Maika~
Havia se passado uma semana. É claro que eu não queria sair do lado de Mikene, mas ela insistiu para que eu fosse para o hotel, descansasse e comesse corretamente, alegando que ficaria bem.
Depois de muita insistência, aceitei. Eu iria procurar minha mãe. Aquilo havia me irritado, e por culpa dela, Mikene quase ficou paraplégica. O médico explicou que foi impressionante ela não ter ficado, e me tranquilizou com isso. Contou que sua recuperação estava sendo excelente, com pouco tempo poderia ter alta.
Ao entrar no hotel, abri a porta do quarto dos meus pais.
-Minha mãe está?
-Tomando café. - Meu pai respondeu. Desci novamente e a peguei saindo do hotel.
-Você vai arcar com todas as despesas!
-Por que eu faria isso?
Segure o pulso da minha mãe e o apertei, involuntariamente.
-Você quase matou a pessoa que eu amo por mero capricho! Sinceramente, Meiko! -Ela estremeceu. - Não sei se odeio mais a sua homofobia ou a sua super proteção!
Ela se encolheu, eu a soltei. Baixou o olhar e eu saí.
Comprei sorvete e estava retornando ao hospital, até ver um carro que eu conhecia bem. Sabia aquela placa de cor e salteado. Ia em direção ao hospital, seguido por outros 6 ou 8 veículos. Comecei a correr, não esperei o elevador, corri para as escadas até o quarto de Mikene. Cheguei lá em cima ofegante, meio tonta, mas aquilo passou.
-Mikene! - eu a sacudi. Ela acordou, sobressaltada.
-Maika? O que foi?
-Eles estão aqui! - respiro. - A Martini veio atrás de você! - Ao concluir essa fala, ouvi barulhos de tiros, além de gritos.
-Tranque a porta com o cartão eletrônico.
Eu corri até a porta e passei o cartão, digitando a sequência 247097. Ela se trancou automaticamente. Mikene suspirou e passou a mão pelo cabelo e olhou sua perna na qual havia fraturado o osso da canela. Se ergueu com alguma dificuldade.
-Ok. Estou curada. - Ela disse e começou a tirar o gesso.
-Mikene...
-Estou bem, posso andar. Não se preocupe, eu usei uma droga que acelerou minha recuperação. Esse gesso era pra garantir. E bem, olhe essa situação...
Eu a ajudei a vestir as roupas que levava, a seu pedido. Ela olhou o gesso no braço e decidiu deixá-lo ali. Olhou a janela. Murmurou um palavrão.
-Por que diabos tão alto...
Começou a procurar algo. Eu ouvi gritos e tiros mais próximos.
Ela achou uma chave e entrou no banheiro. Eu a segui. Destrancou uma porta quase imperceptível.
-É uma escadaria... Vai nos levar ao estacionamento... Ala Y12.
-Pode descer escadas? - Pergunto.
-Não sei, mas vou descobrir.
Passamos e Mikene fechou a porta. Começamos a descer, e ao chegar no estacionamento, vi um dos capangas da Martini. Que esperta... Sempre um passo à frente.
Eu e Mikene nos esgueiramos por ali. Ela pegou um extintor de incêndio.
-Maika, sabe pilotar uma moto?
Ela sussurrou.
-Eh? Mais ou menos...
Ela apontou uma moto enorme, preta. Me entregou chaves. Se afastou. De onde diabos vieram essas chaves?
Destravou o extintor e mirou no guarda, que se encolheu ao ser acertado. Esvaziou o extintor e o jogou no homem, no chão. Pegou suas pistolas, e subiu na moto atrás de mim. Dei a partida e acelerei, saindo do hospital, estava meio que... Cercado?
Ela sacou aa pistolas e atirava nos capangas ao redor.
Finalmente saímos da área hospitalar e ela arrumou o capacete na cabeça.
-Para onde vamos? - Perguntei quando paramos no semáforo.
-Eu não sei. Talvez devêssemos voltar ao Japão, mas Martini tem tanto dinheiro que poderia ter raptado todos os vôos de hoje para lá.
-Uou. - O semáforo ficou verde.
-Por ora... Despiste a Akemi. - Ela disse e eu notei o Porsche amarelo. - Muito bem previsto.
-Não atire neles, ou pode cair. Fique tranquila, dessa vez eu nos tiro dessa situação.
Ela passou os braços pela minha cintura.
-Confio em você.
Acelerei o máximo que era permitido naquela via. Eu não sabia por onde ir, mas sabia para onde ir.
Costurei ruas e andei por vários bairros até conseguir despistar a Akemi. Depois parei a moto em um local qualquer e eu e Mikene andamos até um café.
-O que faremos? Mesmo que a gente fuja deles, nós não poderemos nos esconder...
Mikene pensava, sempre tentando manter a calma. Pedi um café com creme e marshmallow, com raspas de chocolate. Ela pediu um expresso com leite.
-Mart me conhece. Sabe onde eu iria. Mas ela não sabe nada de você. Então iremos seguir suas ideias.
Bebi o meu café.
-Certo... Como está a sua perna? Dói?
Ela moveu a perna.
-Apenas se eu correr. Mas posso andar e ficar de pé sem problemas. - Ela me tranquiliza.
Pago a conta e saio com Mikene. Andamos algumas ruas no interior da cidade. Chego a um prédio e paro. Entro. Subo até a cobertura.
-Esse apartamento é meu, então podemos ficar aqui por enquanto.
-Ok. - Mikene sorri.
-Vou tentar fretar um jato para amanhã cedo.
Ela se senta no sofá. Eu me sento ao seu lado. Ela passa um braço pelo meu ombro.
Essa segurança... Esse abraço...
Eu passo meus braços pela sua cintura e repouso meu queixo pouco acima dos seios dela. Ela ligou para Ryan. Estava no auto falante.
-Lewis.
-Ryan, sou eu.
-Oh, como está? Se recuperou?
-Deixemos isto para mais tarde. Martini veio atrás de mim. Eu preciso que frete um jato para amanhã de manhã.
-Eu estou no Japão e fretarei um jato nos Estados Unidos para você? Que-
-Sem palavrões. Maika está ouvindo.
-Tá. Que horas?
-Oito.
-Te ligo mais tarde. - Ele disse e desligou.
-Será que duramos até as oito?
-Espero que sim, Maika.
Ela se deitou e esticou as pernas não muito longas. Eu estava do seu lado. E acabei adormecendo.
...
.....
Acordei horas depois. Estava coberta por uma colcha branca, com o desenho de um pássaro.
Mikene não estava ali, mas eu ouvia sua voz, baixa.
Me levantei e fui até perto da cobertura. O céu brilhava, cheio de estrelas. No silêncio, apenas os sussurros dela ao telefone. Notei que ela observava uma caixa de cigarros, fechada.
-Não queria que logo ela passasse por isso. Eu sei que ela é forte, mas porra, é uma adolescente. Tá, pode ser. Uma mulher no corpo de uma adolescente. Não. Acordei com uma recordação aí.
Ela fez uma pausa.
-Sei. Aham. Vai à merda. - Ela riu, baixo. - Eu não sou pedófila caralho nenhum. Se você está sozinho, só lamento. Vai dormir. Eu também vou. É. Tchau.
Ela desligou e só então notou que eu estava sentada no banco, ali fora. Ventava.
-Você me assustou.
Sorri, em meio à escuridão.
-Que horas são?
-Uma e dezessete.
Arqueei as sombrancelhas.
-Você fuma?
-Não mais.
-Saiu pra comprar isso?
-Não, estava na sua cômoda.
Me levantei e fiquei ao seu lado. Ela acariciava meu cabelo. Depois, separou uma mecha e aspirou o cheiro.
-Você tem um cheiro incrível.
-Você cheirou o meu cabelo.
-Não seja por isso.
Ela me puxou e eu me aproximei dela. Ela reparou na minha blusa que deixava meus ombros expostos e cheirou a extensão dos mesmos. Um arrepio percorreu meu corpo inteiro. Coloquei minhas mãos em sua cintura. Levantei um pouco sua blusa, delineando seus contornos dali. Ainda com seu queixo apoiado em meu ombro, ela deu uma mordida, seguida de um chupão. Subi minha mão até seus seios, me aproveitando do fato dela estar sem sutiã. Os apalpei e ela continuou a morder, dando alguns chupões. Vez ou outra ela dava um leve e baixo gemido quando eu tocava em seus mamilos. Deslizei minha mão para suas costas, e continuei descendo até sua coxa.
-Está vestida bem indecentemente agora.
Mikene riu.
-Também troquei suas roupas. Não sei você, mas não consigo dormir de jeans ou saia.
-Eu duvidava que minhas roupas servissem em você. Agora vejo que elas entram.
-Não sou gorda. - Ela me olha e dá um sorriso sádico. Pegou minha mão e me fez apertar sua coxa, depois subiu e deixou minha mão sobre sua bunda. - Ou será por isso aqui?
-Garota veneno você, hein?
Ela me beijou.
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