História UM CONTO SEM FADAS - CAPÍTULO 38. O ÚLTIMO ABRAÇO

_Me desculpa Johnny, mas eu não consigo!

Mais uma vez choro descontroladamente , ele se levanta e me puxa para um abraço, tão forte e quente, aquele maldito cheiro viciante me dopa, mas o ritmo acelerado de seu coração e o movimento intenso de seu peito buscando por ar, não me deixam esquecer que o momento é de despedida. Esse é nosso último abraço...

_Eu te amo tanto pequena...

Me afasto repentinamente dele.

_ Por favor, vai embora logo...

Minha visão turvada pelas lágrimas me dá apenas um vislumbre do homem que eu amo indo embora, ele ainda me olha uma última vez, antes de partir definitivamente.

Fico estática por um tempo, mas resolvo mover minha carcaça em direção à cama, minha companheira de horas difíceis.
Kim e Henrique me observam com pesar.

_Eu estou bem! Me deixem em paz...

Me jogo na cama, e afundo meu rosto no travesseiro de modo que não ouçam meu choro...

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Abro os olhos com dificuldade, estão inchados, posso ver pelas frestas da janela que já é dia.
Decido tomar um banho, pego uma camiseta enorme no armário, deve ser de Henrique, estou morta de fome, então terei de encarar esses dois.
Vou até à cozinha em passos lentos, a casa está em silêncio, eles devem estar trabalhando.

Ligo na farmácia e peço produtos de higiene, reviro os armários atrás de comida, mas não obtenho sucesso.

Pego meu celular, está cheio de mensagens e ligações perdidas, apago tudo sem ler, excluo as fotos da galeria e quando vou apagar o número dele, o telefone toca.
 

_Ah...é você Kim?

_Também fico feliz em ouvir sua voz amiga...

_É que eu achei que... o que você quer?

_Quero saber se está bem e se está com fome.

_Estou bem sim e também com fome.

_Ótimo vamos pegar comida aqui e vamos almoçar aí com você.

_Nada de comida espanhola por favor, traz comida de gente normal, tipo gente brasileira.

_ Tá bom amiga, até mais.

Bem que podia ser ele, dizendo que foi tudo um mal entedido e que a vaca estava apenas com gazes...

Coloquei um filme para me distrair, mas antes da metade, Kim e Henrique chegaram com o almoço.

_Anne!

_Já estou indo... não basta ser bonito e engraçado, ainda tem esse sotaque. Penso comigo mesma.

Entro na cozinha, Kim me abraça.

_Você tá bem amiga? Está tão abatida.

_Estou bem sim, eu acho...

_Gostei da camiseta em você, ficou incrivelmente melhor em você, não sei porque.
Ele diz e sorri de lado.

_Ah, me desculpa... mas eu não tenho nada para vestir aqui, você não se importa né?

_Ai amiga, agora você não vai ter paz, sabe que homens ficam loucos quando vêem uma mulher usando uma peça de roupa deles né?

_Pelo pouco que conheço do Henrique, posso dizer que a culpa da loucura dele não sou eu.

_Está insinuando que eu sou louco de nascença?

Rimos da cara dele e comemos, não era comida brasileira e sim italiana, mas estava muito boa.

_Kim, me empresta em uma roupa sua?

_Pode pegar qualquer coisa no meu armário, só não bagunça...mas aonde você vai?

_No RH da produtora, preciso me demitir, conhecendo o Johnny, sei que ele vai me deixar como contratada mesmo eu não indo.

_Quer carona?

_Eu aceito Henrique! Em meia hora estou pronta.

Coloquei um vestido florido e soltinho, mas bem acinturado, um sapato nude de salto bem alto.

_Vamos?

_Nossa, vai pedir demissão ou aumento de salário? Tá linda.

_Obrigada, digo sem graça.

Henrique liga o rádio do carro em uma estação de notícias, eu odeio ouvir notícias em rádio, mas fico na minha.
Ele está sério, como se estivesse distante.
Mudo de rádio para provocar alguma reação, ele me olha ainda sério, mas logo um sorriso se forma.

_Um beijo por seus pensamentos.

_Estava pensando se alugo ou compro um apartamento...

O carro para na frente da produtora, abro a porta e solto o cinto.

_Obrigada Henrique, até mais tarde.

_E o meu beijo?

_Hã?

_Te contei meu pensamento, agora quero meu beijo.

Me aproximo e dou um beijo no rosto dele.
Ele apenas sorri... eu saio do carro e bato a porta, ando em direção à grande porta de vidro arrumando meu vestido, quando olho pra frente, dou um pulo e levo a mão ao coração.
Ele está parado e sério, me encarando...

_Oi, digo com um fio de voz.

_Quem é esse cara?

_Um amigo... você está bem?

_Não, e contrariando as minhas expectativas, parece que dá para piorar, e muito!

_A gente pode entrar?

Ele faz que sim com a cabeça e me dá passagem, põe a mão na minha cintura e me guia até o elevador.
As portas se fecham e a mão dele começa a pressionar meu quadril.

_Johnny!

Ele se coloca atrás de mim e leva a boca até meu ouvido...

_Não me pede pra parar ou eu arranco sua roupa e te fodo aqui mesmo.

O membro dele roça acima do meu bumbum e ele o pressiona contra mim, enquanto puxa meu quadril de encontro a ele.

As portas se abrem, ele passa do meu lado e sai do elevador...

_Você não vem?

Ele estira a mão para mim, não sei se aquele olhar é de raiva ou tesão, muito provável que seja uma mistura de ambos.

_Não vim aqui para te ver, ou falar com você johnny.

_Tudo bem, mas eu preciso te mostrar uma coisa e não pode ser aqui, melhor irmos à minha sala.

_Eu sei muito bem o que você quer me mostrar e não estou enteressada.

O olhar dele fica escuro e sua feição se fecha, sinto um solavanco, ele me puxa pelo braço até dentro de sua sala, bate a porta e me prensa contra ela.

_Eu prefiro obter uma resposta mais sincera da maior interessada.

Ele sobe meu vestido e o arranca pela minha cabeça, com um só puxão, abaixa minha calcinha até o joelho e esfrega os quatro dedos na minha intimidade, lambuzando toda sua mão.