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História Um Amor Por Escrito - Um Flerte Por Escrito?


Escrita por: peixinha-sama

Notas do Autor


Olha, já estou aqui!
Fala a verdade, dessa vez nem demorei tanto, fui uma autora super boazinha. (ata)
Hoje eu nem deveria ter escrito por causa de um outro projeto que está tirando parte da minha alma, mas eu cabulei e terminei o capítulo. Heuhe.
Ah, e APE (como eu chamo essa história porque tenho preguiça de ficar digitando) está ganhando mais visualização, e eu só tenho a agradecer a vocês, seus pudinzinhos. <3
Sem mais delongas, bom capítulo!

Capítulo 9 - Um Flerte Por Escrito?


     O dia estava numa temperatura agradável. Nem muito quente, nem muito frio, bastando uma jaqueta leve para esquentar aquele corpo tão ansioso. Jin andava a passos largos para o parque, ciente dos seus dez minutos de atraso e se amaldiçoando por simplesmente, naquele dia, todas as roupas do seu guarda-roupa terem parecido sem graça.

     Ele até estava com o pedido de desculpas na ponta da língua, mas as palavras desapareceram quando viu o outro apoiado em uma árvore, mexendo no celular. Vestido com roupas simples, mas que soavam agradáveis no seu corpo junto de um cabelo para cima bem trabalhado, Seokjin teve que perceber que o outro havia se arrumado mais do que normalmente o fazia. A partir daquele momento ele só queria se apressar mais, portanto não se conteve em dar uma corridinha, chegando rapidamente até seu objetivo e sendo recebido por um sorriso.

     — Namjoon — disse, mesmo que já tivesse sido notado. Por algum motivo, amava chamar seu nome.

     — Príncipe — respondeu, abrindo um sorriso travesso e deixando suas covinhas à mostra.

     Jin primeiramente se sentiu corar pelo apelido recém-dado, mas não demorou para se recuperar e logo deu um soquinho na barriga de Namjoon, rindo baixinho. Ele mentiria se dissesse não gostar daquele nome, mas não era por isso que precisava deixar tão óbvio. Assim que o mais alto parou de frescura por causa daquele soquinho que aaah, havia deslocado seus órgãos, Jin o puxou pelos braços, logo exclamando, estranhamente animado:

     — O que você quer fazer primeiro?!

     — Além de comer, o que tanto tem pra fazer aqui? — perguntou em tom de deboche, com um meio sorriso. Recebeu então mais um soco no estômago. — Aaah, isso é abuso de poder!

     — Cala a boca! E podemos comer várias coisas diferentes, e também sentar na grama, e também olhar pro céu, e também... olha quantas coisas podemos fazer!

     Namjoon apenas riu do outro fingindo irritação enquanto balançava seu braço, sem poder evitar de achá-lo fofo.

     — Tudo bem — concordou então. Ele deu uma última olhada para o celular antes de guardá-lo, e Jin não pôde evitar de prestar atenção naquele olhar. Parecia preocupado e, de certa forma, triste.

     Mas ele não achava que tinha a intimidade certa para perguntar o que o deixava mal, então apenas apertou um pouco mais o braço em suas mãos e tentou entrar mais na profundidade daquele olhar, querendo saber mais daquele cara que conhecia há algumas semanas. Como, em tão pouco tempo, pôde começar a se importar tanto?

     Seu olhar pareceu ter atingido Namjoon, que virou seu rosto para si em seguida. Um sorriso acompanhou sua face como sempre fazia quando encarava o outro, e Jin apenas sentiu suas pernas ficarem um pouco bambas. Às vezes se perdia na beleza do seu amigo, tendo vontade de se aproximar para ver mais de perto aquela pessoa de cabelos descoloridos e covinhas, mas ele sabia que não poderia se dar ao luxo de fazer isso. Se chegasse mais perto, não pararia até que estivesse no limite, e ele não poderia chegar nesse limite.

     Namjoon também olhava para si, e ele tentava fortemente compreender aquele olhar, em vão. Decidiu que era melhor para sua sanidade se cortasse o contato visual, portanto logo o fez, apontando em seguida:

     — Olha! Tão vendendo sorvete ali! — e correu para comprar um sorvete com duas bolas.

     O loiro se sentiu um pouco pasmo com aquela quebra tão brusca, mas, dando algumas piscadas, logo acordou e apenas riu um pouco bobo vendo Jin voltar para si se lambuzando de sorvete.

     — Você não vai pegar sorvete? — perguntou, quase acabando com a primeira bola em uma bocada.

     — Não ‘tô com vontade, ‘brigado.

     — Como assim? — fez careta. — Pega um pouco então — colocou seu sorvete a um centímetro da boca do outro.

     — Eu não quero — empurrou sua mão, mas Jin resistiu e não a tirou do lugar.

     — Mas ‘tá gostoso!

     Namjoon queria resistir mais e fazer jus a toda sua teimosia, porém Seokjin fez cara de cachorro sem dono, e ele não pôde resistir a dar uma pequena lambida naquela bola de baunilha.

     O mais velho sorriu vitorioso e voltou a tomar seu sorvete, disposto a terminá-lo logo. Os dois acabaram por então dar uma volta naquele parque um pouco cheio (era domingo, o que eles poderiam esperar?). Jin observava as árvores e os passarinhos, amava aquele contato com a natureza, e planejava continuar as olhando, até que uma força o atraiu e ele desviou o olhar para o que estava ao seu lado, pegando Namjoon o encarando. A primeira reação do mais alto foi arregalar os olhos como se estivesse sido pego cometendo algum crime, e a segunda foi olhar para o chão repentino, como se nada daquilo ‘tivesse acontecido.

     Seokjin não riu nem nada, apenas sorriu pequeno, achando aquela reação fofa e se sentindo lisonjeado. Até aproveitou a deixa para olhá-lo um pouco também, achando aquela cara envergonhada simplesmente adorável.

     Em algum momento em que Namjoon olhava para baixo, bateu os olhos nos sapatos usados por Jin e então, como uma desculpa perfeita, levantou a cabeça e exclamou:

     — Você ‘tá usando um All Star vermelho!

     — ...Estou?

     — Eu não sabia que você gostava da Converse! E ele ainda é de cano alto!

     — ...Ele é.

     — E ficou tão lindo em você!

     E Jin não sabia se ele estava lhe elogiando, ou elogiando o sapato.

     — É fetiche? — perguntou quando notou a feição iluminada de Namjoon.

     — Não! Quer dizer... eu acho — e se pôs pensativo, voltando com o olhar para o rosto de Jin. Seu rosto o agradava tanto quanto o sapato.

     — Eu acho, Namjoon? — estava começando a se assustar.

     — Ai, não precisa me olhar assim — riu da cara que o outro fazia, logo o puxando para que voltassem a andar. — É que, bom, isso é meio vergonhoso, mas...

     — Mas...? — Seu susto só se aprofundava.

     — Eu já namorei uma menina só porque ela usava all star.

     E Jin parou de andar por um momento, repensou sobre sua vida e todas suas ações, até que finalmente chegou à conclusão de que não merecia aquilo. Então virou-se para o outro lado, pronto para ir embora.

     — Não, espera — o com fetiche de sapato agarrou seu pulso, rindo alto. — Durou um pouco mais de um mês só.

     Se o sorriso de Namjoon não fosse tão lindo, ele teria voltado a andar.

     — Quer dizer que você me namoraria também?

     — Seu sapato é realmente muito estiloso — deu de ombros.

     Jin apenas se entregou para as risadas, puxando seu pulso de volta para si. Eles voltaram a andar na mesma direção que estavam antes e o mais velho se sentiu na tentação de perguntar sobre os antigos relacionamentos do loiro, mas não soube como abordar o assunto de forma natural. Acabou que ele viu uma barraquinha vendendo mais petiscos e desistiu da conversa, se focando na comida.

     Quando ele voltou com suas delícias, teve que notar que o outro parecia olhar para algum lugar, distraído (ou pensativo?) e se perguntou se ele sempre era daquele jeito. Engoliu em seco, sem saber direito se o achava bonito ou se preocupava. Namjoon olhou para si e sorriu, então ele se desligou dos pensamentos e andou os poucos passos que faltavam até aquele homem de cabelos loiros e sorriso lindo.

     Namjoon não quis comer e eles acabaram sentados na grama, em um lugar que possuía uma certa elevação no terreno. Aquela visão prestes a anoitecer era linda e Jin, por algum motivo, sentia seu coração bater forte, ainda mais com a certeza de que, se ele mexesse o joelho uns dois centímetros, já poderia encostar no corpo ao seu lado.

     Seu dia até aquele momento não estava sendo tão bom: ele até tinha tentado cantar, mas não aceitava a nota desejada de jeito nenhum e ele não sentia vontade de fazer coisa alguma além daquilo que já o irritava, então apenas morria em sua cama. Talvez a melhor decisão do seu dia tenha sido chamar Namjoon para conversar. Sabe, ele nem planejava sair, queria repor toda a energia que a semana havia tirado de si, mas quando se ouviu sendo chamado de príncipe, mesmo que por brincadeira, se sentiu misteriosamente sozinho e carente.

     — Obrigado por ter vindo — falou baixo sem olhar para o outro, sentindo-se grato e um pouco envergonhado. — Talvez eu tenha atrapalhado o seu domingo, mas...

     — Como a sua companhia poderia atrapalhar alguém, Jin? — e como aquela voz soava tão sincera, Seokjin apenas sentiu suas bochechas esquentarem um pouco mais.

     Ele então virou só um pouco o seu rosto, disposto a ver aqueles olhos negros provavelmente lhe encarando e... se arrependeu. Ele estava tão lindo olhando para si com aquela feição tão apaixonante que Jin só sentiu o seu interior se remexer inteirinho e a garganta ficar seca.

     — Jin — sua voz saiu um pouco mais rouca do que o usual e quão obviamente isso apenas piorou o estado do mais velho? O que ele faria caso ouvisse uma confissão de amor? Suas bochechas explodiriam, com toda a certeza!

     Ele lambeu um pouco os lábios secos, imaginando há quanto tempo não beijava alguém e que gosto aquela boca deveria ter.

     — Como se ajuda um amigo de coração partido?

     E Jin mentiria se dissesse que não ficou decepcionado. Bufando baixinho e voltando a olhar para aquela paisagem agora totalmente escura, perguntou:

     — Qual a situação?

     — Ele foi rejeitado, mas continua gostando do cara.

     Demorou alguns segundos para que o mais velho entendesse que o caso se tratava sobre dois homens. Ele se perguntou se Namjoon soltou aquele fato sem querer e o olhou novamente.

     É, pela sua cara, ele realmente falou aquilo sem pensar e já o havia percebido. Seokjin resistiu à tentação de sorrir.

     — Eu nunca fui muito bom com pessoas magoadas — disse sincero, ignorando o fato que havia deixado Namjoon pálido. — Mas se isso foi muito recentemente, talvez ele precise de algum tempo?

     — É, acho que sim.

     Jin não sabia como se sentir em relação ao mais novo. Essa sua escorregada ao menos demonstrou que ele não se sentia estranho com a homossexualidade, mas ao mesmo tempo, por que ele estava pensando em outro homem enquanto estava consigo?

     Desde quando conheceu o outro, já sentiu uma certa atração: ele era o tipo de cara que Seokjin normalmente gostava. Mas agora não sabia se realmente havia alguma chance dos dois ficarem juntos, ou pior, sentia medo de estar se apaixonando de verdade. E aí sim aquilo viraria um problema.

     — Joon, quando você vai me mostrar um poema seu?

     — Quando você cantar pra mim.

     — Que injusto.

     E Namjoon só riu. E mesmo Jin estando frustrado com ele, deu uma risadinha também. O mais alto então voltou a olhá-lo daquele jeito que mexia consigo e ele estava pronto para se levantar, só que a fala alheia cortou suas ações.

     — Como os seus olhos, mesmo sendo da mesma cor da noite, conseguem se destacar tanto?

     E como ele não conseguiu resposta, continuou:

     — Talvez você tenha roubado um pouco das estrelas. Só assim faria sentido tanto brilho para um mundo tão fosco.

     Jin não soube o que falar, então piscou algumas vezes e não soube se deveria se sentir constrangido ou lisonjeado. Como ele deveria reagir àquilo?

     — Eu poderia colocar isso em alguma história, pode começar a cantar.

     E Seokjin arqueou uma das sobrancelhas, tentando controlar as sensações estranhas que aconteciam em seu interior.

     — Só vai valer quando eu ver algo que estiver no papel, espertinho — e se levantou, logo cedendo suas mãos para ajudar o outro a ficar de pé também. — E você basicamente flertou comigo.

     — Eu não flertei — deu um meio sorriso — só falei a verdade.

     — Olha você flertando de novo! — e se pôs a rir, não soltando mão alheia mesmo com ele já levantado.

     — Depois eu que sou o injusto, não é?

     — Quem sabe você não me ouça cantar se me deixar ver um flerte por escrito?

     Jin não iria admitir que, na verdade, queria ver seu amor por escrito. 


Notas Finais


Okay, ficou um pouco curto? Ficou. Mas vocês me amam, então me perdoam. <3
De qualquer jeito, espero de verdade que vocês tenham gostado! E como sempre, toda crítica é bem-vinda (e os elogios também, obviamente, heh).
Para os fantasmas: por que ainda não falaram comigo? Aish.
Estou com sono e agora tenho que voltar para o senhor-outro-projeto, então encerro minha conversa por aqui desejando uma ótima noite para vocês! <3
Boa noite e até a próxima!


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