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História Um Amor Por Escrito - Um Domingo de Mensagens


Escrita por: peixinha-sama

Notas do Autor


OE!
POIS É
NÃO ABANDONEI
TÔ VIVAAAA
E bem louca, é uma da manhã, puta que pariu, socorro.
Eu sei que nada justifica a demora, but pelo menos tô sacrificando meu amado sono para postar, né nom?
Boa leitura! ^^

Capítulo 8 - Um Domingo de Mensagens


     Já faz tempo que eu comecei a ser trouxa, hein? Namjoon reparou enquanto, numa das poucas vezes que ousava arrumar o quarto minúsculo e bagunçado em que vivia, achou um de seus escritos, lá de quando tinha dezessete anos. Já fazia um tempo que ele não gostava da escola ( nem da vida para ser sincero) e desde o começo, sempre buscou descontar essa frustração no papel.

“Vestindo meu uniforme cinza, com poucos toques de vinho carmesim, me preparo para mais um dia de escola. Com muito esforço, devido à minha falta de motivação, consigo entrar no ônibus, desafiando todas as teorias sobre dois corpos não ocuparem o mesmo espaço. Ele parecia especialmente mais lotado hoje.

No caminho que eu já cansei de repetir em minha mente, vejo um carro do circo passando ao lado do veículo, os olhos do palhaço pintado em sua lateral me encarando. Paro de prestar atenção no que surda meus ouvidos das vozes tristes ao meu redor apertando o “pause” e começo a divagar sobre circos.

Meus pais sempre dizem que o circo só era legal com animais nele. Mas, talvez, eles só não tenham percebido que, pouco a pouco, as pessoas se tornam os amados animais dos espetáculos. Os amados e maltratados animais dos espetáculos.

As cores fortes e alegres que decoram o circo/a sala de aula são apenas uma máscara bonita para o que acontece ali. Os animais/alunos são treinados à base de tortura física/psicológica, e os espectadores/pais aplaudem quando são/somos treinados direito, mesmo que realmente não saibam/saibamos para quê. Os pobres animais/alunos tem sua inteligência medida por capacidade de seguir ordens humanas e se sentir bem fazendo coisas que não são naturalmente preparados para fazer. Do mesmo jeito que esperam que um elefante monte numa bicicleta como um humano, esperam que um artista siga os mesmos pensamentos de um matemático formado.

Eles têm patas quebradas, cordas amarradas ao seu pescoço; nós temos mentais quebrados e o desejo de amarrar uma corda no pescoço. Os dois tem comandos a seguir.

Eles têm gaiolas apertadas; nós temos ônibus lotados. Os dois tem que seguir para um lugar de infelicidade eterna.

Eles têm o brilho das lágrimas recentes nos olhos; nós sequer temos mais o brilho. Os dois tem um emocional fraco, sonhos destruídos e sua essência disfarçada por um chapéu listrado ou uma nota de prova.

Talvez meus pais gostassem mais do mundo escolar se pensassem assim, vendo tantos belos animais de circo ao seu redor.

Por fim, o ônibus/a jaula para e eu saio, indo em direção à classe/ao picadeiro. Hoje é só mais um dia de aula/espetáculo.”

     Leu aquilo com uma ponta de saudade e tristeza: ele havia se tornado tudo o que mais odiava. E agora só conseguia se perguntar o que o levou àquilo e o que ele estava ganhando com isso. Morar em um “apartamento” com um pouco menos de trinta metros quadrados alugado e longe da faculdade era a recompensa por toda sua infelicidade?

     Guardou o texto no mesmo lugar que estava antes, imaginando se conseguiria se esquecer dele igual esquecera por tantos anos. Se contentou em pausar um pouco a arrumação para se jogar na cadeira da sua escrivaninha e fazer sua dose diária de reclamação sobre a vida. Reclamou internamente da sua faculdade, seus professores, seus colegas, suas contas a pagar em cima da mesa, do sistema, do capitalismo, da Coréia, mas... acabou em um ponto que ele não soube como reclamar.

     Do seu trabalho.

     Do seu chefe.

     As lembranças do dia anterior queimavam no seu cérebro felizes e o faziam suspirar baixinho. Simplesmente se sentia tão estranho quando se lembrava da sensação de suas mãos entrelaçadas e do sorriso do outro ao seu toque. Ele havia demorado uns segundos a mais do que deveria para soltar aqueles dedos, mas não se arrependia de verdade disso, apenas sentindo um pouco de vergonha.

     E quando parava para ser sincero consigo mesmo, sentia medo de estar se apaixonando. E aquilo estava começando a assustá-lo um pouco. Já havia perdido muitas relações por conta da sua sexualidade, mas não queria perder a de Jin também. Então quando pensava sobre seus sentimentos, se convencia de que aquilo era apenas uma paixãozinha prévia, de que iria passar, igual passara tantas outras. O complicado era quando iria passar.

     Se perguntou então mais uma vez de como seria o canto de Seokjin, sua voz era linda, então ele cantando deveria ser melhor ainda, não? Ou talvez não fosse grande coisa, até porque, bom, ele havia desistido. Talvez fosse o mesmo com a escrita de Namjoon. Uma eterna paixão, da qual nunca poderiam alcançar.

     E ele usou o toque do celular como a perfeita desculpa para terminar seus pensamentos sobre seu chefe por ali.

Suga: Hey Mon, tá aí?

WriteMonster: Fala Suga

Suga: Eu não gosto de falar sobre isso

      Então já vou pedir desculpas antecipadas por encher o saco

WriteMonster: Você pedindo desculpa?

                             É tão sério assim?

Suga: É

     E naquele momento Namjoon notou que deveria parar de brincar.

Suga: Eu não sei mais o que fazer

           Tá destruindo a minha vida

           Eu não consigo esquecer ele

WriteMonster: Você não ia chamar ele pra sair?

Suga: Eu chamei

           Ele negou.

           E agora eu não sei mais o que fazer. O maldito não sai da minha cabeça. Igual não saiu por um ano

WriteMonster: Ele falou por que não quer sair com você?

Suga: Não, mas acho que não é por eu ser gay

           Ele simplesmente não gosta de mim

WriteMonster: Então você pode continuar tentando

Suga: Monster

           Eu tenho um pouco de orgulho.

WriteMonster: ...

                             Caralho, não sei o que te dizer.

                             Eu só te abraçaria se pudesse

Suga: Que abraço o que

           Eu mereço um tapa por ser tão trouxa

           Vamos mudar desse assunto

           E o seu chefe?

WriteMonster: Ele é um cara fantástico

                             E exatamente por isso não quero me apaixonar

                             Ele é bom demais pra mim, sacas?

Suga: Conheço o sentimento

           Mas você não é um pedaço de merda igual eu

           Não sei como é esse daí

           Mas você pode conquistar ele

WriteMonster: Nhé

                             Já parou pra pensar que se der errado, vou pra rua?

Suga: É um ponto.

Suga: Tão tocando a campainha, atendo?

WriteMonster: Sim, ué

Suga: Tô de pijama de ursinhos azuis

           Mas quer saber?

           Fodase

     E assim Suga ficou offline.

     Namjoon só pôde então rir baixinho, ao mesmo tempo em que se culpava por não poder fazer nada pelo amigo. Amizade essa que era com certeza a sua mais longa. Se lembrava até hoje do jeito que se conheceram: Namjoon começou a escrever coincidentemente enquanto descobria a sexualidade, e no começo todos somos ousados, não? Pois ele também foi, mandando seu primeiro e horrível conto para um concurso que achou online.

     Mas óbvio que todos “os profissionais” de lá odiaram, não somente por aquele texto estar de baixa qualidade no quesito experiência, como por se tratar de um casal homossexual. O tema do conto era Romance, e embora Namjoon soubesse que provavelmente ninguém faria sobre dois caras, ele achou que seria legal inovar. Só que os feedbacks vieram extremamente agressivos, falando que aquele era um concurso sério e o mandando ir escrever alguma fanfic em vez de ficar ali, isso sem contar os que criticavam sobre a escolha do casal.

     Só teve um comentário não negativo dali. O da única pessoa além de Namjoon que havia escrito um romance gay, tendo como diferença que ele apelara muito mais para o drama e aquilo mais parecia uma versão Romeu e Julieta atual. E claro que Namjoon amou aquela tragédia tão forçada. E claro que Suga amou aquele romance fofinho tão forçado. E claro que os dois ficaram amigos.

     E assim virou uma amizade de anos e, com certeza, a melhor amizade que os dois poderiam ter. Eles tinham o acordo mudo de não falarem seus nomes reais e nem de ninguém com quem tivessem contato, começou por simplesmente desconfiança, mas depois de um tempo consideraram que a distância poderia ser o fator que contribuísse para que a amizade durasse. Como que muitas de suas amizades pessoais acabavam e a virtual perdurava? Eles só não queriam se arriscar.

Jin: Hey, Nammie

     Namjoon ouviu o barulho de mensagem do outro aplicativo e logo entrou, abrindo um sorriso involuntário.

Namjoon: Hey, Jinnie

Jin: Como tá sendo o seu domingo?

Namjoon: Mesma bosta que todo domingo

                   Pelo menos eu dormi

Jin: Haha, mesma coisa aqui

       Deve ser ruim passar um dia inteiro sem olhar pra meu lindo rostinho

Namjoon: Com certeza

                   Melhor amuleto da sorte

Jin: Então meu rosto funciona para diminuiu o efeito da sua áurea de destruição?

Namjoon: É um ótimo motivo para eu não ter quebrado tantas coisas ainda

Jin: Pois é

       Devo ter sido um príncipe na minha outra vida

Namjoon: Você é um príncipe nessa também

Jin: Hahaha, ai mds!

       Seu puxa-saco

       Eu não sou um príncipe

Namjoon: É sim

                   Já mudei o nome de contato

Príncipe: ...

                 Hey, Namjoon

                 Você tá fazendo alguma coisa de importante?

Namjoon: Além de xingar a vida, não

Príncipe: Nem eu

                 Quer sair pra algum lugar?

                 Aquele parque perto da confeitaria

               De domingo tem um monte de barraquinha de comida, é perfeito

     Namjoon se sentiu tremer um pouco para responder, não queria imaginar demais com aquilo, mas era complicado. Se perguntou como aceitaria sem soar muito animado.

Namjoon: Vamos

Príncipe: Daqui uma hora lá na entrada então, pode ser?

Namjoon: Pode

     E ele afundou na cadeira, deixando o celular cair em seu colo. Sentiu seu coração bater estranhamente feliz e demorou alguns segundos para absorver aquilo, fechando os olhos. Mordeu o lábio de leve e resolveu que o melhor era ir se arrumar de uma vez em vez de ficar pensando sobre aquilo, não faria bem para seu coração. Mas assim que se levantou, um barulho do outro aplicativo apitou.

Suga: Ele veio pedir desculpa pelo outro dia

           Caralho

           E eu só me sinto pior

           Ele se desculpou por ter me magoado, mas isso só quer dizer mais ainda que não quer ficar comigo, não é?

           Eu nem consegui dar uma resposta decente pra ele

           E agora ele só deve me odiar mais

           Fui grosso mais uma vez

           Rejeitado duas vezes em uma só semana

           Pelo mesmo cara

           E com pijama de ursinhos azuis

           Aaaaaa, como eu odeio a minha vida

     Nem deu tempo de Namjoon absorver aquelas mensagens, pois logo em seguida tocou o apito do outro aplicativo.

Sol: Namjoon

        Sabe o meu vizinho?

        Eu magoei ele

        Aquele que só sabe encher meu saco

        Eu não entendo

        Pq tá doendo tanto?

        Preciso conversar

        Vc tem tempo?

 

     E Namjoon não entendeu mais nada.

     Ou talvez tenha entendido mais do que deveria.


Notas Finais


Então gente, sobre a crônica do começo do capítulo, ela é a único texto da história que não me pertence, do qual roubei da Oppa_Addicted. Ele não é fantástico? Por favor, elogiem essa mulher porque quando ela me mostrou, falou que não tinha gostado, e eu fiquei simplesmente pasma, porque ele é tão a cara do Namjoon!
Espero que vocês tenham gostado e, por favor, me digam o que acharam, okay? <3 Amo muito todos os que dão sinal de vida e sempre posso dar mais amor. (obs: se você não se sentir à vontade comentando, pode me chamar no pv que vou amar do mesmo jeito ^^)
Beijos!


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