História UM CONTO SEM FADAS - CAPÍTULO 28. O ACORDO

POV. JOHNNY

Cheguei tarde na produtora, estou animado com Anne trabalhando aqui, passa o dia comigo e meus dias têm sido maravilhosos na companhia dela.
No fim de semana vou apresenta-la à minha família e dar mais um passo em nosso relacionamento, espero logo convece-la a ir morar comigo.

_Sr. Depp!

A recepcionista interrompe meus pensamentos.

_Oi, pode falar!

_A Sra. Amber está aqui e deseja falar com o senhor, diz que é urgente.

_Tudo bem, mande entrar.

Só me faltava essa agora, espero que não sejam problemas para mim, tenho que despachar ela antes que a Anne chegue.

_Johnny! Tudo bem?

Ela vem em minha direção e me abraça.

_Sim, está tudo ótimo. 
Qual é o assunto tão urgente? Pergunto me distanciando.

_Você ainda ta saindo com aquela mulherzinha? A do bar?

_Não sei a quem você se refere quando diz, "mulherzinha"; mas para sanar sua curiosidade, eu estou saindo com uma mulher incrível, que por coincidência, conheci sim, em um bar.

_ Hum... Você é sempre tão cavalheiro Johnny! Então ela te fisgou mesmo heim, nunca esperei isso de você! Sempre teve bom gosto, agora ta aí com uma pobretona vulgar, que tem uma profissão duvidosa.

_Se veio aqui para ofender minha mulher, pode cair fora!

_Johnny! Não percebe a bobagem que fizemos? Você está com ela para tapar o buraco que eu deixei, mas eu não estava pensando direito, eu ainda amo você.

_Eu realmente lamento muito por você! Mas não é assim que me sinto, já não sinto mais amor por você, isso a um bom tempo eu já tenho claro para mim, Anne só veio para confirmar que eu estava pronto para amar de novo.

_Não faz assim Johnny! Eu te conheço, você me conhece e conhece cada parte do meu corpo, sabe onde tocar e me fazer estremecer...

Amber começa a desabotoar a camisa branca que está usando, eu não posso acreditar no que estou vendo.

_Amber, para com isso, está perdendo sua dignidade... Eu não sinto mais nada por você.

_Então me prova, prova que não sente mais nada...

Ela vem em minha direção, joga a camisa no chão e se joga no meu colo, eu a empurro, mas ela está agarrada em meu pescoço e com o rosto aninhado em meu pescoço.

_Amber, por favor!!!

Ouço batidas e vejo a porta se abrindo...

_JOHNNY!!

Como se fosse um dos meus filmes, a mulher que amo está diante de mim paralisada, enquanto eu, em câmera lenta finalmente consigo arrancar Amber de cima de mim, com um empurrão tão forte que não sei onde seu corpo foi parar.

Corri atrás de Anne, que corria em direção ao elevador, chamei seu nome, mas ela não exitou e continuou sua fuga... Quando finalmente a alcancei, ela estava dentro do elevador, ao prantos e sendo consolada por Lily, as portas se fechando, senti sua dor e sua decepção e como me doeu causar isso a ela.
Levei minhas mãos à cabeça, que nesse instante latejava de dor, precisava fazer algo rápido...

_Johnny! Deixa ela, olha o que você fez comigo, me machucou para ir atrás dessa prostituta.

Meu olhos queimavam, a vontade que eu tinha era de calar aquela maldita boca para sempre, me virei e andei e sua direção.

_Amber! Some da minha vista, some da minha vida, se eu te ver de novo sou capaz de te arremessar pela janela, se você tiver arruinado meu relacionamento com a Anne, vai te custar muito caro sua vadia.

Ela estava atônita com minhas palavras e se calou, para o meu alívio, ouvi o som do elevador e entrei imediatamente nele.
Liguei para Anne, mas ela não me atendeu.
Finalmente consegui falar com Lily, mas ela se resumiu a me pedir que a deixasse sozinha por um tempo, estava com muita raiva.

Quando finalmente decidi ir até ela, não a encontrei, ela ignorou todos os meus telefonemas, então decidi ir ao último lugar que ela iria e era exatamente onde ela estava.
Fui recebido por Denis e pelo pai dela, os dois idiotas fizeram questão de me agradecer por estragar tudo, Anne decidiu se casar com Denis.
Eu sei que ela tomou essa decisão por impulso, por raiva, mas aquilo me doeu na alma...

Quando a conheci, achei que passaria por mais um período sombrio da minha vida, mas ela surgiu como uma brisa, suave e perfumada, aquela mulher tinha algo que me pertencia, eu não conseguia tirar meus olhos dela.
Eu sabia que ela tinha que ser minha, mas para ela haviam outras variáveis, pensei em desistir, mas logo percebi que não poderia mais voltar atrás, estava perdidamente apaixonado por ela.

Ela veio de longe, cheia de problemas e segredos e nada disso me fez recuar um passo sequer.

Agora ela me jogou em um abismo de completa escuridão, se recusa a falar comigo e pretende me ferir e se vingar da pior forma, se entregando a outro.

_Pai! Pai!

Lily entra gritando no meu quarto, eu enchugo meu rosto e coloco um óculos escuro.

_O que foi Lily?

_Adivinha quem acabou de me ligar?

_Eu não tenho esse dom meu amor, não tenho como saber se você não me contar.

_A Anne pai!

_Anne? E o que ela queria? O que ela disse? Ela está bem?

_Calma pai! Ela disse que vai conversar com você, ouvir a sua versão.

Não pude conter um sorriso.

_E por que ela ligou para você e não para mim?

_Bom, nós temos uma acordo! Tive que tomar algumas precauções para permitir esse namoro de vocês.

_Lily! Do que você está falando?

_Ela jurou nunca te fazer sofrer, e eu disse que ela estava fazendo o contrário, então ela disse que vai te ouvir, mas pai... ela pareceu muito "seca", então use toda a sua persuasão, ela está muito magoada.

_Eu imagino que esteja sim, bom...obrigado pelo tal acordo, ao menos vou ter a chance de me explicar.

Pego meu carro e vou em direção ao hotel em que Anne está hospedada, não sei como não causei nenhum acidente, minha cabeça está em qualquer lugar que não aqui.

Deixo as chaves com o manobrista, ando a passos largos em direção ao elevador, um piscar de olhos e estou diante de sua porta, bato e vejo a maçaneta girar lentamente.