Apenas sabia que precisa do Scott.
O voo foi torturantemente demorado para o loiro, principalmente sem entender o motivo dessa agonia em seu peito.
Sem entender... Por dentro, na verdade, Isaac sabia, implorava para estar errado, mas sentia, que sua amado estava em perigo. Talvez fosse a ligação entre alfa e seu beta ou até mesmo o amor que supria pelo amigo, isso não importava, apenas sabia que precisava, devia, ver Scott.
Assim que pousaram, Isaac saíra correndo com suas malas e deixando lágrimas voando por onde passava. Varias pessoas que viram a cena se sentiram mal pelo garoto, sem nem entender o porquê, apenas sentiam o aperto no peito do menino.
Não havia um taxi vazio se quer mas, uma senhora que viu o desespero no olhar do jovem, cedeu sua corrida para ele.
-Vá, meu jovem. Ele precisa de você.
Sem nem prestar muita atenção nas palavras da moça, Isaac jogou suas malas no banco de trás e entrou no veículo, secando suas lágrimas.
-Hospital Memorial de Beacon Hills.
Apenas essas foram as palavras ditas durante todo o trajeto. Mesmo que taxistas tenham um habito incrivelmente irritante de puxar conversa durante a viagem, o homem que dirigia sabia que era melhor ficar em silêncio, e assim o fez.
O percurso foi relativamente rápido, era 5:30 da manhã e quase não havia carros pelas ruas, apenas a chuva incessante.
Isaac ligou varias vezes para o celular de Scott mas ninguém atendia. Decidiu, então, ligar para Lydia. A garota sempre pressentia quando alguma coisa ruim estava para acontecer e, se o que Isaac sentia fosse verdade, Lydia seria a primeira a saber.
Duas, três, quatro vezes e nada. Na quinta ligação, Lydia atendeu.
-Alô?
-Lydia, o Scott está bem? Lydia, me diz que o Scott está bem. Por favor, Lydia, me diz que o Scott está bem. – Isaac falava, tentando segurar as lágrimas.
-Isaac? Isaac, é você? Não, o Scott está internado, ele está em coma... Mas como você soube?
O loiro desligou o telefone e chorou. Chorou como nunca antes.
Dois minutos depois disso, Isaac desceu correndo do taxi, com as malas em mãos e jogou uma nota de 100 dólares para o taxista, por uma corrida de 27.84.
Assim que entrou no hospital, viu Stiles, o xerife, um garoto estranho e Lydia, sentados ao lado de uma porta. Isaac correu até lá e, ignorando todas as perguntas e comentários sobre a chegada repentina do garoto, largou suas coisas e olhou pela janela, vendo seu amado com vários fios e máquinas ligadas a ele.
-Isaac... Você está bem...
Não receberam resposta alguma. Isaac apenas andou lentamente, quase se arrastando, até a porta e adentrou o quarto, mesmo que dissessem para ele ficar longe. Ele fechou a porta atrás de si escutando batidas na mesma logo após isso.
Como se o mundo ao redor tivesse desaparecido, Isaac olhou para Scott e segurou em suas mãos.
-Scott. Scott, acorda. Acorda agora.
-Ei, o que ele está fazendo?- perguntou Miguel.
-Não se preocupe... É o Isaac...
-E ele é namorado do Scott ou coisa do gênero?
-O que? Não, eles são apenas amigos, porque?
-Por que ele não está exalando tristeza como você ou o Stiles. Ele está exalando tristeza como a Melissa, ou, até mesmo, mais... é como se ele morresse por dentro a cada segundo em que vê Scott assim...
-Deve ser imaginação sua, Derek... Acredite, Scott não é gay... Não depois do que ele falou...
-Do que ele falou? O que... ei... esperem... Vocês estão vendo aquilo?- Derek apontou, pela janela, para o monitor que mostrava atividades cerebrais e, o que antes estava quase parado, agora já possuía picos de atividade.
-O que ele fez. O que ele está fazendo com o meu filho? – perguntava Melissa.
-Acho que ele está conectado, de algum jeito, ao Scott... e, talvez, essa proximidade entre os dois esteja ajudando-o a se curar...- tentou explicar Lydia.
-Você deve ter razão... e por falar em proximidade...-o xerife apontou para os garotos dentro do quarto.
Como se aquela fosse sua única fonte de ar no momento e ele precisasse muito dela, Isaac beijou Scott. Ele colou seus lábios nos do MccAll, esperando, quem sabe, que ao menos tivesse alguma resposta. Nada.
O seu amado estava em coma e ele nada podia fazer.
No meio do beijo, as lágrimas que haviam diminuído voltaram a cair, tornando o beijo úmido e salgado. Lágrimas de tristeza, desespero, amor e ódio.
Tristeza por ver a pessoa que mais amava naquele estado.
Desespero por não saber se ele acordaria.
Amor por ser exatamente o que ele sempre quisera fazer mas nunca pôde.
Ódio por não ter passado todo o tempo que pode com seu amado e por não ter feito nada para impedir que ele acabasse naquele jeito.
Isaac separou o beijo e, soluçando, virou as costas e andou até a porta, até sentir seu pulso ser segurado e, num misto de surpresa, esperança, felicidade e amor virou imediatamente e viu aqueles olhos castanhos o fitando.
-Você podia ser preso por isso, sabia? – Scott falou, com um sorrisinho bobo estampado em seus lábios.
Isaac nem respondeu, apenas se jogou sobre Scott e o beijou. Um beijo profundo e demorado, que demonstrava todos os sentimentos que possuía pelo alfa. Um beijo que falava mais que mil palavras. Um beijo que ambos precisavam.
-Você tem certeza que eles não são namorados...?- Perguntou Derek, rindo.
-Mas o que...-perguntou Lydia, sem entender o que estava vendo.
Kira, que estava ali o tempo todo e o tempo todo ninguém viu ela começou a chorar.
-Meu namorado é gay...
-Sai logo daqui, Pikachu, ninguém te suporta.-Respondeu Stiles, rindo e chorando ao mesmo tempo, tamanha felicidade de ver seu amigo de volta.
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