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História Uke Dos Deuses - O "jantar"


Escrita por: Litalea_Draak

Notas do Autor


Rápido, não acha?

Capítulo 21 - O "jantar"


Victor estava confuso também. Ele não falava e nem demonstrava, mas eu sabia bem “ler” seus atos, falas e modo de agir. Lia e Angel voltaram para a casa da mais velha após terem certeza de que tudo estava bem.

 

O acordo teve início na quarta, hoje ainda é quita e o “acordo” termina no sábado. Já devem imaginar o que eu fiz, certo? Dei uma jogadinha de cabelo na Lia.

Dar uma jogadinha de cabelo é quando você vai e arruma uma desculpa, convence alguém ou suborna ela para conseguir algo que tu quer, você meio que mostra que tem poder, assim como uma mimada jogando o cabelo para demonstrar sua arrogância. No meu caso, eu convenci a Lia a estender a estadia da minha prima na casa dela e a do seu irmão na minha casa até o fim da tarde de domingo. Entendeu? Agora faz uma jogadinha de cabelo com a sua mãe!

 

Melhor prima, melhor amiga, melhor irmão.

 

Quando me dei conta da hora, já estava na hora do jantar.

— Victor? O que está fazendo?

— Procurando algum desenho. — Continuou olhando para a televisão.

— Está com fome?

— Um pouco.

— O que quer comer?

— Não sei... — Virou-se para mim. — Pode rolar aquele miojo? Você me disse que sabia deixar aquilo com um gosto incrível! — Sorriu. — Ainda estou com vontade, por favor Lu.

— Ai meu deus que fofo! — Coloquei as mãos no rosto. — Quer que misture alguma coisa?

— Faça do seu jeito.

— Yes! Eu vou fazer lá rapidinho e já volto, tudo bem? Tem duas temporadas de Coragem, o Cão Covarde na pasta “Confidencial” do pen drive que está na TV.

— Obrigado!

Fui com pressa para a cozinha, já procurando por tudo o que iria usar. Miojo de bacon, alface, salsicha, refrigerante, ketchup, uns temperos...

Coloquei a água do miojo pra esquentar enquanto picava a alface, o coloquei em uma tigelinha de vidro e temperei. Salada: OK. Coloquei o refrigerante nos devidos copos e despejei a massa do miojo na panela quando a água ferveu. Bebidas: OK. Piquei algumas salsichas e coloquei no miojo assim que o mesmo ficou pronto (junto com os devidos temperinhos), coloquei o prato principal em umas tigelas de plástico, caprichando bem na quantidade para ambos (eu não fiz um miojo só não tá, foi uns quatro de uma vez). Miojo: OK.

Fui levando as coisas de pouco em pouco para a sala, deixando tudo arrumadinho na mesinha de centro.

— Há! Está babando! — Apontei para ele, rindo de sua expressão hipnotizada.

— Não estou não. — Limpou a boca com as costas das mãos. — Você faz isso de propósito, não é?

— Não entendi.

— Desde que cheguei, você sempre faz coisas que eu gosto. Mesmo que sejam estranhas.

— Eu também gosto, então não tem problema. — Continuei sorrindo, lhe entregando sua tigela. — Só tome cuidado para não se queimar.

— O caldo próximo a borda sempre esfria mais rápido.

Um dos melhores jantares da minha vida. Miojin com salsicha e alface com ketchup é uma combinação bizarra, nojenta para alguns, mas deliciosa.

— Lukas, é normal você sentir que tem uma ligação com alguém? — Colocou a tigela de miojo vazia na mesinha e pegou seu como com refrigerante.

— Depende da pessoa. Tem gente que não acredita nisso. — Troquei minha tigela pela de alface.

— Você acredita?

— Não sei direito.... É como se você precisasse dessa pessoa pra se sentir vivo, não é? — Peguei um pouco com um garfo e levei até sua boca.

— Exato! — Comeu. Que cena fofa!!

— Você precisa de quem?

— Você. Quem mais poderia ser? Lia reclama que tenho o sono pesado demais, mas eu acordei do nada quando você chegou!

— Só por isso?

— Não, eu andei reparando em outras coisas desde aquele dia...

— Pode me contar? — Perguntei animado.

— N-Não! Segredo ainda.

— Está vermelho. — Acusei com o dedo.

— A culpa é sua!

— Minha culpa?! Beleza é algo natural meu amor! — Faz a jogadinha de patricinha mimada.

— Não é questão de beleza!

— E do que é?!

— Personalidade! Seu jeito Lukas!

— Ai meu pai.... Sério?

— Sério. — Desviou o olhar. — Como é a minha personalidade? Como eu sou?

— Hm.... Carinhoso, sincero, direto, não gosta de mentiras... faz de tudo para conseguir ver as pessoas ao seu redor bem.... Mas, pra que isso?

— Você cresceu sem os pais, mas nunca desviou do caminho. Você se mantém forte e suporta a dor dos outros para vê-los bem, mas se sobrecarrega e se destrói aos poucos. Por que você faz isso?

— Não sei.... É o meu jeito.

— Você tentou ser alguém que não é, foi a tentativa de fuga da realidade, mas percebeu que estava ser tornando outra pessoa.

— Eu voltei ao meu normal por culpa sua, culpa daquela caixa. Aquilo pode te ajudar também!

— Você já está me ajudando.

— Não é o suficiente! Victor, eu sei que aquilo terá um efeito maior. Aquilo vai te ajudar a, pelo menos, ter uma idéia de como era tudo!

— Lukas! Não se exalte!

— Não estou me exaltando! Eu só...

— Cala a boca. — Fui interrompido por sua fala... e seus lábios.

Meu coração parou. Sem brincadeira. Não é um beijo, só um selinho, mas...

 

Me sinto fora de órbita.

 

Eu consegui me lembrar perfeitamente de todas as vezes que já o beijei. Eu não sei explicar, foi como o meu primeiro selinho novamente, o qual foi com ele...

Ele se afastou após alguns segundos. Eu não sabia como encara-lo, mas era obrigado a manter o olhar sobre si.

— Está mais calmo?

— É sério que você fez essa pergunta? — Sorri envergonhado.

— Foi a primeira coisa que veio na cabeça. — O sorri desse garoto ainda me mata!

— Obrigado...

— Eu quem precisa agradecer, fanático por caveiras com asas de morcego.

— Você... — Não conseguia completar a frase devido a surpresa que sentia.

— Eu me lembro disso.

— Se rolar outro selinho, você vai se lembrar de mais coisas?

— Não custa tentar. 



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