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História Um Amor Por Escrito - Um Príncipe e Seu Súdito


Escrita por: peixinha-sama

Notas do Autor


AH, DESSA VEZ EU NEM DEMOREI TANTO, VAI
(a mentirosa)
...Pelo menos não chegou a passar um mês.
Mano, eu 'tô muito, mas muito louca. São tipo quatro da manhã e eu não estou na cama! Alguém só me salva, pelamor. O sono bate forte, mas o compromisso de "devo postar" bate mais. Então cá estou eu.

Aaaaaa, antes de deixar vocês lerem, queria agradecer por todos os comentários cheios de amor que venho recebido. <3
Sinceramente, vocês são o máximo!

Demorei, mas trouxe o maior capítulo dessa fic!
Espero que aproveitem!

Capítulo 11 - Um Príncipe e Seu Súdito


     Ele não tinha ideia de como fazer aquilo. Foram simplesmente tantos rascunhos jogados no lixo que ele não sabia mais o que fazer. Já era sábado e ele não tinha o texto pronto.

     No ônibus, tentava desesperadoramente criar alguns versos. A vista da janela sempre o ajudou, mas naquele dia não surtia efeito algum. Mordeu o lábio, apenas se amaldiçoando ainda mais. Ele sempre achou que a escrita deveria vir da alma, da forma mais natural possível. E por esse motivo, sempre se recusou a fazer outline ou bolar muito o que aconteceria. Suga sempre o xingou por essa persistência.

     E talvez Suga estivesse certo. Agora, sem inspiração, ele não conseguia pensar em um bom texto para mostrar ao seu chefe. Também, ele queria demonstrar tantas coisas em um só texto que nem conseguia organizar o pensamento. Como poderia fazer um texto com qualidade literária, que expressasse o quanto ele se importava com a amizade dos dois e, ainda por cima, com dicas de sua paixonite?

     Não dava. Somente não dava. Só de pensar no mais velho seu coração já acelerava, como se concentrar?

     Passou o percurso inteiro buscando por ideias e falhando miseravelmente. Talvez estivesse buscando a inspiração da maneira errada. E não tinha ideia de como buscá-la da maneira correta. Ele até mesmo releu todos os seus textos, na simples esperança de que algum se mostrasse útil. Mas não. Nada estava ao nível de ser mostrado para Kim Seokjin.

     Aquele dia em específico estava meio frio, então Namjoon se escondia em um moletom grosso, logo se arrependendo pela escolha da vestimenta: estava frio, só não estava o suficiente para ter de usar aquela roupa. Ele se perguntou se ficar perto de Jin o deixaria aquecido. Provavelmente.

     A caminhada até a confeitaria, como sempre, foi curta. Ele entrou no local como sempre entrava e foi recebido pelo sorriso do Seokjin, também como sempre era. Tudo ocorria de acordo com o cenário, então por que seu coração insistia em bater de forma diferente toda vez?

     — Hey, Jin — disse, sem esforço algum para colocar um sorriso no seu rosto. Já vinha naturalmente.

     — Hey, Namjoon.

     Não tinha ninguém nas mesas, o que era estranho para aquele horário. O sorriso do acastanhado parecia sugestivo para Namjoon e ele simplesmente sentiu o desejo absurdo de preenche-lo com um beijo. Não tinha ninguém no lugar, mas, por ser público, dava um certo ar perigoso.

     Jin arrumava o dinheiro nas gavetas, mas assim que o outro chegou, parou com a sua tarefa e apenas ficou o olhando, com aqueles olhos sempre brilhantes. Essas pequenas demonstrações de importância apenas dava um certo orgulho misterioso para Namjoon, o fazendo vibrar.

     Ele não iria beijá-lo, mas, mesmo assim, se aproximou. Como esperado, todo o seu corpo se aqueceu.

     — Está tudo bem, príncipe?

     Jin riu, passando as mãos nos cabelos, na clara tentativa de não mostrar sua vergonha. Não funcionou.

     — De novo isso de príncipe?

 

     Namjoon deu de ombros.

     — Enquanto você continuar sendo um príncipe, vou continuar te chamando de príncipe, não faz sentido?

     As bochechas de Seokjin pareciam queimar. Ele segurou com uma mão o balcão ao seu lado, talvez para não perder a compostura, e mordeu levemente o lábio. Sua boca nunca pareceu tão atraente.

     — Então o que você é? — perguntou, com a voz mais calma o possível, beirando o sussurro. — Um súdito?

     Namjoon sorriu. Merda, como ele conseguia ser tão lindo?

     Pegou delicado na mão do homem em sua frente, não encontrando nenhuma resistência e, sem deixar de encará-lo, levou aos seus lábios.

     Talvez Kim Seokjin também estivesse apaixonado por si, pensou. Pois quando beijou, o mais leve possível, os dedos tortos, o ouviu suspirar.

     — Você quer que eu seja? — sua voz saiu mais rouca do que o esperado. Mesmo assim, não se arrependeu quando a ouviu, o efeito que causou em Jin apenas foi lindo. Suas bochechas coradas e os olhos brilhando, um brilho até então desconhecido por Namjoon. Em todos os seus vinte anos de vida, ele nunca tinha visto igual. Seus próprios olhos deveriam brilhar.

     — Quero.

     Droga, como ele queria beijá-lo agora. Seus lábios estavam secos e ele simplesmente queria beijá-lo, provar o gosto que lábios tão cheinhos deveriam ter.

     Ele se aproximava sem nem mesmo se controlar. Mais um segundo e estaria próximo o bastante para sentir sua respiração e não sentia que nada poderia ser forte o bastante para impedi-lo. Nenhuma parte do seu cérebro, nem a mais racional. Até sua parte exata tinha sido roubada pelo calor de Seokjin.

     O mais velho também não mostrava iniciativas de pará-lo. Mais perto que ficavam, mais ele fechava seus olhos. Ele não pensava se algum cliente poderia chegar e assistir a cena, para nunca mais voltar lá. E se pensasse, não chegaria a se importar: Namjoon ainda segurava sua mão e isso parecia ser o bastante para leva-lo às nuvens. O balcão já não parecia o suficiente para mantê-lo na terra.

     O sininho que tocava sempre que alguém abria a porta tocou. Os dois nunca foram para trás tão rapidamente. O tempo voltou a ficar frio e Namjoon simplesmente se sentiu congelando. Com o ar gélido voltando a inundar seu corpo, ele começou a raciocinar sobre o quanto estava sendo idiota. E sobre o quanto, mesmo sabendo sobre não dever fazer aquilo, desejou que aquele cliente simplesmente tivesse aparecido cinco minutos depois.

     Mas, depois de beijá-lo, como iria se controlar? Até mesmo o seu baixo ventre remexia com a expectativa.

     Ainda corado, Jin cumprimentou o cliente que ia ali todo dia, nesse mesmo horário. Namjoon comunicou baixinho que iria buscar seu avental, recebendo apenas uma assentida com a cabeça.

     Chegando na cozinha enquanto se amaldiçoava baixinho, avistou Taehyung cortando cenouras. E se o mais novo tivesse ido até lá por qualquer motivo e visto os dois? Ele deveria saber se controlar melhor.

     — Hyung — ele chamou feliz, assim que o outro passou perto de si. O tempo foi capaz de deixá-los mais próximos. Aquele menino parecia carismático o suficiente para fazer amizade até mesmo consigo.

     — Tudo bem, Taehyung? — perguntou, já pegando o avental de onde sempre deixava, perto de onde estocavam os mantimentos.

     — Sim — respondeu com a voz baixa, parecendo guardar coragem para alguma coisa. Namjoon franziu um pouco as sobrancelhas. — Hmm... Pode cortar as cenouras pra mim enquanto eu lavo o alface? — Mexeu um pouco seus dedos — meio que quero te perguntar uma coisa.

     Ainda meio surpreso, pegou a faca que o menor lhe entregava e começou a cortar a cenoura. Depois de ter sido ensinado por Seokjin, nunca mais esqueceu.

     — Como você faz pra bolar seus flertes?

     Namjoon quase cortou seu dedo fora.

 

     Engasgando com sua própria saliva e encarando envergonhado o outro, perguntou na maior inocência do mundo:

     — Quê?

     Tae levantou uma de suas sobrancelhas, oferecendo junto um sorriso malicioso.

     — Ah, hyung... Vai me dizer que você não fica flertando com o Jin hyung?

     — N-Não — era difícil falar enquanto engasgava.

     — Ah, por favor, né? Quem chama alguém de príncipe sem querer nada?

     — Você ouviu? — ele só ficava mais assustado.

     Taehyung deu de ombros.

     — Eu precisava achar as cenouras, então fui chamar o Jin hyung, mas voltei quando vi que vocês estavam — deu uma pausa — ocupados. Acabei achando eu mesmo.

     Namjoon suspirou, tentando se recompor e ignorar as novas informações. Era vergonhoso saber que ele tinha sido assistido.

     — Por que você quer saber isso?

     — Pra eu conseguir flertar também, não é óbvio?

     Talvez se Namjoon “acidentalmente” cortasse seu pulso, não seria uma ideia tão ruim. Voltou a cortar a cenoura, afim de planejar melhor seu suicídio.

     — Sei lá — sentia um calor incômodo nas suas bochechas — só tenta falar o que ‘tá sentindo de forma... provocativa.

     O mais novo suspirou.

     — Vocês fazem isso tão naturalmente. Queria ter essa facilidade, eu viro uma geleia sempre que tento.

     Namjoon não pôde evitar a risadinha que rasgou sua garganta.

     — Não é tão essencial flertar assim. Se você não consegue, deixa pra lá.

     — Deixar pra lá — resmungou — o Jin hyung fica caidinho toda vez, queria deixar meu crush assim também.

     Dessa vez Namjoon realmente cortou seu dedo.

     Levou rapidamente seu dedo à boca, evitando sujar a pobre cenoura com seu sangue. Em vez do Kim mais novo ajuda-lo, começou a rir. Seu instinto assassino nunca vibrou tão forte.

     — Você cortou o dedo só por que eu falei que o Jin hyung tá caidinho por voc-

     — O Jin hyung o que, Taehyung?

     Okay, o olhar assassino de Jin era muito mais forte do que qualquer tentativa de Namjoon. Encostado de lado na porta, lá estava o psicopata. Tae parou imediatamente sua fala e se arrepiou por inteiro.

     — Ãhn, o Jin hyung deve estar querendo que eu vá atender os clientes, não é? — deu uma risadinha envergonhada. — Vou lá...

     E saiu de cena.

     Seu olhar suavizou ao ver o homem com dedo na boca. Com uma expressão divertida, disse:

     — Não acredito que você se cortou.

     Namjoon o olhou com atenção enquanto andava até si, somente para passa-lo e ir até a gaveta. Tirou então um curativo de dentro dela.

     — Será que vou ter que ensiná-lo mais uma vez, Joonie? — brincou, pedindo o dedo do outro com um sorriso malandro.

     — Nossa, não posso me cortar nem uma vez? — sorriu também, vendo o outro revirar os olhos enquanto colocava o band-aid em seu dedo.

     — Hey, o que o Tae ‘tava falando de mim?

     Namjoon se sentiu suar. Não se decidia entre contar ou não a verdade. Seu coração deu uma batida a mais. Não podia dizer não gostar do pensamento de Jin estar “caidinho” por si.

     — Ele perguntou sobre como flertar.

     O rosto do outro amoleceu.

     — Ele quer aprender suas cantadas fajutas?

     — Como assim fajutas? — colocou a mão em seu peito, fingindo-se ofendido. — Minhas cantadas são de alto nível profissional!

     — Aham.

     — Não é só porque você é um príncipe que pode ofender meu talento natural.

     Mais uma revirada de olhos. Mesmo fazendo-se de irritado, Namjoon podia ver sua boca querendo virar um sorriso. Cruzou os braços.

     — Como não? Um príncipe não pode fazer o que quiser com seu súdito?

     Namjoon perdeu a fala. Jin se aproximou. Mais uma vez no dia, estavam juntos, quase colados.

     — Hoje ainda ‘tá de pé, né?

     Ele parecia se segurar em não desviar o olhar, fazendo questão de deixa-lo o mais perigoso possível. Namjoon quis se fazer de desentendido apenas para provoca-lo mais, mas não teve a coragem de arriscar deixar aqueles olhinhos esbugalhados perderem o brilho.

     — Claro, príncipe.

 

     O sorriso de Jin fazia tudo valer a pena. Não demorou para Namjoon tirar esta conclusão. Tudo o que poderia fazer para arrancar um sorriso ou até mesmo um rubor do outro, fez. Até mesmo riu das suas piadas horríveis. Se manteve, também, mais próximo do que o necessário, apenas porque percebeu que isso o deixava mais confortável. E não era só por ele que fazia isso. Toda vez que estava por perto, seu corpo se enchia de um calor gostoso, quase inexplicável. E quando encostava em si, parecia pegar fogo. Sempre preferindo o frio, ele nunca achou que amaria tanto o calor.

     Quando Taehyung saiu, pediu seu kakao para poder saber mais sobre como flertar. Namjoon não teve como negar aquele sorriso quadrado, então entregou, mesmo sabendo que piadinhas sobre ele e o Jin estariam por vir. Talvez esse fosse um dos motivos para ter entregue.

     A primeira mensagem foi:

Tae(não)hyung: O Jin pareceu esperar a semana inteira por hoje, não o decepcione, hein?!

     Namjoon sorriu. Ele também tinha esperado a semana inteira por esse dia. Afinal, Jin foi convidá-lo logo na segunda, não poderia ter esperado até sexta, para ao menos terem de esperar menos? E sobre o texto? Ele trouxe o notebook consigo e pretendia mostrar algum outro. Contudo, ele não tinha confiança sobre nenhum dos seus antigos textos.

     Ele também podia deixar aquilo para outro dia, mas queria muito ouvir a voz de Seokjin. Existiria alguma maneira de fazê-lo cantar sem mostrar texto algum? Ele duvidava.

     Continuou atendendo os clientes como já fazia há algum tempo. Sua mente não estava nos pedidos, entretanto. Estava na expectativa do canto de Jin. Sua voz era tão deliciosa de ouvir, o canto deveria ser também. Só que ainda continuava em sua cabeça o que ele faria caso não gostasse, como deveria reagir. E também o imaginava não gostando da sua escrita.

     Tentava ao máximo afastar esses pensamentos ruins e pensar em alguma coisa para escrever. Ah, mas pra quê? Nem dava mais tempo.

     E foi em meio a esses pensamentos, enquanto entregava um pedido para Jin, que uma cena, de bastante tempo atrás, se repetiu: Chung-Hee, seu antigo chefe, entrando na confeitaria meia-hora antes de fecharem. Só que, dessa vez, ele parecia bem mais arrumado. Namjoon não deixou de franzir as sobrancelhas para a imagem.

     — Deixa que eu vou lá atende-lo — Jin disse, já se prontificando para ir.

     — Não precisa, eu posso ir.

     E foi.

     Namjoon não sabia o que estava fazendo. O que ele tinha a ganhar com aquilo? Boatos em sua antiga empresa sobre um contador estar trabalhando em uma mera confeitaria? Pois ele não se importava mais. E se Chung-Hee tinha se arrumado tanto para ver alguém, que esse alguém não fosse o Jin.

     — Boa tarde. Já decidiu o que vai pedir? — perguntou, com a voz mais imparcial possível.

     Assim que Chung se virou para olhá-lo, arregalou os olhos:

     — Namjoon?!

     — Sim, senhor?

     Um sorriso malicioso brotou nos lábios de seu antigo chefe.

     — Então os boatos eram verdade. O que faz aqui? — perguntou, cheio de veneno.

     — Trabalho. Ainda não decidiu o que vai pedir?

     — Você não deveria estar estagiando em alguma empresa?

     — Sinto muito, mas eu não acho que minha vida profissional lhe faça respeito.

     O sorriso do rosto de Chung-Hee morreu. Os olhos castanhos amargos.

     — Quero ser atendido pelo Seokjin.

     — Ele está ocupado.

     — Diga que o Chung-Hee veio vê-lo.

     — Me perdoe, mas você é apenas um cliente. Se ainda não decidiu o que vai comer, peço licença.

     E foi atender a mesa ao lado.

     Ele não viu a cara que seu antigo chefe fez, mas pôde sentir a aura de raiva em suas costas. Teve de conter o sorriso que ameaçava escapar.

     Quando terminou todas as mesas que restavam, voltou para Chung-Hee, deliciando-se em vê-lo aborrecido. Aparentemente rendido, pediu um café. Namjoon o tratou como tratava todos os clientes, ignorando qualquer ligação que antes tiveram. Silenciosamente se orgulhou por isso, não sentindo falta alguma em ter contato com aquele idiota.

     Jin sorriu para si quando voltou com o pedido de Chung e, como ele era o último cliente, Namjoon continuou na cozinha mesmo.

     — Acho que hoje nem vou precisar cuspir no café dele.

     — Aish, por quê? — se fez de ofendido, mesmo não conseguindo esconder seu sorriso.

     — Pela cara dele, você parece já ter se vingado — e preparou o café, já queria termina-lo logo para poder sair dali o mais cedo possível. Depois dali iria com Namjoon para sua casa e isso já era o bastante para deixa-lo inquieto.

     Namjoon deu de ombros.

     — Eu só o ignorei, na verdade.

     Jin riu, lhe entregando a bandeja com o café. O mais novo já planejava sair dali, até que ouviu a bomba:

     — Pois saiba que você fica sexy com um olhar tão desafiador.

     Suas bochechas pegaram fogo. Não o olhou nos olhos para sorrir e dizer:

     — Depois sou eu o cara das cantadas?

     — Eu nunca disse isso — deu uma pausa. — Você é o cara das cantadas ruins, as minhas são boas.

     E Namjoon só pôde rir, não acreditando nas palavras que ouvia. Confiante, foi entregar o café para aquele antigo chefe que não chegava nem aos pés do atual.

     Planejava apenas entrega-lo e voltar para a cozinha, afim de ajudar Jin a arrumar as coisas. Embora estivesse ansioso, queria sair logo dali. Assim que se virou para a cozinha, ouviu a voz grave de Chung:

     — Eu gostaria de falar com o Seokjin, faça o favor de passa-lo o recado.

     Ainda com isso? Namjoon quis lhe perguntar. E logo depois lhe dar um soco no nariz. Pensou em que desculpa poderia dar para dizer que seu chefe estava indisponível, mas ele não estava, portanto isso não seria antiprofissional? Tentando manter a compostura, foi até Jin e o passou o recado.

     Seokjin fez uma careta e, suspirando, largou o pano e se dirigiu até a mesa de Chung. Como dali dava para observar parte da mesa sem ser visto, Namjoon manteve o olho por aí. Viu Jin se sentar e, de maneira profissional, conversar com ele. Ele só conseguia ver a parte do Jin. Estava tudo indo relativamente bem, via seu chefe agindo de maneira profissional (agora Namjoon entendia como isso soava sexy), até que pareceu se estressar e levantou. Ah, como Namjoon desejava ouvi-los.

     Acabou que Chung-Hee o pagou e, também parecendo estressado, saiu do local.

     Jin foi até si e Namjoon se esforçou para fingir fazer alguma outra coisa, que não fosse espioná-los.

     — Eu sei que você estava olhando, Joon — disse, mexendo em seus cabelos, parecendo estressado.

     — O que ele queria?

     Seokjin bufou, tentando seu máximo para conter sua irritação.

     — Ele falou alguma coisa sobre querer se encontrar comigo.

     Namjoon se sentiu congelar.

     — Então?

     Mais uma bufada.

     — Eu neguei, não é óbvio? Sair com ele? Deus me livre.

     Um sorriso aliviado ocupou o rosto do loiro, embora ele ainda sentisse seu coração incomodado. O cretino poderia até lhe expulsar do trabalho, mas roubar Seokjin de si não iria. Espera... Desde quando Jin é seu?

     — Além disso — o acastanhado voltou a falar, um pouco mais baixo, evitando os olhos que lhe encaravam —, eu já tenho um compromisso hoje.

     Namjoon só pôde sorrir, segurando o desejo de abraça-lo. Pegou o pano e voltou a enxugar a louça, logo tendo o outro ao seu lado, lavando a xícara do café de Chung-Hee.

     — Se ele voltar, não vou cuspir no café dele. Vou cuspir nele.

 

     Não demorou muito para que eles caminhassem até o ponto de ônibus, como faziam toda noite. Andavam estranhamente perto, embora houvesse o silêncio mudo para ignorarem tal proximidade. As vezes em que suas mãos se encostavam eram responsáveis por trazer quase que um choque em Namjoon, fazendo com que ele apenas quisesse agarrar aquela mão de uma vez.

     Normalmente eles conversariam, mas naquela noite permaneciam quietos. Namjoon não achou isso de todo mal: amava ouvir os sons dos seus próprios passos e, no caso, os de Jin também. A temperatura da noite continuava a mesma de tarde e isso, de certa forma, o incomodava. Sim, definitivamente, havia algo que ele não gostava sobre aquele frio.

     Afinal, não era tão frio, então por que continuava chamando de frio? Aquele moletom grosso o esquentava mais que o necessário, só o calor partilhado de Seokjin já era suficiente.

     E por que aquele frio-não-frio lhe incomodava tanto? Por acaso ele lhe lembrava alguma coisa odiável? Começou então a pensar em suas características e só conseguiu pensar em uma: era neutro. Ele não esquentava, nem esfriava, apenas estava lá.

     Ele não era exatamente igual a si?

     Então Namjoon percebeu que absolutamente precisava escrever sobre aquilo. Enquanto ainda caminhava, sacou o celular e começou a digitar.

     Jin, curioso, olhou para a tela do celular, apenas para vê-la sendo afastada de si.

     — Ei — Namjoon reclamou, protegendo o aparelho.

     — Ei — retrucou —, o que está fazendo de tão importante?

     — Escrevendo.

     Seokjin logo entendeu.

     — Aish. E você não quer que eu veja, certo? — reclamou, fazendo um bico emburrado para lá de fofo e dando um tapa no ombro do homem ao seu lado.

     — Na sua casa. Na sua casa eu te mostro.

     A frase o fez engolir em seco. Ele havia imaginado que talvez lesse um dos textos do Namjoon e cantasse para ele nesse sábado, mas ter a noção de que o outro queria a mesma coisa apenas afetava mais seu pobre coração.

     Por alguma sorte divina, assim que chegaram no ponto, o ônibus de Seokjin chegou. Ele teve que alertar o loiro, senão era provável dele ficar ali digitando no celular até o veículo ir embora.

     Se Namjoon não estivesse tão ocupado escrevendo, teria percebido que sua mão foi agarrada para subirem no ônibus.

    

     Seokjin estava inquieto. E ficou assim durante todo o trajeto até sua casa. Não sabia o que iria acontecer entre os dois e sabia que estava próxima a hora em que teria de cantar para ele. Droga, ele deveria ter treinado mais. E se desafinasse bem na nota alta? Quanta vergonha não passaria? Sua avó já deveria estar dormindo nesse horário, então não teria como apresenta-la ao Namjoon.

     Será que Namjoon dormiria em sua casa? Quer dizer, não que ele planejasse fazer algo com ele (embora quisesse), dizia isso mais por ser perigoso voltar tão tarde para casa. Desejou então que caísse uma tempestade: a maior tempestade que poderia cair. Uma tão grande que Namjoon teria de voltar para casa de barco. E Seokjin não tinha um barco. Então só restaria dormir com ele. E ops, Jin não tinha uma cama extra. Que bom que sua cama é de casal, não é mesmo?

     Quando já estavam perto de chegar, o loiro repentinamente deixou de digitar e pareceu voltar ao mundo, lembrando-se então que estava junto de Seokjin. Lhe deu um sorriso, que logo foi retribuído.

     Saindo do veículo, tiveram de andar cerca de cinco minutos até chegar na casa do mais velho. Namjoon sorriu assim que avistou a casa que o outro lhe apontava. Era uma graça e, de certa forma, combinava com ele.

     A primeira coisa que viu foi o jardim: bem arrumado e cheio de plantas. Havia espaço para carro, embora não tivesse nenhum. Suas paredes de cor creme davam um ar delicado e sua porta de madeira apenas reforçava a ideia de uma casa simples, porém elegante. Jin se atrapalhou um pouco na hora de pegar as chaves e Namjoon se conteve em rir baixinho, imaginando se estariam passando pelo mesmo nervosismo.

     Ah, mas o de Namjoon com certeza era maior. Quer dizer, era ele a visita, Jin ao menos estaria em casa.

     Entrando nela, viu que era térrea, não possuía escadas. Os cômodos eram pequenos, porém maiores do que em seu apartamento e bem-arrumados. A porta dava direto para a sala, Namjoon imaginou que suas paredes seriam rosas, mas não, eram de um marrom claro. O local era preenchido apenas por um sofá grande e uma poltrona, de tom bege, uma televisão e uma estante com dvd’s e discos ao lado. Também possuía muitos quadros, todos relacionados ao mar.

     — Você quer beber uma água, um suco...? — foi interrompido de sua observação pela pergunta.

     — Agora não, obrigado.

     Seokjin riu.

     — Tão educado.

     Namjoon revirou os olhos.

     — Okay, não tão educado assim.

     E foi a vez do loiro rir.

     — O livro ‘tá no meu quarto... Vamo’ lá? — falou, sem muitos rodeios. Namjoon concordou de imediato, tentando fortemente ignorar o fato de estar indo no quarto do cara pelo qual tinha uma queda.

     Ele não perdia nenhuma oportunidade de observar a casa, discretamente observando cada detalhe.

     — Eu moro com a minha vó — O Jin disse, antes de abrir a porta. — Normalmente ela me espera chegar, mas como anda tomando um remédio que dá sono, ‘tá indo dormir mais cedo.

     Namjoon apenas assentiu com a cabeça, embora soubesse que Jin, por estar em sua frente, não poderia vê-lo.

     Quando a porta foi aberta, teve de se deliciar com os toques de azul e rosa invadindo seus olhos. Tudo ali parecia personalizado justamente ao gosto do mais velho. Era um quarto relativamente simples, com coisas que todo quarto de adulto deve ter. Uma cama de casal, armário, escrivaninha e estante. A diferença estava em seus detalhes. Diversas pelúcias do Mario se encontravam na cama, isso sem contar os figures na estante. Suas paredes também tinham quadros. Pinturas abstratas.

     — Pode entrar — Jin disse, já indo até a estante e tirando um livro de lá. — Pode se sentar na cama, ou na cadeira se preferir.

     Namjoon se sentou na cama, sabendo que assim poderia ficar mais perto de Seokjin quando ele também se sentasse. E assim foi feito, com o livro nas mãos, quando o acastanhado se pôs ao seu lado, seus joelhos quase se encostaram.

     — Você deve conhecer ele — começou, mostrando o livro — é uma coletânea dos melhores poemas do Ko Un.

     Namjoon não demorou em reconhecê-lo.

     — Ah, sim. Ele é bem famoso. Já li bastante de seus livros — Namjoon falou, abrindo o livro em páginas aleatórias e reconhecendo alguns poemas.

     Os dois ficaram sem ter o que falar por um momento. Ambos sabiam por que estavam ali, apenas não sabiam como chegar no assunto. Mesmo que o loiro platinado não fosse do tipo de iniciar as coisas, decidiu começar. Ainda olhando para a página, perguntou:

     — Você vai cantar para mim hoje?

     Sabia que o outro não estava o olhando quando ouviu:

     — Você vai me mostrar um texto seu hoje?

     — Se você cantar, sim — e o olhou, rindo quando viu o seu bico.

     — Você primeiro.

     — Quê? Não.

     — Eu não vou começar — cruzou os braços.

     — Ah, vamos — Namjoon insistiu — eu já ‘tô com o texto pronto, vou te mostrar de qualquer jeito. E quem me garante que você vá cantar?

     Jin arqueou uma de suas sobrancelhas.

     — Interessante saber que o senhor não confia em minha palavra. E se, por acaso, você sair correndo?

     Namjoon riu, lhe cutucando com o ombro.

     — Eu não tenho a chave. Sem contar que, depois de hoje com Taehyung, eu conheço seu instinto assassino.

     O bico continuou adornado nos lábios do mais velho, como se ele buscasse uma maneira de se livrar daquilo. Depois de engolir em seco e parecer pensar melhor sobre aquilo, reclamou:

     — Aaah, não sei como começar!

     E sua cara só ficou mais emburrada quando ouviu a risadinha baixa do homem ao seu lado.

     — Não é engraçado — resmungou.

     — Por que não se levanta? Algumas pessoas preferem, não? — Namjoon sugeriu, segurando as risadas que brotavam.

     Ainda parecendo envergonhado, Seokjin levantou. Brincou um pouco com seus dedos tortos e mordeu os lábios, pensando em maneiras de como começar. Namjoon assistia a tudo curioso, tentando absorver cada detalhe daquele ser tímido em sua frente, apenas o achando mais fofo do que tudo.

     — Eu não vou cantar muito alto pra não acordar minha vó.

     — Sem problemas.

     Finalmente Namjoon ouviria seu canto. Toda a ansiedade acumulada apenas fazia seu coração bater mais forte e ele se via lambendo os lábios, mal sabendo como esperar a demora do “show”. As bochechas levemente vermelhas de Seokjin apenas deixavam a visão mais bela e nada naquele mundo faria o mais novo tirar os olhos de seu chefe.

     Então Jin olhou bem em seus olhos, parecendo aguentar toda a sua vergonha, e começou.

    

     E a mente de Namjoon apenas ficou em branco. Seus olhos se arregalaram e ele endireitou a postura. Engolindo em seco, tentou imaginar o que eram todos aqueles sentimentos brotando em seu coração. A voz de Jin ainda estava baixa, porém cada afinada, cada “puxada” de voz apenas o atingia diretamente na alma. Namjoon tentou seriamente prestar atenção naquela letra que, mesmo estando em coreano, às vezes ia para o inglês. Pelo pouco que conseguiu assimilar, a achou linda. Os olhos de Seokjin pareciam se mover junto com a música e, vidrados em Namjoon, apenas o deixava sem saber como reagir.

     Sua voz foi aumentando de tom devagar, conforme ele se animava. Algumas vezes, ele fechou os olhos, para então apenas abri-los de novo e mostrá-los ainda mais lindos.

     Namjoon não compreendeu o que sentia. Um misto de tristeza com segurança, como se o outro soubesse tudo o que ele queria lhe dizer e tivesse seus sentimentos compartilhados. Então, entendeu. O mundo inteiro precisava dessa sensação. O mundo inteiro precisava ser compreendido, tal como ele estava sendo.

     Ele nunca se apaixonou de fato, porém, todas as vezes em que esteve com alguém, sentiu um certo ciúmes dessa pessoa. Gostaria que ela lhe pertencesse e sentia a obrigatoriedade de ter essa certeza. Ele nunca entendeu direito o porquê disso. Dessa vez era diferente. Ele apenas queria que todos ouvissem Seokjin. Havia alguma coisa ali. Alguma coisa que precisava ser transmitida para todos.

     Então percebeu que o que sentia por Jin não era uma paixonite qualquer. Ele havia quebrado o destino de “nunca se apaixonar” e caído fortemente no amor. Ele estava indisciplinadamente, infinitamente, insanamente, e qualquer advérbio possível, apaixonado por Kim Seokjin.

     A música acabou e o queixo de Namjoon estava caído.

     Jin coçou um pouco sua cabeleira, não sabendo o que falar. Ele não sabia o que esperar de Namjoon, mas definitivamente não esperava o que ele fez:

     Simplesmente pondo o livro de lado, se levantou. Se aproximou mais do que pretendia e agarrou os dedos tortos, falando, mais animado do que deveria:

     — Isso foi magnífico. Jin, eu... foi esplêndido. Maravilhoso. Você... eu nunca ouvi uma voz tão linda e eu nem prestei tanta atenção na letra, mas ela era linda também. Foi você que escreveu? — tudo saia muito rápido de sua boca. Ele mexia nos dedos do outro ansioso, como se não soubesse quais palavras usar. — Você... eu... eu amei, Seokjin. De verdade. Eu amei.

     E deveria ser a primeira vez em que Namjoon viu alguém tão lindo. Já o tinha visto tantas vezes, o analisado muitas mais. Mas nada comparava, a sua visão de agora simplesmente matava todas as outras.

     — Jin, eu amei.

     Naquele momento, Seokjin não era mais humano e sim, um pimentão. Abrindo e fechando a boca várias vezes, não soube como reagir àquilo. Nunca tinha sido tão elogiado. Sentia vontade de chorar e não sabia o porquê.

     Suspirando na tentativa de se acalmar, pediu, em um sussurro:

     — O seu texto. Eu quero ver seu texto.

     E só assim que Namjoon pareceu acordar de seu transe.

     — Eu, tudo bem, deixe eu pegar aqui — pegando nas pressas o celular, foi rápido em abrir no bloco de notas. — Só deixa eu reler mais uma vez.

     Após corrigir umas duas palavras erradas, ainda sabendo que poderiam ter mais, entregou o celular.

     Queria se desesperar com a provável reação de Jin, mas não conseguiu, sua mente ainda estava alterada pela música. Queria saber mais, perguntar mais.

     Ignorando sua vergonha, Jin se pôs a ler:

Estava frio.

Estava um daqueles frios em que nem se neva e nem bate o vento. Apenas está e você sente isso com todo o seu ser. Não é o bastante para se deitar nos cobertores e nem o suficiente para dormir pelado.

Até batia um solzinho. Mas esse solzinho não esquentava, parecia estar de enfeite. Então você se pergunta: por que essa temperatura fria não é verdadeiramente fria? E não recebe resposta, pois a natureza é muda.

Ela é porque tem de ser e só te resta aceitar.

 

Eu nunca entendi direito o que eu era. Nunca tiveram palavras o suficiente para definir a minha existência. Ou vazias o suficiente, seja o que for. E talvez eu seja esse frio. Esse frio que é frio, mas que não é sentido.

Eu apenas queria nevar. Nevar para todos terem de puxar as cobertas e acender a lareira. Tudo bem, não precisa ser neve, neve é muito. Eu aceitaria ser uma leve brisa. Uma daquelas brisas de quando você está andando de boas na rua e de repente ela bate, te fazendo arrepender de não ter pego o agasalho.

Acho que eu só queria incomodar um pouco mesmo. Ser sentido.

Sempre recomendam não se começar um texto falando sobre o tempo. Deve ter sido por isso que eu quis tanto começa-lo assim. Simplesmente me pareceu o lugar certo para apertar. Eu sempre quis, de uma maneira ou outra, incomodar. Até você aparecer.

Sabe, você me parece morno. Aquele calor que todos amam: não queima, só esquenta. Estando por perto, eu já o sinto e parece até que, por alguns momentos, não sou mais aquele frio chato. Então você sai e meu frio usual volta, me faz até estremecer.

Certas vezes, também, eu queimo. Começo a pensar coisas demais, todas relacionadas a você, e me vejo na fogueira. Pareço um daqueles pedaços de tronco, que estão ali somente para dar base ao fogo.

Se você for o fogo, eu não ligo de ser o tronco.

Eu só quero sempre ser aquecido por você, sempre estar com você. Porque sempre só pensei na possibilidade de nevar, e você apareceu mudando tudo, me mostrando que eu também poderia queimar.

Então me deixe queimar.

     Namjoon passou o tempo inteiro da leitura olhando para o outro lado, julgando se não deveria ter revisado mais uma vez ou mostrado algum de seus outros textos.

     — Olha, eu queria te mostrar o melhor texto possível, mas acabou que não consegui fazer nada bom o suficiente, então achei que esse-

     — Namjoon.

     Seokjin estava diferente, alguma coisa em si estava diferente. Ele se aproximou, e Namjoon apenas pôde engolir em seco.

     — Você é o meu súdito, não é?

     O seu olhar brilhava um brilho... perigoso?

     — Sim.

     Ou seria um brilho apaixonado?

     — Então, se eu ordenar que você me beije, você vai me obedecer?


Notas Finais


Aaaaaaaaaa, como estou com sono!
Anyway, espero verdadeiramente que tenham gostado! E não deixem de deixar suas opiniões nos comentários, hein? Mesmo que não tenha gostado, uma crítica construtiva vale muito para mim também. ^^

Mesmo com sono, continuo panfletando a fic da amiguinha:
https://spiritfanfics.com/historia/as-leis-da-sua-poesia-9329842
Essa é uma Namjin que, sinceramente, conquistou meu coração. Se você preza por si, totalmente devia dar uma chance (essa fanfic virou meu crush, mds)
A Oppa_Addicted (autora dessa fic) também postou uma Jikook que recomendo muito, se você gosta, não vai se arrepender de dar uma olhada. :)

Querem saber da única fic em que posto constantemente? V de Vestidos. Essa fic lutadora está ganhando capítulo novo toda semana. Escrevo ela com a Oppa_Addicted e a bea_valentim, e o último capítulo foi com a minha escrita. Então, se puderem ir lá dar uma força, agradeço muito. ^^

Mds, essas notas finais tão ficando grandes, mas calma, não desistam de mim ainda.
Ultimamente venho usado mais o Twitter e normalmente 'tô comentando lá sobre fanfic e BTS, se quiserem conversar por lá, meu nome é @Mariza_CSC (previsível né? Eu sei)

Aaaa, agora vou dormir!
Até a próxima, meus amores! <3


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