, os símbolos do alto e baixo Egito, um adereço o qual apenas o senhor das duas terras tinha direito de pousar sobre a cabeça. Os sacerdotes trocam olhares desconfiados devido a audácia do alto sacerdote, mas não ousam levantar a voz contra ele.

_ Devem estar se perguntando, porque de eu usar a coroa real neste momento - Diz o sacerdote correndo o olhar por todos os rostos antes de continuar. _ Eu sou um impostor, tal qual, aquele que usa coroa e se diz soberano do Egito. Amon - ra sussurrou em meus ouvidos, Tutmés não é um deus vivo, não podemos deixar que ele continue seu reinado herege, um reinado que nega o que é de direito aos Deuses, que subtrai as nossas tradições em busca de sanar as próprias vontades ou da própria glória. Um faraó que serve mais aos seus propósitos do que ao Egito e aos seus Deuses! - Brada ele, enquanto os sacerdotes iniciam um cântico de louvor a Amon.

_ Tutmés trouxe a guerra a cidade, arrancou de nós nosso vizir, quer enfraquecer a força de cada um de vocês e a força dos deuses os quais representam e fará o Nilo correr com sangue se não for impedido. A fúria dos deuses cairá sobre Tutmés durante esta guerra e se não for o bastante para levá-lo ao encontro de Anúbis, o cao sagrado, caberá a nós esta missão conferida pelos deuses que adoramos, para a manutenção da vida e do equilíbrio cósmico.  Glória a ti Amon - ra!

_ Glória a ti Amon - ra! - Repete o clero em coro.

Em seus aposentos sentado sob a cama de madeira banhada em dourado, Tutmés conforta a jovem esposa, enquanto acaricia suavemente a testa da pequena que suga com força o líquido morno do seio de sua mãe, tão abundante que chega a escorrer pelos cantos da pequena boca da criança faminta. O rei, queria poder passar os próximos dias apenas a se dedicar aos últimos momentos  do luto por seu pequeno filho, mas os perigos rondavam Tebas e assim que o dia raiasse ele estaria a sala do trono, tratando de junto com Nakhtmin e seus novos generais e comandantes, organizar a retaliação que expulsaria de vez os malditos hititas de seus domínios.

_ Preocupado meu faraó? Questiona Aliah, ao sentir a inquietude do marido.

_ Para dizer a verdade, amedrontado seria a palavra certa. Nunca os Mitanni chegaram tão perto de tomar este trono e sinto que esta culpa é minha, estava tão preocupado em fortalecer os domínios do Egito, que esqueci de fortalecer meu próprio reino, de manter esta terra sagrada segura pro meu povo, para minha própria família.  

_ Não deve se culpar por fazer o que deveria fazer, não teria como prever que os hititas estavam tão bem organizados para um levante dessa magnitude.

_ Aí é que esta, eu deveria saber. Entreguei ao vizir todo o poder em Tebas para que eu pudesse lutar as minhas batalhas em solo estrangeiro, um levante como este não se faz da noite para o dia, na certa muitos avisos vieram e eu não tomei conhecimento deles. Que melhor maneira de depor um faraó se não mostrando ao seu povo que ele não pode protegê - los? - Diz Tutmés preocupado, quando uma serva adentra apressada seguida por Hatcheptsut que destila um olhar de reprovação para o casal.

_Aliah, pegue a sua filha e volte aos seus aposentos necessito da atenção do faraó. - Ela diz e recebendo um olhar desgostoso do marido.

_ Pode nos dar licença meu amor? - Ele diz tomando a mão da canaesa e selando um beijo no dorso.

_Claro, com sua licença faraó, grande esposa. - Diz a jovem enredando a filha numa manta e saindo apressada.

Tutmés se levanta da cama sob o olhar atendo de Hat, que dispensa a serva, enquanto o rei se serve de um cálice de vinho.

_ Espero que o assunto que tenha a tratar seja urgente, para adentrar desse modo e interromper nossa noite de orações por meu herdeiro.

_ Não pareciam estar orando e no mais, seu primogênito, nosso filho não recebeu nenhuma honra sua.

_ E já pedi perdão por isso, eu era muito jovem deveria ter ficado ao seu lado Hat, mas não há como mudar o passado. - Diz o rei dando um gole no vinho.

_Sim não há,  mas não deve insistir nos mesmos erros. Eu sou sua rainha, a guardiã da legitimidade, a única que pode te dar um herdeiro de sangue puro, mas você não parece muito preocupado com isso. - Retruca a esposa.

_ Antes de pensar em um herdeiro de sangue puro, preciso garantir que ele terá um reino para herdar. Talvez os muros altos do palácio te deem a falsa impressão de segurança, mas se os Mitanni resolvessem atacar nesse momento, ficamos presos dentro da cidade. Nossa única chance seria o exército de Nakhtmin contornar a situação, pois sabe muito bem que não temos força para os enfrentar sozinhos. Sinta - se feliz em não ter de se preocupar em fugir com uma criança nos braços ou mesmo em vê - la ser jogada do alto dos muros, porque é isso que farão com os preciosos herdeiros do Egito se conseguirem entrar aqui.

_ Eu sei que vai garantir que eles não entrem, e prefiro correr o risco de morrer com um filho nos braços do que ter que entregar minha coroa a Satiah, ja que Niuserré é seu único herdeiro e se acabar morto nessa guerra ela será a rainha mãe.  Você já pensou no que vai acontecer se ele for coroado? Satiah entregará o poder e o povo nas mãos dos sacerdotes.

_ Se os deuses quiserem que Niuserré seja coroado assim será, nada que façamos poderá mudar  o destino traçado por eles.

_ Nos casamos para que nossa dinastia se perpetuasse, peIa honra do nosso pai e dos nossos antepassados, mas se isso não importa para você, pense no que Satiah fará com Aliah e Iset se ela tomar a coroa. Pode defender Satiah, mas sabe muito bem do que uma mulher rancorosa é capaz. E é o seu dever,  garantir um herdeiro legítimo ao reino.

_ Meu dever? Você se recusou por anos a cumprir o nosso dever e eu sempre respeitei a sua vontade, mesmo sabendo que enquanto eu não tivesse um herdeiro meu trono poderia ser questionado, agora se me der licença preciso descansar, amanhã tenho decisões muito mais urgentes do que o seu medo de perder uma maldita tiara sobre sua cabeça. -  Ele diz e a rainha engole a seco suas palavras enquanto sente o olhos arderem.

Depois de tudo que passamos, achei que finalmente estaríamos juntos pelo nosso reino, nosso direito, por nós! Mas continua sendo sobre você e eu. A diferença é que você teve a chance de encontrar Aliah, de poder viver o amor que sente por ela, eu nunca terei essa chance irmão, tudo que tenho e terei é você e essa maldita tiara! - Diz a mulher num esforço tamanho, para não se entregar às lágrimas.

_Hat... Perdoe-me. - Diz o rei sentindo a dor da irmã, de fato ele sabia que os sacrifícios dela, foram imensuravelmente maiores que os dele.  O rei, se aproxima com um carinho terno no rosto da esposa que se findou num beijo, onde seus lábios seguiram sinuosamente pelo pescoço da mulher. O corpos se apertaram um contra o outro, Tutmés levou a mão as alças do vestido transparente de sua rainha, que desceu lentamente revelando o corpo sedoso e esguio dela. As mãos acariciaram-lhe os seios, enquanto se beijaram com ardor, se entregando um ao outro com toda a impaciência de sua juventude.

O dia amanheceu iluminado e quente, Nakhtmin aguardava o faraó em um dos pátios de treinamento ansioso para mostrar - lhe as inovações nubias, que com certeza seriam por  deveras úteis nas batalhas que seriam travadas nas próximas semanas.

_ Desculpe o atraso. - Diz o faraó se aproximando vestido com um saiote e um largo colar de vidro colorido.

_ Não tem do que se desculpar, se tivesse esposas tão belas quanto as suas, também seria um esforço sair da cama todas as manhãs. - Diz o nubio com um sorriso.

_ E então? Quais sao estas inovações que nos fazem enfrentar este sol escaldante? Pergunta o jovem rei sem dar atenção a brincadeira do nubio.

_ Está bem a sua frente! - Diz o negro apontando para uma biga e em seguida recebe o olhar descrente do faraó.

_ Bigas já existem a centenas de anos meu caro Nakhtmin.

_ Não como essas faraó. Eu garanto. - Diz o núbio batendo palmas.

Neste instante dois soldados núbios se aproximam da biga e em questão de segundos a desmontam amarrando as peças com tiras de couro e prendendo as costas. Nakhtmin bate palmas novamente e os soldados montam o carro de guerra tão rápido quando o desmontaram, o prendem a dois cavalos e saem em disparada. Enquanto um conduz a biga o outro efetua disparos de arco certeiros contra alguns alvos dispostos no pátio. O faraó sorri maravilhado com a praticidade do carro apresentado pelo príncipe, os anos no exército fazia o rei reconhecer a importância de carros rápidos, estáveis e leves. Numa batalha a velocidade com que se avançava sobre os inimigos muitas vezes decidia seu destino e tal inovação certamente traria vantagem sobre os hititas.
Depois dele próprio testar o carro, ordenou que as oficinas começassem imediatamente a confecção das mesmas, os artesãos, engenheiros e trabalhadores braçais se empenhariam ao máximo para que em uma semana o exército egípcio já estivesse munido de cerca de seiscentos carros, assim como nos estábulos os treinamentos que levavam semanas, tiveram os prazos encurtados. Tutmés sabia que tanta pressa poderia causar alguns incidentes desastrosos no campo de batalha, no entanto não era a hora de se perder mais nenhum minuto, precisavam atacar primeiro.



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