História UM CONTO SEM FADAS - CAPÍTULO 42. SEU MARIDO VAI AMAR A NOTÍCIA

Johnny caminha até próximo de Henrique, ficando de frente com ele.

_É melhor você voltar para o buraco de onde saiu e não se meter na nossa história.

_Até onde eu sei essa "história" já acabou e não precisa se preocupar, ela está bem, e quando não estiver...eu cuido dela.

Henrique põe o braço em volta da minha cintura e beija minha cabeça. Não posso deixar de sentir pena de Johnny, se Henrique não estivesse aqui eu já estaria nos braços dele.

Johnny me olha como se não acreditasse na cena que está presenciando, balança a cabeça afirmativamente, como se tentasse se convencer de algo.

_Ok, você tem o direito de começar de novo Anne, se cuida está bem?

Ele me dá um beijo no rosto e vai embora.

Minha vontade é de empurrar Henrique e correr atrás dele, mas de que adiantaria? Melhor focar na realidade.
Olho para Henrique e o abraço, buscando consolo, minha cabeça começa a doer como se tivesse acabado de ser golpeada.

_Vai deitar, vou te levar café quente e aspirina.

Eu resolvo seguir seu conselho, mas tomo também um banho rapido, coloco um roupão e vou me deitar, ele já está na cama me esperando com o café e os comprimidos.

_Pega, bebe tudo e deita, você vai acordar novinha. Ah! Kim chegou, ja tranquilizei ela e avisei que você estava muito cansada, ela também foi se deitar.

Ele diz e vai saindo do quarto.

_Onde você vai?

_Vou dormir, também estou cansado.

_Dorme aqui comigo!

_Anne...

_Só quero companhia, não vou me aproveitar de você.

_Tá, então vou tomar um banho e já venho.

Tomo o café amargo e engulo duas aspirinas, espero que anestesie não só a dor da minha cabeça. Olho meu celular e não tem nada, mas a tentação é mais forte que eu...

" Obrigada por se preocupar, desculpa se fui grossa, Henrique é apenas um amigo e estava apenas me protegendo."

Me arrependo no mesmo segundo, mas a mensagen já foi enviada.

Tiro o roupão e visto uma camiseta de Henrique e uma cueca, me deito e me enrolo, quando estou quase cochilando, sinto o colchão se mecher e me viro, ele esta apenas de cueca e cheirando sabonete.
Estica o braço e me chama para deitar mais próximo a ele, deito em seu peito e ele envolve minha cintura com o braço.

_Eu poderia me apaixonar facilmente por você...

_Mas não vai, porque você gosta de tiozinho tatuado.

_Você não é nenhuma criança Henrique... Mas vocês tem uma coisa em comum...

_O que? Pau grande?

_Também, mas conheci os dois em momentos muito difíceis e vocês me fazem rir quando estou triste.

_A diferença é que eu não te deixo triste.

_Ainda...

Adormeço com ele me fazendo cafuné...

************

Acordo revigorada e sorrio por não estar de ressaca, coloco meus pés no chão e me levanto apressada, minha cabeça pesa e a vista escurece, caio de joelhos e "tranco" minhas pálpebras para que o mundo pare de girar, mas acabo perdendo a consciência.

Acordo em um quarto de hospital, Kim está sentada em um sofá mechendo no celular.

_Kim!

_Anne! Gracas a Deus...

_O que aconteceu?

_Não sei amiga, você estava apagada no chão do quarto, o Henri falou que saiu do banheiro e você estava no chão, não sei o que aconteceu, pera aí... Ele te mostrou o pau de novo?

_Hã?

_Quando ele me ligou ontem, disse que você tinha visto o pênis dele e desmaiado, é tão grande assim? Credo!

_Só me faltava essa...não falaram esse abaurdo para mais ninguém né?

_Bom amiga, o médico disse para contarmos tudo que antecedeu a perda de consciência...

Fecho meus olhos e respiro fundo, acho que ainda estou em casa dormindo porque isso é um pesadelo.

Abro meus olhos e não, não é um sonho, entra no quarto um homem de idade, pela roupa com toda certeza é o médico.

_Que bom que acordou! Podemos falar a sós por um momento?

Kim me olha assustada e vai saindo da sala, um calafrio sobe por minha espinha. Será que tenho um tumor no cérebro? Isso explicaria os dois desmaios em tão curto espaço de tempo.
Ou o pênis de Hebrique é tão grande que meu cérebro apagou a imagem traumatizante da minha memória.

_Senhorita? Tudo bem?

_O senhor é quem me diz... Está tudo bem comigo?

_Levando em consideração as atitudes irresponsáveis, narradas por seus amigos na noite passada, me levaram a presumir que a senhorita não sabe...

_Não sei o que? Pelo amor de Deus Doutor, fala logo...

_A senhorita está gestante, pedi que sua amiga se retirasse para que você mesmo possa dar a notícia a seus familiares. Bom...meus parabéns e por favor, nada de consumir bebidas alcoólicas durante a gestação.

Mais uma vez eu me encontro anestesiada, meu corpo não me obedece, até alguém falar comigo me tirando do transe.

_Senhora, seu marido já está vindo vê-la, vou deixar vocês a sós!

_Hã? Que marido? Quem é meu marido?

A enfermeira apenas sorri e passa a mão sobre o meu braço.
_Calma, vai dar tudo certo, ele vai amar a notícia, estava tão preocupado com você , não nos deu um segundo de paz desde que chegou.

Ela sai e Henrique entra logo em seguida, acompanhado de Kim...

_Ah, é você...

_Poderia disfarçar essa cara de decepção né... Ele diz frustrado.

_Me desculpa, obrigado por se preocupar comigo, vem cá, me dá um abraço que eu estou precisando.

_Nossa, conhece o cara a uma semana e ja é mais solicitado que a melhor amiga...

_Kim... O que é isso?, agora todo mundo tem ciúmes de mim? Estou me sentido importante.

_Não se sinta, você é... Mas não se sinta tão importante assim. E aí, o que o médico disse amiga?

_A ficha ainda não caiu Kim, vamos pra casa, la eu conto para vocês.

_Anne, está me deixando preocupada assim, é grave?

_Eu vou sobreviver, minha vida nunca mais será a mesma, mas...
Vamos pra casa por favor.

_Não! Você vai contar agora o que está acobtecendo ...

Henrique diz com firmeza e pode se ver um olhar de pânico.
Ele está mesmo preocupado comigo.

_Eu estou grávida!

Falo sem mais enrolação na expectativa de acalmar seu coração, ele me encara, o olhar de pânico se transforma em um olhar surpresa e logo seus olhos ficam marejados e se voltam para o piso do quarto...