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História Um Amor Por Escrito - Especial Yoonseok: Para Ser Suficiente


Escrita por: peixinha-sama

Notas do Autor


"Quê? O que você faz aqui, Mariza? VOCÊ voltou depois de UMA semana? O que está acontecendo?!"
Pois é, meus caros leitores, estou de volta mais cedo do que nunca!
Esse é "só" um especial, mas creio que logo já estarei com mais um capítulo Namjin!

Os comentários que vocês me deixaram no capítulo passado apenas me animou tanto e, mais uma vez, quero agradecê-los. <3
Momento desabafo: um dos motivos para eu ter começado essa fanfic foi de querer melhorar minha escrita em terceira pessoa. Eu senti que essa fic deveria ser em terceira e assim foi. Porém, sempre fui horrível em terceira, nunca senti saber passar os sentimentos e sensações que queria passar. Esse sempre foi um dos motivos pela minha demora, eu demorava por simplesmente não conseguir escrever.
O capítulo passado foi o primeiro capítulo da fic que realmente gostei. Os outros eu me importava em deixar com qualidade, claro, mas nunca me satisfiz com eles. Nunca me foi suficiente. No capítulo 11 foi e isso simplesmente é tão especial pra mim, vocês não têm ideia.
Creio que finalmente subi um degrau nessa dura vida de escritor e, claro, vocês são culpados por toda essa minha felicidade. <3

Esse é o primeiro especial dessa fic e POR FAVOR, LEIAM AS NOTAS FINAIS, É IMPORTANTE!
Espero que curtam. <3

Capítulo 12 - Especial Yoonseok: Para Ser Suficiente


     Todo garoto já teve aquela fase de se apaixonar por uma menina e, em vez de tentar conquista-la, fazer de tudo para incomodá-la. Yoongi, honrando seus bons doze anos, fez a mesma coisa, mas percebeu que não fazia isso somente com meninas. Com meninos também.

     A diferença é que, quando crescem, todos param com essas manias e tentam outras abordagens. Min Yoongi não parou. Simplesmente não aprendeu como parar.

     Com diversos relacionamentos fracassados, ele percebeu que, mesmo todos os seus parceiros dizendo coisas como “não é você, sou eu”, era mentira. Porque era ele quem nunca dava atenção suficiente, ou mostrava seu amor suficiente. Depois de um tempo, a dor em ver sua companhia chorar foi maior do que a felicidade de começar um relacionamento novo.

     Assim, quando entrou em sua primeira casa noturna, percebeu que uma relação de uma noite era bem mais prazerosa. Não tinha aquela frescura de “se encontrar uma vez por semana mesmo os dois estando ocupados” ou aquela de “sempre elogiar a roupa e o cabelo, mesmo sendo horrorosos”. Não havia nada disso. Havia apenas sexo.

     E foi desse jeito todas as relações amorosas de Yoongi por anos. Ele conhecia, dormia e pronto. Às vezes se encontrava de novo na mesma balada e até dormia com a mesma pessoa, só que, depois de perceber que sentimentos começavam a surgir a partir da segunda vez, ele criou a regra de nunca ter uma segunda vez. Nunca adicionar o contato. Nunca esperar o outro acordar para ir embora do Motel.

     Palavras doces não eram necessárias para uma transa.

     Algumas vezes ele se sentia sozinho, sim. Então tomava dois copões de soju e passava. Ou achava que passava. Seja o que for, nunca se demorou muito pensando nisso. Já tinha aprendido o que era melhor para si.

      No último ano do Ensino Médio, encontrou sua cura. Por meio de fanfictions, começou a escrever relacionamentos de personagens de anime que nunca ficariam juntos. Em suas histórias, não tinha medo em apelar pros sentimentos, em escrever histórias ainda mais trágicas e sofridas que as de Shakespeare. Lá, seus personagens se amavam, e fariam de tudo para ficar um com o outro.

     Lá, mesmo que um personagem fosse cuzão como ele era, no fim terminaria com seu par. Porque, afinal, era uma história.

     Ele já quis mais de uma vez que sua vida fosse uma história.

     Essa era a sua terapia. Preenchia o que a falta de amor não lhe dava.

     Assim continuou. Entre deslizes e decaídas, mas mesmo assim continuou. Aprendeu a fotografar também, até mesmo entrou em uma faculdade disso, tamanha era sua paixão. Estava indo tudo bem. Até aparecer um certo homem. O homem mais lindo e brilhante que ele já tinha visto em todos os seus vinte anos de existência.

     Um homem que se mudou pro apartamento ao lado. Que vivia sorrindo e amava dançar.

     Jung Hoseok.

     Seu primeiro instinto foi de dar as boas-vindas, de conversar e tentar descobrir mais sobre ele. Porém, teve de parar na metade do caminho. Merda, aquele cara era totalmente seu tipo. Ele tinha a regra de não transar com ninguém que conhecesse. E ele era seu vizinho, pô.

     No dia em que Hoseok se mudou, ele se segurou fortemente e não foi lhe dar as boas-vindas. Dentre todos os vizinhos do andar, ele foi o único a não ir cumprimentar.

     E as coisas, a partir daí, só pioraram. No dia seguinte, esse homem foi falar consigo. Nesse dia, ele agiu como um menino de doze anos. O tratando como um pedaço de merda em palavras curtas e cara de paisagem, não demorou para que Hoseok se afastasse e voltasse para seu apartamento.

     Nesse mesmo dia, ele matou um de seus personagens de pura raiva. Min Yoongi nunca foi tão xingado pela internet. Pelo menos aumentou seu repertório de palavras.

     Ele sempre contava tudo para o seu amigo online, Kim Namjoon. Não contou sobre esse vizinho. Queria tentar esquecê-lo o mais rápido possível. Passou a frequentar mais as casas noturnas e a evitar olhar para Jung Hoseok.

     Algumas vezes, em que o via conversando com alguém, tentava reprimir a inveja. Queria falar com ele assim também. Nem conseguiria, Jung Hoseok já deveria odiá-lo. Mesmo que tentasse agora, já era tarde demais.

     Ele nunca nem havia conversado direito com o conhecido “Hope”, então por que se sentia assim? Ignorava. Matava mais um personagem, recebia mais xingamento e se afogava mais em transas e soju.

     Talvez nem amasse tanto Hoseok assim. Mas olhar para ele o lembrava de sua solidão. Talvez até o odiasse um pouquinho. Por que era tão fácil confundir o ódio com amor?

     Passaram-se meses. Ele até que estava se virando bem. Estava indo bem na faculdade, tirando fotos melhores, conseguindo leitores novos. Esquecendo aquele crush que conquistava esse lugar em seu coração há meses.

     Até que todo esse seu convencimento em odiá-lo desmoronou. Jung Hoseok ficou doente. E ele morava sozinho. Yoongi simplesmente não conseguiu não se preocupar. Ouviu pela vizinha do lado que, “coitado, já faz dois dias que não sai da cama” e então sua mente foi infestada por pensamentos do pobre Hope em uma cama de hospital, tendo de respirar por tubos.

     Ele só precisou de cinco unhas roídas para se convencer de que deveria ir levar uma sopa para ele. Assim o fez.

     Hoseok franziu o cenho quando o viu. E Yoongi nunca viu uma cara tão surpresa quando mostrou a sopa. Entrando pela primeira vez em seu apartamento, Yoongi tomou sopa e conversou com seu crush.

     E a sensação foi ótima. Depois de tantos meses, conseguiu se forçar a ser um pouco doce com aquele ser febril. Descobriu que sua doença era uma simples gripe e que não deveria se preocupar tanto. Yoongi sabia que Hoseok corava por causa da febre e mesmo assim se sentiu feliz com suas bochechas vermelhas.

     Droga, ele simplesmente era tão lindo. Apaixonante até mesmo doente. Nesse dia afirmou para si mesmo estar apaixonado.

     Voltou no dia seguinte com mais uma sopa. Ele começaria a ser mais legal com seu vizinho. Gostaria de ver aquele mesmo sorriso mais vezes. Não se importava se todo namoro seu foi um fracasso, dessa vez poderia dar certo. Tinha quase certeza de que Hope era gay. Amá-lo poderia ser suficiente para preencher seu vazio.

     Porém, no terceiro dia com sopa em mãos, viu uma garota entrando no apartamento de Hoseok. Uma garota linda, aparentemente mais nova, que o chamava animadamente de “oppa”. Ele jogou a sopa fora e, mesmo que não tivesse nada com Jung Hoseok, se sentiu traído.

     Como já tinha admitido para si mesmo estar apaixonado, tacou o foda-se e contou para Namjoon sobre sua paixão. E contou da garota. O amigo não soube como ajuda-lo e ele também não soube como queria ser ajudado.

     Naquele fim de semana, quando Hoseok veio agradecê-lo pelas sopas e apoio, o tratou como sempre havia tratado. Indiferente. Grosso.

     Mais uma vez em sua vida, viu o rosto triste de uma pessoa pela qual tinha se apaixonado.

     Dessa vez, soube que não teria mais nenhuma chance com aquele homem.

     Porém, aceitar isso quando já tinha alimentado um pouco a esperança em seu coração se mostrou uma tarefa bem mais difícil. Mesmo sair para ficar com outras pessoas se mostrou complicado. Ele apenas não queria ficar com mais ninguém. Nem ao menos para transar. Nunca contou sobre seus sentimentos aos colegas de faculdade e, mesmo a Namjoon, tentou manter uma indiferença. Se não mostrasse o quanto Hoseok o afetava, ele deixaria de afetar. Verdades nem sempre precisam ser contadas.

     Não se passou muito tempo até ele ver aquela garota novamente, conversando com seu crush no corredor do seu apartamento. Não disfarçou a carranca ao olha-la, poderia não ser culpa dela seus fracassos, mas a odiaria do mesmo jeito. Os ignorou, pronto para entrar na sua confortável caverna, até que a suposta namorada de Hoseok, agarrou seu ombro por trás e, o puxando, brigou:

     — Posso saber por que o senhor ignorou meu irmão?!

    

     ...Irmão?

    

     — Caso você não saiba, não é todo mundo que é insensível feito você! As pessoas normais costumam se magoar, sabia?

     A mente de Yoongi se nublou. Ele sentia um misto de felicidade e arrependimento. Hoseok não a namorava, talvez fosse solteiro. Ou seja, ele foi grosso à toa. Perdeu a chance de colocar um sorriso no rosto do seu amado à toa.

     — Vocês... não namoram? — dentre todas as perguntas mais idiotas que poderia ter feito, essa disparava em primeiro lugar.

     — Quê? Ele é meu irmão, seu doente! — ela gritou, furiosa. Como poderia existir um ser mais escandaloso que Jung Hoseok? O agudo do grito fez até seu irmão ir até ela e pedir para parar, mas sua expressão se acalmou e ela continuou: — espera. Você ficou com ciúmes do Hope?

     E Yoongi sentiu seu corpo queimar, seu rosto em principal. Merda. Se ele estava vivo, era para se foder mesmo. Hoseok olhou para si e pareceu querer uma resposta também.

     Ele deveria se desculpar. Admitir que foi um idiota e que não faria mais aquilo. Pelo olhar de Hoseok, ele não parecia lhe odiar completamente. Ainda. Aquela podia ser sua última chance de mostrar que não era um cuzão total. Sua última chance. Sua última chance. Sua última chance, sua última chance.

     Pediu licenças e entrou em seu apartamento.

     Havia perdido sua última chance. Antes de entrar olhou para o rosto de Hoseok e viu uma certa decepção. Assim que entrou, se apoiou na porta e apertou seus braços. Merda, o pânico estava invadindo seu corpo. Pânico, ansiedade, desespero... ele não sabia qual nome era melhor para dizer o que sentia. Será que Namjoon conseguiria nomear esse sentimento? Ele vivia fazendo isso. Se suas unhas não estivessem curtas de tanto roídas, teria se arranhado o bastante para sangrar.

     Merda. Sua última chance, merda.

     Ficou ali, sentado no chão, esperando sua respiração normalizar. Ele já tinha passado por problemas de depressão. Já tinha ido ao psiquiatra. Todo dia se convencia de que aquilo havia passado, de que agora se deitava na cama com outras pessoas não para distrair-se de sua dor, e sim somente pelo prazer. Ele estava errado.

     Ir bem na faculdade não era suficiente. Conversar com mais pessoas de sua sala não era suficiente. Soju não era suficiente, transas não eram suficiente. Ele não era suficiente.

     Por que ele ainda não havia superado? Tinha aprendido a ignorar, por que voltou a se lembrar? Suas unhas curtas conseguiram furar sua pele. Sua respiração não tinha se normalizado. Olhos fechados. Dentes machucando seus lábios.

     Quando sua adolescência começou, a depressão começou junto. Achou então que arranjar uma namorada fosse ser suficiente. Arranjou, terminou. Entrou para as fanfics, achou ser suficiente. Não foi. Fez um amigo online que talvez fosse seu único verdadeiro e achou ser suficiente. Não foi. Percebeu sua paixão em tirar fotos, achou ser suficiente. Não foi. Pensou que, entrando na faculdade que queria, fosse ser suficiente. Não foi.

     Talvez se mudando da casa dos seus pais.

     Não.

     Talvez tentando interagir mais com as pessoas ao seu redor.

     Não.

     Talvez matando mais um de seus personagens.

     Não.

     Talvez arranjando algum lugar novo para tirar uma foto.

     Não.

     Ele não queria mais se matar. Não queria, não queria. Mas a sombra de uma tentativa de suicídio nunca sairia de sua cabeça. Nunca ninguém descobriu. Ele nunca deixaria ninguém descobrir. Começou a engasgar com seu choro.

     Ele tentava se fazer de tão forte. Queria que as pessoas olhassem para si e vissem seu empoderamento inexistente. Odiava se apaixonar. A paixão o deixava fraco.

     Merda, ele não ligava. Merda, ele não dava uma foda. Merda, seus braços doíam.

     Por que, mesmo quando parou de se considerar uma pessoa depressiva, ainda sentia desejo pela morte? Se imaginava vagando por onde tirava suas fotografias. Seu corpo carbonizado vagando por ali. Seria suficiente vagar por toda a eternidade?

     Era fraco o suficiente ao ponto de começar a se lembrar dessas coisas só por um pequeno desentendido em frente do apartamento. Como poderia ser tão fraco? Como poderia deixar-se levar?

     Ele levava as coisas muito a sério, sua mãe já lhe disse isso. Nunca lhe contou sobre ainda passar mal alguns dias, desse jeito não poderia morar sozinho. Se um dia ele morresse, sua mãe se arrependeria de não ter ficado consigo. Não podia morrer, droga.

     Tentando driblar a tremedeira, pegou seu celular do bolso e abriu na galeria de fotos. Todas imagens de paisagens que ele mesmo tinha tirado. Olhar para elas e pensar que um dia ele estaria junto delas, em alguma foto de algum estudante de fotografia, o acalmava. Pensar na morte normalmente desesperava a todos, mas acalmava Yoongi.

     Ele soltou as unhas de seu braço e lutou para regular sua respiração, limpando as lágrimas. Talvez só a morte lhe fosse suficiente e ele só não fosse capaz de aceitar isso.

     Tudo o que ele queria era ser suficiente.

     E talvez era isso que tenha lhe despertado atenção em Jung Hoseok. Ele lhe parecia ser suficiente. Se tivesse o direito de amá-lo, sentia que finalmente seria suficiente.

     Tinha medo do que poderia acontecer quando fosse se provar enganado.


Notas Finais


Olá de novo!
Então, sobre o que é importante e eu queria lhes falar:
Esse capítulo especial foi em comemoração aos mais de 50 favoritos da fic! (Completamos 70, estou tão, tão feliz!)
E eu estava pensando em, sempre que a fic alcançar um múltiplo de 50, postar um especial, que poderá ser com esse shipp ou com um outro que ainda está para aparecer. Queria simplesmente lhes dar uma recompensa por todo esse amor que estão me dando.
"Mas Mariza, esse especial teve final triste! Não vai ter continuação??" Então, a continuação virá em outros especiais.
A história principal vai continuar rolando normalmente e os especiais Yoonseok serão para "colocar uma lupa" e lhes mostrar coisas que não mostro na principal.
Por favor me digam o que acham dessa ideia! A opinião de vocês é muito importante!

Queria também recomendar essa Namjin da Sugary, Admirer J. Ela é focada em comédia e é muito divertida! Recomendo muito.
https://spiritfanfics.com/historia/admirer-j-9669023

Eu sei que vocês estão ansiosos pela continuação Namjin e estou indo escrevê-la AGORA!

Espero seus comentários e opiniões e até a próxima! <3


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